Cidade de Paris
Paris

A paixão pela França brotou na vida de Sílvia Capanema quando ela, em 2001, então estudante de jornalismo, foi fazer um intercâmbio em Clermont Ferrand, cidade ao sul de Paris. Sílvia tinha 22 anos. “O valor que é dado ao patrimônio histórico, à organização urbana e à diversidade cultural garantida pela imigração me fascinaram”, diz ela. Depois de voltar ao Brasil para se formar, Sílvia retornou à França, tentou um mestrado em História, em Paris, e foi aceita. As questões social e racial, sempre importantes na visão de mundo de Sílvia, foram tema de sua tese do doutorado sobre a Revolta da Chibata (deflagrada por marinheiros brasileiros em 1910), que ela defendeu em 2009.

A chance de permanecer em Paris surgiu no ano seguinte, quando Sílvia passou em um concurso para professora universitária, na área de Língua Portuguesa e Civilização Brasileira, na Universidade de Paris 13. De lá para cá, vieram o casamento com o urbanista francês René Schmidt e a chegada da filha Hannah, em junho de 2014.

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Sílvia já havia estado em comícios no Brasil e participado do grêmio estudantil do Colégio Loyola, em Belo Horizonte (MG). Na França, ia a algumas manifestações. Mas o interesse real por política veio quando conheceu o Partido Comunista Francês, em Saint-Denis, periferia popular de Paris, onde vive. “Minha sensibilidade aumentou ao ver o esforço da prefeitura para trazer cultura, desenvolvimento e serviços públicos para os diferentes povos da região, e de forma inovadora”, diz. Durante as eleições presidenciais de 2012, Sílvia e o marido aderiram ao Partido e ela ficou encarregada pela edição do jornal La Citoyenne.

Então veio o convite para se candidatar ao cargo equivalente ao de vereadora no Brasil. “Quando me propuseram, recusei. Nunca tinha imaginado ser candidata. Mas decidi abraçar a oportunidade”, afirma. Na época da campanha municipal, em que ela saiu vitoriosa, Sílvia estava grávida – agora, o desafio é conciliar a vida de mãe, de professora universitária e de política francesa. A área sob sua responsabilidade abrange mais de 400 mil habitantes em nove comunidades ao norte de Paris.

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“A maternidade amadureceu minha sensibilidade política. Agora sou a favor mais do que nunca da licença maternidade de seis meses e da adaptação de espaços comerciais e públicos a gestantes e bebês”, diz. Para Sílvia, é impossível separar política das vidas acadêmica e pessoal.

Como vereadora, o objetivo de Sílvia é ajudar o prefeito a realizar projetos de conclusão das linhas de bonde e ampliação da participação dos cidadãos, entre outros. “Na política, as coisas são mais concretas e ágeis do que na vida acadêmica”, diz.

Sobre inspirar mulheres a seguir seus sonhos e aspirações, a mineira acredita que é preciso ocupar novos espaços na sociedade. “Acho importante que as mulheres saiam do ambiente doméstico e reivindiquem respeito, igualdade, liberdade e justiça. As mudanças acontecem no discurso, mas principalmente nas ações”.

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT 

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