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Imersão Impacto Social: conheça o programa e participe

Estudantes homens e mulheres se divertem estudando juntos
Students from , Colombia. Photo: © Charlotte Kesl / World Bank

Sonha em trabalhar com impacto social mas não quer abrir mão de uma carreira de sucesso? Boa notícia: é possível conciliar os dois! No programa Imersão Impacto Social você tem a oportunidade de conhecer de perto a história de quem escolheu essa trajetória profissional, explica Aílton Cunha, da equipe da Fundação Estudar.

Ele é responsável pelo programa Imersão, que esse ano terá pela primeira vez uma edição com a temática Impacto Social. O evento ocorrerá entre 13 e 15 de agosto, em São Paulo, e está com as inscrições abertas.

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O Imersão é o programa de preparação e decisão de carreira do Na Prática. Durante o evento, que tem duração de três dias, é possível conhecer melhor as oportunidades de carreira e entender como funciona o dia a dia dos profissionais, por meio de bate-papo com funcionários, atividades mão na massa e até mesmo conversas com grandes líderes, referências em sua área. Os participantes também têm a chance de estar dentro das empresas por meio de visitas guiadas, para entender, na prática, como é o trabalhar lá.

Segundo Aílton, o Imersão trará convidados tanto de ONGs, Fundações e Institutos Empresariais, Negócios Sociais

O que? Edição Impacto Social do Imersão

Onde? São Paulo, SP

Quando? 13 a 15 de agosto

Como? Incrições abertas por aqui

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As incrições são analisadas na medida em que forem submetidas, então, quanto antes você se candidatar, mais chances de participar do evento!

As outras edições do Imersão (Gestão Empresarial, Gestão PúblicaMercado FinanceiroConsultoriaEmpreendedorismo, Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação) continuam com inscrições abertas. Confira aqui.

O que faz um designer de games educativos?

Crianças aprendem no computador

O baiano Danilo Alencar é gerente de desenvolvimento e design de produtos na Pearson, em São Paulo – empresa bastante conhecida pelos sistemas de ensino COC, Dom Bosco e Pueri Domus e pelos cursos de inglês Wizard e Yázigi, mas que também atua no mercado de ensino superior e profissionalizante.

Em seu dia a dia, Danilo gerencia times que desenvolvem jogos, aplicativos, sites e outros objetos interativos de educação. Além disso, boa parte de seu tempo é dedicado à realização de pesquisas sobre os processos de aprendizado dos estudantes, com o objetivo de tornar os instrumentos educacionais da Pearson mais eficazes.

Formado em design pela Universidade Salvador, com foco em meios digitais, ele se envolveu ainda na faculdade com pesquisa sobre jogos em educação. Após a graduação, teve sua própria empresa na área e atuou em diversas startups que tinham em comum o uso da tecnologia – seja voltada para a venda de tickets, sistema de bancos ou o aprendizado de diversas disciplinas, como inglês e biologia.

“Uma das coisas mais legais que eu fiz, sem saber, foi trabalhar muito e paralelamente em vários lugares. Isso me levou a estudar coisas que faltavam na minha formação”, avalia Danilo.

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Nessa trajetória, aprendeu a programar e especializou-se em experiência do usuário, ou seja, uma análise estratégica de todos os fatores envolvidos na interação entre jogador e jogo. Isso o aproximou estrategicamente dos diretores das empresas onde atuou. “Normalmente, eu era o único pensador de produtos no meio de um monte de gente que só queria programar. Hoje trabalho sobretudo com a retenção de clientes”, conta.

Ainda assim, ele acredita que a formação universitária voltada à parte conceitual do design, e não somente à sua vertente técnica, também foi também um diferencial em sua trajetória.

Na criação de games educacionais, Danilo trabalha com alguns conceitos-chave: um deles é o de “aprendizado colateral”. A ideia é que os estudantes aprendam “sem querer”, ao jogar. Isso quer dizer que, embora os produtos sejam desenvolvidos sempre com o apoio de pedagogos e com finalidades educativas, tentam sempre fugir da linguagem explicitamente didática da escola e se aproximam das estratégias dos jogos de entretenimento.

“A gente brinca que, se a gente colocar o ‘cheirinho do professor’, o aluno não aprende. Ou seja, se for dito que o jogo é para o estudante aprender alguma coisa, ele não se interessa. Vai preferir jogar Carmen Sandiego [em que o jogador é um detetive que junta pistas ao redor do mundo para solucionar um caso], onde acaba inevitavelmente aprendendo geografia, do que jogar qualquer game que tenha o propósito explícito de fazê-lo aprender a matéria”, analisa.

Num dos produtos que mais gostou de desenvolver, por exemplo, Danilo aplicou ao ensino de imunologia e de outros conceitos biológicos o princípio do Tower Defense, presente em jogos como o Plants versus Zombies, em que o jogador precisa barrar a invasão de zumbis construindo torres em posições estratégicas. No game educativo, os zumbis foram substituídos por vírus e bactérias que invadiam os tecidos do corpo humano. E as células de defesa faziam as vezes das torres. Para obter a energia necessária à batalha – no vocabulário técnico da biologia, ATP (adenosina trifosfato) – os jogadores tinham que obter alimentos gordurosos, fibrosos ou ricos em outros tipos de nutrientes, de acordo com a rapidez e a quantidade de energia que precisavam gerar.

Outro conceito que ampara a criação de muitos produtos educacionais interativos é o de Time on task – o tempo que uma pessoa gasta realizando uma tarefa é fator de grande importância para que ela desenvolva e se aprimore em determinado conhecimento ou habilidade.

“Acho interessante esse conceito, que se contrapõe à ideia de talento e genialidade. Quanto mais o sujeito exerce uma função, com mais agilidade, qualidade e precisão ele irá exercê-la”, pondera Danilo. Seguindo esse princípio, os jogos da memória ou de forca, por exemplo, ajudam muito no ganho de vocabulário em inglês.

A área de desenvolvimento de games educativos demanda profissionais com formações diversas, sobretudo programadores, roteiristas e designers. Quanto menor a empresa desenvolvedora, mais versátil precisa ser o profissional. “Existem jogos que foram feitos por apenas uma ou duas pessoas e que ganharam prêmios internacionais”, conta o gerente da Pearson. Em grandes corporações, as funções tendem a ser mais especializadas.

Danilo comenta que profissionais de quase todas as áreas podem encontrar um espaço no mercado de games, já que o desenvolvimento desse tipo de produto é bastante complexo e demanda habilidades diversas. Ele destaca, contudo, duas condições que considera fundamentais para atuar nesse mercado: “A primeira é que você deve gostar de jogar, ou seja, você precisa ser um gamer; a segunda é que, como o mercado no Brasil ainda é bem restrito, as empresas de games brasileiras precisam estar preparadas para atender outros países”.

Danilo Alencar participou do Imersão Educação, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira no mercado de educação que transforma o Brasil? Saiba mais aqui.

Pesquisa quer identificar o que o jovem pensa da educação brasileira

Jovens estudam em grupo

O que um jovem espera da sua escola ou universidade? Depois de traçar o Mapa do Buraco, documento que aponta os principais gargalos e desafios do ensino público no Brasil, um grupo de estudantes brasileiros quer entender qual é a visão dessa geração sobre a importância da educação. Elaborada pelo Movimento Mapa Educação, a pesquisa irá identificar opiniões e perspectivas da juventude em diferentes regiões no país e pode ser respondida até 14 de maio.

Durante o ano passado, para produzir um relatório que aponta as urgências na educação brasileira, o grupo entrevistou mais de cem lideranças nacionais, como o empresário Jorge Paulo Lemann e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O documento foi entregue aos candidatos à presidência e mobilizou discussões sobre o tema. Com eleições definidas, agora o foco do movimento está voltado para ouvir jovem, quem eles definem como principal ator da luta pela educação.

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O mapa “Nós identificamos os buracos e agora queremos apontar saídas concretas. Queremos dar voz ao jovem para entender o que ele acha da educação no país”, explica Renan Carneiro, 21, estudante de economia em Harvard com bolsa da Fundação Estudar e um dos fundadores do movimento. Segundo ele, a pesquisa tentará entender como diferentes fatores influenciam a visão do jovem sobre a educação, incluindo a sua escola, o local onde vive e a classe econômica.

Com formulário eletrônico disponível pelo site do movimento até dia 14 de maio, a pesquisa vai ouvir os anseios, opiniões e palpites de estudantes do ensino fundamental, médio ou superior. Além de trazer dados quantitativos sobre a percepção do jovem, o levantamento também busca identificar o que essa geração está fazendo para mudar. “O que o jovem está fazendo na sua comunidade, família, bairro e cidade e como nós podemos ajudar a escalar o impacto?”, exemplifica.

De acordo com o estudante de economia em Harvard, existe uma demanda no Brasil por iniciativas que garantam maior representatividade do jovem no debate sobre educação. “Um dos nossos grandes objetivos é tornar a educação um assunto de todos. Qualquer cidadão deve sentir que a luta por uma educação de qualidade é um direito e um dever de todos”, defende, ao mencionar que o jovem ainda pode fazer muito, principalmente motivado pela inquietação e o forte desejo de mudança que o acompanha.

Desafio Mapa Educação Além de ouvir o que o jovem espera da educação, o Movimento Mapa Educação está organizando uma conferência no dia 29 de agosto, em Brasília. O evento irá discutir saídas para a educação, reunindo jovens de todo o país que tenham ideias e projetos com potencial de transformação. As propostas serão apresentadas para especialistas, sindicatos, fundações, políticos e empresas. “Nada melhor do que levar o jovem até a capital do seu país para ser ouvido e ser representado”, diz.

Embora o movimento não possa cobrir as despesas com a viagem e hospedagem dos selecionados, Renan sugere que todos os interessados se inscrevam, independente de condições financeiras. O grupo ainda está articulando parcerias e pretende lançar campanhas de financiamento coletivo para ajudar esses jovens arcarem com os custos.

Os interessados em apresentar seus projetos na conferência podem acessar o edital aqui.

Este artigo foi originalmente publicado em Porvir

Matéria originalmente publicada em 17/7/2015 e atualizada em 11/5/2016

Deficiente visual, Felipe Rigoni conta como foi de presidente de empresa júnior a coach

Felipe Rigoni

Engenheiro de produção por formação, Felipe Rigoni chegou a ocupar os cargos de maior destaque nos movimentos de empresas juniores mineiro e nacional, e hoje atua como life coach. É possível conhecer melhor o seu trabalho em seu site profissional e em sua página no Facebook. A seguir, ele conta um pouco mais sobre a sua trajetória e as dificuldades que encontrou no caminho, por ser deficiente visual:

Sou Felipe Rigoni Lopes, 23 anos, natural de Linhares, no Espírito Santo, e sou completamente cego.

Atualmente sou formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Minas Gerais, mas atuo como coach — profissional que leva pessoas e empresas a atingirem muito mais resultados em suas vidas e no mercado por meio de suas próprias conclusões, tiradas em um processo estruturado de autoconhecimento, aumento de percepção e reestruturação cognitiva.

Comecei minha faculdade em 2009, cursando Física. Apesar das dificuldades que eu enfrentava com o material, causadas pela minha deficiência, tinha muita facilidade em aprender e gostava muito do curso.

Porém, já no fim do primeiro semestre percebi que tanto no curso como na profissão de Física, eu não trabalharia diretamente com pessoas e nem teria uma vivência empresarial — dois fatores que considero essenciais para minha vida. Assim, no segundo semestre, fui tentar uma matéria do curso de Engenharia de Produção. Gostei tanto que decidi mudar de curso.

Minha transferência foi aprovada no fim de 2009, e eu começaria o novo curso em 2010. No entanto, achei que precisava aprender inglês e ter uma vivência internacional. Então tranquei a faculdade por seis meses e fui para os Estados Unidos.

Eu fui sozinho para lá! Não tinha nenhum familiar e nem uma república como em Ouro Preto para me ajudar. Fiquei na casa de uma família americana. A experiência foi incrível!

Não só porque aprendi a língua e uma nova cultura, mas principalmente, porque fiquei muito sozinho, e por isso, tive que aprender a pedir ajuda para os outros — coisa que nunca fazia — e a me tornar independente.

Voltei para o Brasil e comecei o curso de engenharia de produção. Já estava gostando muito mais! Foi quando, na terceira semana de aula, o pessoal da empresa júnior nos apresentou o que era a empresa e fez o convite para nos inscrevermos no processo seletivo.

Era tudo que eu queria: uma vivência empresarial antes mesmo de entrar no mercado de trabalho!

Além disso, a empresa júnior iria me fazer desenvolver habilidades de equipe, liderança e a postura empreendedora tão necessária para que consigamos transformar nosso país em um lugar melhor para se viver.

Fiz a inscrição no processo seletivo, mas, na verdade, achando que não ia passar. Pensava isso, pois, no fundo, eu ainda me achava incompetente só pelo fato de ser cego.  

Mesmo assim, fiz o processo seletivo e passei! Fiquei muito feliz. Quase chorei. Na minha cabeça, era a primeira conquista da minha vida que era realmente minha, e de mais ninguém.

Comecei a trabalhar, e me dei muito bem. Conseguia fazer todas as atividades com êxito, e isso inclusive começou a motivar todos os outros membros que antes tinham até receio por conta da minha deficiência.

Na Projet, como é chamada a empresa júnior do curso de Engenharia de Produção da UFOP, fui trainee, assessor de Recrusos Humanos, diretor de Recrusos Humanos e presidente. Foi com certeza a melhor experiência de minha vida ter passado pela Projet e pelo movimento Empresa Júnior!

Fui nomeado presidente interino, na metade de 2012, pois nosso presidente saiu para um intercâmbio. Em 2013, fui eleito presidente.

Na minha gestão, a equipe da Projet teve um dos melhores anos de sua história! Dobramos o número de projetos realizados, aumentamos o número de membros de 15 para 29, e multiplicamos o faturamento da empresa em 16 vezes! Saltamos de 11.250 reais em 2012, para 178.300 reais em 2013.

Nesse mesmo ano, ainda tive duas experiências muito importantes para minha vida. Fiz meu curso de coaching e fui eleito presidente do conselho da Federação de Empresas Juniores do Estado de Minas Gerais (FEJEMG), onde eu iria liderar um conselho composto por cento e duas pessoas.

O ano seguinte, 2014, foi com certeza o ano mais intenso de minha vida. Atuei como presidente do conselho da FEJEMG, conselheiro estratégico da Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores), fiz um processo de coaching, comecei a atuar como lifecoach, terminei minha faculdade, encontrei o amor da minha vida, dei dezessete palestras ao longo do ano (inclusive uma na Suíça), fui eleito presidente do conselho da Brasil Júnior, e decidi qual seria minha profissão e missão de vida! Meu Deus, como foi bom esse ano!

Ao longo de toda essa minha experiência tive que enfrentar as dificuldades de minha deficiência e todos os efeitos colaterais que isso causa em minha vida. Foi com certeza difícil, mas, uma vez que comecei a entender o que me fazia realmente feliz, tudo começou a dar certo!

Descobri, na empresa júnior, que ao contrário do que eu mesmo pensava, eu sou muito competente. Mais do que isso, consigo ajudar as outras pessoas a serem mais competentes e felizes.

É por isso que faço parte do movimento empresa júnior, que tem como missão: formar, através da vivência empresarial, empreendedores comprometidos e capazes de transformar o Brasil.

É por isso também, que agora sou coach, atuando para ajudar pessoas a serem mais felizes e produtivas em suas próprias vidas! No final das contas, é essa minha missão.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Formei, e agora?, projeto independente desenvolvido pela estudante Luiza Negri durante participação no evento LABx, organizado pelo Na Prática. Na página do portal, é possível ler mais histórias e relatos de diversos profissionais sobre como foi se formar e entrar no mercado de trabalho. Vale conferir o conteúdo completo aqui!

Acordar cedo realmente ajuda a ser mais produtivo?

Relógio vermelho sobre a mesa

Nada melhor do que perguntar para quem, assim como você, tem uma vida muito corrida, milhões de decisões para tomar por dia e que não tem a opção de deixar para amanhã.

O livro What the most successful people do before breakfast (O que as pessoas mais bem-sucedidas fazem antes do café da manhã, em uma tradução livre), da jornalista Laura Vanderkam, traz um interessante levantamento das principais coisas que grandes executivos fazem pela manhã para tornar sua rotina de trabalho mais produtiva. Confira os principais pontos:

1. Acordar cedo: Sim. Esqueça aquele papo de dormir até tarde. Cada minuto do dia é muito importante. Em geral, as manhãs costumam ser mais tranquilas. Então, antevendo todos os pepinos que você precisará resolver ao longo do dia, e quem sabe noite adentro, que tal acordar cedo e botar aquela listinha de pendências para rodar o quanto antes? No livro, a autora cita uma pesquisa que mostra que 90% dos executivos consultados acordam antes das seis da manhã durante a semana. A CEO da PepsiCo, Indra Nooyi, por exemplo, acorda às 4h e chega ao trabalho às 7h30, enquanto o CEO da Disney, Bob Iger, levanta às 4h30 para ler.

2. Exercício: Sim. De novo, esqueça aquele papo de preguiça. Acorde cedo e vá malhar. Quando você faz exercícios, você libera endorfina e alivia o stress. Não deixe de colocar a saúde do seu corpo em primeiro lugar. A CEO da Xerox, Ursula Burns, por exemplo, exercita-se com um personal trainer das 6h às 7h da manhã duas vezes por semana.

Leia também: Veja sete hábitos de pessoas altamente produtivas

3. Aproveite a manhã para lidar com os abacaxis: Sabe aquele projeto que você precisa ver com calma? O relatório cheio de números complicados Então. Olhe tudinho de manhã. Nesse horário o telefone não toca, não tem barulho e todos que poderiam tirar a sua concentração estão dormindo.

4. Planeje o seu dia, sua semana e se possível o seu mês: Isso é fundamental para você manter o foco e não perder o fio da meada do seu dia.

5. Ler emails e notícias: Aproveite a manhã para ver seus e-mails, responder com calma os importantes e resolver quaisquer desdobramentos. Ler as notícias e se atualizar do que rola no mundo também é uma boa. Depois de começar o dia com exercícios físicos, o CEO da GE, Jeff Immelt, lê jornais e assiste ao canal CNBC, dedicado a notícias de negócios, para chegar ao trabalho com uma boa noção do que está acontecendo.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Como falar de seus pontos fracos numa entrevista de emprego?

Mulher e homem executivos conversam sobre trabalho

Não é uma questão de arrogância. Muitos candidatos acham difícil falar sobre seus pontos fracos numa entrevista de emprego simplesmente porque não têm autoconhecimento suficiente.

Leia também: Chefe de RH do Google explica como se sair bem em entrevistas

Na opinião de Claudia Troca, gerente da consultoria Robert Half, ficar em silêncio ou mencionar qualidades disfarçadas de defeitos – como se o único problema fosse ser dedicado demais ao trabalho, por exemplo – não significa que você seja cego às suas próprias limitações.

“Se a pessoa hesita ou precisa recorrer a clichês, o que nos mostra é que não sabe muito sobre si mesma”, afirma ela. “Perfeccionista” e “workaholic“, aliás, são as palavras que a recrutadora mais ouve da boca dos candidatos.

De acordo com Ricardo Rocha, gerente executivo da consultoria Michael Page, muitos candidatos dão respostas vagas ou superficiais porque vão para a entrevista sem se preparar para a famigerada pergunta.

Para falar das suas fraquezas com exatidão e propriedade, explica ele, é preciso fazer previamente um exercício de autoanálise. Colher e analisar feedbacks de colegas e chefes também é indispensável.

“A pergunta serve não apenas para realmente saber quais são os seus pontos negativos, mas também para testar o seu nível de autoconhecimento”, diz Ricardo. “Mostrar que você pesquisou e refletiu sobre as suas próprias falhas é muito importante”.

Diga tudo

Mas será que sinceridade total é uma boa ideia? Para Claudia, a resposta é sim. Colocar todas as cartas na mesa, diz ela, é a opção mais honesta e produtiva para ambas as partes.

Se você omite a sua dificuldade para gerir pessoas, por exemplo, esse problema aparecerá em algum momento depois que você for contratado. Qualquer falsa expectativa criada na entrevista acaba cobrando seu preço mais tarde.

Ainda assim, observa Ricardo, um filtro é necessário: o contexto. “Não cabe falar de defeitos de ordem pessoal ou citar a falta de uma qualificação que não é exigida para a vaga”, afirma.

Próximos passos 

Os recrutadores também consideram essencial que o candidato não apenas mencione e descreva suas fraquezas, mas também diga o que está fazendo para saná-las.

O ideal é falar sobre o histórico da questão: como e quando ela foi observada, quais foram os feedbacks que você recebeu a respeito dela, bem como momentos em que você conseguiu superá-la na prática.

Segundo Ricardo, o candidato deve mostrar a evolução de seus pontos fracos, com destaque para as providências que já tomou – e ainda vai tomar – para reagir ao problema.

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Se você não tem uma determinada competência técnica relevante para a empresa, por exemplo, pode mencionar que pretende se matricular num curso sobre o assunto, diz o gerente da Michael Page.

Para Claudia, o mais importante é demonstrar disposição para se aperfeiçoar. “O candidato ideal sabe muito bem quais são os seus pontos negativos e já tem um plano de ação para contorná-los”, afirma.

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Do curso de Farmácia a uma carreira em empreendedorismo

Jovem farmacêutica
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O fim de um curso de graduação gera diversas dúvidas nas cabeças dos jovens. Mas nem sempre o caminho profissional está nas possibilidades oferecidas naquela área. Sempre é tempo de recomeçar e aprender, como nos exemplifica Juliana Saldanha. Ao terminar o curso de graduação em Farmácia, optou pelo empreendedorismo, trabalha com marketing e hoje é sócia-fundadora da Techmall, aceleradora de startups localizada em Belo Horizonte.

Depois de cinco anos e meio mergulhada nos processos produtivos de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene pessoal, Juliana, como ela mesmo diz, estava no local certo e na hora certa, e começou a trabalhar na Inova (incubadora de empresas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG).

Conheça o Imersão, programa de decisão e preparação de carreira do Na Prática

Foi lá que conheceu o universo do empreendedorismo e passou a desempenhar funções na área de marketing. Dessa etapa para montar sua própria startup não demorou muito, mas o resultado não foi dos melhores. “Nossa ideia era conectar as pessoas que queriam doar produtos que não usam mais com aquelas que poderiam ter interesse naqueles produtos. Mas não pesquisamos se as pessoas queriam aquela solução que oferecíamos, estávamos viciadas naquele produto sem entender as reais necessidades dos clientes”, explica Juliana.

Empreendedorismo: aprendizados na prática

Os erros do primeiro negócio foram assimilados e surgiu a possibilidade de participação na sociedade de uma aceleradora de startups em 2013, a TechMall, que atua no apoio financeiro e estratégico com foco na formatação do negócio para que ele ganhe tração e cresça. Juliana é Diretora de Marketing da Techmall e cuida de toda a parte de comunicação da empresa, como mídia, assessoria e eventos.

“Existem pessoas preparadas que estudaram muito nessa área. Mas eu executo muito bem, o que me dá segurança. Não acho que uma graduação é fundamental para ser bem-sucedido. Vários grandes empreendedores não são formados. Hoje os métodos de ensino são muito unilaterais”, conta.

Mesmo não tendo estudado Marketing em sua graduação, ela sabe que é preciso se atualizar e entender o que de novo tem sido debatido. “Atualmente eu faço uma pós-graduação em Marketing, procuro sempre estar atenta aos sites sobre o assunto. Nas redes sociais também tem muita coisa legal. O marketing tem mudado nos dias de hoje. O relacionamento com o cliente deve ser muito próximo, ele está muito exigente. É preciso explorar cada canal de comunicação corretamente para chegar aos resultados”, acrescenta.

Formação 

Sobre a experiência durante a graduação de Farmácia, Juliana procura sempre observar o lado positivo. “Eu aprendi a ter senso crítico no curso de Farmácia. Temos que aproveitar cada experiência que vamos tendo na nossa vida. Mas uso muito pouco do que aprendi no curso no meu dia a dia. Eu tenho um branco quanto ao conteúdo atualmente. Se precisar de um medicamento, pergunto a uma amiga”, brinca a empresária.

Os debates acadêmicos sobre a possibilidade de se aprender empreendedorismo são longos, com alguns autores dizendo que determinadas características já nascem com as pessoas. Entretanto, Juliana é um exemplo de que é possível desenvolver certas habilidades com a prática.

“Digo que empreendedorismo pode ser ensinado, pois eu mudei muito e aprendi na prática. Meus filhos serão todos empreendedores, digo na mentalidade. Faria toda diferença se as pessoas aprendessem empreendedorismo nas escolas ou universidades. Não estudamos para solucionar problemas, mas para aprender aquilo que dizem ser importante”, analisa.

Leia também: Dez livros que todo empreendedor deve ler

Perguntada sobre o futuro, Juliana parece ter escolhido seu caminho. Já recusou uma proposta de trabalho em uma empresa líder de mercado e quer disseminar essa cultura empreendedora. “Minha meta é disseminar o empreendedorismo. Tenho pavor de quem é acomodado, isso me estressa. Queria que todos fossem empreendedores, quanto mais consigo passar isso para frente, melhor. Fazer o mundo fluir mais dinâmico é algo que me motiva”.

Juliana Saldanha participou do Imersão Empreendedorismo, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira que uma trajetória empreendedora apresenta? Saiba mais aqui.

Recursos humanos: como é o estágio na área

Três jovens se reúnem em frente a computador

Toda empresa necessita de uma área de Recursos Humanos no jargão corporativo, simplesmente abreviada para RH. Até mesmo os pequenos negócios, em algum momento, vão perceber isso. Afinal de contas, se as empresas são sempre formadas por pessoas, é essencial dedicar grande atenção aos processos relacionados a elas.

Tarefas que costumam ser associadas com a área incluem desenvolver planos de carreira para a equipe, promoção das pessoas dentro da empresa, identificação de necessidades de treinamento, assim como cálculo de salários e benefícios, preocupação com segurança nas atividades profissionais, recrutamento dos novos integrantes do time, entre outras.

No entanto, muita gente ainda associa a área com aquele antigo modelo de gestão de departamento de pessoal, burocrático, preocupado apenas em gerir a folha de pagamento e contratações.

Assista ao bate-papo do Na Prática com a diretora de Recursos Humanos da Ernst & Young

Estratégia 

A verdade é que o setor de recursos humanos tem evoluído muito ao longo dos últimos anos, e desempenha cada vez mais o papel de gestão estratégica de pessoas. Nesse novo cenário, os talentos são vistos como o principal ativo da companhia, e cabe aos profissionais da área atrair e manter esses talentos a longo prazo, contribuindo de forma determinante para o sucesso da empresa.

Quando Poliana Prata começou seu estágio na área de Recursos Humanos em 2013, na Localiza empresa com sede em Belo Horizonte (MG), que controla a maior rede de aluguel de carros da América Latina uma das experiências que mais chamaram sua atenção foi exatamente nos seus primeiros dias de companhia.

É que durante a semana de integração, todos estagiários foram recepcionados por executivos de diversos setores da empresa e passaram por uma imersão nas diferentes áreas que formam o negócio. Ela chama atenção para a importância dessa apresentação inicial para que entendesse como tudo funcionava e adquirisse os conhecimentos que permitissem alinhar as ações de RH ao negócio da empresa.

Projetos 

“Depois teve um treinamento intenso. Todos os estagiários tinham como proposta o desenvolvimento de projetos dentro das áreas em que atuavam”, conta. Como estagiária, ela passou por um job rotation que incluiu três áreas de recursos humanos: administração de pessoas; remuneração e benefícios, onde atuou com relações sindicais; e, finalmente, treinamento e desenvolvimento – onde acabou sendo efetivada. Passou cerca de sete meses em cada uma delas.

“Com o job rotation, foi possível conhecer a rotina, os projetos, e os maiores desafios em cada parte do setor de recursos humanos. Quando eu fui contratada já estava mais preparada, sabia qual o impacto a minha área tinha das demais”, conta.

Durante o estágio, o projeto que mais chamou sua atenção foi na área de administração de pessoas, onde esteve envolvida na implementação do serviço especial de engenharia e segurança do trabalho da empresa. O aprendizado, segundo ela, foi bastante intenso, pois lidou diretamente com a responsabilidade de zelar pela saúde e integridade física do trabalhador, buscando eliminar o risco de acidentes no ambiente de trabalho.

“Tivemos que fazer um estudo para ver em que unidades era viável implementar esse novo sistema de engenharia e segurança do trabalho, o que envolvia entender não só os colaboradores da empresa, mas também os fornecedores, as outras empresas que prestariam esse serviço para gente”, ela conta. “No final, estruturamos uma área para poder dar certos atendimentos médicos para os funcionários dentro de nossas próprias unidades.”

No final do estágio, todos os participantes do programa participaram de uma dinâmica que envolvia apresentar, da maneira mais criativa possível, os valores da empresa. “Alguns fizeram teatro, outros como se fosse um jornal”, ela lembra.

Equipe de Recursos Humanos 

Para Adriana Baracho, que ocupa cargo gerencial na equipe de recursos humanos da Localiza, a área precisa de pessoas que gostem de lidar com pessoas gente, já que o objetivo da área é exatamente alinhar os interesses dos funcionários com os interesses da empresa.

“Queremos ser referência na atração e retenção dos melhores profissionais, e nossa seleção é muito baseada em valores. Dessa forma, o profissional de RH precisa estar muito alinhado com o que a companhia acredita e deve entender muito sobre a cultura empresarial”, explica Adriana.

Segundo ela, o maior desafio da área é extrair o que cada funcionário tem de melhor, garantindo que estejam em uma posição que concilie suas vontades e competências. “Buscamos sempre construir para quem trabalha na Localiza uma visão de carreira que vai além simplesmente da atividade que a pessoa está realizando”, comenta.

Leia também: Conheça o trabalho na área de Recursos Humanos da Ambev

Nem sempre essa é uma tarefa fácil. “Hoje 70% da empresa já é geração Y, e é nosso desafio trazer um ambiente que corresponda às expectativas desses jovens, mas sem perder o foco na eficiência de nossos processos. No final das contas, precisamos oferecer um serviço de aluguel de carros com o mesmo padrão em mais de quinhentas lojas espalhadas por toda América do Sul”, conclui.

Na Localiza, a equipe de Recursos Humanos é composta por egressos dos cursos de Administração de Empresas, Psicologia ou Direito.

Localiza abre vagas em Minas Gerais para universitários e recém-formados

banner Localiza

A Localiza, empresa mineira especializada em aluguel de carros, está com vagas abertas para estagiários e jovens profissionais para trabalhar em sua sede, em Belo Horizonte (MG).

As vagas incluem oportunidades em todas as áreas de negócios, incluindo tecnologia da informação. As inscrições para o processo seletivo estão nos últimos dias e podem ser realizadas por aqui.

“Buscamos pessoas inovadoras, proativas, que tenham prazer em servir o cliente e gostem de trabalhar por resultado”, explica a gerente de seleção de pessoas, Adriana Baracho.

A Localiza

Com quatro décadas de atuação no mercado e ações negociadas na bolsa de valores desde 2005, a Localiza é a maior rede de aluguel de carros da América do Sul — são 549 agências distribuídas por nove países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

A empresa tem quatro áreas de negócio — aluguel de carros, franchising de aluguel de carros, gestão de frotas e vendas de carros — e conta com mais de sete mil funcionários. Segundo Adriana, tanto o programa de estágio como o jovem profissional oferecem ampla possibilidade de crescimento na empresa.

Programa de Estágio “O programa de estágio busca trazer pessoas com um perfil interessante para, desde cedo, fazerem parte do futuro da empresa”, explica Adriana. Segundo ela, a intenção é investir no treinamento dos jovens no início da carreira para que eles desenvolvam competências e possam crescer na empresa.

O programa tem duração de um ano e, ao longo desse período, o estagiário passa por um job rotation em sua área de interesse. Para quem quiser atuar “na ponta”, junto ao cliente, é possível inclusive passar um período do estágio nas próprias lojas agências da Localiza.

Durante a semana de integração, todos estagiários são recepcionados por executivos de diversos setores da empresa e passam por uma imersão nas diferentes áreas que formam o negócio. Poliana Prata, que foi estagiária em 2013, chama atenção para a importância dessa apresentação inicial para entender o funcionamento da empresa como um todo e adquirir os conhecimentos que permitissem alinhar suas ações à estratégia geral da companhia.

“O que me chamou atenção no programa de estágio da Localiza foi a proposta de desenvolvimento que a empresa apresentou durante o processo seletivo. Logo nos primeiros meses já percebi que isso não era só um discurso, e tive a possibilidade de desenvolver competências que eu não tinha trabalhado na faculdade”, explica Poliana. “Os estagiários são acompanhados individualmente por um tutor, que vai ajudá-los no desenvolvimento da carreira”, reforça Adriana.

Podem participar estudantes no penúltimo ou último ano de graduação nos cursos de Administração, Engenharias, Marketing, Economia ou Ciências Contábeis. As oportunidades são para trabalhar seis horas semanais, com remuneração de 1.607 reais, ou quatro horas, com salário de 1.079 reais.

Programa Jovem Profissional 

O programa é voltado para profissionais formados há no máximo um ano nos cursos de  Administração, Engenharias, Tecnologia da Informação, Marketing, Economia ou Ciências Contábeis, para ocupar cargos de analista. A duração do programa é de um ano, com garantia de efetivação após esse período.

“Além de também contarem com job rotation, os participantes do programa possuem uma formação bastante estruturada em todas as áreas de negócios, como finanças, marketing e gestão de pessoas”, explica Adriana.

A empresa investe em uma formação dos jovens profissionais na ferramenta Seis Sigma,  internacionalmente reconhecida e amplamente utilizada para identificar e implementar melhorias em processos internos.

Ao longo do ano, os participantes devem desenvolver um projeto que será apresentado para as lideranças da empresa. Depois do período de duração do programa, espera-se que o participante tenha disponibilidade de mobilidade, pois pode ser transferido para outras unidades da empresa.

A história do ex-diretor do Yahoo! que reinventou a si mesmo com uma nova carreira

homem com barba sentado em frente a sebo

Ricardo Lombardi se formou na Cásper Líbero, em 1994. Antes, tinha feito Direito, na PUC-SP, e Letras, na USP, e abandonado ambos os cursos. Aos 16, os pais se separaram, ele foi viver com a mãe, que não trabalhava, e precisou começar a se virar. Entrou no Estadão, trabalhando no arquivo, procurando materiais no acervo do jornal para ajudar na apuração das matérias de jornalistas como Ivan Ângelo, Marçal Aquino, Renato Pompeu, Eduardo Bueno, o Peninha, e Leão Serva. Foi assim que se apaixonou pela profissão.

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Fez carreira no Estadão, e no contíguo Jornal da Tarde, até 1998, quando foi para a revista Contigo!, na editora Azul. Ficou um ano por lá. E outro ano em Nova York, onde foi correspondente do Último Segundo, do iG. De volta ao Brasil, retornou também ao JT, a convite de Marta Góes, na volta ao jornal de Murilo Felisberto, autor, junto com Mino Carta, em 1966, do histórico e revolucionário projeto editorial e gráfico do JT.

Saiu de lá no final de 2000, para a revista Sabor, da editora D’Ávila, onde ficou até 2003. Aí foi para a AOL, América Online, onde ficou editando as home pages até 2005, quando foi para a Abril. Lá, editou a revista Bravo! até 2007, o Guia do Estudante/Almanaque Abril até 2009 e a VIP até janeiro de 2014, quando foi para o Yahoo!, como diretor de conteúdo. Era uma vez um jornalista.

Ricardo, 44, saiu do Yahoo! em 2014 para transformar sua paixão num negócio, para transformar seu hobby num ganha-pão, para transformar seu plano B em plano A. “As coisas só começam a andar de verdade quando você as prioriza em sua vida. Saí do emprego para me dedicar 100% ao projeto que eu vinha gestando na paralela porque se você não colocar toda a energia disponível na roda, ela não gira”, diz ele.

Ele é casado com Camila Sarpi, designer de joias, e tem dois filhos, Ernesto, 6, do primeiro casamento, que mora com a mãe, e Petra, 2. Em março de 2013, quando sua filha nasceu, Ricardo fez uma viagem à Argentina, para visitar a família de seu pai – que veio a falecer enquanto Ricardo estava lá. Naquela viagem, flanando por San Isidro, em Buenos Aires, um sebo lhe chamou a atenção – ele já frequentava lojas de livros e discos, novos e velhos, há muito tempo. Mas ali teve um clique, ao ver aquele negócio familiar, numa tradição europeia de tocar um estabelecimento em poucos metros quadrados.

Projetos paralelos Desde 2007, quando ainda era o diretor de redação da Bravo!, Ricardo mantinha o blog Desculpe a Poeira, primeiro no iG e depois no Estadão. “Meu maior tesão no jornalismo sempre foi dividir com as pessoas novidades que faziam diferença na minha vida. O blog nasceu como uma curadoria pessoal de conteúdo nas áreas de cultura e entretenimento”, diz Ricardo.

Na volta da Argentina, começou a montar o sebo Desculpe a Poeira, uma materialização do blog e também o embrião de um novo projeto de vida e de carreira. Era uma atividade de fim-de-semana. “Fui montando aos poucos, fiz os móveis e as prateleiras”, diz Ricardo, que em 2008, já dirigindo a maior revista cultural do país, foi fazer curso de marcenaria na escola Roberto Simonsen, do Senai, no Brás, onde Lula fez seu curso de torneiro mecânico – o torno em que Lula estudou foi tombado e virou objeto de exposição na escola. “Eu buscava aprender um trabalho manual, que oferecesse contraponto à atividade intelectual do jornalismo. Fiz também um curso de marcenaria artesanal no Ateliê da Madeira, na Lapa”.

O sebo ocupa uma garagem na rua Sebastião Velho, 28-A, num famoso e querido conjunto de predinhos de três andares, construído por um libanês na década de 1930, em Pinheiros, entre as ruas Simão Álvares e Mourato Coelho. A mãe de Ricardo, dona Lúcia, de 79 anos, mora ali. E aluga a garagem, que tem 3 metros por 8, para o filho, por 600 reais – Ricardo estima que o preço de mercado esteja por volta de 1 500 reais. Dona Lúcia o alugava antes para um antiquário. Há por ali, nas outras garagens, negócios como a hamburgueria Na Garagem, o Cantinho da Lu, uma lanchonete, uma sapataria, uma costureira e uma mecânica que tuna motos.

“Vendi o carro, ando de bicicleta, não pago mais 300 reais para comer num restaurante, deixei de pagar um dos dois clubes em que era sócio, troquei o treino na academia pela corrida de rua. Abri mão de 70% da minha renda para poder me dedicar ao que me encantava e para estar mais próximo das pessoas que amo”, conta.

Ricardo deseja que o diferencial do Desculpe a Poeira seja o atendimento personalizado – como se ele fosse uma espécie de sommelier de livros. “Eu quis organizar o caos que é um sebo. Reverter a ideia de que um sebo é um mero repositório de livros velhos e oferecer obras com curadoria, conectando a pessoa certa com o tema certo por meio de um livro. Cada exemplar ali tem uma razão de ser. Não estou no negócio apenas para girar produtos na prateleira. Quero que as pessoas também experimentem comigo o que os americanos chamam de serendipity – aquela sensação de descobrir algo que você não sabia que queria e que gostava”, diz Ricardo, que para isso já conta com um acervo de 5 mil títulos – 70% vêm da sua coleção particular e o resto vem de aquisições de lotes e doações de amigos. Ele estima que, na loja, caibam dois mil livros. O resto ele estoca em dois quartos no apartamento da mãe.

Segundo Ricardo, a loja física só é possível por causa da internet – a previsão é de que as vendas online venham a responder por 70% do faturamento. Ricardo disponibilizou parte do seu acervo na sua loja na Estante Virtual, uma plataforma de sebos, uma espécie de Amazon dos livros usados no Brasil, que cobra do vendedor de 8% a 12% do valor do pedido mais uma mensalidade. “O digital ajuda muito os pequenos negócios. Livros que eu publico no Instagram, por exemplo, vendem instantaneamente”, diz ele.

Autoconhecimento Ricardo atribui sua decisão de trocar a vida de executivo numa empresa global pela de dono de um sebo numa garagem de 24 metros quadrados ao resultado de um período de soul searching (algo como “mergulho dentro de si mesmo”). “Isso passa por uma engenharia financeira – minha mulher trabalha, não pago aluguel, alugo um segundo imóvel, coloquei a casa da praia no AirBnB, recebo um fee de Estadão pelo blog. E isso passa também por uma readequação de estilo de vida. Vendi o carro, ando de bicicleta, não pago mais 300 reais para comer num restaurante, deixei de pagar um dos dois clubes em que era sócio, troquei o treino na academia pela corrida de rua”, diz Ricardo.

“É que assim que abri mão de 70% da minha renda para poder me dedicar ao que me encantava e para estar mais próximo das pessoas que amo – hoje posso almoçar com minha mãe e pegar meus filhos na escola com mais frequência”. Uma das coisas das quais Ricardo não abriu mão é o gasto com os filhos – como escola particular e babá.

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Ele é um colecionador. Compra todas as edições comemorativas de periódicos que encontra. Tem a coleção completa da Playboy desde a primeira edição que caiu em suas mãos – em janeiro de 1983. Tem a coleção completa da revista Piauí. Além de mais de 50 camisas do Palmeiras, seu time do coração, e de algumas centenas de discos de vinil e de fitas VHS. Já chegou a ter dez máquinas de pinball numa garagem. “O livro tem a vantagem de não caducar tecnologicamente. Então não perde a validade nem tem problemas de compatibilidade. Trata-se de uma das grandes invenções da humanidade, como a colher e a roda. Não dá para fazer um substituto melhor”, diz ele.

O Desculpe a Poeira, segundo Ricardo, está desenhado para ser uma operação de um homem só. Mas ele sonha com um estagiário. “Para ser, aqui no sebo, o que Tarantino foi na videolocadora em que trabalhava”. E aí, alguém se habilita?

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT, onde é possível ler o texto na íntegra

Trainee Ambev fala sobre o seu dia a dia na cervejaria

cerveja gelada

Como será trabalhar em uma das empresas mais desejadas pelo jovem – a Ambev? Para descobrir a rotina de quem passou por um dos processos seletivos mais concorridos do país e se tornou trainee na companhia, o portal Seja Trainee entrevistou o piauiense João Lucas Lima.

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Aos 24 anos, ele é formado em Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo, e passou pelo programa de trainee da Ambev em 2014. Além de compartilhar a sua rotina, ele também fala sobre uma experiência única que teve a oportunidade de viver durante a Copa do Mundo de 2014 – e a trabalho!

Motivos para ser trainee

Por que você resolveu buscar um programa de trainee?

Acredito que o programa de Trainee é o passo ideal ao se formar. Ele nem “estica” o recém-formado, atribuindo-lhe tarefas que ainda não está preparado para exercer, e nem o deixa na zona de conforto. É um período de desenvolvimento contínuo, aprendendo sobre todas as áreas e, quando estiver finalizado o processo, assumirá o seu primeiro grande desafio e será dono de seu negócio. Além disso, a questão do investimento que a empresa faz na carreira do trainee, como treinamentos, coachings, acompanhamento de gestores e possibilidade de carreira internacional ou treinamentos fora do país atraiu minha atenção.

Quais fatores levaram você a buscar o programa da Ambev?

Sempre ouvi e li a respeito do modelo de gestão da Ambev, que é reconhecido pelo mercado pela sua eficiência. As histórias dos executivos da companhia me mostram como a empresa dá oportunidade para o crescimento rápido na carreira. Claro, tudo depende do seu comprometimento e empenho pessoal. Isso é a meritocracia, um modelo que admiro muito.

Além disso, levei em conta conversas com trainees e ex-trainees de diversas empresas. Os ex-trainees da Ambev sempre tinham uma empolgação diferente ao contar sobre a companhia. Sempre falavam com tanto amor pela empresa que eu decidi que queria fazer parte daquilo e percebi que a Ambev possui um dos programas mais estruturados do Brasil.

Aqui temos a oportunidade de conhecer todas as áreas da companhia. Isso nos dá uma visão global do negócio. Todo aprendizado e crescimento profissional que estou tendo aqui, se deram primeiro, porque sempre tive vontade para aprender e, segundo, porque a própria empresa me deu oportunidades para crescer.

Outro ponto importante do programa de trainee da Ambev é que ingressamos na companhia como funcionários contratados desde o primeiro dia. Ao final dos dez meses de treinamento, já estamos aptos a exercer um cargo estratégico. Quando busquei um programa de trainee, procurei saber mais sobre a empresa e me identifiquei com a cultura da Ambev desde o momento da inscrição. Aqui, as pessoas agem como donas do negócio. Consigo ver exatamente até onde posso chegar e o que devo fazer para isso.

Cotidiano de um trainee Ambev

Em qual área atua hoje e o que mais gosta de fazer no dia a dia?

Atualmente sou gerente de vendas de uma revenda, mas já fui informado que terei um novo desafio dentro da companhia e admito que estou bastante empolgado.  Estou indo para a Administração Central, em São Paulo, cuidar de um projeto nacional.

Hoje, em minha função, gosto de estar nos pontos de venda e conversar com os clientes para garantir a melhoria contínua do trabalho. Além disso, gosto de acompanhar o time de vendedores e supervisores e dar suporte e treinamento para equipe.

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Para você, qual foi ou está sendo o maior desafio como trainee Ambev?

Desde o início, nos envolvem diretamente em grandes projetos. Minha turma de trainee, que ingressou na companhia em 2014, foi responsável pela operação da Ambev nos doze estádios das cidades-sede da Copa do Mundo. Fiquei durante dois meses trabalhando dentro do Castelão, em Fortaleza.  Valeu muito a pena. O aprendizado que tivemos foi uma oportunidade única. Nunca vou me esquecer da experiência de trabalhar na Copa do Mundo.

Em parceria com outro trainee, começamos o trabalho do zero. Recebemos todo o material Brahma e Budweiser para ativação das marcas. Fomos responsáveis pelo camarote Ambev e de toda logística para abastecer o estádio com os produtos da companhia.

Quando senti a energia do estádio nos jogos, percebi que todo o esforço tinha valido a pena. Ouvir o hino do Brasil cantado em uníssono durante um jogo da Copa, a trabalho, me fez lembrar que optar pelo trainee Ambev foi a melhor escolha da minha vida.

Outro momento inesquecível da Copa foi acompanhar a coletiva de imprensa da Seleção Brasileira após a partida Brasil x México. Além disso, presenciei a entrega do troféu do Man of The Match para o jogador Mario Götze logo depois do jogo Alemanha x Gana.

Em linhas gerais, quando penso que fiz isso tudo trabalhando, me sinto completamente realizado. São muitos desafios, mas as conquistas são maiores ainda.

Como funciona o processo seletivo

Qual dica você daria para ajudar os candidatos que estão participando dos processos agora?

Eu só consegui ser aprovado para as próximas etapas dos programas de trainee quando conheci mais de mim mesmo. Pode parecer clichê, mas a cada resposta que eu recebia refletia sobre meu desempenho. Por isso o primeiro passo de um candidato é pesquisar bem sobre as empresas para, dessa forma, escolher aquela cuja cultura mais se encaixa no seu perfil.

Autoconhecimento, entender o seu perfil e qual empresa você se dará melhor sendo exatamente como você é a principal chave do sucesso para a aprovação em um programa de trainee.  A empresa escolhe você, mas você também escolhe a empresa.

Algo mais que você queira deixar registrado?

Nos cinco últimos meses, escolhemos a área de interesse e já recebemos orientações específicas sobre as atividades futuras. Além disso, nesta etapa passamos por um período de treinamento no exterior reunidos com os demais trainees dos outros países onde a Anheuser-Busch InBev atua. E isso é mais um ponto muito bacana do trainee da Ambev. Foi possível conhecer trainees do mundo todo, trocar melhores práticas e conhecer as peculiaridades dos diferentes mercados onde a companhia atua.

 

Este artigo foi originalmente publicado em My Trainee

Conheça os jovens advogados que criaram um centro de pesquisa financiado pelo Google

jovens advogados participam de debate

O que têm em comum o aplicativo de caronas Uber, o canal de humor no YouTube Porta dos Fundos e a nudez feminina no Facebook como forma de expressão política? Os três temas são objetos de estudo do InternetLab, um centro de pesquisa em direito e tecnologia inaugurado no final de 2014 pelos advogados paulistas Dennys Antonialli, 28, e Francisco Brito Cruz, 25, na Galeria Ouro Fino, na Rua Augusta, em São Paulo.

Conheça o Imersão Jurídico, programa de decisão e preparação de carreira do Na Prática

O InternetLab desenvolve pesquisas em forma de relatórios, infográficos e vídeos sobre os desafios de elaborar e implementar políticas públicas em novas tecnologias. “Com o crescimento do uso da internet no Brasil, aumentou também o número de decisões judiciais e propostas legislativas que enfrentam questões complexas ligadas à ideia de regulação da rede”, diz Dennys. “Muitas dessas decisões e propostas colocam em risco a ideia de uma internet livre e aberta e podem lesar direitos fundamentais dos usuários.”

O InternetLab

Hoje, o InternetLab tem quatro linhas de pesquisa: economia do compartilhamento, liberdade de expressão e humor, gênero e tecnologia e, por fim, judiciário e acesso á informação.

O interesse de Dennys por direito e tecnologia surgiu quando ele era aluno da graduação na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e fez iniciação científica. Depois disso, ele foi fazer dois mestrados fora do país – um em direito pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e outro em Law and Business pela Bucerius Law School e pela WHU Otto Beisheim School of Management, na Alemanha.

Quando voltou a São Paulo para fazer doutorado na USP, percebeu que temas como privacidade, liberdade de expressão e neutralidade de rede estavam sendo pouco discutidos nas faculdades e pelos juristas. Foi quando conheceu Francisco, aluno do mestrado em Filosofia e Teoria Geral do Direito da USP, que tinha as mesmas inquietações.

Juntos, os dois decidiram criar na faculdade o Núcleo de Direito, Internet e Sociedade (NDIS) para reunir pessoas interessadas em desenvolver reflexões sobre os desafios impostos ao direito pelos avanços da tecnologia. Era o segundo semestre de 2012.

“O grupo começou com encontros informais”, conta Dennys. “Em pouco tempo, meu orientador, o professor doutor Virgílio Afonso da Silva, percebeu potencial no NDIS, passou a supervisioná-lo e o tornou crédito de cultura e extensão na faculdade.” Daí ao núcleo ganhar popularidade fora da USP foi um pulo. “Criamos um grupo no Facebook e começamos a receber mensagens de pessoas de Goiânia, de Belém… que também tinham vontade de estudar o tema.”

Por um ano, Dennys dividiu sua rotina entre tocar o NDIS, fazer doutorado e trabalhar em um escritório de advocacia. “Eu estava exausto, resolvi dar um tempo”, diz.

Apoiadores externos

Tanto ele quanto Francisco decidiram passar uma temporada no exterior como pesquisadores visitantes – Dennys no Alexander von Humboldt Institute for Internet and Society, na Alemanha, e Francisco no Center for Study of Law and Society da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. “São centros como o InternetLab, também chamados de think tanks. A ideia dessas associações é reunir especialistas independentes da academia para pensar em projetos voltados para políticas públicas”, diz Dennys.

De volta ao Brasil, Dennys e Francisco decidiram fundar uma entidade civil sem fins lucrativos para pesquisar direito e tecnologia – o InternetLab. O Google financiou o primeiro ano de atividade (o valor do aporte não é revelado). Em dezembro de 2014, o centro de pesquisa recebeu outro financiamento – da Fundação Ford, para mais 15 meses de projetos de pesquisas. “Funciona como uma doação. Nenhum dos nossos apoiadores tem ingerência sobre as pesquisas nem sobre os resultados das pesquisas”, afirma Dennys.

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Além de produzir pesquisas, o InternetLab também aproxima pessoas que pensam em um projeto e querem disputar um financiamento. “Também queremos produzir conteúdo e trazer especialistas para dar palestras”, diz Dennys. “O objetivo é informar melhor os brasileiros sobre o assunto.”

Desde a inauguração, o InternetLab mantém o blog Deu nos Autos, no Link Estadão. Para Dennys, o desafio do InternetLab agora é se firmar como interlocutor de assuntos relacionados a direito e tecnologia.

“Queremos promover o debate acadêmico e a produção de conhecimento sendo uma estrutura independente das universidades”, diz. Outra preocupação é a captação de recursos. “Estamos constantemente procurando financiadores e participando de editais, já que nossos financiamentos são periódicos e precisam ser renovados”, afirma. Atualmente, o InternetLab está implementando uma plataforma de doações no site da entidade. “Queremos atrair doações de pessoas físicas e jurídicas que gostem do nosso trabalho.”

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

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