Quem gosta de tecnologia costuma dar sinais cedo. Deborah Alves, fundadora da Cuidas e ex-aluna de Harvard, é um desses casos. Aos 8 anos, por exemplo, ela já fazia aulas de robótica. Depois, aos 11, roubou uma apostila da mãe para aprender HTML e fazer sites, e na adolescência, até a faculdade, empilhou medalhas em olimpíadas de matemática no Brasil e no exterior.

A influência em casa, é claro, ajudou muito. Com um pai e um irmão engenheiros, era natural que a garota fosse gostar dos números e da lógica para resolver os problemas à sua volta.

“Eu sempre falo que esse foi o começo da minha carreira, que impulsionou todo o resto”, conta Déborah. “Fui viajar para fora nas competições e foi onde eu descobri novas oportunidades e que eu poderia estudar fora com bolsa, por exemplo.”

A percepção, ainda na adolescência, estava correta. Deborah se aplicou para cinco universidades no exterior, foi aprovada em quatro delas, e, no caminho, tornou-se ainda bolsista do Programa Líderes Estudar com apoio do curso Prep Estudar Fora.

Ao escolher a universidade de Harvard para estudar Ciências da Computação e Matemática, ela deu início a uma trajetória que culminaria na criação da BRASA, uma associação de apoio a estudantes brasileiros no exterior, e da Cuidas, uma solução em saúde ocupacional para empresas.

Desafios de liderar e desenvolver lideranças em tech

A trajetória de Deborah Alves permitiu que ela compreendesse de dentro os desafios de liderar e recrutar equipes de tecnologia. O mercado, embora em crescimento, enfrenta problemas para encontrar profissionais qualificados e de nível mais sênior. Até 2025, o gap de profissionais será de 530 mil, segundo um estudo do Google For Startups.

Na visão de Deborah, existe um primeiro ponto, pouco discutido, ligado ao interesse. Para a empreendedora, uma parcela considerável de profissionais técnicos que não têm interesse em liderar e preferem seguir carreira em uma perspectiva de especialista.

“É uma carreira de pessoas que eventualmente gostam de trabalhar mais distante de equipes”, aponta ela. “Muitos desenvolvedores não gostam de estar em reuniões, por exemplo. Eles não querem ser lideranças simplesmente porque esse trabalho não os interessa por conta de características pessoais mesmo.”

Já para profissionais que têm o interesse, Deborah acredita que uma das hipóteses para a dificuldade está ligada a oportunidades de desenvolvimento de habilidades de liderança. Esse cenário, segundo a especialista, precariza as lideranças em tecnologia.

“A falta de oportunidades de desenvolvimento faz com que pessoas despreparadas ocupem cargos porque não tem quem ocupe. Às vezes uma pessoa desenvolvedora sênior, boa tecnicamente, assume um cargo para o qual ela ainda não estava preparada.

Assim, explica Deborah, como as funções de liderança são muito diferentes das funções técnicas, há prejuízos para os resultados das equipes.

Como se desenvolver?

O primeiro passo para o crescimento profissional em tech, na visão de Deborah, é determinar o tipo de carreira que a pessoa quer ter.

Ou seja: os profissionais precisam escolher se querem uma carreira como especialistas ou como lideranças.

Para os que querem ser especialistas, ela indica que o passo fundamental é escolher empresas que tenham espaço para esse tipo de profissional em seus planos de carreira.

Já para quem quer ser liderança, Deborah indica que é necessário encontrar maneiras de desenvolver lideranças em projetos reais, no dia a dia, caminhando da liderança informal até a formal.

Para esse segundo caso, é importante encontrar projetos, eventos, ações estratégicas para assumir e tocar dentro da organização onde o profissional atua.

“Começa daí. Uma vez que você se prontifica a tocar um projeto, você começa a ter novas responsabilidades, lidar com pessoas e a ter essa vivência de liderança não oficial e ganhar bagagem.”

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