“Venture capital é recente no Brasil e vem evoluindo bastante nos últimos anos”, diz Renato Farias, 24 anos, sobre o mercado em que trabalha. Também chamado de capital empreendedor ou capital de risco, venture capital é um tipo de investimento que consiste na compra de participação acionária em empresas inovadoras de pequeno e médio porte, de capital fechado, em um estágio inicial de desenvolvimento e com alto potencial de crescimento.

A compra dura um período pré-determinado, em que se espera que a empresa cresça, e então o investidor pode vender sua parte acionária com ganhos. Em resumo, isso é o que faz a DGF Investimentos, empresa em que Renato trabalha em São Paulo. Ele se dedica à gestão de fundos de investimento em suas participações em empresas de tecnologia.

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Trajetória profissional

Quando estava na faculdade de Administração da Fundação Getúlio Vargas, Renato pensava em duas opções de carreira: empreender ou ir pro mercado financeiro. Optando, primeiro, pelo empreendedorismo, ele criou com quatro amigos o Catarse, plataforma de crowdfunding.

“Quando chegou o período de estagiar, acabei abandonando o projeto e fui trabalhar num fundo de investimento”, conta. “Talvez tenha feito uma besteira, não é?”, ri, fazendo referência ao sucesso atual do Catarse. “Os outros sócios tinham como propósito principal fomentar a cultura, e eu estava mais preocupado com o retorno financeiro.”


Renato Farias [foto: Cecília Araújo]

Depois de ter uma experiência de estágio no mercado financeiro, a paixão pelo empreendedorismo voltou a bater, e Renato abriu uma empresa de flores. Tampouco deu muito certo. “Aprendi na prática que para empreender é preciso amar o que faz – e eu definitivamente não gosto de flores!”

Mesmo assim, ele destaca que aprendeu muito com essa experiência, e o conhecimento adquirido nesse período é bastante útil quando se investe em negócios. “Hoje, trabalho com empreendedores que estão precisando de capital para alavancar sua empresa”, conta. A DGF Investimentos tem cinco investimentos atualmente.

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Como funciona o venture capital

A DGF não investe em projetos pré-operacionais, como fazem as aceleradoras ou investidores-anjo, mas em empresas que já existem e funcionam. Renato conta que o principal critério ao escolher uma empresa para investir é o empreendedor. “Se ele for bom, mesmo que a empresa seja pequena, sabemos que vai levar o negócio adiante”, diz. “Divido meu tempo entre analisar novas empresas e ajudar as empresas investidas.”

Há algumas maneiras de a DGF chegar até um negócio para investir. “Pode ser que a própria empresa, futura investida, mapeie fundos de venture capital e chegue até nós. Outro caso que pode ocorrer é uma incubadora, aceleradora ou investidor-anjo nos conhecer e apresentar a uma empresa em que já investiu antes. Também temos uma rede de contatos de investidores que pode nos sugerir uma empresa para investir. E nós podemos ainda mapear empresas interessantes pesquisando por setor, por exemplo”, explica.

Depois de um primeiro contato e interesse, ainda é feita uma minuciosa pesquisa que envolve a busca de competidores para entender o mercado. A própria empresa conta sobre seus concorrentes e, assim, a DGF se previne de fazer uma aplicação “furada”.

“Aceleradores são importantíssimos para o venture capital, porque investem no momento inicial e dão todo um suporte para que depois possamos investir”, afirma Renato. Os aportes podem variar de 2 a 10 milhões de reais, e o fundo pode funcionar por até dez anos. A expectativa é de que a DGF entre numa empresa e ajude na administração por cinco anos, tempo esperado de crescimento. “Não costumamos comprar a maior parte da empresa, para que o empreendedor continue motivado a cuidar dela”, acrescenta.

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Perfil de quem trabalha na área

Para Renato, o mais importante para quem quer trabalhar com venture capital é ter gana pelo negócio. “Os profissionais normalmente são pessoas graduadas em administração, engenharia e economia. Mas a área é democrática, e costuma estar de portas abertas”, diz. “Ainda são poucos os fundos de venture capital no Brasil. A boa notícia é que recebemos currículos mesmo sem estar com vagas abertas. Se aparece alguém com um bom perfil para a empresa, por que não contratar?”

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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