A primeira coisa que você precisa saber sobre currículos é: fazê-los não é uma tarefa rápida. Ou seja, se você fez um em 15 minutos, dá para melhorá-lo bastante. A boa notícia é que, embora exija tempo, um ótimo currículo não é algo misterioso. Para te ajudar, ainda vamos disponibilizar um modelo de currículo para início de carreira que você pode baixar e preencher.

É esse o objetivo desse texto: ensinar quem está no início da carreira e ainda tem poucas experiências para contar como preencher o currículo e também escrever uma carta de apresentação que impressione. À primeira vista parece intimidante, é verdade. Mas seguindo nosso passo a passo e usando nosso modelo, essa tarefa vai ficar bem mais fácil.

O papel do currículo

Para começar, é preciso entender o objetivo principal de um currículo: ele é um reflexo de quem você é como profissional e deve mostrar de forma resumida o que você aprendeu, o que fez e o que sabe fazer.

O currículo serve para colocar seu pé na porta e garantir uma entrevista, momento em que você vai ter a oportunidade de expor melhor sua personalidade e falar sobre tudo que ficou de fora.

Mas, em um primeiro momento, é analisando o seu currículo que os recrutadores vão tentar entender se você tem os atributos e o perfil para a vaga em questão, e decidir se você avança ou não no processo seletivo. Ou seja, é um documento bem importante! Então acredite: a dedicação aqui vale a pena.

O que colocar no currículo de início de carreira?

Muitos jovens em início de carreira se veem nesse dilema na hora de fazer o currículo: o que colocar no campo “Experiência Profissional” se nunca trabalhei, ou só fiz um estágio? Deixo o resto em branco? Apago essa seção?

No início da carreira, quando ainda não temos um histórico de trabalhos para colocar no papel, a solução é simples: pense em tudo que você já fez e o que ajudou a moldar e enriquecer sua trajetória profissional, mesmo que não tenha sido um emprego formal ou remunerado.

modelo de currículo

Com certeza você passou por muitas experiências que exigiram dedicação e o ajudaram a desenvolver novos conhecimentos e habilidades. É hora de refletir sobre elas.

Isso significa colocar na mesa trabalhos voluntários, projetos paralelos ou universitários, viagens ou atuações em empresas juniores, entre outras possibilidades, para decidir: o que ali compõe sua história? Quais experiências fizeram você crescer e por que?

O que mais importa, garantem os recrutadores, é trazer uma trajetória coerente, mostrando o que você já conquistou e que habilidades empregou para chegar lá.

Não sabe o que escrever? Use o método STAR

O método STAR, usado por profissionais de recursos humanos no mundo todo, pode te ajudar refletir sobre as experiências que você já viveu, e definir quais vão entrar no seu currículo – e como.

Aqui, é importante entender algo: quando o recrutador analisa um candidato à vaga, ele quer saber se ele tem o perfil e as competências necessárias para os desafios daquela função.

Portanto, vai querer saber como você pensa, como você lida com desafios, como você resolve problemas… Para mostrar isso ao recrutador, exemplos são melhores que palavras. E por isso é tão importante incluir as experiências certas!

Leia também: 16 adjetivos que você jamais deve usar no currículo

STAR significa Situação, Tarefa, Ação e Resultado. A proposta é pensar nas suas experiências a partir destas quatro considerações: qual era seu contexto (situação), quais eram suas responsabilidades (tarefa), o que você fez (ação) e quais foram os resultados?

Com essas respostas, fica mais fácil entender quais foram as experiências mais relevantes e como resumi-las no currículo.

A seguir, separamos alguns exemplos de experiências no mundo esportivo e das organizações estudantis explicadas por meio do método STAR:

Exemplo 1: Esporte universitário

Fui capitã do time de handebol feminino da faculdade e tinha a função de liderar, motivar e manter o espírito colaborativo de uma equipe de mais de dez pessoas. Nosso time teve o melhor resultado histórico da faculdade nesta modalidade e chegamos pela primeira vez à final dos jogos universitários municipais.

Exemplo 2: AIESEC

Na AIESEC, minha área tinha que bater uma meta de 200 intercâmbios sociais para estudantes no semestre. Minha função era liderar esse time, vendendo as oportunidades para os alunos da faculdade. Após trabalharmos muito bem a parte de divulgação e conseguir o número inscritos, tínhamos que convertê-los. Ligamos para 15 jovens por dia e destes, convertemos cerca de 10 para a sessão informativa. Conseguimos 190 intercâmbios no semestre.

Exemplo 3: Empresa júnior

Na EJ, tínhamos que organizar nosso tradicional Fórum de Mercado Financeiro, que reúne estudantes da cidade para assistir a palestras de profissionais do mercado. Por meio de parcerias inéditas fechadas pelo time de que fiz parte, conseguimos realizar um evento duas vezes maior que o do ano anterior.

Essas reflexões são úteis não só para você entender como descrever as experiências no seu currículo, mas também como conversar com o recrutador sobre elas.

Uma dica: métricas e números chamam atenção, então tente usá-los para demonstrar suas conquistas.

Como fazer um currículo perfeito

Agora já ficou claro que, mesmo no início de carreira, você provavelmente tem material suficiente para montar um bom currículo, certo? Então vamos começar:

Um bom currículo exige uma formatação simples e uma edição impecável, sem um único erro de português – disso ninguém esquece. Com isso em mente, comece pelos dados básicos: nome, endereço e contatos pessoais, que ficam no cabeçalho.

A estrutura do currículo vem em seguida e se divide em sete partes, que aparecem nessa ordem: objetivo, formação, experiência, outras atividades, habilidades, idiomas e referências.

Um currículo tradicional, usado por quem já tem mais tempo no mercado, traz experiências profissionais antes da formação.

No começo da carreira, no entanto, quando suas vivências são majoritariamente acadêmicas, é melhor inverte-los para dar destaque aos seus estudos.

Seção 1: Objetivo

O objetivo, também conhecido como objetivo ‘profissional’, deve contar uma ou duas frases que resumem o tipo de oportunidade que você está procurando.

Não é a parte mais relevante do currículo, mas como muitas pessoas acabam entregando algo genérico (ou nada), esforçar-se aqui pode ser uma chance de sair na frente.

Esse momento também é uma boa chance de refletir se aquela vaga combina com seu perfil, já que atirar para todo lado não é uma boa estratégia para ninguém.

De um lado está você, que talvez não veja valor genuíno naquela oportunidade, e do outro está o recrutador, que enxergará essa falta de alinhamento rapidamente.

Então reflita com calma. Qual é seu objetivo nesse momento? Aprender algo novo na sua área, entender como funciona uma startup, desenvolver suas capacidades analíticas? O que você de fato quer?

É claro que você, no início da carreira, não precisa ter 100% de clareza sobre o que está procurando. Não tem problema. Ainda assim, busque usar termos como desenvolvimento, crescimento, e aprendizado – eles demonstram que você está em busca de se aperfeiçoar e crescer.

Dica: sempre que for possível, adapte o objetivo para cada vaga a que você está se candidatando.

Na hora de preencher esse campo, pense nas razões pelas quais a vaga é interessante para você e como o que o emprego oferece é compatível com seus objetivos profissionais.

Mas atenção: nada de mandar o nome de uma empresa para outra por engano.

Exemplos:

Recém formada em Direito com interesse na área de propriedade intelectual em busca de uma posição inicial no escritório X.

Formada em Economia com experiência em liderança de equipes e interessada em construir carreira na empresa Z.

Seção 2: Formação

É onde ficam as informações sobre sua educação, sejam elas diplomas, certificados, especializações, extensões, intercâmbios ou cursos livres.

Não inclua seminários, conferências ou similares se tiver sido apenas um ouvinte. Muita gente faz isso para dar volume, mas não é preciso. Caso tenha sido algo realmente importante para você, há espaço na seção sobre outras atividades.

Aqui, o que é relevante mesmo são suas formações acadêmicas, que não precisam ser de grande porte para constarem. Aprendeu a programar planilhas num curso online legal? Formou-se em algum curso intensivo? Então coloque as informações.

E mantenha tudo simples: inclua nome da instituição, tipo de diploma ou certificado, curso, cidade e ano de conclusão.

Notas ou médias ponderadas são desnecessárias, mas caso sua classe tenha um ranking e você esteja bem colocado, vale a menção.

Exemplo 1: Graduação

Graduação em Administração
Universidade do Brasil, São Paulo – Dezembro/2016

Exemplo 2: Intercâmbio

Graduação em Economia
Intercâmbio na Universidad de Madrid, Espanha – Junho a Dez/2016

Exemplo 3: Outras formações

Curso de extensão de econometria
Certificado da Instituição Y, Vitória – Janeiro a Abril/2015

Curso de lógica de programação
Certificado da edX.org – Junho a Dez/2015

Seção 3: Experiência

Use o fato de que o campo se chama apenas “experiência” ao seu favor: perca o medo de citar qualquer coisa que não é um emprego. É experiência aquilo que lhe adicionou em termos profissionais, onde você teve tarefas e tomou ações dentro de uma organização.

Leia também: Qual o melhor modelo de currículo para vagas internacionais?

Para apresentá-las no papel, inverta a ordem cronológica: coloque a experiência mais recente primeiro.

Se tiver trabalhado em uma empresa júnior, no centro acadêmico ou em outra associação estudantil, por exemplo, pode colocar essa vivência aqui. Em seguida, adicione uma ou duas frases que resumem suas responsabilidades, preferencialmente utilizando o método STAR que já explicamos no início do texto.

Exemplos:

Estagiário de marketing na Empresa B – Nov/2016 a Mar/2017

Responsável pelo acompanhamento de mídias sociais no Brasil da empresa B, uma multinacional com 10 mil funcionários. Usando Google Analytics, recomendei melhorias estratégicas para a equipe e também cuidei de traduções e produção de conteúdo para Twitter e Facebook, canais que juntos alcançavam mais de 80 mil pessoas.

Estagiário de vendas na Startup A – Janeiro a Junho/2016

Responsável pela logística de entrega de materiais e pelo acompanhamento de clientes ao longo do primeiro ano de internacionalização da startup. No projeto X, que representou um crescimento de 10% no faturamento total, também atuei como assistente do diretor e participei do planejamento estratégico da proposta.

Vice-diretor de intercâmbios sociais da AIESEC – Jan/2015 a Dez/2015

Três meses após entrar como membro da equipe nacional de intercâmbios sociais, me tornei vice-diretor e responsável por traçar uma estratégia de atração. Para bater a meta de 300 intercâmbios por ano e com um orçamento de R$ 5 mil, organizei 40 palestras online e presenciais pelo Brasil e conduzi um trabalho conjunto de follow-up até atingi-la, em agosto.

Seção 4: Outras atividades

Aqui ficam as experiências que você acha formativas mas que não cabem em outros lugares, como prêmios, vivências internacionais importantes e destaques acadêmicos e esportivos, todas apresentadas da maneira mais sucinta possível.

Passou três meses trabalhando na Disney e isso teve importância em sua formação profissional? Pode colocar aqui. Seu grupo venceu uma competição de cases ou fez um documentário que teve 100 mil views no YouTube? Cabe também.

Na hora de preencher essa seção, que não é obrigatória, lembre-se sempre de quem está lendo: recrutadores.

Eles não querem saber se sua vida é animada, mas se você é um bom candidato – e tudo que estiver no currículo pode virar assunto na entrevista, então seja relevante.

Exemplo 1: Voluntariado

ONG X – Agosto 2015 ao presente
Voluntário na ONG que luta pela preservação da mata atlântica. Em 2014, captei cerca de R$ 10 mil para a organização através de uma campanha de rua.

Exemplo 2: Prêmios

Competição de cases da Consultoria X – Setembro de 2016
Primeiro lugar na competição estadual no Rio de Janeiro e finalista nacional com um case sobre as estratégias de crescimento do Netflix no Brasil.

Exemplo 3: Vivências internacionais

The Walt Disney Company – Jun/2017 a Agosto/2017
Intercâmbio de trabalho na Disney Orlando durante as férias de verão norteamericanas, quando o parque recebe seu maior número de visitantes.

Seção 5: Habilidades

Caso você queira destacar seus conhecimentos sobre alguma ferramenta, como Adobe Photoshop ou Microsoft Excel, poderá fazê-lo aqui de maneira sucinta.

Exemplo:

Microsoft Excel (intermediário), Adobe Premiere (avançado), Javascript (básico).

Seção 6: Idiomas

Aqui vem sua proficiência (sincera, não vale a pena mentir!) em outros idiomas. Caso tenha alguma comprovação de fluência, como um teste reconhecido ou um certificado de alguma escola, também pode incluí-la nessa seção.

Exemplo:

Francês intermediário (leitura e escrita), Inglês avançado (conversação, leitura e escrita – 109 pontos no TOEFL/2015), Espanhol básico (conversação, leitura e escrita – aluno da Escola X desde 2017).

Seção 7: Referências

Especialmente propício para pessoas em início de carreira, o campo de referências consiste em um ou mais contatos – com nome, cargo, telefone e e-mail de cada um – que podem atestar sobre suas capacidades profissionais a partir das experiências que tiveram com você.

É possível incluir professores, orientadores em projetos universitários ou iniciação científica, chefes ou outros que conviveram com você e podem falar mais sobre seu trabalho.

Não se esqueça de avisar suas referências antes de enviar o currículo: elas precisam saber do que se trata caso alguém entre em contato perguntando sobre você.

Exemplos:

Pessoa A, professora de Economia da Faculdade X
Telefone: (99) 9999-9999
E-mail: [email protected]

Pessoa B, presidente da empresa junior X
Telefone: (99) 9999-9999
E-mail: [email protected]

 

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O que é a mensagem de apresentação para currículos?

A mensagem de apresentação, também conhecida como carta de apresentação, é uma exigência cada vez mais frequente.

Ela costuma ter entre 150 e 500 palavras e é onde você apresenta quem é, o que é capaz de fazer e qual é sua motivação para buscar aquela vaga.

Não se trata de copiar seu currículo, mas de pensar nela como o começo de uma entrevista de emprego: apresente-se e diga como foi parar ali, naquela mesa, candidatando-se para aquela vaga.

Por que você quer essa oportunidade ou trabalhar nessa área ou indústria? O que pode oferecer à organização e como suas conquistas passadas e habilidades lhe ajudarão a fazer isso?

Leia também: Qual fonte usar no currículo? Veja o que cada uma significa!

Mostre sua personalidade

Na carta, sua personalidade e história de vida são muito bem vindas e você pode desenvolver o que precisou ficar fora do currículo em si.

Lembre-se que, assim como o objetivo profissional, ela também precisa ser adequada para cada vaga: cartas genéricas demais são vistas negativamente.

O estilo deve ser formal, mas não precisa ser rígido. Caso se sinta bem escrevendo, pode tomar mais liberdades e introduzir seu estilo de escrita – só não se esqueça do bom senso.

Estruturalmente, uma carta de apresentação tem três partes: introdução, contextualização e motivação. Entenda cada uma a seguir:

Parte 1: Introdução

Apresente-se: quem é você? O que faz? Por que está buscando essa vaga?

Exemplo:

Sou recém-formado em Administração e, durante a universidade, tive contato próximo com recrutamento e seleção. Acredito que possuo o conhecimento inicial, a paixão e a força de vontade necessários para ser um excelente analista de recursos humanos em sua organização.

Parte 2: Contextualização

Contextualize o leitor: por que você é adequado para a vaga?

Seja direto, mas venda seu peixe e não tenha vergonha de falar sobre suas conquistas passadas e aquilo que faz bem.

Tenha o cuidado de combinar as habilidades que destacar com o que a vaga de fato exige. Para ter certeza de que está acertando o alvo, mantenha uma cópia das exigências da vaga ao seu lado e demonstre como as exerceu ao longo de sua trajetória.

Não importa o nível hierárquico em questão, a estrutura não muda: evidencie que você pode fazer o que é exigido através de exemplos de sua trajetória.

Exemplo:

Durante meus dois anos na empresa júnior X, uma de minhas responsabilidades era selecionar novos participantes e apoiar seu desenvolvimento profissional. Para isso, eu organizava rodadas de feedbacks frequentes e grupos de estudos com especialistas sobre diversos temas, de negócios a psicologia.

Parte 3: Motivação e agradecimentos

Especialistas aconselham que a carta termine falando por que essa vaga lhe entusiasma (ela vai ajudar a atingir seus objetivos profissionais, por exemplo? Trata de temas que lhe interessam muito?) e por que você merece uma entrevista (por que acha que tem um fit cultural com os valores da empresa e como pode ajudá-la a crescer?).

Exemplo:

A oportunidade me entusiasma tanto pela tradição da empresa X quanto pela clara vontade de inovar que está presente ao longo de sua história, que mostra que novas ideias e abordagens são bem vindas. Como pensar em novos jeitos de desenvolver e ajudar jovens talentos é uma de minhas paixões, creio que eu poderia agregar valor à X.

Também agradeça a oportunidade e atenção e deixe seus contatos mais uma vez.

Há recrutadores que recomendam que você faça um follow up com uma ligação uma semana depois de enviar sua candidatura. Se não tiver dado certo, pelo menos você pode angariar informações para melhorar na próxima vez e ainda pratica uma postura de proatividade.

Revise, revise, revise

Não custa repetir: erros de português são inaceitáveis, então revise constantemente.

Às vezes, no entanto, o olhar cansado deixa alguma coisa passar, tanto em termos de acento e concordância quanto de conteúdo geral.

É aí que entra a participação de terceiros, como amigos, colegas e familiares, que podem avaliar seu melhor modelo de currículo e oferecer feedbacks construtivos.

Pergunte se há algum erro ou algo estranho, se está fácil de ler, se falta alguma coisa que você fez, o que chama a atenção… Aproveite a oportunidade para aprimorar seu currículo ainda mais.

Por fim, revise tudo mais uma vez – dê atenção especial à grafia de nomes de empresas e das posições desejadas – e salve o arquivo.

É melhor exportá-lo para o formato PDF, uma opção fornecida por todos os editores de texto. Ele manterá sua formatação original e você não vai precisar se preocupar com uma quebra de linha acidental arruinando todo seu trabalho duro. Agora é só enviar. Boa sorte!

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