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Dez livros que os alunos de Harvard leem sobre liderança

Livros abertos

Com tantas opções de livros de negócios para escolher, fazer uma pesquisa online extensa em meio a tantas descrições e comentários pode levar tempo demais. E talvez você prefira gastar esse tempo, na verdade, lendo algum livro.

Leia também: Veja os livros recomendados pelos professores da Harvard Business School

Para ajudá-lo com isso, vasculhamos os programas de curso de várias disciplinas oferecidas pela Harvard Business School, uma das escolas de negócios mais pretigiadas do mundo, e selecionamos dez títulos. Em vez de economia, marketing, ou melhores práticas gerais de negócios, a maior parte dos livros abordam a temática de liderança. A verdade é que, de um jeito ou de outro, é preciso ser um líder bom e inspirador para ter uma carreira de sucesso no mundo dos negócios.

Os livros de Harvard

Veja a seguir o que os alunos de Harvard devem ler sobre liderança:

A More Beautiful Question: The Power of Inquiry to Spark Breakthrough Ideas
de Warren Berger

 

True North: Discover Your Authentic Leadership
de Bill George

 

Talent on Demand
de Peter Cappelli

 

The Arc of Ambition
de James Champy e Nitin Nohria

 

Pour Your Heart Into It: How Starbucks Built a Company One Cup at a Time
de Howard Schultz 

 

Unleashing Innovation: How Whirlpool Transformed an Industry
de Nancy Tennant Snyder e Deborah L. Duarte

 

Made to Stick: Why Some Ideas Survive and Others Die
de Chip Heath e Dan Heat

 

Blue Ocean Strategy: How to Create Uncontested Market Space and Make Competition Irrelevant
de W. Chan Kim e Renée Mauborgne

 

Scaling Up Excellence: Getting to More Without Settling for Less
de Robert Sutton e Huggy Rao

 

Data Science for Business
de Foster Provost e Tom Fawcett

O desafio de inovar junto ao governo

geradores de energia eólica

Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alessandro Gardemann teve uma passagem intensa pelo mercado financeiro antes de se tornar sócio-fundador da Geo Energética. Aqui, ele conta como uma parceria de inovação com o governo pode ser complicada, porém compensadora:

Foram vários obstáculos até que a GEO Energética desenvolvesse uma tecnologia única e inovadora para geração de biogás energético renovável em larga escala. Não tínhamos conhecimento de linhas de financiamento disponíveis e as pesquisas na área eram muito iniciantes. Foram mais de dez anos investindo em pesquisas e produção de biogás – tudo com recursos próprios. Uma aposta arriscada, em um sonho que, na época, ainda era embrionário.

O primeiro financiamento em linhas de inovação para a primeira planta de demonstração veio anos depois, por intermédio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mais tarde, em 2013, já estruturados e com o trabalho reconhecido, fomos procurados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para alçar voos mais altos. O biogás produzido pela GEO Energética é resultado da reciclagem de resíduos orgânicos do setor sucroenergético, maior setor em movimento financeiro e econômico do agronegócio brasileiro. A ideia era ampliar as pesquisas contribuindo com tecnologia nacional para que o biogás tivesse uma participação efetiva e significativa na matriz energética brasileira.

Definir os focos de atuação das pesquisas de todo esse potencial, no entanto, não foi fácil. Isso porque era necessário antecipar a viabilidade de implantação e antever soluções para os próximos três ou quatro anos. Apesar de flexível, a linha de financiamento obtida pela GEO é parte de um processo sistemático e lento, que demandou (e ainda demanda) empenho no cumprimento das numerosas regras e garantias exigidas. A fiança bancária, por exemplo, dificulta a obtenção do financiamento na medida em que restringe as chances de empresas que muitas vezes não têm acesso a linhas de crédito – uma das garantias requeridas. Para incentivar o empreendedorismo, a Finep poderia adequar essas obrigações à realidade atual, diminuindo essas exigências.

Leia também: Fundap, a empresa que tem como missão modernizar o setor público

Pelo período de quatro anos estipulado pela Finep, demos início às novas pesquisas em sete diferentes eixos. A execução do plano de trabalho nos traz grandes aprendizados diariamente, tanto pelas dificuldades em evoluir as pesquisas quanto pela necessidade de apresentar os diversos relatórios técnicos exigidos com consistência e qualidade. Durante a elaboração do extenso planejamento e também em seu desenvolvimento, percebemos vários outros obstáculos. Mesmo assim, isso nos permitiu criar uma relação de confiança mútua e alcançar transparência nessa trajetória.

Nosso propósito, ao final desse processo, é consolidar essa tecnologia como 100% nacional, desenvolvida por pesquisadores e cientistas brasileiros, que vai possibilitar a criação de sistemas de produção de energia com base em biogás totalmente adaptado às necessidades e à realidade do Brasil.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Por que a maioria dos trabalhadores brasileiros está insatisfeita com a carreira?

trabalhadores em escritório com computadores

Levantamento do Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (Ipom) mostra que o nível de insatisfação com o emprego está bastante elevado entre os trabalhadores brasileiros.  De cada dez profissionais consultados, sete confessam não estarem satisfeitos com carreira ou emprego e gostariam de trocar de função ou empresa. A pesquisa ainda mostra que 60% das pessoas não fazem o que gostam.

O resultado ecoa outro estudo, dessa vez realizado pela Pactive Consultoria, mostrando que 77% dos trabalhadores brasileiros já pensou em largar o emprego e começar uma nova carreira, e 65% gostariam de fazer algo mais ligado à própria personalidade.

Para Anamaíra Sppagiari, coordenadora de carreira na Fundação Estudar, os dados são preocupantes e evidenciam que, apesar do crescente número de possibilidades de atuação no mercado de trabalho, a maioria da população não consegue encontrar uma carreira que proporcione realização pessoal e profissional. Para ela, a falta de conhecimento sobre o dia a dia de cada área e função é uma das principais razões por trás desses números.

Com o objetivo de ajudar o jovem universitário e recém-formado a tomar decisões profissionais mais embasadas, que conduzam a uma carreira gratificante, o Na Prática – braço de carreira da Fundação Estudar – lançou o programa Imersão.

Leia também: Confira as datas dos programas de carreira do Na Prática em 2015

Decisão de carreira Trata-se de um encontro entre os jovens que estão iniciando carreira e profissionais que já atuam no mercado de trabalho, o que dá aos participantes a oportunidade de conhecer o dia a dia em diferentes áreas de atuação e explorar as principais possibilidades de trabalho em cada uma delas.

Além de poder conversar com os profissionais convidados, os participantes do Imersão também realizam visitas guiadas a empresas e participam de dinâmicas mão-na-massa inspiradas em atividades reais do dia a dia profissional.

‘‘O Imersão mudou minha maneira de ver o mercado de trabalho. Conheci muita coisa sobre as diferentes áreas e entrei em contato com muita gente boa, tanto os profissionais dos bancos e fundos de investimento que tiraram todas as nossas dúvidas como os participantes que conheci”, conta o estudante Eduardo Procópio, que participou do evento Imersão Mercado Financeiro, em 2014. Outras temáticas são: Gestão Empresarial, Gestão Pública, Consultoria, Empreendedorismo, Impacto Social, Educação, Jurídico, Ciência, Tecnologia e Inovação.

“Quando o jovem toma de uma decisão de carreira com mais informações sobre o mercado, a probabilidade de ele ser um profissional realizado é muito maior”, diz Ailton Cunha, responsável pelo Imersão. Ano passado todas as edições ocorreram na cidade de São Paulo, porém em 2015 outras cinco cidades também vão receber o evento: Belo Horizonte, Florianópolis, Rio de Janeiro, Recife e Brasília.

Inscreva-se No momento, estão abertas as inscrições para as edições de Consultoria (30 de julho a 1 de agosto), Impacto Social (13 a 15 de agosto), Ciência, Tecnologia e Educação (20 a 22 de agosto), Gestão Pública (27 a 29 de agosto) e Jurídico (17 a 19 de setembro) em São Paulo; Mercado Financeiro (16 a 18 de julho) e Educação (8 a 10 de outubro) no Rio de Janeiro; Gestão Empresarial (2 a 4 de julho) em Belo Horizonte.  Inscreva-se aqui.

O trabalho na São Paulo Negócios, empresa pública voltada para desenvolvimento econômico

vista panorâmica da cidade de São Paulo

Desde a infância, Ana Flávia Ramos sempre se interessou por temas relacionados à política. Então, quando ganhou um concurso de bolsas de estudos na Finlândia, durante o ensino médio, uma das coisas que mais pensava era por que lá os serviços funcionavam tão bem e no Brasil era tão diferente.

Ao voltar para o país, na iminência da época dos vestibulares, uma primeira escolha indicava o curso de relações internacionais, mas conversas e conselhos a levaram a se interessar por outra graduação: administração pública.

No caso da Fundação João Pinheiro, em Belo Horizonte, onde Ana Flávia realizou o curso, o vestibular se assemelha a um concurso público: ao se formar, após quatro anos de faculdade, o estudante já tem um cargo no governo de Minas Gerais.

Baixe o Especial Na Prática sobre carreira em gestão público

Entre o público e o privado Ao mesmo tempo, ela decidiu estudar administração de empresas na Universidade Federal de Minas Gerais. “Acho que esta indecisão pelo dois cursos foi boa, porque administração de empresas é muito diferente da pública e, no fim, foram conhecimentos complementares”, afirma.  “No setor privado é preciso ter lucro para a roda continuar girando, já no setor público o valor é mais social e os recursos entram de outra forma”.

Durante os últimos períodos da faculdade, Ana Flávia desenvolveu o interesse pela área de desenvolvimento econômico do governo. Nesta mesma época foi convidada a trabalhar na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, onde já havia deixado currículo.

O projeto que entraria parecia interessante e visava estruturar uma rede de empresas próxima a área do aeroporto. No entanto, ela sentiu que a área não tinha a dinâmica que ela precisava pra se motivar, já que as coisas não caminhavam com rapidez.

Foi então quando ela conheceu a São Paulo Negócios, uma empresa de economia mista, vinculada à Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico da cidade de São Paulo, que tem como finalidade promover um crescimento econômico bem distribuído pela cidade por meio de investimento privado.

Com isso, ela deixou para trás a cidade natal e o cargo garantido pelo concurso. “As pessoas me acharam meio louca, mas eu queria um lugar em que estivesse mais exposta a desafios e aprendizados, por isso a decisão não foi difícil”, explica.

Já a seleção para a empresa, essa sim não foi fácil. Para passar nas duas etapas, a administradora precisou estudar muito e preparar uma apresentação em inglês. “Ninguém lá é indicado político. O foco da seleção é ter excelentes profissionais focados na técnica da empresa”, ela conta.

Leia também: Conheça a história da brasileira que hoje é vereadora em Paris

Fazer a diferença Hoje Ana Flávia trabalha como assessora da diretoria na São Paulo Negócios. Os principais objetivos da empresa são a melhoria do ambiente de negócios da cidade; a promoção de São Paulo como polo para a realização de negócios; a atração de novos investimentos nacionais e internacionais para a cidade; e a estruturação e implementação de projetos de infraestrutura, concessões, parcerias público-privadas e outros projetos de interesse público.

“Trabalhamos para fazer com que o impacto causado seja interessante para o lado de todos, dando o input da realidade das empresas para a administração pública”, resume.

Na São Paulo Negócios, Ana Flávia já trabalhou na atração de negócios para a Zona Leste de São Paulo, aproximando os cidadãos de seus empregos, e, mais recentemente, em projetos de desburocratização para as empresas. Na companhia, ela acredita que consegue atingir objetivos profissionais que sempre desejou: ajudar a fazer a diferença no país.

Ana Flávia Ramos participou do Imersão Mercado Financeiro, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira nesse mercado? Saiba mais aqui.

Evento gratuito sobre empreendedorismo tecnológico reúne especialistas brasileiros e de Israel

sistema interno de computador

Para os interessados em empreendedorismo, inovação, e alta tecnologia, vale a pena marcar na agenda o evento HighTech Nation, que acontecerá em São Paulo no dia 2 de junho, e no Rio de Janeiro no dia 3 de junho, durante todo o dia. No encontro, idealizado pelo escritório Souza Cescon Advogados, grandes especialistas brasileiros vão se reunir com representantes de um dos mais importantes centros de tecnologia do mundo, o Instituto Technion, de Israel, considerado um dos países mais empreendedores do mundo.

Toda essa rede de conhecimento estará voltada para promover a troca de experiências entre o modelo israelense e o modelo brasileiro, com foco em temas como ecossistema de inovação, alta tecnologia e educação, modelos de geração de negócios, alternativas de aceleração, modalidades de captação de investimento e a apresentação de cases de ambos os países.

Entre os destaques do HightTech Nation, está a presença de Dov Moran, formado no Israel Institute of Technology e empreendedor em série reconhecido com diversos prêmio internacionais de empreendedorismo e Honoris Causa pela Academia de Leis e Ciências de Israel. Entre seus projetos, está a criação do pen drive.

É possível consultar a agenda completa aqui. Vale lembrar que os debates realizados em inglês não terão tradução simultânea. Os interessados devem se inscrever pelo e-mail  [email protected] enviando nome completo, empresa e dia de comparecimento. As inscrições são gratuitas e limitadas.

 

São Paulo
Quando: 02/06
Horário: das 8h às 17h15
Local: Hotel Pullman: Rua Olimpíadas, 205 – Vila Olímpia

Rio de Janeiro
Quando: 03/06
Horário: das 8h às 14h30
Local: Centro de Convenções Boalsa do Rio: Praça XV de Novembro, 20, 13º andar

Ex-trainee do Itaú dá dicas para jovens no início de carreira

Bruna Negri mulher trainee do Itaú

Formada em Economia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), Bruna Negri atualmente mora em Barcelona, onde cursa MBA na ESADE, conceituada escola espanhola de negócios e uma das líderes na Europa. Antes disso, ela trabalhou no Itaú Unibanco – onde ingressou como trainee – por cerca de quatro anos. A seguir, ele escreve sobre os seus primeiros passos na carreira, sua experiência profissional no banco e como sua vontade de novos desafos a levou para uma pós-graduação no exterior:

Leia também: Recrutadora do Itaú BBA fala sobre o programa de trainee do banco

Meu primeiro estágio foi em uma empresa de energia elétrica. Minha primeira surpresa foi ver que o mundo empresarial não precisava ser tão “boring” como eu imaginava. Lá eu também descobri que as pessoas são a sua maior fonte de aprendizado – guarde isso, é meu primeiro conselho!

No início da sua carreira, é importante buscar referências, grudar nos seus ídolos e exemplos (você vai encontrar muitos!) e não perder o contato com eles. Eles serão grandes mentores e poderão ajudá-los nos seus maiores desafios.

Durante o meu estágio, também percebi que gostava de trabalhar!
Sim, é verdade! Descobri que eu era um daqueles bichinhos que os sábios vivem criticando, sabe? Uns tais de “workaholic”… pois é!

Então, decidi que precisava dar um passo maior. Queria trabalhar em uma empresa global, que me desafiasse todo dia, e que o céu (ou Espanha, Estados Unidos, África) fosse o limite. Resolvi tentar o programa de trainee do Itaú. A esta altura, eu já havia me formado e continuava na empresa de energia elétrica.

Antes do processo me preparei, e o mais importante: Entrei para ganhar!
Foi o único processo seletivo para trainee que prestei no ano. Coloquei na minha cabeça, me preparei para o processo e fui! Passei!

Aí vem o conselho número 2: na sua carreira, uma vez que você descobriu um interesse, uma paixão, não se dedique 50, 70 ou 90%. Dedique-se 100%. Mentalize, se prepare. E de volta ao conselho número 1: lembre-se das pessoas! Elas são o seu ativo mais importante, então converse, pergunte e seja curioso.

No Itaú, a experiência como trainee foi excelente, com desafios constantes. E é aí que entra o conselho número 3: seja humilde. Por mais que você seja trainee, ou sua mãe te ache o máximo. Pare, respire!

Quando entrar no seu emprego, lembre-se que existem pessoas ali que conhecem melhor o processo, a lei, o mercado, o cliente, o valor da empresa. Então, escute primeiro. E depois, vem o conselho número 4: bote pra quebrar!

Tenho certeza que no seu processo de “descoberta”, você pensou em mil ideias de mudança! Seja ousado, proponha mudanças! Você vai ouvir vários “não”, 1, 2, 3, 4…. não tem problema. Os “sim” virão. Minha meta pessoal no inicio era “transforme não em sim”.

Leia também: Jovem conta como foi do curso de Direito na UFMG ao mestrado em Berkeley, na California

Quinto conselho: Sonhe! Sonhe grande, já que sonhar grande e pequeno dá o mesmo trabalho, não? Depois de 3 anos no Itaú, percebi que o momento de dar um passo ainda maior havia chegado. Estava na hora de dar uma pausa no alucinado ritmo de trabalho e colocar a cabeça para pensar em soluções maiores. MBA! Fora do Brasil! Em uma das melhores universidades do mundo! Este foi meu grande passo.

Mas aí vem conselho número 6: eu sabia que queria MBA desde que entrei no Itaú, então não perdi tempo, e ao longo dos anos me preparei intelectualmente e financeiramente para quando a hora chegasse. Conselho número sete? Trabalhe para alcançar seus objetivos!

Próximo passo…. Bom, estou com a cabeça aberta para as empresas e para o mundo. Já já vou me formar novamente, e agora? To formando! E o que estou fazendo sobre isso?

Conselho número oito: networking! Estou conversando com ex-alunos, empresas, amigos. Sei que quero trabalhar com negócios digitais, logo participo de grupos de inovação, ajudo em projetos de startups, entro em competições globais com times multinacionais e converso muito com gente do mundo inteiro. Assim eu vou trilhando meu próximo grande passo.

O mundo está cheio de oportunidades, não deixe de buscá-las. E sonhe, mas sonhe grande!

Este artigo foi originalmente publicado em Formei, e agora?, projeto independente desenvolvido pela estudante Luiza Negri durante participação no evento LABx, organizado pelo Na Prática. Na página do portal, é possível ler mais histórias e relatos de diversos profissionais sobre como foi se formar e entrar no mercado de trabalho. Vale conferir o conteúdo completo aqui!

O trabalho de professora em uma das escolas mais inovadoras do mundo

crianças brincando em parquinho

Doutora em Biologia Molecular pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade de Brasília (UnB), Célia Maria Piva Cabral Senna dedicou duas décadas e meia de sua carreira a ensinar estudantes de graduação e pós-graduação os assuntos mais cabeludos nas áreas de Bioquímica e Biofísica. Além disso, formou professores de biologia, fez pesquisa, foi coordenadora de curso e assessora da reitoria.

Leia também: Cinco e-books gratuitos para inovar  no setor educacional

Escola Lumiar

Em 2006, recebeu um inusitado convite profissional: a Escola Lumiar, onde estudam crianças de 4 meses a 14 anos de idade, na capital paulista, pediu que ela preparasse um projeto para os estudantes do ensino fundamental. Se os alunos gostassem da proposta de Célia, ela colocaria a mão na massa com eles durante dois meses. Sim, só se eles aprovassem.

Diferente de outras escolas, a Lumiar propõe um currículo em mosaico e uma aprendizagem personalizada. Um dos reflexos dessa abordagem heterodoxa é que, na escola, os alunos não são separados por série nem sentam em cadeiras enfileiradas. Em vez de apenas provas ou testes, as avaliações são feitas também por meio de observações, interações e diálogos. O currículo tampouco segue a divisão tradicional em disciplinas, já que o foco está na construção e expansão de competências e habilidades. Saiba mais no vídeo abaixo:

Instigada pela novidade e, ao mesmo tempo, um bocado desconcertada pela possibilidade de ter seu trabalho rejeitado por crianças, Célia empenhou-se em preparar um projeto “maravilhooooso” sobre reciclagem, conta, enfatizando.

A experiência foi tão boa que, ao longo dos anos, a cientista foi abrindo mais e mais espaço na agenda para os projetos da escola: de duas horas de trabalho semanal passou a diretora pedagógica do Instituto Lumiar, que inclui, além da escola particular na capital, outras duas unidades em Santo Antônio do Pinhal, no interior paulista – uma bilíngue e outra pública, constituída via parceria público-privada. Em 2012, Célia deixou a universidade de vez.

Leia também: Veja as inovações que prometem remodelar o mercado de educação

Lumiar hoje

Atualmente, a professora cuida da gestão da Lumiar, sem abandonar a sala de aula, “por medo de emburrecer e envelhecer” ao perder contato com os alunos. “Em geral, as pessoas que pensam e gerenciam a educação no Brasil, nunca estiveram na sala de aula ou estiveram há muito tempo. Então, tratam de uma educação que não conhecem. Com isso, acabam nem conseguindo ter legitimidade junto aos professores”, analisa.

escola lumiar

Escola Lumiar [reprodução]

Nos últimos 9 anos, Célia já realizou projetos utilizando realidade aumentada para desenvolver os conceitos de duas e três dimensões na Matemática, estudou os ET’s e diz ter já praticamente um “doutorado em pum” – um assunto pelo qual as crianças são fascinadas e a ajudou a trabalhar a experimentação em laboratório e a explicar o caminho da digestão dos alimentos no corpo, com seus fenômenos químicos e biológicos.

A Escola Lumiar foi eleita, em 2007, uma das 12 escolas mais inovadoras do mundo, segundo um ranking elaborado pela Microsoft, UNESCO e Universidade Stanford. Célia, que enfrentou muitos questionamentos ao trocar o ensino superior pela educação básica, no sentindo de estar regredindo em termos de status, hoje reafirma o acerto de sua escolha.

escola lumiar

Escola Lumiar [reprodução]

“Essa ideia da professora de educação para crianças como ‘professorinha’, no sentido de algo menor, é um grande engano. O ensino nas séries iniciais é muito importante e requer professores com uma formação sólida”, pondera. E conclui: “Na Lumiar, eu me encontrei. Gosto de dar aula de qualquer maneira, mas a educação básica me dá mais prazer porque é dela que o país mais precisa”.

Os interessados em experimentar o sabor de trabalhar na educação básica podem fazer algo semelhante ao que Célia fez: propor um projeto de dois meses para desenvolver com os alunos da Lumiar. Claro, precisa ser algo que o candidato faça bem e, além disso, que passe pelo crivo da coordenação e das crianças da escola.

Célia Senna participou do Imersão Educação, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira no mercado de educação que transforma o Brasil? Saiba mais aqui.

Conheça o empreendedor que usa lixo orgânico para ajudar a resolver a crise energética

empreendedor Alessandro Gardemann

Um paranaense de 32 anos descobriu uma fonte de energia que pode gerar 80% da capacidade da Usina de Itaipu, e sem nenhum impacto negativo ao meio-ambiente. Com uma carreira que começou na área de finanças, isso poderia parecer improvável, mas Alessandro Gardemann nasceu e foi criado em uma família de espírito empreendedor.

A inspiração veio de seu pai, Alfons, um alemão que sempre foi fascinado pelas usinas de biogás, comuns em áreas rurais do seu país de origem, que convertiam resíduos agrícolas em energia. Depois de estudarem o setor, ficaram convencidos de que era possível fazer dessa simples tecnologia um grande negócio no Brasil.

Assista ao bate-papo do Na Prática com Jorge Paulo Lemann

Alessandro e Alfons contrataram um bioquímico alemão para testar a viabilidade da produção de biogás, a partir de diversos materiais orgânicos. A indústria da cana de açúcar logo se tornou alvo de interesse dos dois, a começar pela sua escala de produção e disponibilidade de material, já que somos o maior produtor da planta no mundo. Além disso, a cana tem um alto conteúdo energético, o que a torna um material bastante propício para a geração de eletricidade.

Depois de muita pesquisa, desenvolveram uma técnica que permite usar também os resíduos líquidos da usina, o que dobrava o potencial de produtividade, e assim criava uma enorme oportunidade de mercado. Uma vez estabelecido o método, era hora de investir numa planta piloto. Impressionado com o potencial do negocio, Alessandro, que chegou a ter um outro negócio próprio antes, apostou todas as suas fichas na Geo Energética e iniciou a empresa ao lado de seu pai.

Eficiência e sustentabilidade A Geo Energética provê uma fonte de energia limpa e renovável que é capaz de funcionar o ano todo. Para garantir a oferta de material orgânico, realiza parcerias com agronegócios e co-investe na produção da usina, estocando matéria-prima. Em um processo simples de biodigestão desenvolvido pela empresa, ela consegue transformar resíduos da cana de açúcar, que seriam descartados e causariam danos ambientais, em fonte de energia. O biogás produzido pode ser convertido em eletricidade ou em biometano, que é uma alternativa mais economica e sustentável para o diesel utilizado nas usinas atualmente, e fertilizante, que volta para os campos de plantio de cana de açúcar e, assim, fecha seu ciclo de nutrientes.

Com o crescimento da empresa, Alfons virou membro do conselho e Alessandro se uniu a Evaldo Fabian, que investiu junto na fundação da Geo Energética e assume o posto de chefe de operações. Hoje, eles traçam um caminho empreendedor de alto impacto, que os aproxima cada vez mais da missão de ser referência em economia verde. E afirmam: “Não queremos ser vistos como uma simples usina de energia, mas como uma empresa ‘do bem’ que produz energia sustentável”.

Leia também: Como a Endeavor pode ajudar o seu negócio a dar os primeiros passos?

Luz no fim do túnel Em tempos de escassez, cresce mais ainda a necessidade de se ter fontes de energia renovável. O Brasil passa por uma das piores crises hídricas de sua história e São Paulo sofre o terceiro racionamento de água dos últimos 15 anos. Um dos resultados é o recorde mais baixo de volume nos reservatórios de abastecimento de água de diversas hidrelétricas. No fim de 2014, a geração de energia dessas usinas foi 16,4% menor que comparado ao mesmo período de 2013.

Segundo os cálculos de Alessandro, os resíduos de uma safra de cana-de-açúcar, cuja colheita chega a superar 530 mil toneladas, são suficientes para gerar 80% da energia elétrica produzida pela Usina de Itaipu, que tem capacidade instalada para 14 gigawatts. Enquanto isso, o crescimento da população brasileira faz com que o consumo de energia cresça junto: a previsão é de 29 gigawatts até 2021.

Diferente de outras fontes de energia, como hídrica, solar e eólica, que são suscetíveis às oscilações climáticas, o biogás é previsível e confiável. A Geo Energética busca expandir sua produção de 4 megawatts (suficiente para abastecer 2.500 casas durante um ano) para 500 megawatts de capacidade instalada, até 2021. Essa doce alternativa permite reduzir os resíduos gerados pela cana de açúcar e suprir a demanda do consumo de eletricidade no país, sem apresentar nenhum impacto negativo ao meio-ambiente.

Leia também: Como é trabalhar na Endeavor?

Inovação Pode parecer óbvio que energia renovável provinda da cana de açúcar seja uma solução para um país tão dependente da fonte hídrica. Mesmo assim, a Geo Energética foi pioneira em implementar essa tecnologia no Brasil. Com sistemas patenteados, os fundadores são exemplos de inovação ao resolverem uma carência nacional e ainda obterem escala comercial. Para desenvolver o potencial gigantesco reservado à Geo Energética e à melhoria do fornecimento de energia limpa no país, Alessandro foi selecionado como Empreendedor Endeavor, no 57º Painel Internacional de Seleção (ISP), em Cingapura, no último dia 06 de fevereiro.

Durante o processo, são analisados critérios como: potencial de crescimento, tamanho do mercado, diferencial competitivo e a capacidade de execução dos empreendedores. Ele acontece continuamente e tem duração média de nove meses. Só em 2013, mais de três mil empresas foram avaliadas no Brasil, 300 foram entrevistadas e apenas 12 conseguiram a aprovação final. O objetivo é selecionar os melhores empreendedores e negócios do país e apoiá-los com conexões transformadoras, para que eles cresçam em geração de emprego e renda, se tornando ainda exemplos inspiradores para a futura geração.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

O trabalho de um gerente de comercialização de energia

geradores de energia eólica

“Nossa finalidade não é somente gerar energia renovável. O que queremos é causar impactos positivos relevantes para a sociedade. Gerar energia é o caminho que encontramos para isso”, explica Victor Soares, Gerente de Comercialização na Omega Energia.

Desde 2008, quando foi fundada, a Omega Energia vem se consolidando como uma das principais plataformas de geração de energia renovável no país, com um portfólio que envolve fontes de energia limpas e sustentáveis em 15 estados brasileiros. Controlada pela gestora de recursos Tarpon e pelo fundo norte-americano Warburg Pincus, a empresa atua principalmente em projetos hidrelétricos de médio e pequeno porte, e também de energia eólica.

Leia também: Veja as lições do jovem CEO da Omega Energia

Início de carreira

O interesse de Victor pelo mercado de energia vem desde a época da graduação em Engenharia Elétrica, que cursou na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais. No seu trabalho de conclusão de curso, ele pesquisou o mercado de energia brasileiro – temática que, segundo ele, não despertava o interesse da maior parte de seus colegas. “Desenvolvi um estudo bastante ligado à política energética do Brasil, às regras de mercado”, ele conta.

Depois da formatura, enquanto muitos de seus colegas resolveram seguir carreira nos quadros públicos, Victor decidiu prestar alguns programas de trainee, e entrou na consultoria FALCONI (na época, ainda com o nome de Instituto de Desenvolvimento Gerencial – INDG). A vontade de trabalhar com energia, no entanto, falou mais alto: passou mais alguns anos na consultoria Andrade & Canellas, especializada no setor energético, antes de finalmente assumir seu posto na Omega, onde está há dois anos.

Além do TCC, que lhe possibilitou entender melhor todos os envolvidos no mercado de energia, Victor também valoriza bastante o aprendizado que adquiriu fazendo uma especialização em finanças. “Esse conhecimento é muito importante, faz você entender energia não só como uma grandeza elétrica, mas também o impacto econômico que ela tem na sociedade”, explica.

Cultura empresarial da Omega Energia

A equipe da Omega é gerida por resultados, valoriza a meritocracia, e quer atrair para o projeto pessoas talentosas e empreendedoras. “É uma empresa com que eu me identifico bastante, exatamente por não ser linear”, explica Victor. “No início foi um jeito de ser, de trabalhar e de pensar diferente do que eu estava acostumado, mas essa adaptação nunca é instantânea, e eu acabei me identificando muito.”

O desafio da Omega é construir um ambiente informal, sem espaço para a rigidez ou burocracia desnecessária, mas que esteja de acordo com a legislação e valores éticos. “Nós não temos um caminho muito pré-determinado, mas isso só é possível porque sabemos quais são os nossos valores e temos muito claro o nosso propósito de transformação”, comenta Victor. “Isso para mim é positivo e traz para a Omega uma quantidade de possibilidades muito maior do que as empresas que já tem muitas coisas acertadas e números fechados”, conclui.

Segundo Victor, a Omega é uma empresa bastante horizontal e que evita hierarquias comando-controle. “Nós buscamos trazer pessoas que tenham a nossa pegada, o nosso engajamento, e damos liberdades para elas criarem e se desenvolverem aqui dentro”, acrescenta. “É uma equipe reduzida mas muito produtiva”.

Leia também: Da sala de aula para o mercado de comércio e energia

Dia a dia da área comercial

“A responsabilidade da minha equipe, na verdade, é tanto técnica quanto comercial”, adianta Victor. Está a cargo da área comercial, por exemplo, fazer o relacionamento com grandes clientes para vender energia. “Eu visito grandes empresas para ver as necessidades delas e comparar com a nossa disponibilidade de energia, e com o estudo técnico realizar uma proposta comercial”.

Essa, no entanto, é apenas uma das tarefas. Também faz parte das funções da equipe estudar o mercado para leilões de energia, analisando todos os players do mercado e percebendo como eles estão posicionados. É necessário avaliar a localização dos parques eólicos dos concorrentes, a quantidade de vento que incide no local, e usar essas informações para precificar a energia que produzem na hora dos leilões. “Para termos o melhor retorno, temos que acertar na vírgula o preço”, explica Victor.

Uma terceira responsabilidade seria a análise regulatória, já que a empresa de energia possui um contato grande com o governo. É a área comercial que realiza a interface com órgãos reguladores, câmaras de comercialização de energia e Ministério de Minas e Energia, entre outros.

Por último, também participam da gestão das usinas. “Analisamos o quanto as usinas geraram de energia, e se diante disso deveríamos comprar ou vender energia e a qual o preço, e também se o cliente está consumindo mais ou menos do que costumava e qual o resultado que nosso trabalho está alcançando”, explica.

Perfil profissional

Como o trabalho na área vai desde uma parte bastante analítica e estratégica até o relacionamento com clientes e governo, é importante ter as famosas soft skills – habilidades de negociação, comunicação e relacionamento.

Para ele, se dar bem nessa área também requer uma compreensão de análise de investimentos e raciocínio lógico.  “Eu enxergo hoje que estou em uma área muito mais complexa e desafiadora de raciocínio lógico, de compra e venda, de posicionamento, de negociação, do que se eu tivesse em um banco”, comenta o engenheiro, fazendo referência ao ambiente desafiador normalmente associado ao mercado financeiro.

“Para entrar na Omega, é muito importante você ter visão de longo prazo, acreditar que o futuro é maior do que o presente”, ele conclui. “O nosso objetivo é ser muito melhor e maior, e queremos pessoas que estejam juntas em nossa visão.”

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

O que Marcos Scaldelai, CEO da Bombril, busca em um candidato

Marcos Scaldelai presidente da Bombril

Quando foi chamado, em 2010, pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira a fazer uma entrevista de emprego na Bombril, Marcos Scaldelai, hoje presidente da empresa, teve que responder se era mesmo “louco”.

Era o que Ferreira, filho do fundador da Bombril, queria saber do jovem executivo com a cabeleira espetada e cujo sucesso na carreira havia sido tema de uma reportagem de negócios.

Nada de formação acadêmica, domínio de idiomas ou aquelas perguntas mais frequentes nas entrevistas. O que importava era saber se Scaldelai era ‘louco’. “Sei ser bem louco, depende da loucura”, respondeu a Ferreira.

Assista ao bate-papo do Na Prática com o empresário Jorge Paulo Lemann

E ele não decepcionou, a ponto de fazer, já contratado como diretor de marketing da Bombril, o inimaginável: afastar Carlos Moreno, o garoto propaganda da marca, da televisão e reposicionar a estratégia de marketing, com a controversa e premiada campanha “Mulheres Evoluídas”.

Deu certo e tal “loucura” foi um dos destaques que catapultou Scaldelai para o topo da Bombril. Após passar pela diretoria de vendas, em 2013, o executivo, então com 36 anos, assumiu o cargo de presidente da Bombril.

A sua receita para o sucesso? Muito esforço e uma paixão enorme por riscos. É o que o leitor vai encontrar nas 158 páginas do seu primeiro livro, “99,9% não é 100%” que acaba de ser lançado pela Editora Gente. Nele, Scaldelai narra sua trajetória e dá dicas para quem quer crescer na carreira.

Na sede da Bombril em São Bernardo do Campo (SP), o executivo recebeu Exame.com para falar sobre o livro, sua trajetória e explicar o que significa ser “louco” no contexto de negócios. Veja trechos da conversa:

Para você, o sucesso é 100% esforço? E a sorte? Você teve?

O sucesso é, realmente, fruto do esforço. Mas, não posso desconsiderar que tive momentos de sorte. O fato de eu estar na Bombril hoje aconteceu porque eu estava em uma reportagem de revista que o senhor Ronaldo Sampaio Ferreira viu e mandou me chamar para me conhecer. O quanto isso não posso relacionar à sorte? É difícil falar que não teve sorte. Mas, garanto para você que na hora que você senta com a pessoa para conversar, não é a sorte que vai levar você para frente. Aí, é todo o seu esforço. Posso, com certeza, colocar que 99% do sucesso é esforço.

Na sua entrevista de emprego na Bombril, o Ronaldo Sampaio Ferreira perguntou se você era louco. Você se assustou com a pergunta?

Não, eu trabalhei muito tempo em multinacional, depois trabalhei com a família Bertin em uma empresa nacional e observava muito como funcionava a condução das empresas. Quando o senhor Ronaldo me chamou e fez essa pergunta, de cara, o que veio na imagem para mim foi que ele é dono, é um empreendedor. Esse “louco” é simplesmente ligado ao arriscar, em querer algo mais. Todo mundo que tem uma veia empreendedora sabe que tem que ser “louco”. Porque você põe a cabeça na guilhotina todo dia. Quando você quer se diferenciar, quando você quer realmente pensar além do que os outros estão imaginando, você está pondo a cabeça na guilhotina e quem faz isso é “louco”. Mas, é um “louco” dentro das medidas importantes para os negócios.

Que perguntas você gosta de fazer a candidatos em uma entrevista de emprego?

Eu faço perguntas ligadas às competências que eu acho mais importantes e em que eu me encaixo que são: empreendedorismo, senso de urgência, excelência e brilhos nos olhos. Para medir empreendedorismo, por exemplo, eu pergunto qual é a relação daquele profissional com a empresa. Se ele me responde que veste a camisa, eu entendo que ele veste hoje, mas amanhã pode tirar. O que eu quero que responda é que a empresa está no sangue, na veia, que ele se sente o dono. Senso de urgência e excelência, a gente mede por resultados. Quero entender o histórico profissional e compreender o que ele considera resultado.

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E o brilho nos olhos, como você mede?

Para isso, não tem pergunta. É uma questão de sensibilidade para perceber quem tem. Em cinco minutos de conversa posso garantir se a pessoa tem ou não. Mas, o que eu mais gosto de perceber em um candidato durante a entrevista é se ele tem o perfil “hands on” (mão na massa), de quem não se apega a cargo, é preocupado com resultado, é humilde e generalista.

Não é tão comum, um executivo de marketing assumir a presidência de uma empresa. A passagem pela direção de vendas foi importante para credenciá-lo ao cargo?

Qualquer pessoa, de qualquer área, que queira chegar à presidência de uma empresa, em primeiro lugar, tem que pensar junto com a parte comercial, voltar-se para entender o faturamento. Eu nunca me vi como um executivo de marketing. Sempre me enxerguei como um cara de suporte às vendas. E a gestão que eu faço é comercial.

De onde vem essa paixão por riscos, essa vontade de, como você diz, colocar a cabeça na guilhotina?

Tenho propósito de vida que é o de dar uma vida cada vez melhor para minha família e, para isso, você precisa se arriscar. Quero dar para a minha família o conforto financeiro para sermos felizes juntos. Sou uma pessoa religiosa, minha família é católica e penso que o dinheiro é importante, mas não é o mais. O que importa é não perder seus valores e estar em ambiente onde se tem fé. Esse é ápice e tento buscar isso. Dinheiro é consequência. Eu nunca imaginei que seria presidente de empresa.

Você não mirava o cargo de presidente?

Nunca pensei em ser presidente. Sempre vivi o cargo em que eu estava. E é uma coisa que eu sempre falo: você está no cargo, você não é do cargo. Porque você pode mudar da noite para o dia e se faz bem a nova função, é reconhecido e acelera a carreira. Se não vier o reconhecimento, é sinal que você está na empresa errada.

A chave para crescer na carreira é a versatilidade?

É ser um profissional generalista. É preciso, claro, ter uma formação técnica, uma especialização. Mas é importante estar sempre disponível e olhando para a empresa como um gestor de negócios. Por isso que aqui na Bombril é proibido fazer filtro de candidatos a partir de currículo, analisando qual faculdade a pessoa fez. O filtro que usamos é o conhecimento. Queremos saber o perfil da empresa para a qual a pessoa trabalhou e as atividades que desempenhou. As melhores pessoas, aquelas com perfil “hands on”, geralmente são aquelas que trabalharam em empresas menores e cheias de problemas. Porque empresa grande é toda separada por departamentos e a pessoa acaba só desempenhando uma função.

Você diz que adora resolver problemas. Como consegue manter a calma diante de problemas, muitas vezes, graves?

Inteligência emocional foi um aprendizado que eu tive que ter na minha carreira. Quando eu trabalhava na General Mills e tinham aquelas avaliações 360° eu era o cara que tinha sempre a melhor nota. Mas faltava um ponto que era o fato de eu fazer caras e bocas quando ouvia uma pessoa falar algo que eu não gostava. Fui aprendendo. Vi que não existe problema que não tenha saída. A única coisa para a qual não tem solução é a morte. Se não morreu, significa que tem saída.

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Você fala muito em sucesso, mas e o fracasso? Como lida com ele?

Fracasso faz parte e você erra para aprender. Nunca pulei cargos, mas mudei muito na minha carreira. Gosto de colocar a cabeça na guilhotina, fiz isso várias vezes e deu certo. Mas tive fracassos, sim. Não foram aqueles fracassos com consequências desastrosas para a carreira, mas tive alguns e foram aprendizados.

Você planeja a sua carreira? Tem planos para o futuro?

Eu vivo o hoje. Considero-me um comunicador, adoro falar com as pessoas, o livro que escrevi é uma expressão desse lado meu. Mas não fico planejando o futuro, vou vivendo o dia a dia.

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

‘O brasileiro tem uma maneira diferente de trabalhar’, diz CEO do Google

Fabio Coelho

A convite da Época Negócios, Rodrigo Galindo, CEO da Kroton, assumiu o papel de jornalista e entrevistou Fabio Coelho, CEO do Google Brasil. Parceiros de longa data, eles têm muito para falar.

Nos três últimos anos, Rodrigo levou a Kroton a se tornar a empresa mais valorizada da Bovespa, e uma das maiores instituições de ensino do mundo – com escolas que vão do ensino básico até o superior.

Como o Google tem várias iniciativas em educação (como o portal de vídeos YouTube EDU, em parceria com a Fundação Lemann), Fábio ficou à vontade para responder a Galindo, que queria saber sobre a conexão entre educação e tecnologia e o estilo de trabalho na empresa, que se adapta ao país em que está inserida.

No caso do Brasil, explicou Fábio, isso se traduz em um ambiente mais gregário e menos rígido em termos de horários – o brasileiro raramente chega às 9h e sai às 17h, mas trabalha até tarde da noite quando necessário. Além de ter o modelo de produtividade do Google como base, que prioriza a flexibilidade, o engajamento com causas e um modelo horizontal, ele também usa suas capacidades de liderança para manter seus funcionários motivados.

A responsabilidade de um líder é levar esse grupo de pessoas a atingir o melhor resultado possível. E você só consegue isso se estabelecer uma relação de estabilidade, esperança, compaixão e confiança”, disse em um bate-papo com o Na Prática

Para quem se interessa em trabalhar em uma das maiores empresas do mundo, que o CEO brasileiro define como “uma start up bem grande”, o caminho das pedras é um link: o google.com/jobs, que disponibiliza todas as vagas do momento.

“Antes de mais nada, busco o brilho no olho”, contou na mesma conversa. “Mas também busco liderança, um pouquinho de conhecimento, uma formação acadêmica boa e ‘googliness’, que é uma paixão por mudar o mundo e fazer alguma coisa diferente.”

Se depender de Fábio, há espaço de sobra para crescer (e contratar): ele diz que o Google cumpriu apenas 1% de sua missão, que é usar a tecnologia para conectar e transformar a sociedade.

Veja a seguir os melhores trechos da entrevista dos dois:

A gente se conhece há bastante tempo, já fizemos negócios juntos. E sabemos o quanto dependemos de tecnologia para desenvolver nossa indústria. Como o Google vê a tecnologia transformando a indústria de educação?

Sempre que falamos em criar uma sociedade melhor, o assunto passa pelo pilar básico, que é a transformação da educação. As pessoas mais educadas conseguem, pela conexão e educação, fazer escolhas melhores.Com melhores escolhas, com certeza a gente vai caminhar para um futuro melhor. A tecnologia permite a transformação da educação de várias formas. Primeiro, conectando pessoas –uma sociedade conectada pode aprender mais. Segundo, pela criação de plataformas de educação em que o conteúdo está disponível 24 horas por dia, em qualquer lugar. Isso encolhe espaços, aproxima pessoas e permite que um papel tão nobre quanto o do professor fique ainda mais nobre. O professor passa a ser o gestor do conhecimento. Nesse cenário, empresas como a Kroton conseguem representar exatamente o novo momento, que jamais a gente poderia pensar há 15 anos no Brasil: com mais escolas, universidades e centros de ensino tão capilarizados. O papel da tecnologia é de estimular a formação dessa massa de conhecimento conectado e colaborativo entre as pessoas.

E ao contrário, como a educação pode impactar a tecnologia?

O Google foi formado por dois estudantes que faziam doutorado, lá nos Estados Unidos.Hoje em dia, temos não só a democratização do conhecimento por meio da tecnologia, mas também a transformação do conhecimento em negócio. Tudo em função e fruto de uma triangulação entre academia, escolas, núcleos de empreendedorismo e um pouco do governo. É irrigação de dinheiro, de conhecimento e das trocas que têm aí. Educação é fundamental para que a gente possa ter um país que conte com apoio ao empreendedorismo, ao pioneirismo e à inovação. Também temos um papel, trabalhando com universidades e centros de excelência para ajudar o Brasil a ter mais polos de inovação.É uma iniciativa que não pode ficar restrita só ao governo. Cada um de nós tem de fazer sua parte nesse movimento.

As instituições de educação estão trazendo um número maior de alunos para dentro das escolas, mas reter os estudantes ou diminuir as taxas de evasão é um grande desafio. Como o Google e a internet podem auxiliar nesse sentido?

Quando eu era estudante, minha escolha [de carreira] se limitava a escrever para universidades. Em 1979, eu escrevi para a Unicamp e eles mandaram um folheto. Tudo que eu tinha era aquele folheto. Hoje em dia,um estudante consegue, com pesquisas online, ser mais assertivo na escolha do que quer fazer e em que lugar quer estudar. O processo de seleção é intenso, porque a pessoa está escolhendo ali o caminho que vai levar à carreira profissional. Além do estudante estar mais bem preparado para a escolha, as universidades conseguem gerenciar tanto a captura de interesse quanto o ciclo de vida do estudante, para que esse conhecimento não resulte em evasão escolar. O estudante pode estar há cinco, seis ou sete anos participando de um processo de aprendizado, a partir do momento que escolhe a instituição.

O Google tem a reputação de tratar muito bem seus funcionários. Os benefícios se traduzem em mais produtividade, crescimento e valor agregado para a companhia?

Tentamos ter um quadro de colaboradores de alta performance, motivados por objetivos não unicamente mensuráveis, como a paixão e o engajamento com causas que nos são caras – educação, inclusive, está no topo desta lista. O objetivo é ter gente boa, engajada, que entende que o espírito de generosidade da companhia se mantém com a cultura de alta performance. Elas podem ser mais criativas, trabalhar mais e ter mais produtividade, sem que a gente tenha um modelo de gestão hierárquico ou organizacional. Tem funcionado bem.

Assista ao bate-papo do Na Prática com Fabio Coelho, CEO do Google Brasil

Produtividade é um problema para o Google?

Não sinto déficit de produtividade da mão de obra brasileira. No Google, somos um pouco atípicos, porque a gente só tem pessoas com curso universitário, não tem mão de obra menos sofisticada. Mas eu diria que o brasileiro tem uma maneira diferente de trabalhar, é mais gregário. Não é melhor, nem pior. Os outros países adoram trabalhar com o Google Brasil.

Por quê?

O brasileiro toma um cafezinho, conta uma história de manhã, chega um pouco mais tarde, mas sai bem mais tarde que os outros. Trabalhamos mais, porque não temos aquele estilo compacto de chegar às 8 da manhã, almoçar na mesa e trabalhar 100% até 5 da tarde e desligar. Não tem nada de errado com aquele outro modelo. É super produtivo, mas de uma maneira diferente. Aqui, a gente é lúdico, gosta de se divertir no trabalho. O que temos no Brasil que prejudica muito é o déficit de infraestrutura. Sentimos com relação à energia ou com os deslocamentos, quando visitamos um cliente. Por aí, temos déficit de produtividade grande.

O texto completo pode ser lido em sua página original, na Época Negócios. Esta matéria, originalmente publicada em 25/7/2015, foi atualizada em 10/5/2016.

Twitter lança seu primeiro programa de estágios no Brasil

tela de computador com twitter

O Twitter, famosa rede mundial de microblogging e uma das mais respeitadas empresas de tecnologia do mundo, acaba de abrir o seu primeiro programa de estágio no Brasil. As vagas são para as duas capitais que abrigam os escritórios da empresa no país: São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo a empresa, a ideia do programa de estágio é contribuir com o aprendizado do jovem, dando a ele a oportunidade de trabalhar com uma equipe experiente, movida a soluções de missões crítica, mas também generosa, simpática e apaixonada por transformar a vida dos usuários de forma impactante e relevante.

Leia também: Veja os programas abertos para estágio e trainee

Podem participar estudantes com formação entre junho de 2016 e junho de 2017, dos cursos de Administração, Relações Internacionais, Relações Públicas, Jornalismo, Marketing, Publicidade e Propaganda, Economia, Ciências Contábeis, Direito, Psicologia e Engenharias, e com inglês fluente. São apenas 13 vagas, e as inscrições podem ser feitas até o dia 5 de junho, pelo site oficial.

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