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Mudança de carreira: como o publicitário Bruno Costoli encontrou-se na comédia stand up

Homem sério

Não é raro termos contato com propagandas bem-humoradas e que nos arrancam boas risadas. Mas uma coisa é trabalhar como publicitário, outra é usar a criatividade em um palco diante de uma plateia lotada. Bruno Costoli, um dos principais nomes do stand up comedy mineiro, nos mostra como é possível tomar um novo rumo profissional aproveitando antigas habilidades.

Com 30 anos atualmente, ele formou-se em Comunicação Social na UFMG, um dos cursos mais concorridos no vestibular. Trabalhou por cinco anos com publicidade, passando por algumas grandes agências como redator publicitário.  “O que mais me agradava na área era a possibilidade de criar algo legal, ter uma ideia boa que fosse veiculada pela cidade. Não acho que a decisão de estudar publicidade tenha sido precipitada, acho que a faculdade só não mostra com muita clareza como vai ser o mercado”, analisa.

E o mercado, muitas vezes, é mesmo cruel. “Quase todos os dias ficava além do horário na agência. Uma das coisas que sempre me incomodou era esse não cumprimento de horários. Eu não conseguia marcar nenhum compromisso durante a semana porque sempre poderia acontecer de precisar ficar até mais tarde. E o que mais me indignava nisso (além das horas extras não serem remuneradas e nem sequer banco de horas eu ter) era o fato desse tempo extra ser muitas vezes culpa da falta de planejamento e organização dentro da empresa”, revela.

bruno costoli mudanca de carreira stand up
acervo pessoal

A rotina desgastante também se traduzia na ausência de férias, fator que acabou por ser fundamental para a grande guinada profissional.  “Quatro dos cinco anos na publicidade foram sem tirar férias, porque muitas vezes eu era o único redator da agência. Na primeira vez que tirei, passei um mês inteiro à toa e tive certeza de que não queria mais aquilo (velha rotina) para mim”, afirma.

Ele voltou do seu descanso e, por incrível que pareça, passou a levar as apresentações de comédia que fazia mais a sério.  “Eu ainda era muito iniciante, mas era o momento em que a comédia stand up começava a crescer em BH. Em poucos meses na área comecei a ter resultados positivos e via um crescimento legal no setor. A comédia se mostrava, a longo prazo, mais interessante do que a publicidade. Quando percebi, já fazia parte de um grupo de comédia e estava me apresentando toda semana”, conta o comediante.

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A rotina atual Bruno se tornou uma das referências no stand up comedy na capital mineira, com apresentações quase sempre lotadas e palestras para diversas empresas. Mas ele se preparou para esse caminho.  “No início, era muito comum os comediantes se apresentarem como convidados nos shows dos outros grupos. Essa troca foi muito boa para o fortalecimento do mercado.  Comecei a ler alguns livros e textos sobre o assunto, ver entrevistas de comediantes famosos, além de vídeos e filmes sobre stand up e comédia em geral. Fiz ainda alguns anos de teatro no Galpão e diversos cursos de improvisação teatral”, relata.

Um dos diferenciais de Costoli é a presença das músicas nas suas apresentações. Com seu violão, toca canções próprias e paródias, como as sobre o Sertanejo Universitário (sucesso de visualizações na internet). Entretanto, ele também aborda assuntos mais sérios.

“A rotina de criação é intensa. Trabalho mais do que na época que era publicitário (risos). Tenho tentado falar sobre assuntos mais relevantes também. Acho que seria um desperdício não usar a oportunidade que tenho de falar para tanta gente (no palco e na internet) sobre algo que considero importante e que possa mudar as pessoas. Fazer rir é bom e necessário, mas fazer pensar também é”, analisa.

Bruno considera importante o período em que trabalhou como publicitário para o sucesso na nova atividade. “Na publicidade eles não se preocupam muito em otimização de trabalho, então, às vezes, você cria o máximo possível. Ao mesmo tempo que isso é um desperdício, para comédia isso é ótimo. Te faz achar piadas que quem para na primeira ideia não vai achar. Isso me mostrou que essa onda de ‘insight’, de esperar a ideia chegar, é bobagem. Há uma glamourização da criatividade, mas é um trabalho como qualquer outro. Sem falar que a publicidade usa o humor de forma recorrente. Até alguns formatos publicitários se parecem muito com o formato de piadas”, acredita.

Liberdade Como pontos positivos na nova carreira, Bruno cita sua autonomia (de horários, de criação e financeira). Agora, ele ganha de acordo com o que produz, escolhe seu horário de trabalho e é o responsável por definir o rumo de suas ideias. “Na publicidade, independentemente de quanto eu trabalhasse, meu salário era o mesmo. Na comédia, se eu consigo mais trabalhos, eu ganho mais. Além disso, antes eu tinha que passar minhas ideias pelo crivo de várias pessoas (chefes). Hoje, minhas ideias passam pelo crivo de muito mais pessoas, mas são os consumidores finais. E a resposta é imediata: riu ou não. Se for ruim, a culpa é minha. Se for bom, o mérito é meu”, enfatiza.

Para quem olha com desconfiança para o novo ofício, ele manda um recado: “Às vezes alguém fala que é só ´ir lá falar umas bobagens´. Até gente da área, por incrível que pareça. Tem muita gente que fala ‘meu amigo ia se dar bem nisso’, como se fosse só chegar lá e fazer. Eu gostaria de ver essas pessoas tentando… Porque uma coisa é fazer seus amigos rirem num churrasco onde todos te conhecem. Outra coisa é fazer rir um bando de gente que nunca te viu na vida e ainda está pagando por isso”.

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Quais as possibilidades de carreira para um advogado ou bacharel em Direito?

Estátua da Justiça na Alemanha

Tipo polivalente. Esta é uma das qualidades mais atraentes de uma graduação em Direito, e uma que não passou batido para milhões de pessoas. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o país tinha cerca de 200 cursos de Direito na década de 1990. Hoje, são 1,3 mil.

Naturalmente, o número de formados também subiu: a OAB conta com cerca de 800 mil advogados inscritos e estima que existam outros três milhões não aprovados no exame, que é obrigatório para advogar no país.

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Um estudante de Direito é equipado com ferramentas úteis em diversa carreiras, mas é importante saber que a competição pode resultar em dificuldades na inserção inicial no mercado. Estar preparado pode fazer toda a diferença – e é justamente por isso que buscar informações é tão importante.

Possibilidades de carreira para advogados

Há, primeiramente, a advocacia em si, onde é possível atuar de maneira contenciosa (casos em que há contestação, disputa ou conflito que necessite de solução judicial), preventiva (evitando que os problemas jurídicos ocorram, prevendo as possíveis controvérsias e buscando preveni-las, por exemplo, por meio de cláusulas no contrato) ou consultiva (prestando consultoria a empresas ou clientes em todas as questões que envolvam o Direito), entre outras, no âmbito público ou privado – que inclui tudo, de direito civil a direitos humanos, das águas ou constitucional.

Dentro do âmbito público, uma carreira muito buscada é o magistrado, em que o advogado pode se tornar juiz estadual, federal, militar, eleitoral ou de trabalho. Há também os procuradores, que representam os interesses públicos em nível municipal, estadual e federal, e os defensores públicos, que representam cidadãos brasileiros sem condições de pagar e atuam em nível estadual. Já o promotor de justiça defende os interesses sociais principalmente na área de direito penal.

Os concursos públicos para cada cargo são sempre muito disputados. São também boas portas de entrada, que exigem horas e horas de dedicação aos estudos mas oferecem segurança profissional. A boa notícia é que, graças aos 5570 municípios, 26 estados, um Distrito Federal e toda a União brasileira, os cargos para advogados não devem parar de surgir. E não são só esses.

Leia também: Jovem conta como foi do curso de Direito na UFMG ao mestrado em Berkeley, na California

Além da advocacia em si, existem outras carreiras públicas que um diploma de Direito pode abrir portas, embora não seja sempre obrigatório. “Há um leque enorme de opções e nem todas estão vinculadas às carreiras tradicionais”, explica Heleno Taveira Torres, professor da Faculdade de Direito da USP – um magistério é outra carreira possível, aliás. “Muitas outras demandam formação jurídica ou lhe dão grande valor, como auditor da Receita Federal, delegados da Polícia Civil ou Polícia Federal e diplomacia.”

Os diplomatas, inclusive, são ponto de destaque para ele. Como boa parte do currículo em Relações Internacionais envolve o estudo do Direito, bacharéis nesse curso conseguem entrar nesse mercado – que envolve passar no famoso concurso de admissão do Instituto Rio Branco – com mais facilidade que os egressos de outros cursos.  

Fora do setor público, além da advocacia no setor privado (em outras palavras, o trabalho em escritórios ou como advogado autônomo), as oportunidades também são numerosas. Em empresas, o crescimento do setor de compliance, que exige estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos, tem demandado muitos profissionais. “Praticamente nenhuma empresa pode sobreviver hoje sem um departamento do tipo e a formação jurídica é um elemento imprescindível”, explica Heleno.

Mudanças na área de Direito

A alta especialização é outra tendência apontada pelo professor. “Antigamente, o advogado era como um clínico geral: trabalhava com direito de família, de trabalho, penal. Hoje em dia, essa figura está quase em extinção. Estamos numa era de especialidades.”

Entre as especializações mais em voga atualmente estão direito empresarial – especialmente quando se trata de crimes de colarinho branco e lavagem de dinheiro –, direito penal, direito comercial e direito ambiental, que tem grande potencial de crescimento futuro.

E dentro de cada tipo, há uma série de outros nichos. Heleno cita áreas como imposto de renda, direito tributário internacional, royalties e patentes só dentro de sua especialidade, que é direito tributário.

O professor, no entanto, é direto quando se trata de fazer suas escolhas. “O estudante não deve ir por modismos, mas abraçar a especialidade que ama. A questão financeira virá em decorrência da forma como ele se dedica ao seu trabalho”, garante.

E não tem por que usar as dificuldades como desculpa para perder tempo: se estiver com algumas horas sobrando, procure uma boa biblioteca para estudar. “A pessoa precisa preparar-se continuamente e ter qualificação para aproveitar as oportunidades”, diz. “Ninguém chega por sorte numa profissão.”

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As melhores e piores expressões para colocar no currículo

curriculo

Uma pesquisa realizada pelo site de recrutamento Career Builder aponta que 17% dos recrutadores gastam 30 segundos ou menos analisando um currículo. A grande maioria – 68% – demora em média 2 minutos. Com um tempo de avaliação tão curto, o estudo aponta que certas palavras e expressões podem fazer a diferença para ganhar uma chance com os recrutadores.

De acordo com o estudo, o uso de clichês e termos subjetivos não são bem vistos porque não trazem ‘informação real’ e dificilmente mostram resultados efetivos.  “Sinergia”, “Dinâmico” e “Pensar fora da caixa” podem parecer boas escolhas, mas não são indicados pelos recrutadores americanos. “Recrutadores preferem palavras fortes para definir experiências, habilidades e desempenho”, afirmou Rosemary Haefner, vice-presidente de recursos humanos da Career Builder.

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A pesquisa foi realizada em novembro e dezembro do ano passado, com cerca de 2200 recrutadores e profissionais de recursos humanos dos Estados Unidos – que atuam, em sua maioria, na área industrial e em companhias médias. Abaixo, confira o que não usar e quais termos podem te ajudar a causar uma boa impressão:

As piores expressões
– Pensar fora da caixa (26%)
– Sinergia (22%)
– Pode contar para tudo (22%)
– Líder nato (16%)
– Valor adicional (16%)
– Movido por resultados (16%)
– Trabalha bem em equipe (15%)
– Trabalhador (13%)
–  Pensador estratégico (12%)
–  Dinâmico (12%)
–  Motivado (12%)
–  Detalhista (11%)
–  Pró-ativo (11%)

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Os melhores verbos/termos
–  Alcançou (52%)
–  Melhorou (48%)
–  Treinou e foi mentor de (47%)
–  Administrou (44%)
–  Criou (43%)
–  Resolveu (40%)
–  Voluntariou-se (35%)
–  Influenciou (29%)
–  Acrescentou/Diminuiu (28%)
–  Ideias (27%)
– Negociou (25%)
– Lançou (24%)
– Receita/Lucros (23%)
– Dentro do orçamento (16%)
– Ganhou (13%)

 

Este artigo foi originalmente publicado em Época Negócios

5 primeiros passos para encontrar um bom investidor

desenho de dois homens disputando saco de dinheiro

É bem possível que você tenha sócios ou pessoas muito especiais na sua empresa –  principalmente se você que já começou seu negócio. Pessoas que entraram cedo na organização, e que, acreditando na sua ideia, ralaram e continuam ralando para colocar o sonho de pé.

Essa formatação inicial é crucial para tudo. Você deve saber, mas é sempre bom reforçar: uma escolha acertada aumenta muito as chances de êxito do negócio. Já o sócio errado…

Muito bem, sabendo disso, investidores são, antes de mais nada,  sócios que não estarão direto no seu dia a dia, mas que gozarão de certos direitos e obrigações um pouco diferentes, como por exemplo:

1. Direito formal de opinar e votar no curso do negócio – exercício do direito de voto em reuniões de conselho;

2. Pode ter, sozinho, o direito de alterar o rumo estratégico da empresa – ex. vetos em certas decisões como investimentos relevantes, M&A, novas capitalizações, mudança do time de gestão;

3. Em muitas situações, direito de retornar o capital em primeiro lugar em relação aos demais sócios – liquidation preference;

4. Obrigação de aportar capital na forma combinada no acordo de investimentos.

O momento de escolher um investidor é a hora de colocar tudo isso na balança. Defina com clareza quais os critérios que são importantes para você, seus sócios, e para a saúde e sucesso do seu negócio. Seja muito racional e honesto com você mesmo. Abaixo, listo 5 dos critérios que costumo usar:

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1. Tamanho do cheque e quanto tempo deve durar

Dependendo do estágio em que sua empresa se encontra, o valor que você precisa levantar pode variar muito – de menos de R$ 1 milhão a mais de R$ 100 milhões. De acordo com o valor, há classes diferentes de investidores seed, VC, growth, Private Equitiesmas sobre esse tema há muito bom conteúdo disponível.

O que julgo crucial é que você tenha clareza de quanto dinheiro precisa levantar para que a sua empresa chegue onde você quer e, além disso, durante quanto tempo essa ação será necessária.

Uma captação tem que ser suficiente – com folga – para te levar até além da data estimada para seu próximo round. Tenha sempre um horizonte de mais de 1 ano de caixa. Idealmente mais de 1,5 ano, uma vez que um novo processo de captação pode facilmente durar mais de 6 meses – entre a decisão de começar a falar com investidores até o dinheiro estar disponível no caixa.

Seja muito cuidadoso aqui, não deixe seu enorme otimismo ofuscar o conservadorismo nesse tema e não queira viver a experiência de ficar sem fluxo de caixa no meio da jornada.

2. Duração da jornada

Quanto tempo você definiu no seu plano de negócios para que sua empresa “decole” ou atinja a altitude de vôo que você julga a correta? 1 ano ? 3 anos ? 5 anos ? 10 anos ? Aqui é muito importante você estar alinhado com o tempo do seu investidor. Não seja permissivo e permita o desalinhamento dos tempos.

Se você perguntar a investidores em geral, muitos dirão que estão no negócio para o longo prazo. O detalhe aqui é a referência do que é longo prazo.

Se o investidor for de fundo, seja diligente para entender o tempo de duração do fundo, a mecânica de remuneração dos gestores e o perfil dos investidores cotistas do fundo. Essas informações te dirão muito sobre o que, na prática, é o horizonte de tempo desse investidor. Busque também referências de empreendedores que já foram investidos por ele.

Tenho um certo interesse por investidores personificados por empreendedores – indivíduos ou grupos – mais experientes, que já realizaram muito: construíram grandes negócios, empregaram muitas pessoas, viveram ciclos e crises, caíram e levantaram-se. Normalmente, apresentam-se na forma de suas pessoas físicas, fundos exclusivos (ex. seus family offices) ou fundos de investimento onde sua participação no capital, bem como sua filosofia de investimentos, é relevante ou predominante.

Na maioria das vezes, o compromisso de tempo deles é longo. Muitas vezes estão no jogo legitimamente pelo prazer de construir junto com você, e mirando o sucesso no longo prazo. Acho isso muito bacana.

3. Simplicidade

No mundo de Venture Capital, uma regra que acho muito importante é: começou a complicar a conversa pelo lado do investidor, a burocracia começou a emergir e de repente surge uma névoa que impede de evoluir de forma rápida e objetiva na negociação, não perca mais seu tempo.

De duas uma: O investidor não está convicto no investimento e está criando formas adicionais de proteção – e, nesse caso, não vale a pena nem pra você nem pra ele; ou ele não sabe o que está fazendo e isso vai atrapalhar a sua vida e a da sua empresa no futuro.

Bote uma coisa na sua cabeça: Em VC, quem quer muito fazer um investimento faz e faz rápido. Goste de quem gosta de você.

4. Complementariedade de competências

Nunca busque apenas o dinheiro, isso é um erro enorme. Falo isso sobre o primeiro seed, até uma Série C, D ou PE. Entenda quais as competências estratégicas que você não têm hoje na sociedade e busque-as num investidor.

Por exemplo, se você está num segmento onde a credibilidade de uma pessoa de “cabelo branco” com histórico de realizações é importante para atrair talentos e parceiros desse setor específico, não tenha dúvidas e vá atrás disso. Mas, ao mesmo tempo, tenha muita clareza do que você e não quer. E se você parar pra pensar, vai lembrar de muita coisa que não quer…

A melhor forma que achei para fazer isso é montar uma pequena matriz com linhas de competências ou características que você deseja e as que não deseja. Nas colunas você coloca os investidores. Preencha de forma muito honesta, e peça para o seu (ou seus) sócio atual fazer o mesmo.Com tudo isso em mãos é hora de confrontar as opiniões.

Leia também: Sete dicas para quem quer empreender no Brasil

5. Intuição

Por último, a mais importante. Em decisões complexas, onde a racionalização é parte do processo, mas não ele todo, confie na sua intuição. No final da história, você está trazendo abordo da sua empresa novos sócios que terão o papel de investidores.

Pare e pense: Se eu estivesse começando a empresa hoje, eu traria essa pessoa ou esse grupo de pessoas para serem meus sócios ? Eu terei prazer em conviver com essa turma pelos próximos anos ? Será divertido ? Será produtivo ? Vou me tornar uma pessoa melhor com eles ?

De novo, seja franco com você. É fácil criar muletas, tapa-olhos e névoa pra evitar ver e entender o que está lá escancarado e que deve ser visto ou percebido. Busque clareza absoluta em como você percebe o seu candidato a novo sócio – a decisão fica muito mais simples!

Por fim, uma pergunta que muitas vezes me fazem: Investidor brasileiro ou estrangeiro?

A minha resposta é simples: converse com os dois, pondere e faça sua escolha.

Aliás, não deixe de conversar com os estrangeiros. Pegue o avião e vá para os EUA ou talvez Europa, mas antes de tudo prepare-se. Faça muito bem feita a sua lição de casa:

1. Identifique quem são os investidores mais importantes do seu segmento. Preferencialmente, procure quem investiu no seu benchmark;

2. Treine, treine e treine. A forma de um pitch feito fora do Brasil tem diferenças importante, busque ajuda de quem teve essa experiência;

3. Vá pra cima sem medo. Os investidores estão lá por sua causa: você é o protagonista.

Você pode até acabar não captando com o estrangeiro, mas vai aprender um monte e amadurecer. Eles são diretos e falarão o que é bom e o que não é no seu negócio. Melhore, mostre que você é fazedor e e volte lá no semestre seguinte. Persistência é uma das maiores qualidades que você pode mostrar.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

 

Aprenda um truque simples para nunca mais perder prazos

Pessoa escrevendo no moleskine

Há uma infinidade de sites e aplicativos que podem ajudar você a administrar o seu tempo e ter uma rotina mais produtiva. Mas nem todo mundo se dá bem com a parafernália tecnológica. Em muitos casos, a simples combinação de papel e caneta pode ser suficiente para organizar toda a sua vida — e de uma vez por todas.

Adepto do velho método, o designer norte-americano Ryder Carroll criou uma técnica de organização de tarefas baseada exclusivamente em um caderno, que tem ganhado cada vez mais adeptos pelo mundo. Apelidado de “Bullet Journal”, o sistema faz sucesso principalmente entre aqueles que não aguentam mais depender dos smartphones para tudo.

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Como funciona?

A ideia principal é dividir um caderno branco em quatro partes:

– Um índice, como de um livro, em que você listará as páginas do caderno e seus respectivos conteúdos;

– Uma agenda do futuro, em que você escreverá os eventos e prazos dos próximos 6 meses;

– Uma agenda mensal, em que estarão as atividades de cada mês específico;

– Uma agenda diária, em que você deve anotar suas tarefas e notas de cada dia.

O método permite uma visualização rápida das suas prioridades, divididas nos prazos curto (dia), médio (mês) e longo (6 meses), de forma centralizada e fácil de acompanhar.

Tudo isso sem gastar muito dinheiro — ou tempo. Segundo o site Buzzfeed, a preparação inicial do “Bullet Journal” costuma levar menos de uma hora, e a manutenção dos registros não consome mais do que 10 ou 20 minutos por dia.

Também existem outras vantagens em registrar a sua vida no papel: pesquisadores americanos afirmam que quem escreve informações à mão tem mais facilidade de compreendê-las e memorizá-las do quem as digita.

Uso de símbolos A grande novidade apresentada por Carroll é o que ele chama de “rapid logging”, isto é, um registro ágil e simplificado das informações. A orientação do designer é usar frases curtas e diretas para descrever suas tarefas, e marcar cada item com um símbolo específico, que funcionará como categoria.

O ponto (.), por exemplo, serve para representar o que você ainda precisa fazer. Concluiu a tarefa? Marque um “X” sobre o ponto. Não deu tempo de completar hoje? Assinale o compromisso com o símbolo “>” para indicar que ela foi transferida para outro dia.

Um pequeno círculo (O) representa grandes eventos e compromissos, enquanto o traço (—) simboliza atividades menos importantes.

Veja um exemplo do sistema de símbolos na imagem a seguir, extraída de um vídeo explicativo:

Veja a seguir um passo a passo para montar a estrutura da agenda:

1. Compre um caderno de tamanho médio e boa qualidade. Se for pequeno demais, não será fácil de manusear; se for grande demais, você terá dificuldades para levá-lo consigo. Também é importante que o material seja resistente o suficiente para suportar os desgastes do uso a longo prazo.

2. Comece organizando o índice nas quatro primeiras páginas. Você deve marcar todas com números. Comprar um caderno pré-numerado pode agilizar o processo;

3. Use as páginas seguintes para a sua agenda do futuro. Carroll sugere que você divida o espaço com uma régua em 6 partes, representando os próximos 6 meses. Em cada retângulo, você deve anotar seus grandes projetos e metas para o próximo semestre;

4. Preencha as páginas seguintes com a agenda mensal. Escreva o nome do mês no topo da página e liste os dias numa coluna à esquerda. Anote todos os seus compromissos para aquele mês nos respectivos dias, como faria num calendário tradicional;

5. A seguir, use as próximas páginas em branco para registrar a sua agenda diária, que funcionará como uma lista de tarefas enriquecida pelo sistema de marcadores (“x”, “o”, “>” e outros símbolos descritos anteriormente). Quando terminar o dia, abra uma nova página para a sua agenda diária, e transfira as tarefas que foram transferidas.

Carroll explica mais sobre a técnica em seu site oficial e no vídeo a seguir (clique no retângulo na parte inferior direita do vídeo para ver legendas em inglês):

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

As 5 palestras favoritas de Chris Anderson, CEO do TED

Homem sentado no logo do TED Talks

Quando a primeira TED Talk aconteceu, em idos de 1984, era difícil adivinhar que se tornaria um fenômeno global. Apesar do elenco estelar – que incluía um matemático e demonstrações de uma novidade chamada disco compacto, ou CD, além de ebooks e gráficos 3D –, rendeu pouco dinheiro e os fundadores perderam o entusiasmo.

Convencidos de que o formato era bom, eles se recuperaram de fato em 1990, quando a TED Conference voltou a funcionar e se tornou um evento anual disputado (e só para convidados) na Califórnia.

O interesse por novidades nas áreas de ciência, tecnologia e entretenimento aumentou muito ao longo da década seguinte e, em 2001, o TED foi adquirida por Chris Anderson, atual chefe e principal curador da organização. Sob seu comando, o negócio se expandiu mundialmente e, em 2012, celebrou um bilhão de views – um número que, naturalmente, só fez crescer desde então.

A pedido de um leitor do site Quora – onde trabalha a brasileira Deborah Alves, que fala sobre sua vida no Vale do Silício aqui –, o próprio Anderson selecionou suas cinco TED Talks favoritas. Todas têm legenda em português. Confira:

1. David Deutsch: Sobre nosso lugar no cosmos (2005)

Aqui está um físico independente oferendo um argumento eloquente sobre o poder do conhecimento… Emoldurado em uma palestra incrível, cheia de idas e vindas inesperadas. Deutsch ajudou a me convencer que conhecimento é muito mais que um truque evolucionário esquisito inventado por uma espécie da Terra.

2. Clay Shirky: Instituições vs. Colaboração (2005)
Naquele ano, Shirky falou sobre como a web estava permitindo novos modelos, que encorajavam instituições a ‘largar mão’ e permitir que outros façam um pouco de seus trabalhos por eles. Acho que a palestra ajudou-nos a decidir arriscar e oferecer nossas melhores palestras de graça online.

3. Nancy Etcoff: Sobre a surpreendente ciência da felicidade (2004)
Essa é uma de várias palestras sobre felicidade que realmente mudaram meu pensamento e, hum, acho que realmente me tornaram mais feliz. A ciência da felicidade é contraintuitiva. Etcoff oferece um ótimo resumo. Essa playlist [sobre felicidade] tem muitos outros.

4. Bryan Stevenson: Precisamos falar sobre uma injustiça (2012)
Bryan falou sobre um assunto difícil – o sistema judiciário quebrado dos EUA – de uma maneira incrivelmente cativante. Ele foi aplaudido de pé, as palmas mais longas da história do TED. E não consegui tirar nem ele nem sua causa da cabeça desde então.

5. Steven Pinker & Rebecca Newberger Goldstein: O longo alcance da razão (2012)
Uma palestra incomum, essa. Foi dada como um diálogo socrático. Eles chegam à conclusão de que a razão pura moldou a história profundamente, embora às vezes isso leve centenas de anos. Se o mundo concordasse com essa visão, faríamos um trabalho bem melhor na hora de escutarmos uns aos outros. Essa versão da palestra é apresentada como uma animação, graças ao gênio de Andre Park, do Cognitive.

Está entrando no mercado? Baixe um modelo de currículo para início de carreira

A primeira coisa que você precisa saber sobre currículos é: fazê-los não é uma tarefa rápida. Ou seja, se você fez um em 15 minutos, dá para melhorá-lo bastante. A boa notícia é que, embora exija tempo, um ótimo currículo não é algo misterioso. Para te ajudar, ainda vamos disponibilizar um modelo de currículo para início de carreira que você pode baixar e preencher.

É esse o objetivo desse texto: ensinar quem está no início da carreira e ainda tem poucas experiências para contar como preencher o currículo e também escrever uma carta de apresentação que impressione. À primeira vista parece intimidante, é verdade. Mas seguindo nosso passo a passo e usando nosso modelo, essa tarefa vai ficar bem mais fácil.

O papel do currículo

Para começar, é preciso entender o objetivo principal de um currículo: ele é um reflexo de quem você é como profissional e deve mostrar de forma resumida o que você aprendeu, o que fez e o que sabe fazer.

O currículo serve para colocar seu pé na porta e garantir uma entrevista, momento em que você vai ter a oportunidade de expor melhor sua personalidade e falar sobre tudo que ficou de fora.

Mas, em um primeiro momento, é analisando o seu currículo que os recrutadores vão tentar entender se você tem os atributos e o perfil para a vaga em questão, e decidir se você avança ou não no processo seletivo. Ou seja, é um documento bem importante! Então acredite: a dedicação aqui vale a pena.

O que colocar no currículo de início de carreira?

Muitos jovens em início de carreira se veem nesse dilema na hora de fazer o currículo: o que colocar no campo “Experiência Profissional” se nunca trabalhei, ou só fiz um estágio? Deixo o resto em branco? Apago essa seção?

No início da carreira, quando ainda não temos um histórico de trabalhos para colocar no papel, a solução é simples: pense em tudo que você já fez e o que ajudou a moldar e enriquecer sua trajetória profissional, mesmo que não tenha sido um emprego formal ou remunerado.

modelo de currículo

Com certeza você passou por muitas experiências que exigiram dedicação e o ajudaram a desenvolver novos conhecimentos e habilidades. É hora de refletir sobre elas.

Isso significa colocar na mesa trabalhos voluntários, projetos paralelos ou universitários, viagens ou atuações em empresas juniores, entre outras possibilidades, para decidir: o que ali compõe sua história? Quais experiências fizeram você crescer e por que?

O que mais importa, garantem os recrutadores, é trazer uma trajetória coerente, mostrando o que você já conquistou e que habilidades empregou para chegar lá.

Não sabe o que escrever? Use o método STAR

O método STAR, usado por profissionais de recursos humanos no mundo todo, pode te ajudar refletir sobre as experiências que você já viveu, e definir quais vão entrar no seu currículo – e como.

Aqui, é importante entender algo: quando o recrutador analisa um candidato à vaga, ele quer saber se ele tem o perfil e as competências necessárias para os desafios daquela função.

Portanto, vai querer saber como você pensa, como você lida com desafios, como você resolve problemas… Para mostrar isso ao recrutador, exemplos são melhores que palavras. E por isso é tão importante incluir as experiências certas!

Leia também: 16 adjetivos que você jamais deve usar no currículo

STAR significa Situação, Tarefa, Ação e Resultado. A proposta é pensar nas suas experiências a partir destas quatro considerações: qual era seu contexto (situação), quais eram suas responsabilidades (tarefa), o que você fez (ação) e quais foram os resultados?

Com essas respostas, fica mais fácil entender quais foram as experiências mais relevantes e como resumi-las no currículo.

A seguir, separamos alguns exemplos de experiências no mundo esportivo e das organizações estudantis explicadas por meio do método STAR:

Exemplo 1: Esporte universitário

Fui capitã do time de handebol feminino da faculdade e tinha a função de liderar, motivar e manter o espírito colaborativo de uma equipe de mais de dez pessoas. Nosso time teve o melhor resultado histórico da faculdade nesta modalidade e chegamos pela primeira vez à final dos jogos universitários municipais.

Exemplo 2: AIESEC

Na AIESEC, minha área tinha que bater uma meta de 200 intercâmbios sociais para estudantes no semestre. Minha função era liderar esse time, vendendo as oportunidades para os alunos da faculdade. Após trabalharmos muito bem a parte de divulgação e conseguir o número inscritos, tínhamos que convertê-los. Ligamos para 15 jovens por dia e destes, convertemos cerca de 10 para a sessão informativa. Conseguimos 190 intercâmbios no semestre.

Exemplo 3: Empresa júnior

Na EJ, tínhamos que organizar nosso tradicional Fórum de Mercado Financeiro, que reúne estudantes da cidade para assistir a palestras de profissionais do mercado. Por meio de parcerias inéditas fechadas pelo time de que fiz parte, conseguimos realizar um evento duas vezes maior que o do ano anterior.

Essas reflexões são úteis não só para você entender como descrever as experiências no seu currículo, mas também como conversar com o recrutador sobre elas.

Uma dica: métricas e números chamam atenção, então tente usá-los para demonstrar suas conquistas.

Como fazer um currículo perfeito

Agora já ficou claro que, mesmo no início de carreira, você provavelmente tem material suficiente para montar um bom currículo, certo? Então vamos começar:

Um bom currículo exige uma formatação simples e uma edição impecável, sem um único erro de português – disso ninguém esquece. Com isso em mente, comece pelos dados básicos: nome, endereço e contatos pessoais, que ficam no cabeçalho.

A estrutura do currículo vem em seguida e se divide em sete partes, que aparecem nessa ordem: objetivo, formação, experiência, outras atividades, habilidades, idiomas e referências.

Um currículo tradicional, usado por quem já tem mais tempo no mercado, traz experiências profissionais antes da formação.

No começo da carreira, no entanto, quando suas vivências são majoritariamente acadêmicas, é melhor inverte-los para dar destaque aos seus estudos.

Seção 1: Objetivo

O objetivo, também conhecido como objetivo ‘profissional’, deve contar uma ou duas frases que resumem o tipo de oportunidade que você está procurando.

Não é a parte mais relevante do currículo, mas como muitas pessoas acabam entregando algo genérico (ou nada), esforçar-se aqui pode ser uma chance de sair na frente.

Esse momento também é uma boa chance de refletir se aquela vaga combina com seu perfil, já que atirar para todo lado não é uma boa estratégia para ninguém.

De um lado está você, que talvez não veja valor genuíno naquela oportunidade, e do outro está o recrutador, que enxergará essa falta de alinhamento rapidamente.

Então reflita com calma. Qual é seu objetivo nesse momento? Aprender algo novo na sua área, entender como funciona uma startup, desenvolver suas capacidades analíticas? O que você de fato quer?

É claro que você, no início da carreira, não precisa ter 100% de clareza sobre o que está procurando. Não tem problema. Ainda assim, busque usar termos como desenvolvimento, crescimento, e aprendizado – eles demonstram que você está em busca de se aperfeiçoar e crescer.

Dica: sempre que for possível, adapte o objetivo para cada vaga a que você está se candidatando.

Na hora de preencher esse campo, pense nas razões pelas quais a vaga é interessante para você e como o que o emprego oferece é compatível com seus objetivos profissionais.

Mas atenção: nada de mandar o nome de uma empresa para outra por engano.

Exemplos:

Recém formada em Direito com interesse na área de propriedade intelectual em busca de uma posição inicial no escritório X.

Formada em Economia com experiência em liderança de equipes e interessada em construir carreira na empresa Z.

Seção 2: Formação

É onde ficam as informações sobre sua educação, sejam elas diplomas, certificados, especializações, extensões, intercâmbios ou cursos livres.

Não inclua seminários, conferências ou similares se tiver sido apenas um ouvinte. Muita gente faz isso para dar volume, mas não é preciso. Caso tenha sido algo realmente importante para você, há espaço na seção sobre outras atividades.

Aqui, o que é relevante mesmo são suas formações acadêmicas, que não precisam ser de grande porte para constarem. Aprendeu a programar planilhas num curso online legal? Formou-se em algum curso intensivo? Então coloque as informações.

E mantenha tudo simples: inclua nome da instituição, tipo de diploma ou certificado, curso, cidade e ano de conclusão.

Notas ou médias ponderadas são desnecessárias, mas caso sua classe tenha um ranking e você esteja bem colocado, vale a menção.

Exemplo 1: Graduação

Graduação em Administração
Universidade do Brasil, São Paulo – Dezembro/2016

Exemplo 2: Intercâmbio

Graduação em Economia
Intercâmbio na Universidad de Madrid, Espanha – Junho a Dez/2016

Exemplo 3: Outras formações

Curso de extensão de econometria
Certificado da Instituição Y, Vitória – Janeiro a Abril/2015

Curso de lógica de programação
Certificado da edX.org – Junho a Dez/2015

Seção 3: Experiência

Use o fato de que o campo se chama apenas “experiência” ao seu favor: perca o medo de citar qualquer coisa que não é um emprego. É experiência aquilo que lhe adicionou em termos profissionais, onde você teve tarefas e tomou ações dentro de uma organização.

Leia também: Qual o melhor modelo de currículo para vagas internacionais?

Para apresentá-las no papel, inverta a ordem cronológica: coloque a experiência mais recente primeiro.

Se tiver trabalhado em uma empresa júnior, no centro acadêmico ou em outra associação estudantil, por exemplo, pode colocar essa vivência aqui. Em seguida, adicione uma ou duas frases que resumem suas responsabilidades, preferencialmente utilizando o método STAR que já explicamos no início do texto.

Exemplos:

Estagiário de marketing na Empresa B – Nov/2016 a Mar/2017

Responsável pelo acompanhamento de mídias sociais no Brasil da empresa B, uma multinacional com 10 mil funcionários. Usando Google Analytics, recomendei melhorias estratégicas para a equipe e também cuidei de traduções e produção de conteúdo para Twitter e Facebook, canais que juntos alcançavam mais de 80 mil pessoas.

Estagiário de vendas na Startup A – Janeiro a Junho/2016

Responsável pela logística de entrega de materiais e pelo acompanhamento de clientes ao longo do primeiro ano de internacionalização da startup. No projeto X, que representou um crescimento de 10% no faturamento total, também atuei como assistente do diretor e participei do planejamento estratégico da proposta.

Vice-diretor de intercâmbios sociais da AIESEC – Jan/2015 a Dez/2015

Três meses após entrar como membro da equipe nacional de intercâmbios sociais, me tornei vice-diretor e responsável por traçar uma estratégia de atração. Para bater a meta de 300 intercâmbios por ano e com um orçamento de R$ 5 mil, organizei 40 palestras online e presenciais pelo Brasil e conduzi um trabalho conjunto de follow-up até atingi-la, em agosto.

Seção 4: Outras atividades

Aqui ficam as experiências que você acha formativas mas que não cabem em outros lugares, como prêmios, vivências internacionais importantes e destaques acadêmicos e esportivos, todas apresentadas da maneira mais sucinta possível.

Passou três meses trabalhando na Disney e isso teve importância em sua formação profissional? Pode colocar aqui. Seu grupo venceu uma competição de cases ou fez um documentário que teve 100 mil views no YouTube? Cabe também.

Na hora de preencher essa seção, que não é obrigatória, lembre-se sempre de quem está lendo: recrutadores.

Eles não querem saber se sua vida é animada, mas se você é um bom candidato – e tudo que estiver no currículo pode virar assunto na entrevista, então seja relevante.

Exemplo 1: Voluntariado

ONG X – Agosto 2015 ao presente
Voluntário na ONG que luta pela preservação da mata atlântica. Em 2014, captei cerca de R$ 10 mil para a organização através de uma campanha de rua.

Exemplo 2: Prêmios

Competição de cases da Consultoria X – Setembro de 2016
Primeiro lugar na competição estadual no Rio de Janeiro e finalista nacional com um case sobre as estratégias de crescimento do Netflix no Brasil.

Exemplo 3: Vivências internacionais

The Walt Disney Company – Jun/2017 a Agosto/2017
Intercâmbio de trabalho na Disney Orlando durante as férias de verão norteamericanas, quando o parque recebe seu maior número de visitantes.

Seção 5: Habilidades

Caso você queira destacar seus conhecimentos sobre alguma ferramenta, como Adobe Photoshop ou Microsoft Excel, poderá fazê-lo aqui de maneira sucinta.

Exemplo:

Microsoft Excel (intermediário), Adobe Premiere (avançado), Javascript (básico).

Seção 6: Idiomas

Aqui vem sua proficiência (sincera, não vale a pena mentir!) em outros idiomas. Caso tenha alguma comprovação de fluência, como um teste reconhecido ou um certificado de alguma escola, também pode incluí-la nessa seção.

Exemplo:

Francês intermediário (leitura e escrita), Inglês avançado (conversação, leitura e escrita – 109 pontos no TOEFL/2015), Espanhol básico (conversação, leitura e escrita – aluno da Escola X desde 2017).

Seção 7: Referências

Especialmente propício para pessoas em início de carreira, o campo de referências consiste em um ou mais contatos – com nome, cargo, telefone e e-mail de cada um – que podem atestar sobre suas capacidades profissionais a partir das experiências que tiveram com você.

É possível incluir professores, orientadores em projetos universitários ou iniciação científica, chefes ou outros que conviveram com você e podem falar mais sobre seu trabalho.

Não se esqueça de avisar suas referências antes de enviar o currículo: elas precisam saber do que se trata caso alguém entre em contato perguntando sobre você.

Exemplos:

Pessoa A, professora de Economia da Faculdade X
Telefone: (99) 9999-9999
E-mail: [email protected]

Pessoa B, presidente da empresa junior X
Telefone: (99) 9999-9999
E-mail: [email protected]

 

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O que é a mensagem de apresentação para currículos?

A mensagem de apresentação, também conhecida como carta de apresentação, é uma exigência cada vez mais frequente.

Ela costuma ter entre 150 e 500 palavras e é onde você apresenta quem é, o que é capaz de fazer e qual é sua motivação para buscar aquela vaga.

Não se trata de copiar seu currículo, mas de pensar nela como o começo de uma entrevista de emprego: apresente-se e diga como foi parar ali, naquela mesa, candidatando-se para aquela vaga.

Por que você quer essa oportunidade ou trabalhar nessa área ou indústria? O que pode oferecer à organização e como suas conquistas passadas e habilidades lhe ajudarão a fazer isso?

Leia também: Qual fonte usar no currículo? Veja o que cada uma significa!

Mostre sua personalidade

Na carta, sua personalidade e história de vida são muito bem vindas e você pode desenvolver o que precisou ficar fora do currículo em si.

Lembre-se que, assim como o objetivo profissional, ela também precisa ser adequada para cada vaga: cartas genéricas demais são vistas negativamente.

O estilo deve ser formal, mas não precisa ser rígido. Caso se sinta bem escrevendo, pode tomar mais liberdades e introduzir seu estilo de escrita – só não se esqueça do bom senso.

Estruturalmente, uma carta de apresentação tem três partes: introdução, contextualização e motivação. Entenda cada uma a seguir:

Parte 1: Introdução

Apresente-se: quem é você? O que faz? Por que está buscando essa vaga?

Exemplo:

Sou recém-formado em Administração e, durante a universidade, tive contato próximo com recrutamento e seleção. Acredito que possuo o conhecimento inicial, a paixão e a força de vontade necessários para ser um excelente analista de recursos humanos em sua organização.

Parte 2: Contextualização

Contextualize o leitor: por que você é adequado para a vaga?

Seja direto, mas venda seu peixe e não tenha vergonha de falar sobre suas conquistas passadas e aquilo que faz bem.

Tenha o cuidado de combinar as habilidades que destacar com o que a vaga de fato exige. Para ter certeza de que está acertando o alvo, mantenha uma cópia das exigências da vaga ao seu lado e demonstre como as exerceu ao longo de sua trajetória.

Não importa o nível hierárquico em questão, a estrutura não muda: evidencie que você pode fazer o que é exigido através de exemplos de sua trajetória.

Exemplo:

Durante meus dois anos na empresa júnior X, uma de minhas responsabilidades era selecionar novos participantes e apoiar seu desenvolvimento profissional. Para isso, eu organizava rodadas de feedbacks frequentes e grupos de estudos com especialistas sobre diversos temas, de negócios a psicologia.

Parte 3: Motivação e agradecimentos

Especialistas aconselham que a carta termine falando por que essa vaga lhe entusiasma (ela vai ajudar a atingir seus objetivos profissionais, por exemplo? Trata de temas que lhe interessam muito?) e por que você merece uma entrevista (por que acha que tem um fit cultural com os valores da empresa e como pode ajudá-la a crescer?).

Exemplo:

A oportunidade me entusiasma tanto pela tradição da empresa X quanto pela clara vontade de inovar que está presente ao longo de sua história, que mostra que novas ideias e abordagens são bem vindas. Como pensar em novos jeitos de desenvolver e ajudar jovens talentos é uma de minhas paixões, creio que eu poderia agregar valor à X.

Também agradeça a oportunidade e atenção e deixe seus contatos mais uma vez.

Há recrutadores que recomendam que você faça um follow up com uma ligação uma semana depois de enviar sua candidatura. Se não tiver dado certo, pelo menos você pode angariar informações para melhorar na próxima vez e ainda pratica uma postura de proatividade.

Revise, revise, revise

Não custa repetir: erros de português são inaceitáveis, então revise constantemente.

Às vezes, no entanto, o olhar cansado deixa alguma coisa passar, tanto em termos de acento e concordância quanto de conteúdo geral.

É aí que entra a participação de terceiros, como amigos, colegas e familiares, que podem avaliar seu melhor modelo de currículo e oferecer feedbacks construtivos.

Pergunte se há algum erro ou algo estranho, se está fácil de ler, se falta alguma coisa que você fez, o que chama a atenção… Aproveite a oportunidade para aprimorar seu currículo ainda mais.

Por fim, revise tudo mais uma vez – dê atenção especial à grafia de nomes de empresas e das posições desejadas – e salve o arquivo.

É melhor exportá-lo para o formato PDF, uma opção fornecida por todos os editores de texto. Ele manterá sua formatação original e você não vai precisar se preocupar com uma quebra de linha acidental arruinando todo seu trabalho duro. Agora é só enviar. Boa sorte!

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6 oportunidades promissoras para quem quer empreender em educação

Homem careca em frente ao computador

Não é novidade para ninguém que educação é uma das temáticas mais urgentes para a construção de um país melhor, mais justo e mais produtivo. O que poucas pessoas sabem é que, nos últimos anos, o setor vem sendo sacudido e arejado por diversas inovações e startups, que em conjunto têm colocado em prática uma verdadeira revolução na educação brasileira. Ainda assim, ainda há (muito!) espaço para mais!

No texto a seguir, o empreendedor Marlon Souza, a pedido da Endeavor, compartilha sua visão sobre as oportunidades para quem quer empreender no setor educacional. Ele, que já foi entrevistado pelo Na Prática, é cofundador da Playmove, startup voltada para o uso de tecnologia na educação infantil, e tem sido diretor executivo da empresa desde sua criação. Confira o seu relato a seguir:

É impossível negar: o setor de educação é um caminho promissor aos empreendedores. O investimento no setor é tendência, tanto na esfera pública, como no setor privado. Ainda que a passos lentos, os investimentos públicos em educação têm crescido e miram no Plano Nacional da Educação (PNE), que pretende destinar até 10% do PIB ao setor.

Apenas de 2005 a 2012, o investimento total aumentou quase 4%, segundo dados do relatório “Education at a Glance”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quando olhamos para o setor privado, a expansão das franquias são um bom exemplo da tendência de crescimento. Somente no terceiro trimestre de 2015, esse modelo de negócio cresceu 15%, de acordo Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Por mais que esse setor esteja crescendo muito, nem sempre os empreendedores têm uma visão tão clara sobre o mercado. Por mais que a trajetória da Playmove ainda esteja no começo, temos acompanhando a evolução do setor de educação, assim como o da tecnologia, há mais de duas décadas. Portanto, tomo a liberdade de apresentar abaixo uma lista com 6 nichos promissores para investir no setor de educação:

1. Plataformas inovadoras e games

Nunca houve tanta demanda por uma educação inovadora e cativante. Estamos falando com as novas gerações, pessoas cada vez mais conectadas, e o desafio de engajamento e motivação é cada vez maior. Por isso, as plataformas inovadoras, gadgets e demais recursos tecnológicos são tão bem-vindos em sala de aula. Querendo ou não, eles já fazem parte do cotidiano da maior parte da população e por que deveria ser diferente no ambiente escolar?

A mesma lógica se aplica aos jogos, devido ao potencial muito maior em relação ao mero entretenimento. Os games são caminhos muito interessantes para o desenvolvimento em diversos sentidos, assim como para apoiar o processo de ensino e aprendizagem.

O ponto chave está no propósito pedagógico embutido em cada solução, em cada recurso inovador ou em cada jogo educativo que se pretende colocar no mercado. Nos dias de hoje, não basta ser apenas um óculos divertido, um game bonito ou uma caneta mágica. É preciso mostrar o seu valor dentro do contexto pedagógico.

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2. Movimento maker

movimento maker é um verdadeiro convite aos estudantes para “colocar a mão na massa”, em contraste ao modelo educacional que foca na teoria. O motivo é claro: os alunos absorvem melhor o aprendizado quando experimentam a prática junto da teoria. A oportunidade está em desenvolver caminhos ou soluções que apoiem a disseminação desse novo modelo junto aos docentes, sempre deixando claro suas vantagens no processo de ensino e aprendizagem.

O movimento maker foi fundado em 2005 e de lá pra cá tem cativado adeptos em todo o mundo, impulsionado também pelo movimento empreendedor. O que eles têm em comum? A vontade de criar, transformar e inovar. Por ser ainda muito recente, trata-se de um nicho ainda em expansão e com muito potencial de crescimento. Ou seja, um prato cheio para quem quer propor soluções no setor da educação.

Quem quer conhecer melhor o conceito e as possíveis áreas de atuação, não pode deixar de visitar o blog Fazedores. Entre os exemplos de aplicação do movimento maker, é possível citar ainda: RUTE ,ExplorumWhite House Maker FaireProjeto FabLab@SchoolStance Dual School.

3. Educação a distância

É nesse nicho que talvez as oportunidades estejam mais evidentes, pois nunca se falou tanto sobre a expansão da oferta de cursos nesta modalidade. O Censo da Educação Superior 2014, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), contabilizou 1,2 milhão de matrículas apenas nas instituições privadas, naquele ano. Isso significou um  aumento de 20,36%, na comparação com 2013.

Um dos empreendimentos que aproveitou essa tendência de mercado foi o CERS Cursos Online, que iniciou suas atividades em 2009 e conta atualmente com 27 salas de gravação, em seis estados brasileiros. O portal Geekie também merece destaque. Ele impactou mais de 3 milhões de alunos, por meio de uma tecnologia de ensino, que promove o aprendizado personalizado e acaba de fazer uma parceria com o Ministério da Educação.

Para esse segmento, os empreendedores devem estar atentos para as demandas inerentes à expansão e consolidação do mercado. Por exemplo, plataformas e metodologias para fidelizar e atrair novos alunos, infraestrutura de TIC e tecnologias educacionais que deem suporte às aulas a distância, além de metodologias inovadoras para diferentes segmentos dentro da EaD, como educação inclusiva, cursos rápidos e etc.

4. Inclusão de pessoas com deficiência

Inclusão é a palavra chave quando falamos sobre educação de pessoas com deficiência. Se antes o atendimento era diferenciado, chegando muitas vezes a ser segregador, cada vez mais as ações voltadas à inclusão ganham espaço nas escolas. Ou seja: se você tem uma boa ideia para inovar no ensino e aprendizagem no atendimento educacional especializado, promovendo educação inclusiva como um todo, minha orientação é… Vai fundo!

Soluções que sejam acessíveis e que facilitem a atuação dos docentes são sempre bem-vindas, assim como aquelas que promovem a interação entre os alunos com e sem deficiência. Leve em conta todos os tipos de limitações, pois eles podem representar também um nicho para se especializar como, por exemplo, deficiência visual, autismo, paralisia cerebral e Síndrome de Down.

5. Arquitetura pedagógica

As novas gerações de estudantes desejam ter experiências diferenciadas em sala de aula e isso passa não só pela inovação no processo pedagógico, mas também pela construção de ambientes mais modernos. Nesse contexto, ganha relevância o conceito de arquitetura pedagógica, o que pode ser um diferencial para as escolas reduzirem custos, ampliar a qualidade do ensino, captar novos alunos e superar a crise, evitando a evasão.

A arquitetura pedagógica na escola também pode contribuir para criar ambientes que favoreçam o ensino, a inclusão e incentivem a criatividade e a integração entre as crianças. Para conhecer bons exemplos da aplicação da arquitetura pedagógica, recomendo buscar a  Innova Schools, uma rede peruana de escolas, e a 4 Elementos Sítio Escola, que  tem como um dos pilares o ensino de práticas sustentáveis.

Ou seja, o seu nicho de atuação pode focar tanto na produção de soluções para compor a arquitetura pedagógica, como serviços e consultorias que disseminem essa prática no setor.

6. Competências socioemocionais

Na medida em que a tecnologia está cada vez mais presente no universo escolar, cresce também a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais. Já sabemos que, para encarar o mundo real, as crianças de hoje precisam saber muito mais do que as operações matemáticas ou as capitais dos estados brasileiros. As vivências fora da escola, as relações interpessoais e o amadurecimento demandam que a escola também elabore nas crianças questões, como paciência, cooperação, confiança, autocontrole, criatividade e responsabilidade.

Da crescente demanda, é possível afirmar que surge uma oportunidade de mercado. De que forma você acha que pode auxiliar professores, gestores e pais a apoiar o desenvolvimento destas características? A tecnologia pode ser uma aliada? Quais são as referências disponíveis?

Diante desse cenário favorável, a educação é um mercado em constante transformação e com uma demanda por soluções inovadoras. Não se trata apenas de uma questão puramente tecnológica, o ponto chave está em se diferenciar em um setor superexigente, que não hesita em bombardear o ser negócio de “por quês?”.

Por que eu devo investir na sua solução? Por que devo priorizar isso e não aquilo?

É por isso que, junto ao propósito de provocar uma transformação social, torna-se fundamental contar com pontos bem estruturados que sustentem a sua proposta. Na minha vivência com a Playmove, destaco as experiências no programa de aceleração da Artemísia, focado em negócios de impacto social, e mais recentemente, na nossa participação no programa Promessas, da Endeavor. Ambos fundamentais para manter nosso negócio alinhado com o propósito e ao mesmo tempo em ganhar escala.

Baixe o Ebook: 9 Diferentes Carreiras para quem quer Revolucionar a Educação

Entre os principais fatores para orientar a jornada dos empreendedores no universo da educação, destaco:

1. Conheça e entenda o mercado

A educação é um universo de oportunidades, mas que também é muito exigente. Não se pode deixar de lado as boas práticas, como benchmarking, estudo de personas, análise de pesquisas e de qualquer outro recurso que forneça informações que sustentem cada passo da trajetória empreendedora.

2. Garanta a qualidade

Querendo ou não, a exigência de métricas que demonstrem a eficiência e a qualidade do seu produto ou serviço também já chegou ao setor da educação. É fundamental amparar pedagogicamente a sua iniciativa, por meio de parcerias com profissionais capacitados em diferentes áreas do conhecimento. Além disso, não aposte em uma solução que possa vir a se tornar obsoleta, preze pela reputação da sua empresa e daquilo que você vende, sem deixar de lado o seu propósito.

3. Seja articulado

O empreendedor do setor de educação deve estar em contato constante com os agentes do setor da educação, mas a articulação com o ecossistema empreendedor é fundamental para qualificar e oxigenar o negócio. É neste cenário que você tem acesso a investidores, mentorias, parcerias e outras referências que podem agregar à carreira empreendedora e à gestão do seu negócio.

Se você já está apostando as suas fichas no setor da educação, não deixe de compartilhar sua experiência e aprendizado com outros empreendedores. Se você ainda está ponderando o empreendedorismo nessa área e tem dúvidas sobre o mercado, não deixe de conversar com quem já passou ou está passando pela experiência!

 

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Yunus Brasil lança cursos à distância sobre negócios sociais

Muhammad Yunus sorrindo

Há sempre algo novo para aprender e, para auxiliar empreendedores brasileiros, a Yunus Negócios Sociais lançou recentemente dois cursos online sobre seu tema principal. Ambos trazem conteúdo nacional e internacional e o próprio Muhammad Yunus (considerado pai do conceito de negócios sociais) ministrando algumas aulas. “Nossa proposta é ampliar a abrangência do que fazemos, tanto em educação quanto em aceleração”, explica Fabiana Zanni, gestora da área de educação da organização.

O primeiro é o Curso Internacional de Introdução a Negócios Sociais. Ao longo de 31 vídeos divididos em quatro módulos, ele apresenta o conceito de negócios sociais, o contexto global e as possibilidades de aplicação. Para aproximar o aluno da realidade brasileira, há cases como o Instituto Quintessa, que apoia negócios de impacto por aqui, e a Pé de Feijão, que transforma espaços ociosos em hortas comunitárias. O investimento é de 390 reais por dois meses de acesso à plataforma.

Baixe o Ebook: 14 brasileiros que estão colocando o país no mapa do empreendedorismo social

A segunda opção é mais voltada para a prática. Trata-se de Como Criar e Desenvolver Negócios Sociais, que traz conteúdo sobre o processo de aceleração da Yunus e diversas histórias inspiradoras do Brasil e do mundo.

Daniel Izzo, da Vox Capital, fundo que investe em negócios de impacto social, é um dos personagens que compartilha seus conhecimentos. “Muita coisa vai ter impacto positivo, mas a intenção é o que separa o impacto positivo involuntário de uma ação que realmente busca traze-lo para o core business do negócio”, leciona.

As aulas também dão conta das fases e processos envolvidos no setor, incluindo noções de marketing, modelo canvas, pitching e gestão de pessoas. No final, é possível enviar seu plano de negócios para a própria organização. O curso tem 63 vídeos e custa 720 reais por três meses de acesso.

Alunos que concluírem as aulas receberão uma certificação oficial da Yunus Social Business. Saiba mais e inscreva-se!

Você está sabotando o seu próprio trabalho? Descubra e veja como evitar!

stephanie crispino sorrindo

Quando algo dá errado na carreira, costumamos atribuir o problema a causas externas: a crise econômica, o mercado de trabalho disputado, e até mesmo o despreparo de líderes e gestores. Embora estes fatores existam e possam sim impactar o seu desempenho profissional, é provável que o maior inimigo da sua carreira esteja mais perto do que imagina: você mesmo.

Já ouviu falar em autossabotagem? Esse termo indica que o grande obstáculo para o seu sucesso é você mesmo, segundo explica Stephanie Crispino, coach responsável pela idealização dos programas Autoconhecimento Na Prática e Autoconhecimento Na Prática Online. Trata-se de uma série de comportamentos que, no final das contas, contribuem inconscientemente para que tudo dê errado.

Na nova websérie #AcelereSuaCarreira, desenvolvida pelo Na Prática em parceria com Exame.com, explicamos como driblar a autossabotagem, esclarecendo quais aspectos internos podem estar atrapalhando seu crescimento na carreira e como você pode evitá-los. Assista a seguir e descubra como parar de se sabotar no trabalho:

Episódio 1

O que é autossabotagem e de que formas você mesmo pode estar emperrando a sua vida.

Episódio 2

Quais são os seis principais sabotadores que podem minar o seu sucesso.

Episódio 3

Como ser exigente demais consigo mesmo pode ser contraproducente.

Episódio 4

Como a ansiedade pode atrapalhar o seu desenvolvimento.

Episódio 5

Como bancar o bonzinho pode tornar você um vilão de si mesmo.

Episódio 6

Como evitar conflitos pode causar problemas ainda maiores.

Episódio 7

Como a procrastinação, o hábito de deixar tudo para a última hora, pode fazer com que você deixe de fazer as coisas mais importantes.

Episódio 8

Como a vitimização pode tirar de você a oportunidade de aprender com os próprios erros.

Episódio 9

Como alguns medos podem impedir você de chegar aonde quer.

Episódio 10

Veja dicas para superar a autossabotagem e crescer profissionalmente.

4 dicas de carreira de Walter Schalka, CEO da Suzano

Walter Schalka

Walter Schalka teve uma ascensão rápida. Aos 28, já era diretor financeiro da Dixie Lalekla e, aos 31, tornou-se seu presidente. Ocupou o mesmo cargo na Votorantim Cimentos, onde promoveu a expansão da companhia para catorze novos países e consolidou a marca como uma das mais fortes multinacionais da indústria de base brasileira.

Ainda quando era estudante do ITA, Walter já demonstrava interesse pela área de gestão que faria sua fama. “Não queria ser um engenheiro de prancheta”, lembra. Incentivado por um professor e pela afinidade com exatas, manteve-se no curso, mas depois de graduado foi buscar uma especialização na FGV (Fundação Getúlio Vargas – SP). A ideia era aprender mais sobre a parte humana para complementar o perfil técnico de sua graduação.

Hoje, o estilo de liderança que aplica na Suzano – valorizando o diálogo e a equipe – foi elogiado por diversas publicações especializadas e tem revertido o cenário desafiador em que ele herdou a companhia. A seguir, veja quatro dicas que ele compartilhou com os leitores do Na Prática e que fazem parte do minicurso por email Conselho de CEO – Aprenda sobre a carreira em gestão empresarial com grandes líderes. O bate-papo completo pode ser acessado aqui.

Dica 1: Não seja um ‘gestor zelador’

Para Walter Schalka, o gestor não pode adotar a postura de um zelador, que tem por missão fazer com que as coisas permaneçam como elas são. Pelo contrário: a boa gestão é aquela voltada para a transformação. Para ele, o gestor tem que estar o tempo inteiro transformando e criando coisas novas. E você, qual a mudança tem que fazer para deixar sua marca?

Dica 2: Não seja um super herói da gestão

Com um estilo de gestão focado no diálogo e no trabalho em equipe, Walter Schalka não acredita na figura mítica do ‘super CEO’. Ele aposta em um modelo de gestão em que todas as pessoas da organização são ativas no processo de criação de valor, que deve ser muito mais coletivo do que individual.

Dica 3: No começo da carreira, esqueça a parte financeira

Walter Schalka, hoje CEO da Suzano, relembra como foi o seu primeiro emprego. Quando aceitou a proposta de trabalho no Citibank, como trainee, o salário era o menor entre as ofertas que havia recebido. Ainda assim, aceitou o convite da empresa. Para ele, o importante no início de carreira é focar nas possibilidades de aprendizado e não no salário.  

Dica 4: Sem tesão não existe sucesso

Sentir tesão no trabalho é essencial para ser um profissional bem-sucedido. “Você tem que fazer as coisas com vontade, com garra, com tesão sobre o que você está fazendo. Se não tiver isso daí, não importa onde você esteja, não vai ter sucesso”, ele diz. Isso é mais fácil, claro, quando você trabalha com algo que traz felicidade. Encontrar essa carreira, muitas vezes, começa com o autoconhecimento.

Assista aqui à entrevista completa com Walter Schalka

Por dentro da Gera Venture, fundo de educação que tem Jorge Paulo Lemann entre os investidores

Crianças colorindo mapa
[João Bittar/UNESCO-MEC]

Todo 1º de agosto, Guilherme Cintra comemora uma conquista. Foi nesse dia que, há quase quatro anos, ele começou a trabalhar na Gera Venture, fundo de educação de capital de risco exclusivamente focado em educação. Aos 25 anos, é um de cinco sócios e integra um grupo pequeno e jovem que se tornou referência na área.

“No início foi muito difícil, porque ninguém nunca tinha comprado uma escola”, explica ele, que participou de sua primeira operação de fusões & aquisições logo que chegou, aos 21 anos, ao portal Na Prática. “Batemos em muitas portas sem sermos atendidos. As pessoas perguntavam qual era a lógica daquilo, o que estávamos comprando de fato – as paredes?”

Depois da primeira aquisição – que se tornou a holding Eleva Educação, composta por quatro escolas que atendem cerca de 30 mil alunos –, a situação ficou mais clara. Outros investidores passaram a fazer coisas semelhantes e o conhecimento se espalhou. “Há uma transição cultural para entender que é possível investir na área de educação.”

Além de ter escopo diferenciado, a Gera mantém seus funcionários ativos em diversas funções. Guilherme, por exemplo, está atuando por tempo indeterminado como diretor de uma unidade do Sistema Elite de Ensino, no Rio de Janeiro. (O Elite, assim como as redes Pensi, Coleguium e Alfa, compõe a Eleva.) “A ideia é ficar dentro da gestão da empresa e me desenvolver”, diz. “Vim fazer MBA aqui, não em Harvard.”

Trajetória profissional

Quando estava escolhendo sua graduação, Guilherme ficou em dúvida entre diversas áreas, como direito e história. Acabou optando pela economia, que estudou na PUC-Rio como bolsista da Fundação Estudar.

Profissionalmente, teve seus momentos de vacilo. “Na faculdade é comum achar que só existe um caminho lógico, e na minha era ir para o mercado financeiro tradicional”, lembra. Ele, no entanto, buscava algo que se encaixasse com sua paixão por educação básica.

Foi quando se deparou com a Gera, fundada em 2010, através de indicações da rede da Estudar. (O empresário Jorge Paulo Lemann é o maior investidor e integra o conselho do fundo.) Entre idas e vindas, que incluíram um intercâmbio fora do país e estágios no BBM e na Ventor Investimentos, finalmente recebeu uma oferta da empresa em agosto de 2012.

Leia também: Como é feito um investimento de venture capital?

“As sócias-fundadoras, Rafaela Vilella e Duda Falcão, sempre quiseram construir uma equipe sem vícios de cultura, então dificilmente contratamos alguém que não seja estagiário – alguém sem experiência, mas que tenha potencial”, fala. “Aí a pessoa vai se provando e crescendo. Há uma regra que, em dois anos, ou você vira sócio ou vai embora. Então você dá um gás.”

Guilherme Cintra - Gera Venture
[acervopessoal]

Perfil do profissional em um fundo de educação

Entre as características buscadas pelo fundo estão curiosidade, flexibilidade, criatividade, disciplina e uma vontade de conhecer profundamente um setor cheio de nuances. “Eu me forço a saber e a ter três conversas por mês com pessoas que trabalham com educação”, exemplifica.

Ele também sugere que jovens procurem métodos do tipo “lifehacking”, que facilitam e agregam informações ao cotidiano. Fã declarado de podcasts, Guilherme preenche as horas no trânsito com programas sobre marketing, economia, internet e psicologia e garante que seu trabalho ganha com isso.

“Todas essas pequenas coisas diferentes se ligam ao seu assunto principal”, explica. “Você consegue quebrar o problema em pedaços e saber de onde extrair conhecimentos para mudar o que está ali.”

Cotidiano de trabalho da equipe

O tamanho reduzido da equipe e a idade média de 27 anos fazem com que o ambiente do fundo se pareça com uma startup – uma que lida com centenas de milhões de reais, é verdade. “Quando você tem um fundo pequeno e pessoas novas e ambiciosas, há um crescimento conjunto”, diz Guilherme, destacando a horizontalidade da organização.

Ao analisar possíveis investimentos, que se dividem entre private equity e capital de risco, a Gera utiliza uma série de critérios pré-estabelecidos. Aquela empresa atende uma demanda real na educação? Tem potencial financeiro? O modelo pode escalar? O empreendedor é flexível? O produto é de qualidade? A missão é escolher investimentos lucrativos e que tenham impacto na educação – não há um sem outro.

A tomada de decisões é coletiva. “Discutimos muito toda semana e, se o case é maior, trabalhamos nele juntos”, diz Guilherme. Antes de assinar contratos, o grupo ainda apresenta suas decisões de investimento aos membros do conselho, composto por empresários experientes. 

Além da holding Eleva Educação, o portfólio hoje também tem as unidades fluminenses da Cultura Inglesa e startups como Geekie, Kaltura, Civitas Learning, Bloomboard e MangaHigh. “Na parte de capital de risco [onde ficam as startups], 90% de nossa decisão é baseada no time. É preciso olhar o setor, ver se faz sentido e se o empreendedor te ouve”, fala.

Uma vez “investidas”, as empresas contam com acompanhamento próximo e o auxílio necessário. “Fazemos muitas pontes entre empresas nacionais e estrangeiras e buscamos gente boa na nossa rede, além de ajudar em pesquisas.”

Nas aulas O gosto de Guilherme por investigar assuntos o levou até a criar uma nova área de pesquisas, que resulta em um clipping semanal sobre educação para os colegas. Há também as cartas abertas, onde a equipe compartilha seus insights publicamente. Ambos estão disponíveis online

Na carta número 1, o fundo esclarece sua visão: é preciso sacudir a letargia dos métodos de ensino e encontrar novas (e eficazes) maneiras de transmitir conteúdo no século 21. “É uma questão de tempo e pesquisa para que novas tecnologias sejam cada vez mais presentes em nossas salas”, escrevem. “Mas no Gera não acreditamos em balas de prata em educação. Sabemos que, como na busca pelo Santo Graal, a caminhada será árdua e complexa. Nosso trabalho é para que, daqui a alguns anos, a leitura das cartas do Gera conte a trajetória da criação de um modelo educacional que aproveite o melhor dessas ferramentas a fim de gerar melhorias pedagógicas alinhadas a um atraente retorno financeiro.”

Foi a vontade de fazer uma busca imersiva por melhorias pedagógicas que levou Guilherme a trabalhar como diretor de escola. O posto é um jeito prático de entender, de verdade, diversos temas importantes para o futuro dos negócios. Como criar um novo sistema de precificação, planejar o ciclo de matrículas ou desenhar novos currículos, por exemplo? “Eu sabia a teoria, mas ainda estava distante da ponta”, lembra ele.

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A unidade no bairro de Vila Valqueire tem cerca de 1000 alunos, 50 funcionários e 50 professores. As tarefas do investidor se espalham por todos os setores, como pedagogia, administração e controle financeiro. “Como gestor, gasto muito tempo com gente”, conta. “E o melhor indicador de sucesso são as relações, porque funcionários felizes têm um impacto gigantesco.”

Os primeiros meses foram de muitas conversas, especialmente com pais de estudantes, para entender melhor as situações reais. A rotina segue puxada, mas Guilherme está mais tranquilo. Algumas das práticas que desenvolveu ao longo dos últimos cinco meses – ele costuma escrever relatórios diários para si mesmo e pretende transformá-los em manuais de trabalho – já estão sendo implementadas em outras unidades da Eleva.

Gera Venture
[Elite em Vila Valqueire, no Rio de Janeiro / acervopessoal]

Seus aprendizados também serão úteis na primeira Escola Eleva, que estreia no bairro de Botafogo em 2017 com currículo e proposta educacional moldados pela equipe da Gera. Parcerias com a Orquestra Sinfônica Brasileira e com a Universidade Stanford estão nos planos, assim como um foco maior no que chamam de habilidades de vida, como pensamento crítico, comunicação e colaboração.

O potencial de crescimento enxergado pelo fundo está se provando real, diz Guilherme, e com o duplo mandato de impacto financeiro e social que queriam. “Com um bom trabalho, você de fato agrega valor para os alunos e cria um modelo de gestão educacional replicável e mais apurado no país”, diz. “Ver que dá para mudar algo gera uma paixão muito grande. É possível fazer.”

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