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Sete dicas para quem quer empreender no Brasil

Acredito que eu sou um produto do ecossistema empreendedor brasileiro. Fui aluno das disciplinas do programa de empreendorismo da universidade, presidente da Empresa Júnior PUC-Rio, depois incubamos a Sieve no Instituto Genesis e hoje sou professor de Empreendedorismo da PUC-Rio e empreendedor Endeavor. E além disso, sou filho de pais empreendedores! Ou seja, o empreendedorismo está no meu sangue e no meu coração. Empreender e inovar não é fácil, pois requer foco, disciplina e muita dedicação. Está em encontrar um propósito que te faz acordar todo dia de manhã, sonhar muito grande e buscar pessoas que tenham paixão por gerar impacto, mas muitos são os desafios do empreendedor brasileiro!

Compartilho abaixo sete dicas para empreender no Brasil, e que considero fundamentais:

1 – Encontre um sócio que te complemente

Existem três atividades fundamentais na vida do empreendedor: vender, entregar o produto, cuidar das finanças. Nenhum ser humano no mundo é capaz de fazer bem as 3 coisas! Você precisa encontrar um sócio que te complemente!

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2 – Feito é melhor do que perfeito

Não perca tempo com planejamentos longos. Devore os livros das metodologias de modelagem rápida como Lean Startup, Customer Development, Canvas, Lean Canvas, Value Proposition, Design Thinking. Construa protótipos e produtos mínimos viáveis (MVP) que possam te ajudar a validar as hipóteses.

Saia do prédio, vá para a rua, coloque a mão na massa e repita o processo até que o negócio comece a ganhar tração. Se tiver que pivotar, pivote. Se tiver que falhar, falhe rápido e toque o barco. Se você não cometer erros, é porque está indo devagar demais.

3 – Fale sua ideia para duas pessoas: “Deus e o mundo!”

Esqueça o mito de que “alguém irá roubar sua ideia”. Quanto mais você falar da sua ideia, mais vai ser bombardeado, mais vai enxergar os pontos fracos e mais irá aproveitar os feedbacks para melhorar seu produto e o modelo de negócio.

Eventualmente você será copiado por alguém, mas isso será um sinal de sucesso, pois você estará 1.000 feedbacks à frente do seu copycat. Pratique religiosamente seu pitch até tê-lo na ponta da língua. Treine em frente ao espelho, com amigos e familiares. Explique seu negócio para seu primo de 8 anos de idade, pois se ele entender, qualquer um conseguirá. Isso irá te ajudar a aproveitar as oportunidades que surgirão.

Leia também: Como elaborar um pitch perfeito, ou quase

4 – Validou sua ideia? Agora, gaste sola de sapato

Vá a todos os eventos, encontros, congressos, feiras, adicione e seja adicionado por todos no LinkedIn, tente chegar no tomador de decisão. Seu objetivo agora é conseguir o máximo de clientes e validar o modelo operacional.

Sua meta nesta fase é ter um problema que todo empreendedor gostaria de ter: “vender tanto e não saber como entregar”.

5 – Procurando investidores, aceleradoras ou incubadoras? O menos importante é o dinheiro!

Quando você for procurar um investidor (anjo, seed money, venture capital…), uma aceleradora ou uma incubadora pense se eles agregarão mentoria, networking e sinergia. E, principalmente, se você se identifica com as pessoas que estão sentadas do outro lado da mesa, pois em breve estarão sentadas do mesmo lado que você. Por fim, virão os aspectos econômicos do deal.

6 – Construa uma cultura organizacional

Você seguiu o checklist: identificou um problema claro de um mercado grande, criou uma proposta de valor diferenciada a partir de um produto inovador, bolou um modelo de negócios escalável, modelo operacional rodando, clientes sendo conquistados e retidos, processos melhorando continuamente, equipe contratada e se desenvolvendo…

O próximo passo é crescer de forma acelerada, porém sustentável, protegendo-se dos copycats, que não tardarão a chegar. E qual é o segredo para isso?

Construir uma empresa baseada em valores, contratar pessoas melhores do que você e perseguir diariamente um propósito e um sonho grande. Você será copiado em preço, produto, posicionamento, modelo de negócios etc, mas sua cultura organizacional jamais será copiada!

Leia também: Que conselho o CEO do Buscapé se daria 15 anos atrás?

7 – Acredite, acredite, acredite, persista, não desista

Você está empreendendo no Brasil. Não vou te enganar. Durante seu caminho, você irá encontrar desafios como: pesada carga tributária, burocracia, pouco acesso a crédito, antiquada legislação trabalhista, concorrência desleal, gargalos de infraestrutura, falta de profissionais qualificados, pouca educação empreendedora.

Apesar disto, não há motivo para pessimismo, temos que acreditar no Brasil e sonhar em construir um país de empreendedores, que são agentes efetivos de mudança em nossa sociedade!
Lembre-se que “mais importantes do que suas qualidades ou habilidades, o que determina realmente quem você é são as suas escolhas!”.

Luis Vabo Jr é CEO da Sieve, empresa de inteligência de preços e dados de e-commerce para lojas virtuais e fabricantes. Professor da PUC-Rio e Empreendedor Endeavor.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor 

O que foi falado sobre liderança feminina no Fórum Econômico Mundial

O Fórum Econômico Mundial (FEM) identificou dez desafios globais, que devem pautar a agenda política e econômica em âmbito mundial nos próximos anos – igualdade de gênero figurava entre eles. O tema foi debatido na reunião anual da organização, que ocorreu em janeiro, na Suiça, e repercutiu a publicação de um relatório sobre as disparidades profissionais entre homens e mulheres, divulgado no ano anterior pelo FEM e que ranqueou 142 países segundo igualdade de gênero.  O Brasil ocupa a posição 71.

O objetivo do relatório é mapear e mensurar as disparidades de oportunidade e representatividade entre homens e mulheres ao redor do mundo, e a partir daí traçar estratégias para transformar esse cenário, além de acompanhar os resultados de políticas e medidas que vem sendo implementadas em diversos governos, empresas e organizações. Apesar de algumas conclusões otimistas, o documento demonstrou que, no ritmo atual do progresso em relação a paridade de gênero, levaremos mais 81 anos até que alcancemos a igualdade de que se fala.

A seguir, reunimos os melhores insights e comentários sobre igualdade de gênero e liderança feminina que surgiram durante o encontro do Fórum Econômico:

Dalia Grybauskaite, presidente da Lituânia

Nenhum país do mundo foi capaz de dimunir o abismo de gênero em participação econômica. As mulheres continuam com menos empregos, salários menores e menos representadas nas posições seniores e de gerência tanto no mundo dos negócios como da política. Isso resulta em um contínuo desperdício de talento humano e impede o crescimento econômico. A igualdade de gênero normalmente é vista como uma empreitada custosa. Mas já está na hora de reconhecermos que o custo da desigualdade é muito maior. E não podemos mais arcar com esse custo.

Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI)

Os homens são o outro sexo, mas não o sexo oposto. A paridade de gêneros é uma batalha que nós precisamos vencer juntos, porque é uma questão de interesse global. 

Acredito que as empresas, talvez, sejam o lugar onde essa disparidade de gêneros não está diminuindo. Percebemos uma situação estável, mas que não tem melhorado significativamente. Metade dos computadores, metade dos carros, e cerca de 70% dos produtos para casa nos Estados Unidos são comprados por mulheres. Se os seus clientes são mulheres, é melhor você ter certeza de que sua equipe e seu conselho incluam pelo menos essa proporção de mulheres. Acredito muito na ideia de que uma organização deve espelhar o seu público alvo. Para as empresas, acredito que esse é um argumento que faz bastante sentido.

Sheryl Sandberg, COO do Facebook

A discriminação responde por grande parte do problema da disparidade entre homens e mulheres. É interessante, porque eu vendi meu livro em diversos países, e as culturas são muito diferentes. Exceto no que diz respeito aos estereótipos de homens e mulheres. Em praticamente todo lugar do mundo acreditamos que os homens devem ser líderes assertivos e agressivos, e que as mulheres devem ser generosas e caridosas. Liderança é associado com as expectativas masculinas. Nós chamados meninas de ‘mandonas’, mas não fazemos o mesmo com meninos porque já é esperado que eles liderem. Há uma expressão negativa equivalente em todas as línguas de que eu tenho conhecimento. O que acontece então, é que quando as mulheres fazem as coisas que as tornam líderes, nós não gostamos delas, e portanto não as promovemos, não votamos nelas. Os preconceitos de gênero são uma parte crucial do problema.

Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora da ONU Mulheres

Para atingir a igualdade entre os gêneros, precisamos mobilizar não apenas parlamentares, mas populações. Não apenas a sociedade civil, mas toda a sociedade.

Makhtar Diop, vice-presidente do Banco Mundial para a África

Meninas saudáveis, educadas e com acesso igual a oportunidades tornam-se mulheres fortes e inteligentes, capazes de assumir papeis de liderança em seus países. A presidente Ellen Johnson Sirleaf, que está liderando a luta contra o Ebola na Libéria, é um exemplo. Em posições de liderança, mulheres também podem ajudar a desenvolver políticas que dão suporte a outras mulheres e meninas, e continuam a garantir a elas oportunidades de trabalho, educação e serviços de saúde. Em países como Ruanda e África do Sul, o aumento do número de mulheres legisladoras ajudou na conquista de avanços em leis que promovem a paridade de gêneros.

Melinda Gates, co-presidente da Fundação Bill e Melinda Gates

Eu tive esse grande privilégio de viajar por todo o mundo, incluindo os países em desenvolvimento. Eu pude perceber o papel central que a mulher desempenha nas sociedades. Se você investir em uma menina ou uma mulher, você está investindo em todas as outras pessoas, porque ela frequentemente é o centro da família. Se não fizermos isso, nós não liberamos esse potencial do que é possível fazer para toda uma família, comunidade ou sociedade. Se nós tivéssemos paridade de gênero na força produtiva da África, o Produto Interno Bruto dessas economias aumentaria 12% nos próximo 15 anos. No caso da Índia, por exemplo, aumentaria 10%. [Paridade de gênero] simplesmente faz sentido.

Erna Soldberg, primeira-ministra da Noruega

Eu sou do mundo da política, e nós, políticos, sempre buscamos algum tipo de argumentação sobre porque deveríamos investir em mulheres, quais são os efeitos disso. Mas na verdade eu penso que a explicação é muito simples: porque é justo. É um direito humano. Para mim, o curioso é exatamente que nós não estejamos fazendo isso. Deveríamos ter uma sociedade em que se investe o mesmo em meninos e meninas. Mas percebemos é que isso não é feito em muitos lugares. Jamais devemos parar de insistir que isso é uma questão básica de justiça, de direitos humanos.

Paul Polman, CEO da Unilever

(onde 40% das posições seniores são ocupadas por mulheres)

Um dos valores encontrados em muitas empresas é o respeito pelo indivíduo. Eu não acredito que seja possível criar uma organização de alta performance se não são todas as pessoas que têm a chance de atingir todo seu potencial. Em muitas organizações isso não acontece porque a ascensão das mulheres é limitada, ou elas não encontram as mesmas oportunidades.

Paul Kagame, presidente de Ruanda

Na reconstrução do país [após as guerras e genocídio dos anos 90] nós simplesmente precisávamos involver todas as pessoas. Sabíamos que as mulheres têm sido um grupo em desvantagem na nossa sociedade, por muitos anos e por diferentes razões. Nossa missão era mudar essa situação, mas também se beneficiar dessa mudança. 52% da nossa população é formada por mulheres. Estávamos resolvendo uma questão que dizia respeito a todos, e não fazia sentido deixá-las de fora desse processo. Assim, desde o início, nós mobilizamos a população e todos os partidos políticos para garantir que as mulheres estivessem bem representadas em todos os níveis. Nós estabelecemos uma cota de mulheres no parlamento para estimular as mulheres a se candidatarem, mas no final das contas percebemos que foram eleitas mais mulheres do que essas cotas estipulavam. Nós começamos com 30% e fomos além. Não se trata simplesmente de uma cota, mas de encorajar as mulheres a serem elas mesmas e garantir que elas possam ter participação, entendem? 

Laura Liswood, secretária geral do Council of Women World Leaders

Nós pudemos perceber ótimas mudanças, porém, de acordo com relatório do Fórum Econômico Mundial, levará mais 81 anos para que enfim alcancemos igualdade de gêneros. Então minha questão é: Quais são os reais aceleradores? Quais são os disruptores que vão criar, de verdade, a mudança dramática que nós precisamos? Isso inclui mais ideias criativas, homens engajados, uso de tecnologia, mas também nos livrar de certas ideias inconscientes sobre quem são as pessoas.

Beatriz Perez, CSO da Coca-Cola Company

As mulheres realizam dois terços do trabalho mundial, mas ganham somente 10% da renda. [As mulheres em situação de vulnerabilidade social] não precisam de mãos lhe escrevendo cheques ou entregando folhetos. Eles precisam de mãos ensinando habilidades de negócios que elas levam para o resto da vida, e compartilham com os outros. Elas precisam de acesso a crédito com taxas honestas, algumas vezes sem a necessidade de apresentar um histórico. Elas precisam de oportunidades, e treinamento e suporte para tirarem o máximo dessas oportunidades. Com isso, as mulheres podem liberar todo o seu potencial e alcançar seus sonhos. E quando uma mulher tem a possibilidade de alcançar seus sonhos, tudo é possível. Isso sim é diminuir a disparidade de gêneros.

Emma Watson, atriz e embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres

Eu fiquei impressionada com a quantidade de homens e mulheres que entraram em contato comigo depois do meu discurso na ONU para me motivar a seguir em frente [com a campanha #HeForShe], porque eles querem garantir que suas filhas ainda estarão vivas para ver um mundo em que as mulheres tenham paridade econômica e política. Se, por um lado, eu adoraria atribuir o sucesso da campanha a minha habilidade de fazer um bom discurso, eu sei que isso não é verdade. Tivemos sucesso porque encontramos um solo fértil. Acredito que nunca houve uma compreensão tão ampla de que as mulheres devem ser participantes igualitárias nos nossos lares, nas nossas sociedades, em nossos governos e em todos outros lugares, e sabemos que o mundo está sendo refreado em todos os sentidos porque elas ainda não o são. As mulheres compartilham metade do nosso planeta, mas continuam pouco representadas, com um enorme potencial que permanece inexplorado.

Vagas abertas no Facebook, Google, Twitter e LinkedIn

Com seus escritórios coloridos e clima de startup, empresas ligadas ao mundo da internet têm cada vez mais apelo como empregadoras.

Com operações por todo o mundo, Google, Facebook, LinkedIn e outros nomes que nasceram no Vale do Silício costumam aparecer em rankings de empresas mais cobiçadas por profissionais, sobretudo por seu ambiente de trabalho descontraído.

A boa notícia é que elas também têm operações no Brasil – e querem preencher vagas.

Quem sabe você não é quem eles procuram? Veja a seguir algumas oportunidades abertas nos escritórios tupiniquins de quatro empresas de tecnologia:

Assista ao bate-papo do Na Prática com Fabio Coelho, diretor do Google Brasil

Twitter

A rede social que consagrou as mensagens de 140 caracteres têm 3.600 funcionários espalhados pelo mundo. No Brasil, seus escritórios estão em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Há 10 vagas disponíveis na capital paulista, inclusive para executivo de contas, gerente de marketing de produtos e gerente de desenvolvimento de negócios. Você pode ver a lista completa de oportunidades e se inscrever no site da empresa.

LinkedIn

O braço brasileiro da rede social profissional, que tem mais de 6 mil funcionários pelo globo, está em São Paulo.

No momento, ela busca preencher quatro vagas: executivo de contas (soluções de vendas), gerente de relacionamento (pequenas e médias empresas), gerente sênior de desenvolvimento de negócios para América Latina e especialista em educação de clientes para América Latina. Detalhes e inscrições estão na seção de vagas da rede social.

Leia também: Leia os mesmos livros que Mark Zuckerberg em 2015

Facebook

O site de Mark Zuckerberg empregava, até o fim de 2014, quase 9.200 pessoas. Seu escritório no Brasil fica na capital paulista.

Há 19 oportunidades abertas. Algumas delas são para a chefia de áreas como recursos humanos e estratégia para e-commerce e varejo. Também há vagas para engenheiro de software e estrategista criativo (Instagram). Mais informações estão na página de carreiras do Facebook.

Google

Com mais de 53 mil funcionários pelo mundo, o gigante das buscas opera em São Paulo e Belo Horizonte.

As duas vagas abertas na capital mineira são para engenheiro de software. Em São Paulo são 11 oportunidades, inclusive para especialista em língua portuguesa, chefe de operações de qualidade do produto, engenheiro de operações e analista de crédito. Para saber mais e se candidatar, você pode acessar a página oficial da empresa.

Leia também: ‘Somos uma startup bem grande’, diz diretor do Google Brasil

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com 

‘Fui rejeitado por Harvard dez vezes’, diz fundador do Alibaba

Jack Ma Alibaba
Jack Ma Alibaba

Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrônico Grupo Alibaba (dono do AliExpress no Brasil), é o homem mais rico da China, e o 21º no ranking de bilionários da Bloomberg. Chinês, baixo, franzino e sorridente, sua riqueza impressiona. Durante as reuniões de 2015 do Fórum Econômico Mundial, na Suiça, revelou que em sua trajetória até o topo – para surpresa de muitos – ele teve de engolir diversas rejeições e decepções.

Assista também ao bate-papo do Na Prática com Jorge Paulo Lemann

Resiliência

“Falhei muitas vezes, fui rejeitado em uns trinta empregos. Tentei uma vaga na polícia, não me quiseram. Quando o KFC chegou à China, tentei um emprego lá. Eles entrevistaram vinte e quatro pessoas e contrataram vinte e três. Eu fui o único que ficou de fora. Tentei entrar em Harvard dez vezes. Em todas fui rejeitado. Eu sei ser rejeitado”, ele contou. Para ele, o fato de ter recebido muitas negativas apenas reforçou sua determinação para ter sucesso.

Uma das principais inspirações do empreendedor para administrar seu negócio vem do filme Forrest Gump. “Eu amo o Forrest Gump. Um cara simples, não desiste nunca”, afirma. Para Jack, a mensagem do filme é clara: “simplicidade, nunca desista , acredite no que está fazendo, goste do que está fazendo, mesmo que os outros não entendam”.

Leia também: Reflexões do fundador do Esay Taxi sobre empreendedorismo e liderança

Sonho grande

Hoje, já respeitado no mundo dos negócios, Jack Ma é prova viva de que a resiliência é um dos ingredientes para o sucesso. Ainda assim, ele não deixa a ambição de lado e continua sonhando grande. “Somos grandes se compararmos o que éramos há quinze anos ao que somos hoje, porém somos ainda um bebê perto do que seremos daqui a mais quinze anos”, ele diz sobre o Alibaba.

Para ouvir o depoimento completo de Jack Ma, em que ele conta mais sobre o início de sua empresa, o contato com outras culturas e seus planos futuros, assista ao vídeo:

Como se destacar na carreira de analista financeiro?

Analista Financeiro Carreira
Analista Financeiro Carreira

Por meio do nosso trabalho de treinar analistas financeiros, com o curso de Financial Modeling and Valuation e os preparatórios para certificações (CFA, CFP, CGA, entre outras), conseguimos desenvolver uma compreensão clara das habilidades fundamentais que os analistas devem dominar para serem bem sucedidos. A seguir, compartilhamos as atitudes mais importantes que fazem com que analistas financeiros alcancem excelência no que fazem:

Tenha proficiência em Microsoft Excel e contabilidade financeira

Analistas devem estar bem confortáveis com as ferramentas que usam no dia a dia, como o próprio Microsoft Excel ou outros programas de finanças necessários para analisar dados. Também precisam entender como ler e interpretar relatórios financeiros, e possuir uma base sólida em contabilidade.

Pense no todo

No trabalho de um analista, é necessário reunir informações, apresentar relatórios financeiros e tirar conclusões a partir disso. Dependendo da complexidade da empresa ou do projeto que está sendo analisado, é fácil se perder no meio de números. Os melhores analistas jamais deixam isso acontecer. Eles sabem o que faz sentido e para os objetivos da companhia, e o que não é tão relevante. Ter conhecimento do que é importante (ou não) permite que foquem no todo ao comunicar seus resultados e análises.

Leia também: As possibilidades de carreira para um analista financeiro

Entenda o negócio para além dos números

É fácil para um analista focar somente nos números financeiros do negócio, entregar as análises necessárias e partir para a próxima tarefa. Os bons analistas vão além dessa abordagem, e procuram entender de verdade o negócio que estão analisando. Eles falam com os gerentes de produto, os vendedores e os clientes. Eles sabem de onde vêm os lucros da empresa, e em que áreas isso ainda não está claro. De maneira geral, têm em mente a estratégia da empresa e seus objetivos sempre que desenvolvem uma análise, entregando um trabalho muito mais perspicaz e útil.

Faça os números contarem uma história

Embora analistas devam ser capazes de calcular taxas de crescimento, racios e margens baseados nos dados financeiros da companhia, os bons analistas usam esses mesmos números e análises para contar uma história. Em outras palavras, são capazes de tirar insights e conclusões do trabalho que fazem, e usam liguagem clara e concisa na hora de comunicar isso aos tomadores de decisão na empresa.

Leia também: Veja a rotina de um analista no banco Goldman Sachs

Antecipe a mudança e seu impacto

Bons analistas sabem que o cenário de hoje não será necessariamente o mesmo amanhã, e devem estar preparados para mudanças em fatores macroeconômicos, regulações governamentais e comportamento dos competidores. Muitos analistas somente reagem a essas mudanças e começam a interpretam os impactos depois que os eventos ocorrem. Bons analistas antecipam essas mudanças e já testam outros potenciais cenários para entender melhor quais podem ser os impactos, e estão preparados antes de qualquer coisa acontecer.

Busque feedback para melhorar sua performance

Os melhores analistas nunca estão satisfeitos com seu trabalho, de modo que sempre buscam melhorar. Eles procuram ter feedback constante de seus clientes e colegas para melhorar performance e apresentação. Esses pedidos de feedback podem ser feitos formalmente, por meio de pesquisas e questionários, ou informalmente, com uma conversa. A questão é que os bons analistas sempre querem melhorar, e sabem buscar ajuda e orientação para atingir esse objetivo.

Darrin Kerr, CFA é sócio na FK Partners, empresa de treinamentos em certificações financeiras, incluindo CFA, oferece cursos presenciais e online, além de cursos customizados na área de finanças, como Modelagem Financeira e Valuation. Apoia os estudantes que desejam estudar no exterior, com preparação de GMAT, GRE e SAT. Trabalhou anteriormente como Analista de Sell Side na Merrill Lynch e Morgan Stanley.

Dez reflexões do fundador da Easy Taxi sobre empreendedorismo e liderança

O mineiro Tallis Gomes, aos 27 anos, já é sócio de uma empresa com o valor de mercado de 1 bilhão de reais, criada por ele mesmo: a Easy Taxi, aplicativo de chamada de táxis. A empresa surgiu em junho de 2011, e desde a sua criação captou 145 milhões de reais em investimentos. O primeiro deles, em 2012, quando a empresa recebeu aporte de 10 milhões de reais da Rocket Internet, gigante alemã especializada em negócios online. Em 2014, a empresa se tornou a primeira startup brasileira a movimentar mais de 1 bilhão de reais em transações.

Daí para a presença em 35 países da América Latina, Ásia e África; 20 milhões de usuários; 400 mil táxis cadastrados, 172 escritórios e 1 300 funcionários, foi uma estrada longa, mas percorrida em altíssima velocidade. Tudo isso era inimaginável para os outros, que por diversas vezes não embarcaram na ideia do garoto da pequena Carangola, no interior de Minas Gerais, com apenas 35 mil habitantes. Não para Tallis, que vislumbrou a multinacional dominando o planeta quando bolou a Easy Taxi em um fim de semana.

Leia também: Especialista em coaching fala sobre formação de líderes e empreendedores

Tallis Gomes [Magnus Höij]

Aqui, ele compartilha reflexões que surgiram ao longo dessa trajetória de sucesso e podem ajudar outros empreendedores:

Hiperatividade

Minha mãe fala que eu não era muito fácil, que sempre fui uma criança muito hiperativa. Sou, de fato, já tratei isso alguns anos. Também era muito bagunceiro, arrumava problema. Então basicamente ela ficava com medo de me levar para as festinhas infantis porque ia fazer arte. Eu dava muito trabalho. Quebrava muito as coisas. Não conseguia prestar muita atenção na aula por conta da hiperatividade, mas tive notas boas.

Glamourização do empreendedorismo

Sou contra essa glamourização do empreendedorismo. Sempre teve gente vendendo cachorro quente na rua, picolé, mate na praia. Esses caras são empreendedores. Viram a necessidade deles e a oportunidade. É que agora ficou mais na moda falar que é empreendedor. Antigamente as pessoas tinham vergonha. Quando eu era moleque e falava que trabalhava as pessoas olhavam e… putz… Não era bem legal, não. ‘O cara é meio estranho’. Hoje em dia é super bonito falar que você incentiva os seus filhos a empreender, o que acho certo, mas aconteceu uma valorização.

Liderança

Na Namíbia, os líderes tribais não eram os mais fortes, os mais rápidos, ou os que caçavam melhor. Eram os mais inteligentes. E o que eles consideram inteligente na tribo é o que sabe direcionar as peças, ou seja, colocar o melhor caçador no lugar que tem mais caça etc. Ele era meio que o maestro. Tinha uma inteligência emocional diferente, lidava melhor com as pessoas da tribo. Tinha o respeito delas. Essa é uma característica do líder. Não necessariamente ele vai entender mais de BI, de marketing, ou de operação, mas sabe escolher as pessoas certas para executarem as tarefas e participar de todas as discussões, por mais que ele não conheça profundamente todo o assunto.

Timing

Tenho tenho certeza de que os driveless cars, os carros que dirigem sozinhos, vão tomar completamente as ruas daqui a 10, 15 anos. Mas, não faz sentido lançar uma agência com aplicativo focado nisso agora. Foi o que eu percebi com a E-Spartan, não adianta vender gamificação sendo que as pessoas nem sabem o que é isso direito, e as empresas nem usam mídia social. Eu estava muito à frente do meu tempo. É uma das principais dicas que eu dou: será que está na hora certa de lançar esse negócio? Tem mercado para ele?

Leia também: Já pensou em ter Luciano Huck como sócio?

Formação

Sempre fui muito autodidata. Estudava muito na internet. Por mais que tenha saído da faculdade, sempre me cobrei uma rotina de estudo – e até hoje faço isso. Tenho um conceito na vida que é estar 1% melhor todos os dias. A cada 100 dias você está duas vezes melhor. Às vezes você acha que não dá, mas se parar meia hora só para estudar uma coisinha, já fica 1% melhor.

Dados e estratégia

O Bernardinho é sinistramente freak com dados. Ele não toma nenhuma decisão sem ter uma planilha gigante – como que o time adversário ataca, qual é o melhor atacante, a defesa, a estatística. Ele monta a estratégia jogo por jogo baseada nisso. Aprendi que decisão não tem que ser tomada por feeling, mas por dados. Costumo dizer que tomar a decisão por feeling é o caminho mais prazeroso para o fracasso. No business e na vida, achismo não leva a nada. Você tem que ter dados que comprovam aquela hipótese e aí você toma e executa a ação. Assim que um bom gestor age.

Investimento

Fiquei seis meses atrás de investidor e meu business não andou nada. Quando deixei de procurar, virou a Easy Taxi. É muito importante focar na execução quando você tem um negócio à mão. Ninguém investe em ideia. O investidor investe em um negócio. O investimento só deve ser captado no momento em que você sabe o que fazer com o dinheiro.

Fracasso

Existe uma glamourização do fracasso, principalmente no Silicon Valley. Os caras lá veem isso como um mal necessário. Mas, na maioria das vezes, a verdade é que você não aprende nada. Não acho bonito ficar falando. Você está mandando mal, faliu empresas. Se falhar, precisa fazer o trabalho básico, olhar pra dentro, o que fiz de errado, o que posso melhorar. Acabei fazendo isso. Errei no timing. De fato, melhorei com a falha, mas a maioria das pessoas insiste no erro. A culpa não foi minha, foi do mercado, do funcionário. Mas no fim do dia a culpa é sempre sua.

Sócios

Meu maior aprendizado é que as pessoas que você traz para tocarem o negócio é que, basicamente, vão definir o futuro da companhia. Às vezes, você tem que abrir mão de algo e ficar com 20% de uma companhia que vale alguns milhões. É melhor do que 100% de uma que não vale nada. Além da qualidade técnica, o sócio tem algo que é deal breaker: caráter.

O que é melhor: uma boa ideia ou um bom espírito empreendedor?

Se você traduzir espírito empreendedor como competência técnica, acho melhor um empreendedor melhor do que uma boa ideia. Um grupo de bons empreendedores com uma ideia ruim transforma isso em negócio, e a ideia acabaria ficando boa. Um grupo de empreendedores ruins com uma ideia genial no máximo viraria um bom planejamento, não um negócio – a Easy Taxi em 2011. Gente ruim não executa, só consegue pensar coisas legais. Gente boa geralmente executa, faz o negócio acontecer.

Leia também: Conheça os jovens executivos que estão reinventando a indústria financeira

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT 

Como funciona o Imersão, programa de decisão e preparação de carreira do Na Prática

Imersão Fundação Estudar
Imersão Fundação Estudar

“O Imersão me possibilitou quebrar alguns paradigmas sobre a vida profissional e foi um divisor de águas no meu início de carreira”, conta o estudante Thomas Coelho, que participou do Imersão Gestão Empresarial, em 2014.

O Imersão, programa de preparação e decisão de carreira do Na Prática, dá aos jovens a oportunidade de conhecer o dia a dia de profissionais em diferentes áreas de atuação e explorar as principais possibilidades de trabalho em cada uma delas. As inscrições para as edições de 2015 – cada uma sobre um mercado de trabalho específico – já estão abertas e podem ser realizadas aqui.

“A grande novidade que o programa traz este ano é ampliar as temáticas das edições e as cidades que vão receber o programa”, diz Ailton Cunha, responsável pelo Imersão. Se no ano passado todas as edições ocorreram na cidade de São Paulo, em 2015 outras cinco capitais também vão receber o evento: Belo Horizonte, Florianópolis, Rio de Janeiro, Recife e Brasília.

As edições Gestão Empresarial, Mercado Financeiro, Gestão Pública, Consultoria e Empreendedorismo, de 2014, são mantidas, e serão incluídas as temáticas Impacto SocialCiência e Tecnologia, Educação e Jurídico.  “A ideia é aumentar o número de jovens que têm acesso aos nossos programas. Percebemos que há uma demanda para isso nas edições anteriores”, afirma Ailton.

Clique aqui para saber mais e realizar a sua inscrição no Imersão

Imergir O objetivo do programa é ajudar os jovens a tomar decisões de carreira de maneira mais assertiva e mais embasada, para que possam aproveitar melhor o seu potencial e desenvolver uma carreira de alto impacto.

Durante o evento, que tem duração de três dias, é possível conhecer melhor as oportunidades de carreira e entender como funciona o dia a dia dos profissionais, por meio de bate-papo com funcionários, atividades mão na massa e até mesmo conversas com grandes líderes, referências em sua área. Os participantes também têm a chance de estar dentro das empresas – por meio de visitas guiadas – para entender, na prática, como é o trabalhar lá.

Para Ailton, um diferencial do Imersão é o protagonismo dos participantes. “São os jovens que dão o tom do Imersão, através das perguntas e questionamentos que eles podem fazer aos profissionais e especialistas da área.” Embora também tenha paineis e apresentações, o programa é baseado na troca e na interação entre todas as partes.

Missões Antes dos três dias de encontro presencial que marcam o ápice do programa, são realizadas atividades online pré-evento, chamadas de “missões”. “A ideia é os participantes já irem entrando no clima do que está por vir, aprendendo mais sobre aquela área para chegarem mais preparados no evento. Ao mesmo tempo, vão conhecendo os outros jovens de alto potencial selecionados pela nossa equipe”, explica Ailton.

Se o programa começa antes do encontro, também não termina quando todos voltam para casa. Ao reunir muita gente boa em um mesmo lugar, o Imersão representa uma excelente oportunidade de networking e possibilita a formação de uma rede de jovens de alto potencial que continua em contato entre si e com a equipe da Fundação Estudar.

Pra quem? O foco do programa são jovens universitários ou recém-formados, mas também pode ser uma boa oportunidade para quem está no início da trajetória profissional e pensa em mudar de carreira.

Para Ailton, quem participa do programa logo no começo da faculdade já sai na frente. “Claro que quem está no início da graduação não precisa bater o martelo tão cedo sobre a função exata que vai querer exercer. Mas já pode ter uma ideia melhor do mercado em que quer atuar e, a partir daí, procurar estágios naquela área, buscar um orientador que entenda do assunto ou mesmo fazer pesquisas”, afirma.

Este ano, as inscrições serão avaliadas conforme forem submetidas pelos interessados – e não de uma vez só, como ocorreu nas edições anteriores. Dessa forma, quem se inscreve antes tem mais chance de ser selecionado para participar, já que as vagas são limitadas!

Clique aqui para saber mais e realizar a sua inscrição no Imersão

10 livros que todo empreendedor deve ler

Empreendedores que desejam crescer e melhorar o seu negócio também precisam reservar um tempo para ler e investir na formação contínua. Muitas empresas já passaram pelos mesmos problemas e algumas soluções podem ser encontradas em livros.

Com a ajuda de Fernando Rivera, da Start You Up Accelerator, e Luiz Guilherme Manzano, da Endeavor, EXAME.com listou dez obras que todo dono de uma pequena empresa ou startup deveria ler neste ano.

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1. Dobre Seus Lucros, de Bob Fifer

Nesta obra, o autor mostra que é possível dobrar seus lucros e cortar custos sem ter que sacrificar o valor da sua empresa. Por meio de análises de mais de 100 empresas norte-americanas, ele ensina como reduzir os desperdícios, aumentar a produtividade e motivar seus vendedores. (Editora Agir, a partir de R$24,90)

2. Growing Pains, de Eric G. Flamholtz e Yvonne Randle 

Muitos empreendedores sofrem quando o negócio está crescendo e acabam um pouco perdidos com a situação. Os autores têm como principal objetivo auxiliar nas principais dores de crescimento das empresas. Com exemplos de casos de empresas, o leitor poderá aprender a importância do planejamento estratégico e como antecipar erros. (Editora Jossey-Bass, a partir de US$46)

Leia também: 10 cursos rápidos que mudam a vida de um empreendedor

3. Grow to Greatness, de Edward D. Hess

Como crescer e criar valor no mercado? A obra trata dos desafios do crescimento de uma startup, mas também foca no desenvolvimento do empreendedor. O dono da empresa pode ser o principal gargalo para o crescimento ou assumir o papel de líder de um grande negócio. (Editora Stanford Business Books, a partir de US$19)

4. O Empreendedor Viável: uma mentoria para empresas na era da cultura startup, de André Telles e Carlos Matos

Por que algumas empresas falham e outras conseguem ter sucesso? Neste livro, os autores mostram que há um conjunto de variáveis que definem o sucesso de uma startup. O principal é a paixão que o empreendedor tem pelo negócio, mas outros fatores como equipe e mentores também são essenciais. (Editora Leya, a partir de R$ 24,90)

5. O Investidor Inteligente, de Benjamin Graham

A obra é um best-seller com mais de um milhão de cópias vendidas e é um guia prático de como ganhar dinheiro na bolsa. O prefácio deste livro foi escrito pelo empresário bilionário Warren Buffet. É indicado para empreendedores que desejam aprender mais sobre educação financeira, como funciona o mercado de ações e investimentos. (Editora Nova Fronteira, a partir de R$ 20,86)

6. O Poder do Hábito, de Charles Duhigg

A chave para perder peso, educar os filhos ou aumentar a produtividade da sua empresa está no hábito. Segundo o autor, ao descobrir como os seus hábitos funcionam é possível mudar a maneira como as coisas são feitas. “Entendendo o poder dos hábitos, o empreendedor pode prever as respostas das pessoas com quem interage e do público alvo. Esse livro auxiliará bem nesse processo”, afirma Rivera. (Editora Objetiva, a partir de R$44,90)

7. Repeatability: Build Enduring Businesses for a World of Constant Change, de Chris Zook e James Allen

Com base em um estudo com mais de 200 companhias, os autores mostram que empresas bem sucedidas não mudam o seu plano de negócios radicalmente. Eles constroem um modelo que permite mudanças rápidas. Para Manzano, o livro tem uma leitura didática com exemplos que podem auxiliar empreendedores a lidar de forma simples com a complexidade do mundo atual. (Editora Harvard Business Review Press, a partir de US$22,50)

Leia também: 7 dicas do fundador do PayPal para inovar nos negócios

8. The Founder’s Dilemmas, de Noam Wasserman

A obra funciona como um guia para quem busca soluções, pois expõe os principais dilemas de um empreendedor. Donos de pequenas empresas ou startups precisam tomar decisões a partir do momento que escolhem empreender, desde a escolha do sócio até o nome da sua empresa. Além disso, ajuda empresários a preparem seus negócios para o futuro. (Editora Princeton University Press, a partir de US$12,58)

9. #VQD – Vai que Dá!, de Joaquim Castanheira (organizador)

A obra reúne cases de dez empreendedores brasileiros e mostra quais foram os principais desafios para realizar seus sonhos. Cada capítulo conta a história de uma empresa selecionada pela Endeavor e também mostra a visão do mentor do negócio. (Editora Portfolio-Penguin, a partir de R$29,90)

10. De zero a um: O que aprender sobre empreendedorismo com o Vale do Silício, de Peter Thiel 

Como fazer algo novo e inovador? O livro é indicado para todos os tipos de empreendedores, não só os donos de startups, e mostra outra maneira de pensar sobre a inovação. É preciso aprender a fazer as perguntas certas que levam a lugares inesperados. O autor da obra é Peter Thiel, empreendedor e investidor, mais conhecido como fundador da Paypal. (Editora Objetiva, a partir de US$ 16,50)

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Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com 

Riachuelo na prática: por dentro do ambiente de trabalho na sede da empresa

Arara de roupas da Riachuelo

A rede de fast fashion brasileira Riachuelo possui 257 lojas em todo o país, além de dois parques industriais e três centros de distribuição. Ao todo, ela emprega cerca de 40.000 pessoas.

A empresa pertence ao grupo Guararapes, que abarca também um banco próprio (a Midway Financeira), um centro de compras (Midway Shopping, em Natal-RN) e uma companhia de logística (a Transportadora Casa Verde).

A sede da Riachuelo, em São Paulo, é o seu cérebro. Além de abrigar as funções administrativas, é no local que são criados os produtos (desde a confecção das estampas até o desenho das peças e escolha dos tecidos) e definida identidade das lojas, por exemplo. Conheça um pouco mais sobre o ambiente de trabalho:

Leia também: Veja a rotina de uma estilista que coordena marcas na Riachuelo

Espaço

A sede da Riachuelo fica no bairro da Casa Verde, na zona Norte da capital paulista, desde 1979.

Equipe

No prédio, de 42.319 metros quadrados, trabalham aproximadamente 1.350 funcionários.

Vitrine

Na entrada da unidade, há uma vitrine com as principais novidades que já estão disponíveis nas lojas.

Estilo

O andar onde ficam os setores comercial, de estilo, planejamento e importação tem os espaços de trabalho mais descolados da empresa. O local é repleto de figuras, cores, e produtos fabricados e vendidos pela Riachuelo.

Estampas

Todo o processo de desenvolvimento das roupas da companhia, que antecede a fabricação, é feito na sede. Na foto, as designers criam estampas que serão tema das próximas coleções da rede.

Grafite

No final de 2013, o grafite foi tema das peças criadas pela empresa. Para que as estampas ficassem perfeitas, bem parecidas com uma arte urbana real, os profissionais fizeram suas criações nas paredes externas da matriz antes de levá-las para os tecidos.

Identidade visual

Na sede trabalham também os designers que desenvolvem as peças gráficas da companhia.

Marketing

Nas salinhas de vidro do setor de marketing, ao fundo, de frente para suas equipes, ficam os gerentes de cada seção. Assim eles podem acompanhar de perto o trabalho do time todo.

Leia também: Entenda melhor as oportunidades na indústria do varejo

Inspiração

Na sede também são desenhadas as peças e escolhidos os tecidos, cores e materiais nos quais as roupas serão produzidas. Na foto, é possível ver as referências usadas no desenvolvimento da coleção de outono-inverno 2015, que já está chegando às lojas. No fundo, estão as peças prontas.

Peças e mais peças

Por abrigar o processo de criação do produtos, o lugar é recheado de roupas, calçados e acessórios por todos os cantos. Nem todos os itens que aparecem na imagem, porém, são ou serão vendidos pela Riachuelo. Muitos deles estão em fase de aprovação e nem todos vão ser selecionados para chegar às vitrines. No canto direito, o quadro mostra as peças escolhidas para a próxima temporada.

Mini loja

Toda a identidade visual da Riachuelo é criada na sede. Por isso, uma réplica dos ambientes das lojas é desenvolvida na matriz a cada coleção, com o objetivo de testar a disposição dos produtos e a decoração.

Comando

Em um outro andar da empresa, fica a sala do presidente, Flavio Rocha. Ele é herdeiro do fundador e presidente do Grupo Guararapes, Nevaldo Rocha. Pela decoração de seu escritório dá pra notar em qual empresário ele se inspira – além do pai, é claro.

Administração

Junto da sala da presidência ficam as diretorias comercial, de expansão, a superintendência e a vice-presidência da empresa. A foto registra a recepção dessas salas da administração. Ela já está adesivada com a nova identidade visual da companhia, que iniciou uma reformulação (inclusive de logomarca) em 2013. Os murais da sede estão sendo substituídos gradualmente.

Fornecedores

Há ainda na empresa 23 salinhas usadas para receber fornecedores. Em média, 100 parceiros passam pela companhia por dia.

Restaurante

Há cerca de dois anos, a Riachuelo decidiu assumir a operação de seu restaurante, que antes era terceirizada. Por dia, cerca de 1150 refeições são servidas. Os funcionários podem se sevir à vontade e é descontado na folha de pagamento um valor simbólico de aproximadamente R$ 4. Nas segundas, quartas e sextas-feiras, há a opção “prato do chefe”, que conta com ingredientes especiais.

Café

Além do restaurante, há áreas de café e uma lanchonete na matriz da companhia.

Almoxarifado com cara de CD

Até 2001, a Riachuelo tinha apenas um centro de distribuição (CD), e ele ficava junto da sua sede. Com a expansão, a empresa precisou inaugurar outros três – um em Guarulhos (SP), um Natal (RN) e outro em Manaus (AM). Juntos, os três têm 141.680 metros quadrados, área mais de dez vezes maior do que a do antigo, em São Paulo, de 11.800 metros quadrados, que foi transformado em almoxarifado. Hoje o espaço é usado para armazenar peças que vão para as lojas da companhia, como manequins e objetos de decoração.

Relax

Desde 2012, a empresa mantém, ao lado do restaurante, uma área de convivência ao ar livre. A área de convivência é bastante usada pelos colaboradores após o almoço, para descansar, bater papo e jogar cartas e jogos de tabuleiro.

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com 

Estagiários da Ambev: Descubra o que você precisa para trabalhar na maior empresa da América Latina

Garrafas de cerveja Ambev

A Ambev está com inscrições abertas para o Programa de Estágio 2015. As oportunidades são para alunos do penúltimo e último ano de diversos cursos de graduação, com vagas em todos os estados brasileiros.

Empresa com maior valor de mercado da América Latina, a Ambev tornou-se também parte da maior cervejaria do mundo após a associação com a belga Interbrew, formando a AB InBev. “O estágio na Ambev me ajudou a decidir o que eu queria da vida. Parece conversa de bar, mas me encontrei na cerveja”, brinca Stella Brant, que começou como estagiária e hoje é gerente de Marketing da companhia.

Leia também: Dicas para passar no recrutamento da Ambev

Gestão de talentos dos Estagiários da Ambev

Conhecida pela habilidade de identificar e recrutar talentos, investindo na retenção e crescimento de seus funcionários, a Ambev aparece entre as dez melhores empresas para formar líderes no Brasil, segundo lista elaborada pela consultoria Hay Group.

A companhia busca jovens que tenham proatividade, dinamismo, capacidade analítica, senso de priorização e organização, espírito empreendedor, liderança, adaptabilidade e que gostem de desafios. “Nossa ideia é treinar e desenvolver os estagiários para serem efetivados”, explica Mariana Engelman, gerente nacional de Recrutamento e Seleção.

O estagiário terá a missão de desenvolver projetos de melhoria em sua área de atuação, com suporte da equipe e dos gestores, e que depois são apresentados para o diretor do setor.

“O dia a dia de um estagiário basicamente consiste em realizar as atividades relacionadas ao projeto que você ganha quando começa, e ajudar toda sua área nas mais diversas atividades”, explica Fernando Vilela, atual estagiário. “Você está constantemente em contato com outras áreas, e com importantes lideranças da companhia, possibilitando uma visão global do negócio, e uma exposição e autonomia que poucos lugares permitem. Mesmo sendo um estagiário, você possui logo de cara muita autonomia para tocar seu projeto”, ele defende. Para Fernando, seu maior desafio no estágio, além de aperfeiçoar e ganhar novas habilidades, é dar “200% do seu máximo para entregar o melhor projeto”.

Leia também: Por dentro da área de marketing de inovação na Ambev

Fit cultural

Em bate-papo com o Na Prática, o empresário Jorge Paulo Lemann comentou, sobre a cultura em suas empresas: “Nossa cultura virou uma cultura própria, mas é uma mistura de culturas que nós vimos em vários lugares, e virou essa nossa ideia de meritocracia, das pessoas se sentirem donas da empresa, de avaliar as pessoas constantemente”. De fato, a cultura Ambev está bastante associada a sonhar grande, ter brilho no olho e foco em resultados.

“O que buscamos são pessoas que têm fit cultural com a gente. Não importa se tem experiência profissional ou não, por exemplo. O mais importante é ter brilho nos olhos e se encaixar em nossa cultura”, explica Mariana. Ela aconselha o candidato a estudar sobre a cultura da empresa para qual está aplicando. “Não existe empresa melhor ou pior, existem empresas que se encaixam ou não no que você busca”, conclui.

“A experiência durante o estágio foi crucial não só para minha contratação efetiva na Ambev, que sempre foi meu principal objetivo de curto prazo, mas, principalmente, para minha carreira como um todo. Nesses meses, tive oportunidade de lidar com gente boa, gente que sonha grande e busca desafios ainda maiores, assim como eu. Poder perceber o fit cultural desde cedo e ter a oportunidade de conhecer diferentes áreas da empresa foram determinantes nessa trajetória, além de ter contado com treinamento periódico e mentoring”, relata Lucas Garcia de Carvalho, que também participou do programa de estágio.

Leia também: VP de Gente e Gestão da Ambev conta como conseguiu crescer dentro da empresa

Processo seletivo

Os interessados devem se cadastrar aqui, e deverão realizar testes online de inglês, português, raciocínio lógico e fit cultural. As próximas estapas consistem em dinâmicas e entrevistas. O programa tem duração de até dois anos e oferece bolsa auxílio, refeição, transporte da empresa e possibilidade de efetivação. A seleção dos candidatos será feita por cada unidade regional da companhia. As contratações ocorrem duas vezes ao ano (uma em cada semestre), mas as inscrições podem ser feitas durante o ano todo.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

É possível conciliar impacto social com uma carreira de sucesso no mercado financeiro?

Voluntários da ONG Um Teto Para Meu País
Um teto para o meu país

Cristiane Pedote, 45, tem um momento do qual se lembra em todas as suas formas, cores e detalhes. Em 2011, depois de receber um convite do filho mais velho, Lucas, passou dois dias dormindo no chão de uma escola pública para construir uma casa para uma família carente. “A sensação que tive quando voltei para o meu lar foi quase como se estivesse num portal, numa outra dimensão. Fiquei muito abalada. Foi aquele choque entre estar na miséria e, de repente, estar no conforto, e pensei: ‘Só posso estar vivendo num outro planeta’”, conta.

Por meio da ONG TETO (Um Teto para o meu País), que constrói casas emergenciais para pessoas em situação de pobreza extrema, a economista ficou imersa na comunidade de Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo, e pôde perceber que tamanha era a sua vontade de fazer mais pelo próximo. O melhor? Ela tinha o poder em suas mãos.

Trabalhando há 12 anos como diretora em uma instituição de investimentos no Brasil (a política interna não permite a divulgação do nome do local), Cristiane soube que poderia não só ajudar a mudar o mundo, mas também a espalhar consciência em relação ao empoderamento das mulheres no universo corporativo. Ela sentiu, após a experiência no Teto, que um bom cargo numa boa empresa não era o suficiente.

Seu desejo por desafios e aprendizado era maior. Sua vontade de fazer um trabalho mais humano e de transformar a vida das pessoas cresceu tanto quanto a sua relevância no setor financeiro. É por isso que, depois de passar por postos de vice-presidência em bancos como o J.P. Morgan e o Goldman Sachs, agora se dedica a uma função que ela admite ter “customizado”. No LinkedIn, auto-intitula-se “embaixadora institucional”.

“O Teto foi uma quebra de paradigmas. Depois de 10 anos no meu atual emprego, em 2011, percebi que existia um mundo lá fora, que tinha muita acontecendo. Queria tirar um sabático para estudar, para entender as dinâmicas da rede, os processos criativos de cocriação, então pedi demissão”, conta ela. O pedido não foi aceito. Seu gestor, no entanto, lhe ofereceu tempo (foram três meses de licença sem remuneração) e carta branca para sugerir mudanças em seu trabalho na volta.

Leia também: Conheça os jovens executivos que estão reinventando a indústria financeira

Voluntários da TETO atuando em Osasco, São Paulo [reprodução]

E ela pensou. Queria ser uma espécie de porta-voz do bem. E virou. “Percebi que sendo uma agente de mudança dentro de uma instituição grande, eu teria um poder maior do que se tentasse fazer isso sozinha, como pessoa física. Agora me considero uma ativista que está dentro do sistema. Um sistema aberto a esse olhar”.

Hoje, Cristiane está à frente de grandes parcerias, como uma com a Unicef, em que o banco de investimentos onde trabalha patrocinou um programa de capacitação de educadores que já beneficiou 1 600 jovens. Ela também faz parte do Women Corporate Directors, uma organização mundial em que mulheres ampliem sua rede de contatos e abram portas para outras mulheres ocuparem cargos de gerência e também distribui, através de workshops e palestras, uma mensagem de incentivo a elas, como ela conta:

“As mulheres não percebem o seu poder porque estão separadas. O que faço é discutir isso, trazer consciência de que elas se veem como sexo frágil, mas que isso é um mito imposto, histórica e culturamente, que cabe a gente quebrar.”

Leia também: Saiba como é a cultura do banco americano Goldman Sachs

Cristiane prossegue: “O que a gente busca com isso não é competição com os homens. Não tem por quê competir. Por que, ao invés disso, não criarmos juntos?”. Natural de São Paulo, ela passou a infância e a adolescência dividida entre a cidade de Sorocaba, no interior do estado, e Brasília, no Distrito Federal, onde o pai conseguiu, quando ela ainda tinha 5 anos, um trabalho no Banco Central do Brasil. Também dividiu seus estudos entre escolas públicas e particulares (chegou até a estudar num colégio de freiras). Aos 16, foi selecionada para um programa de intercâmbio nos Estados Unidos.

“Foi muito rico. Eu não tinha inglês nenhum. Foi a base de muita coisa. Nesta época, o inglês fluente abriu para mim as portas do mundo profissional. Eu não teria o sucesso que tive sem essa passagem”, diz.

De volta ao Brasil, queria independência financeira. Não queria depender de marido, queria ter sua própria grana, queria sair do interior e queria morar em São Paulo. Correu atrás das metas. Ingressou na faculdade de Economia da USP, e ali conheceu o marido, Eduardo. Engravidou de Lucas, o primogênito, seis meses depois de começar a namorar, aos 19. A gravidez não planejada inicialmente chocou a família, mas, mais tarde, a única manifestação seria mesmo a de total apoio. “Nós dois já trabalhávamos e, naquela época, o salário dos estágios dava para pagar aluguel e bancar a casa. Nos viramos”, conta. No quarto ano do curso, mais uma gravidez: dessa vez de João Paulo, o mais novo.

Cristiane Pedote [reprodução]

Aos 22, Cristiane conseguiu seu primeiro emprego, na J.P. Morgan, na área de controladoria. Foi contratada para cuidar de um projeto, mas se saiu tão bem que acabou efetivada. Era questionadora: olhava as notas apresentadas e via que muita coisa não fazia sentido. Investigava, descobria e agregava valor. Assim, teve um rápido avanço: foram nove anos na empresa, sendo que aos 27 ela já havia se tornado gestora. Saiu depois de o banco ser vendido e de perceber que o choque cultural era algo muito grande para se lidar.

Não demorou até ser admitida em outro banco. Aos 30, tornou-se vice-presidente no Goldman Sachs, coordenando uma equipe de oito pessoas. A princípio, o convite foi para que Cristiane ajudasse a trazer o banco ao Brasil. “Eu ficaria em Nova York por quatro meses, trabalhando lá, montando o planejamento, para depois voltar e implementar aqui. Conversei com meu marido e ele disse que fazia sentido. Ele ficou aqui com os meus filhos, que tinham 10 e 11 anos, e parti para os EUA.

O atentato de 11 de setembro O combinado era ficar quatro semanas do mês lá e uma aqui, por causa da minha família. Comecei em março de 2001. As coisas foram mudando com o tempo. Eles reviram a planilha de custos e tiveram que cortar viagens após um tempo. O que seriam quatro semanas, se tornaram seis. Era pra eu ficar lá quatro meses, mas fiquei nove. Isso foi gerando um estresse muito grande. E aí veio o atentado de 11 de setembro”, lembra.

Cristiane estava no Brasil, passando o feriado de Sete de Setembro quando o ataque às torres gêmeas aconteceu. O prédio onde trabalhava em Nova York ficava há quatro quadras do coração econômico dos Estados Unidos. No mesmo dia, ela ligou para o chefe dizendo que não mais voltaria – e ele a coagiu a retornar, mesmo em meio ao caos.

Assista ao bate-papo do Na Prática com José Berenguer, presidente do J.P. Morgan no Brasil

“Voltei para Nova York dia 20 de setembro. No avião, da United Airlines, mesma companhia das aeronaves jogadas contra as torres, tinham apenas 12 pessoas a bordo. A classe econômica estava toda vazia. Eu estava super insegura, porque na época falavam que ainda teriam mais atentados. A cidade estava em estado de sítio. Então tinha policial com metralhadora, acesso à Downtown bloqueado, cheiro de carne queimada nas ruas… Foi muito, muito difícil”, conta.

Por conta dos ataques, o banco ficou sem prazo para que a filial brasileira fosse enfim aberta. Cristiane voltou a conversar com o chefe, ameaçando se demitir caso ele não a colocasse num projeto de, pelo menos, dois anos de duração, para que ela pudesse levar o marido e os filhos para morar com ela no país. Ele não aceitou. Permitiu, porém, que ela tirasse uma licença de três meses. Cristiane tirou, mas voltou decidida a se demitir.

Em 2002, aceitaria um novo trabalho em banco. A proposta era para coordenar um projeto de transformação. Cristiane ia transformar um banco comercial em um banco de investimentos no Brasil. O fez. Foi promovida dois anos depois, aos 34, e virou diretora novamente. Continuou a se destacar em sua missão de deixar o que já estava bom melhor ainda.

Faz isso até hoje, conhecendo e investindo em projetos com grande relevância social. Com excelência profissional, Cristiane levanta a bola de que todas as empresas podem contribuir para mudar o mundo.

“Basta ser uma instituição que acredita em seu potencial e que não limita seus funcionários. Comigo, foi uma troca de confiança e investimento”, diz, em tom de agradecimento. São histórias desse tipo, de pessoas em empresas que incentivam seus funcionários a serem mais que números e a se libertarem das suas “bolhas”, que a gente se interessa e quer contar.

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT 

Fundação BRAVA: o sonho grande de melhorar a gestão pública no Brasil

Miriam Ascenso

Desde o início da faculdade, Miriam Ascenso esteve envolvida com o tema de gestão. Primeiro à frente da empresa júnior do curso de Relações Internacionais da Trevisan Escola de Negócios, em São Paulo. Depois, como embaixadora da Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores) na Europa. Também fez parte da primeira leva de embaixadores CHOICE, rede de universitários engajados em negócios sociais promovida pela Artemisia. E participou do Laboratório, programa de jovens lideranças da Fundação Estudar.

Esse engajamento em entidades estudantis e atividades extracurriculares lhe proporcionou ter experiências práticas profissionais muito cedo e se aproximar de muitas pessoas inspiradoras nesse caminho. E foi através delas que conheceu a Fundação BRAVA – uma organização familiar sem fins lucrativos que apoia líderes transformadores comprometidos com o desenvolvimento do Brasil – da qual é hoje gerente de projetos, aos 26 anos.

História da Brava

Criada em 2000, a equipe que faz a BRAVA funcionar é enxuta: são sete pessoas, egressas de cursos como Economia, Administração de Empresas, Gestão Financeira, Engenharia de Produção e Administração Pública. Seu foco é gerar impacto social através da melhoria da gestão pública. Mas a atuação da organização acontece nos bastidores: seu papel é articular parceiros experientes do setor privado a fim de viabilizar e disseminar soluções inovadoras que consolidem a cultura de gestão no Estado e gerem resultados para o Brasil.

Leia também: ‘Gestão não tem ideologia’, diz Vicente Falconi

Ao longo dos últimos anos, a organização apoiou mais de 30 projetos em administrações municipais e estaduais brasileiras – trazendo melhorias para áreas como educação, segurança, gestão e equilíbrio fiscal. Por meio deles, impactou mais de 7 milhões de pessoas diretamente e 100 milhões indiretamente, além de gerar 15 bilhões de reais entre ganhos e economias para o setor público brasileiro – segundo dados da própria fundação.

Todo seu esforço envolve a promoção, dentro do setor público, de valores comuns no dia a dia de empresas privadas – como meritocracia, foco em resultado e um sonho grande desafiador que faça todos remarem na mesma direção. Há mais de três anos na organização, Miriam não tem dúvidas: uma gestão pública eficiente pode transformar Brasil. “O gestor público trabalha tão preocupado em apagar incêndios e resolver questões urgentes, que acaba tendo dificuldades de priorizar análises de longo prazo”, diz.

Legado da BRAVA

E é aí que a BRAVA e a própria Miriam pretendem deixar um legado. “Há uma preocupação grande para a evolução das competências dos funcionários públicos, já que o que nós queremos é aumentar o alcance do impacto da organização sem precisar estar lá”, diz. Ela explica que um dos desafios da BRAVA está na continuidade e na longevidade da mudança de cultura no setor público. “Nossos projetos buscam envolver gestores públicos de carreira em todo o processo e institucionalizar os avanços.”

Leia também: Será que a carreira pública está alinhada aos seus objetivos?

Recentemente, Miriam esteve envolvida de perto no desenvolvimento do portal Meu Município – que organiza e disponibiliza, de forma bem simples, dados sobre as finanças públicas dos municípios brasileiros, provenientes da Secretaria do Tesouro Nacional e do IBGE. Os principais objetivos do site são dar transparência às contas municipais, estimular a participação do cidadão no acompanhamento dos orçamentos públicos e estimular o gestor público a desenvolver políticas públicas cada vez mais eficientes e de melhor qualidade para o cidadão. “Buscamos disseminar e inspirar boas práticas através de projetos como esse”, diz.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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