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Conexão + Afropresença: quatro dias de imersão no mercado de trabalho

Processos seletivos online
Young African manager with stubble sitting in front of open laptop wearing earphones while having video conference call with business partners

Como funciona a prova de títulos em concursos públicos?

Jovem preenche exame com lapiseira

A prova de títulos é uma etapa facultativa dos concursos públicos. De acordo com o artigo 37, II da Constituição Federal, os processos de seleção pública podem contar tanto com exames tradicionais quanto com as avaliações de títulos. No entanto, os exames tradicionais são obrigatórios – não vale montar um concurso apenas com prova de títulos.

O principal objetivo dos concursos públicos consiste na busca de isonomia no acesso aos postos de trabalho na Administração Pública, procurando selecionar os candidatos que estão melhor preparados, em termos de formação educacional e profissional.

Prova de títulos: efeito classificatório

A prova de títulos não tem caráter eliminatório – ninguém é reprovado por ter um diploma a menos. Mas ela tem efeito classificatório. Ou seja, ganha pontos quem tem uma formação mais consistente.

Porém, essa etapa não pode abrir brecha para a discriminação (e, portanto, para burlar a proposta de isonomia dos concursos públicos). Dessa forma, a instituição responsável pelo concurso não pode, por exemplo, aceitar títulos que somente seriam obtidos por poucas pessoas.

Por exemplo, em certa ocasião, o Ministério Público ajuizou ação questionando o edital de um concurso público pois considerava título o exercício de atividades no órgão em questão, por meio da ocupação de cargos não sujeito a concurso. Outro exemplo de discriminação seria considerar como título o diploma de MBA cursado apenas em algumas instituições de ensino.

Leia também: Será que a carreira pública está alinhada aos seus objetivos?

Podem contar a prova de títulos, conforme a previsão do edital, documentos que comprovem sua experiência profissional, diplomas de cursos de nível superior e de pós-graduação, publicação de livros ou trabalhos científicos e premiações.

Rogerio Neiva é juiz do Trabalho, especialista em concursos públicos, professor e criador do Sistema Tuctor

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Vale do Silício: como surgiu o polo de inovação mais famoso do mundo?

Vista aérea do Vale do Silício
Silicon Valley from above

Neste artigo, vamos abordar um assunto que é (ou pelo menos deveria ser) referência para dez entre dez empreendedores e startups. Vamos falar sobre aquele que é considerado o coração da era da tecnologia da informação, o epicentro de uma revolução que, desde os anos 1950, vem transformando hábitos e sobretudo mercados no mundo todo: o Vale do Silício.

Mas por que elaborar um artigo sobre o tema, sendo que uma rápida pesquisa na internet já traz uma quantidade infinita de informações? A ideia aqui é fechar o escopo e fazer um registro a partir do ponto de vista da Endeavor — ou seja, reunindo informações e aspectos sobre o Vale do Silício que podem ser relevantes para te inspirar a sonhar grande e incorporar essa cultura em sua empresa ou startup. E, de quebra, quem sabe também ajudar a elucidar aquelas curiosidades que você sempre teve, mas que nunca foi capaz de perguntar.

Na verdade, nós jamais deixamos de nos referir ao Vale do Silício. Não tem jeito. De tempos em tempos, todo mundo precisa se dirigir a Meca, e nós não somos exceção.

Contexto Comecemos com algumas coordenadas geográficas: o Vale do Silício está localizado no estado da Califórnia, ao sul da Baía de São Francisco. O próprio Vale é composto por várias cidades do estado, como Palo Alto, Santa Clara, San José, Campbell, Cupertino, Fremont, Los Altos, Los Gatos, Menlo Park e várias outras. Ali estão localizadas, como se sabe, várias das maiores empresas de tecnologia da informação, como Apple, Facebook, Google, NVidia, Electronic Arts, Adobe, Oracle, Symantec, etc, etc. Tudo isso coroado pela presença da Universidade de Stanford, uma das mais prestigiadas do mundo e o motor que embala as pesquisas de inovação no local.

Porém, assim como as gigantes que hoje lá se instalam, o Vale do Silício já foi, ele próprio, uma startup.

Sua origem remonta aos anos 1950, quando o local era totalmente diferente do que é hoje. É claro que o termo startup não existia então; mas o fato é que não havia empresas de tecnologia, não havia investidores, não havia quase nenhum estrangeiro, e muito menos pesquisadores em Stanford.

Os bandeirantes do Vale do Silício 

Era este o cenário que William Shockley, Prêmio Nobel de Física e pesquisador da área de semicondutores (chips), encontrou quando resolveu lá fundar sua empresa. A opção pelo local se deu porque Shockley havia passado sua infância no Vale.

E, para constituir seu negócio, aproveitou a fama internacional recém granjeada pelo prêmio e recrutou oito jovens pesquisadores vindos de Nova York e Boston – os mais importantes centros tecnológicos de então.

Outro nome fundamental para o Vale é o de Frederick Terman. Como reitor de Stanford, incentivou, nos anos 1940 e 1950, professores e alunos graduados a iniciarem suas próprias empresas.

A empresa de Shockley não prosperou e acabou falindo. Ruim para Shockley, sem dúvida, mas ótimo para o futuro dos pesquisadores. Que, embora desempregados, permaneceram no Vale do Silício. Travaram, então, contato com um investidor e, em 1957, fundaram a Fairchild Semiconductor, pioneira na produção de circuitos integrados comercialmente disponíveis. Futuramente, dois daqueles pesquisadores, Robert Noyce e Gordon Moore, fundariam a Intel.

Pois bem, o fato é que, pouco tempo depois, a Fairchild realizou as primeiras vendas para a IBM, então uma gigante, e para o programa militar do Governo dos Estados Unidos. Já em meados dos anos 1960, a empresa faturava mais de US$ 20 milhões.

Leia também: Concurso levará estudante brasileiro ao Vale do Silício

Com nove mil empregados, a Fairchild Semiconductor existe até hoje, e seus oito empreendedores são também considerados os fundadores do Vale do Silício. À época, em apenas doze anos, a empresa gerou 31 spinoffs, ou seja, empreendimentos que surgiram a partir da própria Fairchild. E todas, com a exceção de duas, possuíam vínculos com um dos oito cofundadores.

E o resto é, literalmente, história. Isto, claro, de forma tremendamente resumida. A trajetória da formação do Vale do Silício é fascinante e, se você quiser conhecê-la melhor, recomendamos que leia o estudo realizado pela Endeavor Global sobre o tema.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Aprenda a ver oportunidade onde os outros veem problema

Jovem escreve em quadro

Os irmãos André e Luis Eduardo começaram a empresa Prática com uma sacada genial: uma parcela totalmente desproporcional dos custos de padarias e restaurantes era proveniente da conta de luz que seus equipamentos consumiam. Entendendo que havia uma grande oportunidade aí, criaram fornos elétricos que economizavam substancialmente esses custos para seus clientes. No entanto, eles não contavam com um grande gargalo que o país viveria: o apagão. Como o principal insumo de seus equipamentos era justamente a energia elétrica, os irmãos tiveram que se reinventar e criaram uma nova tecnologia a gás que trazia a mesma proposta de valor de eficiência energética.

Essa história representa várias vezes o conceito de gargalo, que nada mais é do que um “ponto de estrangulamento”, ou seja, algo que restringe a capacidade produtiva ou de entrega de uma empresa. Primeiro, a conta de luz representava um grande gargalo para seus clientes. Possivelmente, os custos exorbitantes desse insumo impedia que esses clientes expandissem seus negócios. Entendendo esse gargalo como oportunidade, os sócios da Prática desenvolveram seu negócio para solucionar esse problema. Depois, com o contexto do apagão, a energia elétrica se tornou um novo gargalo para a solução que eles tinham inventado, obrigando-os a se reinventar e desenvolver outra tecnologia para seus equipamentos.

Que o Brasil tem grandes gargalos, como de infraestrutura, de burocracia, de impostos, todo mundo sabe. Não é novidade que vários entraves – sobretudo nas áreas de transporte, logística e fornecimento de energia – impedem um crescimento mais robusto e duradouro do país. E mesmo com a realização de grandes eventos internacionais por aqui, ainda não demos o salto estrutural necessário para que isso ocorra: de acordo com pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial que mede a qualidade da infraestrutura de vários países, o Brasil marcou 3,6 de 7, ficando atrás de China e México.

Isto, no grande panorama. Fechando um pouco o escopo na questão do empreendedorismo, é fato que os negócios costumam ser muito afetados por essa realidade. Afinal, é comum que, para contornar um gargalo, o empreendedor se veja obrigado a despender uma quantia adicional de recursos e de tempo. E isso, sobretudo para quem está começando, pode se transformar em um fardo bastante difícil de se sustentar.

Mas este artigo não pretende chover no molhado. A ideia aqui não é lamentar uma situação que, ao menos pelo momento, parece irresolúvel. Isso já é feito à exaustão em quase todos os veículos de mídia. Na verdade, aqui queremos fazer o contrário: inspirados pela famosa afirmação de Nizan Guanaes, “Enquanto eles choram, eu vendo lenços”, queremos incentivar você a olhar esses gargalos de outra forma – para, quem sabe, enxergar não um obstáculo, mas uma oportunidade de fazer grandes negócios, assim como o André e o Luis Eduardo fizeram.

Problemas e soluções De acordo com esta matéria do portal G1, grandes chances podem surgir quando você muda de postura diante de um gargalo. Afinal por trás de toda grande oportunidade há sempre um grande problema. E é neste momento que a sua criatividade de empreendedor pode fazer a diferença – principalmente se você tiver um negócio que pode solucionar ou ameniza esses gargalos.

Leia também: Seis ideias de negócio promissoras para 2015

A ideia que deve orientar suas ações é a de encontrar um caminho inexplorado, um tesouro escondido – neste caso, soterrado pelos problemas que todos enfrentamos. E o texto do G1 traz um exemplo interessante: o da AgroInova, cujo insight surgiu da constatação de que a tecnologia usada por criadores de rãs e peixes era quase paleolítica, representando um gargalo para seu crescimento. Então, os empreendedores resolveram renovar processos do agronegócio.

E a solução foi o desenvolvimento de um aplicativo de gestão para estes criadores. O programa cuida da administração completa: número de animais no tanque, peso médio e total de ração consumida. Todos esses dados são inseridos em um tablet. É uma baita duma facilidade para quem antes tinha de registrar tudo em uma prancheta e, no final do dia, inserir em um computador (quando inseria).

Os resultados não poderiam ser melhores. Um ano depois, o número de clientes da AgroInova triplicou, e o faturamento quadruplicou. Deu tão certo que os sócios descobriram uma nova forma de ganhar dinheiro: o varejo eletrônico. Por meio do app, a AgroInova consegue saber se o nível de ração de um criador está baixo, fazendo a oferta do produto.

Este é apenas um exemplo de como o gargalo pode se transformar em oportunidade de negócio. E os campos para essas experimentações são vários: de acordo com uma pesquisa realizada com investidores, as áreas de internet, aplicativos, educação, saúde e biotecnologia apresentam alto potencial para solucionar gargalos.

Os especialistas afirmam que questões tributárias e logísticas – ou seja, os gargalos econômicos – acabam criando oportunidades preciosas para quem chega com ideias inovadoras.

A este propósito, Joi Ito, diretor do MIT (Massachussetts Institute of Technology), afirma que a receita para transformar um gargalo em negócio é preciso aliar oportunidade e conhecimento. Na opinião de Ito, agricultura, aquicultura e energia são exemplos de áreas que ainda usam tecnologia muito, muito antiga. Ou seja, podem oferecer oportunidades preciosas para quem, como a AgroInova, propõe ofertas criativas.

O exemplo Como dissemos, Nizan Guanaes é uma grande inspiração para este artigo. Afinal, ele começou a montar um dos maiores grupos de comunicação do mundo no momento em que o Brasil enfrentava uma séria crise, graças a um gargalo de proporções inimagináveis: o congelamento promovido pelo plano Collor.

Neste artigo, lemos sobre como Nizan iniciou seu empreendimento: “Abri a agência DM9 no dia 19 de setembro de 1989, com investimento de U$ 1 milhão obtido no mercado financeiro. Collor assumiu a Presidência em janeiro de 1990, e seu plano congelou todo o dinheiro a ser investido. Passei um dia inteiro deitado, sem saber o que fazer. No dia seguinte, levantei com meu espírito decidido a liderar na crise e comecei a ter uma atitude de líder”.

O texto conta como Nizan, hoje um dos empresários de comunicação mais respeitados do mundo, resolveu mudar a forma de olhar para aquele imenso gargalo subitamente imposto pelo governo. Veiculou um anúncio (cujo título é a afirmação mais acima, sobre choro e lenços) para convocar uma coletiva de imprensa – o evento foi marcado em uma unidade do McDonald’s.

E o teor da coletiva? O próprio anúncio explica: “Não é porque sua verba desapareceu que a sua agência vai desaparecer. Nós vamos estar aqui do seu lado. Venha ver as saídas na nossa apresentação no McDonald’s (o lugar você compreende, o nosso dinheiro também sumiu)”.

A sequência desta história é mais do que conhecida.

De toda forma, estes são apenas alguns entre muitos exemplos de como você, empreendedor, pode transformar gargalo em negócio. Afinal, todo mundo está cansado de saber que o Brasil tem inúmeros problemas. Mas está mais do que na hora de mostrar que também tem soluções criativas e muito rentáveis.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Como a tecnologia está mudando a maneira de trabalhar?

Jovens de terno digitam concentrados no celular

O celular que você tem à mão é corporativo ou pessoal? Tempos atrás esta especificação fazia muito mais sentido do que faz hoje, quando chefes, subordinados e colegas se comunicam pelo Whatsapp, profissionais checam e respondem emails de trabalho em casa e vice-versa.

“Nós notamos essa convergência, hoje já não há tanta distinção entre o que é dispositivo pessoal e o que é dispositivo de trabalho”, diz André Gualda, especialista do ConsumerLab da Ericsson, área que há 20 anos estuda o comportamento das pessoas conectadas.

A percepção de Gualda está diretamente relacionada à maior flexibilidade do trabalho, que vem ganhando dimensões remotas ao longo dos últimos anos. E são justamente estas características que foram investigadas pelo Consumer Lab da Ericsson para a pesquisa “Flexibilidade na Vida Profissional”, que contou com a participação de 47,1 mil pessoas entre 15 e 69 anos de 23 países. Veja dados da pesquisa:

Remoto e flexível: Para 32% dos entrevistados de todo o mundo, o trabalho remoto é importante. Para 43% o horário flexível é importante.
No Brasil, 40% acreditam na importância do trabalho flexível e metade dos participantes da pesquisa também destacam a relevância do horário flexível.

O fato de a flexibilidade ainda não ser uma cultura local – embora venha ganhando mais força – pode justificar, segundo André Gualda, especialista do ConsumerLab da Ericsson, o percentual maior nas respostas dos brasileiros, em relação ao tema da flexibilidade.

Expediente pelo celular: Metade dos entrevistados usa o celular pessoal para trabalhar. Metade dos entrevistados usa o celular pessoal para trabalhar. No Brasil, o índice sobe para 57%. De acordo com André Gualda, a pesquisa mostra que nos países em que o uso do celular para trabalho é mais frequente a percepção da importância desta prática é menor do que nos países em que isso ainda não acontece em larga escala.

“Por ser rotina, as pessoas não têm essa percepção de importância”, diz o especialista da Ericsson.

Leia também: Uma conversa sobre tecnologia com o diretor de marketing da HP

Junto e misturado: “As restrições para fazer atividades profissionais fora do ambiente do trabalho estão acabando”, diz André Gualda. A pesquisa indica que trabalhar em casa é algo comum entre os entrevistados: 22% declaram trabalhar em casa durante a noite, 13% dizem que trabalham em casa durante a tarde, 12% durante a manhã e 8% trabalham durante deslocamentos ou viagens. O computador pessoal é usado para trabalhar, segundo 33% dos participantes.

No Brasil, 30% disseram acessar redes sociais pra trabalhar e 15% fazem comprar online enquanto estão no escritório. “Tem os dois lados, as pessoas conseguem fazer atividades profissionais em casa e atividades pessoais no trabalho”, diz Gualda.

Na opinião dele, essa linha nebulosa entre atividades pessoais e profissionais é, justamente, o que acontece na empresa dos sonhos, sobretudo, segundo a Geração Y: o Google.

“Considerado o lugar de trabalho perfeito, no Google não há divisão entre o que é pessoal e o que é profissional, fazendo com que as pessoas fiquem mais horas no ambiente”, diz Gualda.

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Imersão Ciência, Tecnologia e Inovação: conheça o programa e participe

Jovens constroem protótipo
Students from , Colombia. Photo: © Charlotte Kesl / World Bank

Sonha em trabalhar com ciência, tecnologia ou inovação? Agora você tem a oportunidade de conhecer de perto a história de quem escolheu essa trajetória profissional, adianta Aílton Cunha, da equipe da Fundação Estudar. Ele é responsável pelo programa Imersão, que esse ano terá pela primeira vez uma edição com a temática Ciência, Tecnologia e Inovação. O evento ocorrerá entre 20 e 22 de agosto, em São Paulo, e está com as inscrições abertas.

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O Imersão é o programa de preparação e decisão de carreira do Na Prática. Durante o evento, que tem duração de três dias, é possível conhecer melhor as oportunidades de carreira e entender como funciona o dia a dia dos profissionais, por meio de bate-papos, atividades mão na massa e até mesmo conversas com grandes líderes, referências em sua área. Os participantes também têm a chance de estar dentro das empresas por meio de visitas guiadas, para entender, na prática, como é o trabalhar lá.

Segundo Aílton, o Imersão trará convidados do setor de pesquisa e desenvolvimento de grandes empresas, assim como do meio acadêmico, de institutos de pesquisas e também de startups.

O que? Edição Ciência, Tecnologia e Inovação do Imersão

Onde? São Paulo, SP

Quando? 20 a 22 de agosto

Como? Incrições abertas por aqui

 

 

As incrições são analisadas na medida em que forem submetidas, então, quanto antes você se candidatar, mais chances de participar do evento!

As outras edições do Imersão (Gestão Empresarial, Gestão PúblicaMercado FinanceiroConsultoriaEmpreendedorismo, Educação e Impacto Social) continuam com inscrições abertas. Confira aqui.

Como é o trabalho em um fundo de investimento?

Jovem de camisa

Durante a graduação em Administração de Empresas na Universidade de São Paulo (USP), Vitor Paulino, 27 anos, participou da Empresa Júnior da faculdade, uma experiência que teve um papel importante para ele. “Foi ali que minha carreira começou”, afirma. Para quem está no início da vida profissional, ele defende, é preciso ter uma atitude muito positiva e disposta, partindo de funções não muito estratégicas, mas que têm muito a ensinar.

O trabalho com investimentos

Inicialmente no banco J.P. Morgan na mesa de ações como salestrader, Vitor se deu conta de que a área de Investment Banking era a que mais lhe interessava e pediu para – e conseguiu – mudar de função. “Percebi que gosto mais da gestão de projetos do que de processos”, diz.

Trabalhar em Investment Banking permite que ele esteja em novos projetos e em contato com diferentes empresas de diferentes setores o que é muito rico para o início de carreira. Esta é uma boa maneira de não ter uma rotina monótona e manter-se aprendendo sempre.  Após passar um ano neste cargo, ele ainda mudou para o banco Credit Suisse e o fundo Kinea Investimentos até chegar à Tarpon, onde está agora.

Por dentro da Tarpon

“A Tarpon não é uma gestora convecional”, diz Vitor. “A começar pela estrutura do fundo que permite tanto investimentos líquidos de bolsa como de private equity, além da base de investidores que nos permite mirar retornos de longo prazo”, ele explica. Além do horizonte longo, outra característica é a de concentrar esforços em poucas histórias. “Os três principais investimentos representam mais de 70% do portfólio”, explica Vitor, o que denota outra característica da gestora, a concentração. Ao centrar os recursos e o capital humano em poucas oportunidades são maiores as chance de fazer a diferença e gerar impacto, na visão dele.

Vitor trabalha diretamente com a Somos Educação (antes chamada Abril Educação), atualmente o segundo maior investimento da Tarpon depois da Brasil Foods, atuando como membro do conselho de administração. “Adquirimos recentemente o controle da Somos Educação. A busca, como fica claro, é por fazer grandes e poucos investimentos e colocar pessoas talentosas e alinhadas nos lugares certos”, ele conta.

“A Somos Educação é o sexto maior grupo de educação do mundo e a BRF é a sétima maior empresa de alimentos em valor de mercado. Queremos e podemos ir mais longe com empresas únicas em determinados setores e gerando impacto importante para os diversos stakeholders: nossos investidores, profissionais e a sociedade como um todo” complementa Vitor.

Baixe o Especial do Na Prática sobre Mercado Financeiro e entenda melhor como é a carreira na área

Carreira sem monotonia 

O trabalho de Vitor se divide em duas grandes frentes: acompanhamento das atuais empresas do portfólio; e fomento a novos investimentos. “É muito legal poder trazer novas ideias de investimento, mas se trata de um processo longo e minucioso”, ele explica.

A primeira coisa a checar, no caso de novos negócios, é a qualidade fundamental do negócio e se a empresa tem potencial para desenvolver uma cultura de alto desempenho. “A vontade em comum tem que ser de fazer algo melhor e mais gerador de valor”, diz o administrador.

Até pela relevância dada ao tema de cultura, meritocracia e colaboração, a posição de Diretor de Cultura e Gestão (ou RH) numa empresa é chave para a Tarpon, por isso é comum que coloquem alguém especialmente preparado para assumir o cargo. Isso tudo para que seja construída uma rede de pessoas apaixonadas pelo que fazem, trabalhando com intensidade e energia num objetivo comum.

“Acreditem, mas isso no final do dia é o maior indicador de performance futura de um bom negócio”, comenta Vitor. “Promovemos a transformação também pelas áreas de negócio, dando novos desafios aos talentos já existentes e contratando novos profissionais, quando necessário”, Vitor explica. Nesses casos, os novos gestores podem ser profissionais da própria Tarpon, alguém da rede ou, ainda, é possível realizar um “xadrez de gente” entre as próprias empresas investidas.

Leia também: Oito dicas para quem quer ser trainee em um banco

Não é muito comum que se contrate em níveis iniciais na gestora, então não há muitos estagiários. Historicamente no fundo a maioria dos funcionários entra com alguma bagagem vinda do mercado financeiro ou consultoria estratégica, mas há exceções. Uma vez na Tarpon, no entanto, há bastante liberdade e poucas “caixinhas” na progressão de carreira. “Há quem vire sócio do fundo em poucos anos, e há quem perceba o desejo por seguir o caminho em alguma empresa investida. É possível assumir mandatos de relevância dentro das companhias”, Vitor explica.

O dia a dia em investimentos

No dia a dia, a função principal é a busca pela maior geração de valor nos investimentos. “Mas não tenho muita rotina”, diz. “O trabalho é composto por bastante análise, reuniões, longas discussões e muita sola de sapato. Sou dono da minha agenda, fazendo o que acho que vai ser melhor para a firma”.

É preciso acompanhar o desenvolvimento dos investimentos e a execução dos planos acordados, a dinâmica competitiva do setor, refletir sobre as melhores formas de alocar o capital nas companhias, tanto humano quanto financeiro, além de se relacionar com os investidores. Para quem não gosta de rotina, mas de exercitar sua versatilidade, pode ser um bom caminho desde que mantenha a paixão por aquilo que faz.

Vitor Paulino participou do Imersão Mercado Financeiro, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira nos diferentes tipos de empresa que compõem o mercado financeiro? Saiba mais aqui.

Afinal de contas, o que exatamente é uma startup?

Jovens trabalham em ambiente descontraído de startup

O portal DRAFT continua a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje startup

O que acham que é: Empresas de tecnologia lançadas por empreendedores jovens e modernos.

O que realmente é: Não há um conceito único para definir o termo. Segundo Felipe Matos, fundador da aceleradora Startup Farm, pesquisador do Mestrado Profissional em Empreendedorismo da FEA-USP e ex-Diretor de Operações do programa Startup Brasil, do Governo Federal, há dissertações de mestrado inteiras sobre a questão. “Gosto da definição de startup como uma ‘organização que oferece um produto ou serviço inovador, geralmente através de tecnologia, que está em busca de um modelo de negócio que possa ganhar escala rapidamente’”, diz. Mas ele alerta que nem toda startup é de Tecnologia da Informação ou da área digital, pois existem startups de biotecnologia, energia, novos materiais etc.

“Alguns autores consideram startups qualquer tipo de empresa com potencial de crescimento em fase inicial, como franquias, por exemplo”, afirma Felipe. Já Descartes de Souza Teixeira, diretor e fundador do Instituto de Tecnologia e Software (ITS), professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) e parceiro do Fórum de Inovação da FGV, parte da etimologia do termo em inglês – em que “start” é começo, início e “up” algo que está pronto para ser lançado, ir para a rua – para dizer que startup não é, necessariamente, uma empresa e, sim, uma ideia realmente nova em condições de ser lançada no mercado e capaz de encontrar algum cliente interessado em aplicá-la.

“O que é importante é que essa ideia seja algo que possa ser manifestado na forma de um novo produto, serviço, processo. O empreendimento pode ainda não existir e surgir a partir da transformação da ideia ou pode já existir e ter essa nova ideia acrescentada ao seu processo”, diz Teixeira.

Por sua vez, Steve Blank, empreendedor do Vale do Silício e autor do livro Startup: Manual do Empreendedor – O guia passo a passo para construir uma grande empresa, define o termo como uma “organização criada para procurar modelos de negócios repetíveis e escaláveis”. Outra dúvida que envolve a definição de startup é a idade do empreendimento.

Paul Grahan, programador, escritor, investidor e co-criador da Y Combinator, incubadora que já fundou mais de 800 startups, disse à Forbes, que “uma companhia que existe há cinco anos ainda pode ser uma startup. Já uma que tenha dez anos estaria extrapolando o limite”. No Business Insider em dezembro do ano passado, no texto This is the definitive definition of a startup, Jan Koum, cofundador do Whatsapp, diz que startups não estão relacionadas a tempo de operação. “Dizem que idade não é o número em si mas como nos sentimos. Nossa empresa tem cinco anos mas estamos nos movendo e tomando decisões com rapidez, criamos produtos, então somos uma startup”.

Leia também: “Somos uma startup bem grande”, diz diretor do Google Brasil

Quem inventou: A única coisa possível de se afirmar a respeito da autoria do termo é que nasceu nos Estados Unidos.

Quando foi inventado: Também não há registros a respeito. “O termo ganhou força na década de 1990, especialmente após o crescimento comercial do uso da internet, que tem sido a base para a maior parte dos produtos e serviços das startups que se tornaram mais famosas, como Facebook e Google”, diz Felipe Matos.

Para que serve: Descartes de Souza Teixeira acredita que as startups sirvam para renovar as atividades empresariais. “Quando você estimula o surgimento de startups você estimula o desenvolvimento e gera mais riqueza porque gera mais empresas. É útil para o desenvolvimento, todos os países estão adotando”, diz o professor. Já Felipe Matos acredita que, do ponto de vista prático, a startup sirva pouco para as pessoas em geral. “Serve mais para identificar empresas com potencial de crescimento, para as quais vem sendo criadas metodologias de gestão específicas, como a startup enxuta (ou lean startup), para as quais existem organizações de apoio, como incubadoras, aceleradoras, investidores anjos e fundos de investimento, que buscam apoiá-las e apostar em seu crescimento”, diz.

Leia também: Como as startups se diferem de empresas?

Quem usa: Felipe Matos afirma que os clientes de uma startup podem tanto ser pessoas físicas como empresas ou, até mesmo, os dois juntos, e o serviço pode ser direcionado a um nicho de mercado específico. Ele cita como exemplo a Easy Taxi, voltada a pessoas que utilizam táxis, taxistas e empresas que arcam com custo do transporte por táxi de seus funcionários. Descartes de Souza Teixeira diz que grandes empresas, no Brasil, começam a buscar startups. “Os bancos têm sido mais agressivos nessa busca, e Bradesco e Itaú saíram na frente. Há também outros negócios como laboratórios farmacêuticos, empresas da área de cosméticos, da área de telecomunicações e de transportes”, afirma.

Efeitos colaterais: Como startups têm alta capacidade de crescimento e propõem soluções inovadoras, sua adoção costuma gerar mudanças no mercado em que estão inseridas e até alterar costumes e hábitos culturais em alguns segmentos. “Pense, por exemplo, em como o Google mudou a forma como buscamos informação, o Facebook mudou a forma com que nos relacionamos ou a Easy Taxi mudou o jeito como pedimos táxi”, diz Matos.

Quem é contra: “Como toda inovação, as startups geram mudanças e, com elas, algumas resistências. As cooperativas de táxi, por exemplo, saíram perdendo com o crescimento da Easy Taxi. A tradicional enciclopédia Barsa praticamente foi extinta depois da era onde tudo está a um ‘Google’ de distância”, completa Felipe Matos.

Para saber mais: Assista ao trailer do documentário Ctrl+Alt+Compete, de 2011, sobre cinco fundadores de startups; leia o texto em que Steve Blank explica, com gráficos, quais são os princípios iniciais da criação de uma startup; e veja no Quora uma thread com 118 respostas para a pergunta What is the proper definition of a startup?

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

Imersão Impacto Social: conheça o programa e participe

Estudantes homens e mulheres se divertem estudando juntos
Students from , Colombia. Photo: © Charlotte Kesl / World Bank

Sonha em trabalhar com impacto social mas não quer abrir mão de uma carreira de sucesso? Boa notícia: é possível conciliar os dois! No programa Imersão Impacto Social você tem a oportunidade de conhecer de perto a história de quem escolheu essa trajetória profissional, explica Aílton Cunha, da equipe da Fundação Estudar.

Ele é responsável pelo programa Imersão, que esse ano terá pela primeira vez uma edição com a temática Impacto Social. O evento ocorrerá entre 13 e 15 de agosto, em São Paulo, e está com as inscrições abertas.

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O Imersão é o programa de preparação e decisão de carreira do Na Prática. Durante o evento, que tem duração de três dias, é possível conhecer melhor as oportunidades de carreira e entender como funciona o dia a dia dos profissionais, por meio de bate-papo com funcionários, atividades mão na massa e até mesmo conversas com grandes líderes, referências em sua área. Os participantes também têm a chance de estar dentro das empresas por meio de visitas guiadas, para entender, na prática, como é o trabalhar lá.

Segundo Aílton, o Imersão trará convidados tanto de ONGs, Fundações e Institutos Empresariais, Negócios Sociais

O que? Edição Impacto Social do Imersão

Onde? São Paulo, SP

Quando? 13 a 15 de agosto

Como? Incrições abertas por aqui

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As incrições são analisadas na medida em que forem submetidas, então, quanto antes você se candidatar, mais chances de participar do evento!

As outras edições do Imersão (Gestão Empresarial, Gestão PúblicaMercado FinanceiroConsultoriaEmpreendedorismo, Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação) continuam com inscrições abertas. Confira aqui.

O que faz um designer de games educativos?

Crianças aprendem no computador

O baiano Danilo Alencar é gerente de desenvolvimento e design de produtos na Pearson, em São Paulo – empresa bastante conhecida pelos sistemas de ensino COC, Dom Bosco e Pueri Domus e pelos cursos de inglês Wizard e Yázigi, mas que também atua no mercado de ensino superior e profissionalizante.

Em seu dia a dia, Danilo gerencia times que desenvolvem jogos, aplicativos, sites e outros objetos interativos de educação. Além disso, boa parte de seu tempo é dedicado à realização de pesquisas sobre os processos de aprendizado dos estudantes, com o objetivo de tornar os instrumentos educacionais da Pearson mais eficazes.

Formado em design pela Universidade Salvador, com foco em meios digitais, ele se envolveu ainda na faculdade com pesquisa sobre jogos em educação. Após a graduação, teve sua própria empresa na área e atuou em diversas startups que tinham em comum o uso da tecnologia – seja voltada para a venda de tickets, sistema de bancos ou o aprendizado de diversas disciplinas, como inglês e biologia.

“Uma das coisas mais legais que eu fiz, sem saber, foi trabalhar muito e paralelamente em vários lugares. Isso me levou a estudar coisas que faltavam na minha formação”, avalia Danilo.

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Nessa trajetória, aprendeu a programar e especializou-se em experiência do usuário, ou seja, uma análise estratégica de todos os fatores envolvidos na interação entre jogador e jogo. Isso o aproximou estrategicamente dos diretores das empresas onde atuou. “Normalmente, eu era o único pensador de produtos no meio de um monte de gente que só queria programar. Hoje trabalho sobretudo com a retenção de clientes”, conta.

Ainda assim, ele acredita que a formação universitária voltada à parte conceitual do design, e não somente à sua vertente técnica, também foi também um diferencial em sua trajetória.

Na criação de games educacionais, Danilo trabalha com alguns conceitos-chave: um deles é o de “aprendizado colateral”. A ideia é que os estudantes aprendam “sem querer”, ao jogar. Isso quer dizer que, embora os produtos sejam desenvolvidos sempre com o apoio de pedagogos e com finalidades educativas, tentam sempre fugir da linguagem explicitamente didática da escola e se aproximam das estratégias dos jogos de entretenimento.

“A gente brinca que, se a gente colocar o ‘cheirinho do professor’, o aluno não aprende. Ou seja, se for dito que o jogo é para o estudante aprender alguma coisa, ele não se interessa. Vai preferir jogar Carmen Sandiego [em que o jogador é um detetive que junta pistas ao redor do mundo para solucionar um caso], onde acaba inevitavelmente aprendendo geografia, do que jogar qualquer game que tenha o propósito explícito de fazê-lo aprender a matéria”, analisa.

Num dos produtos que mais gostou de desenvolver, por exemplo, Danilo aplicou ao ensino de imunologia e de outros conceitos biológicos o princípio do Tower Defense, presente em jogos como o Plants versus Zombies, em que o jogador precisa barrar a invasão de zumbis construindo torres em posições estratégicas. No game educativo, os zumbis foram substituídos por vírus e bactérias que invadiam os tecidos do corpo humano. E as células de defesa faziam as vezes das torres. Para obter a energia necessária à batalha – no vocabulário técnico da biologia, ATP (adenosina trifosfato) – os jogadores tinham que obter alimentos gordurosos, fibrosos ou ricos em outros tipos de nutrientes, de acordo com a rapidez e a quantidade de energia que precisavam gerar.

Outro conceito que ampara a criação de muitos produtos educacionais interativos é o de Time on task – o tempo que uma pessoa gasta realizando uma tarefa é fator de grande importância para que ela desenvolva e se aprimore em determinado conhecimento ou habilidade.

“Acho interessante esse conceito, que se contrapõe à ideia de talento e genialidade. Quanto mais o sujeito exerce uma função, com mais agilidade, qualidade e precisão ele irá exercê-la”, pondera Danilo. Seguindo esse princípio, os jogos da memória ou de forca, por exemplo, ajudam muito no ganho de vocabulário em inglês.

A área de desenvolvimento de games educativos demanda profissionais com formações diversas, sobretudo programadores, roteiristas e designers. Quanto menor a empresa desenvolvedora, mais versátil precisa ser o profissional. “Existem jogos que foram feitos por apenas uma ou duas pessoas e que ganharam prêmios internacionais”, conta o gerente da Pearson. Em grandes corporações, as funções tendem a ser mais especializadas.

Danilo comenta que profissionais de quase todas as áreas podem encontrar um espaço no mercado de games, já que o desenvolvimento desse tipo de produto é bastante complexo e demanda habilidades diversas. Ele destaca, contudo, duas condições que considera fundamentais para atuar nesse mercado: “A primeira é que você deve gostar de jogar, ou seja, você precisa ser um gamer; a segunda é que, como o mercado no Brasil ainda é bem restrito, as empresas de games brasileiras precisam estar preparadas para atender outros países”.

Danilo Alencar participou do Imersão Educação, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira no mercado de educação que transforma o Brasil? Saiba mais aqui.

Pesquisa quer identificar o que o jovem pensa da educação brasileira

Jovens estudam em grupo

O que um jovem espera da sua escola ou universidade? Depois de traçar o Mapa do Buraco, documento que aponta os principais gargalos e desafios do ensino público no Brasil, um grupo de estudantes brasileiros quer entender qual é a visão dessa geração sobre a importância da educação. Elaborada pelo Movimento Mapa Educação, a pesquisa irá identificar opiniões e perspectivas da juventude em diferentes regiões no país e pode ser respondida até 14 de maio.

Durante o ano passado, para produzir um relatório que aponta as urgências na educação brasileira, o grupo entrevistou mais de cem lideranças nacionais, como o empresário Jorge Paulo Lemann e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O documento foi entregue aos candidatos à presidência e mobilizou discussões sobre o tema. Com eleições definidas, agora o foco do movimento está voltado para ouvir jovem, quem eles definem como principal ator da luta pela educação.

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O mapa “Nós identificamos os buracos e agora queremos apontar saídas concretas. Queremos dar voz ao jovem para entender o que ele acha da educação no país”, explica Renan Carneiro, 21, estudante de economia em Harvard com bolsa da Fundação Estudar e um dos fundadores do movimento. Segundo ele, a pesquisa tentará entender como diferentes fatores influenciam a visão do jovem sobre a educação, incluindo a sua escola, o local onde vive e a classe econômica.

Com formulário eletrônico disponível pelo site do movimento até dia 14 de maio, a pesquisa vai ouvir os anseios, opiniões e palpites de estudantes do ensino fundamental, médio ou superior. Além de trazer dados quantitativos sobre a percepção do jovem, o levantamento também busca identificar o que essa geração está fazendo para mudar. “O que o jovem está fazendo na sua comunidade, família, bairro e cidade e como nós podemos ajudar a escalar o impacto?”, exemplifica.

De acordo com o estudante de economia em Harvard, existe uma demanda no Brasil por iniciativas que garantam maior representatividade do jovem no debate sobre educação. “Um dos nossos grandes objetivos é tornar a educação um assunto de todos. Qualquer cidadão deve sentir que a luta por uma educação de qualidade é um direito e um dever de todos”, defende, ao mencionar que o jovem ainda pode fazer muito, principalmente motivado pela inquietação e o forte desejo de mudança que o acompanha.

Desafio Mapa Educação Além de ouvir o que o jovem espera da educação, o Movimento Mapa Educação está organizando uma conferência no dia 29 de agosto, em Brasília. O evento irá discutir saídas para a educação, reunindo jovens de todo o país que tenham ideias e projetos com potencial de transformação. As propostas serão apresentadas para especialistas, sindicatos, fundações, políticos e empresas. “Nada melhor do que levar o jovem até a capital do seu país para ser ouvido e ser representado”, diz.

Embora o movimento não possa cobrir as despesas com a viagem e hospedagem dos selecionados, Renan sugere que todos os interessados se inscrevam, independente de condições financeiras. O grupo ainda está articulando parcerias e pretende lançar campanhas de financiamento coletivo para ajudar esses jovens arcarem com os custos.

Os interessados em apresentar seus projetos na conferência podem acessar o edital aqui.

Este artigo foi originalmente publicado em Porvir

Matéria originalmente publicada em 17/7/2015 e atualizada em 11/5/2016

Deficiente visual, Felipe Rigoni conta como foi de presidente de empresa júnior a coach

Felipe Rigoni

Engenheiro de produção por formação, Felipe Rigoni chegou a ocupar os cargos de maior destaque nos movimentos de empresas juniores mineiro e nacional, e hoje atua como life coach. É possível conhecer melhor o seu trabalho em seu site profissional e em sua página no Facebook. A seguir, ele conta um pouco mais sobre a sua trajetória e as dificuldades que encontrou no caminho, por ser deficiente visual:

Sou Felipe Rigoni Lopes, 23 anos, natural de Linhares, no Espírito Santo, e sou completamente cego.

Atualmente sou formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Minas Gerais, mas atuo como coach — profissional que leva pessoas e empresas a atingirem muito mais resultados em suas vidas e no mercado por meio de suas próprias conclusões, tiradas em um processo estruturado de autoconhecimento, aumento de percepção e reestruturação cognitiva.

Comecei minha faculdade em 2009, cursando Física. Apesar das dificuldades que eu enfrentava com o material, causadas pela minha deficiência, tinha muita facilidade em aprender e gostava muito do curso.

Porém, já no fim do primeiro semestre percebi que tanto no curso como na profissão de Física, eu não trabalharia diretamente com pessoas e nem teria uma vivência empresarial — dois fatores que considero essenciais para minha vida. Assim, no segundo semestre, fui tentar uma matéria do curso de Engenharia de Produção. Gostei tanto que decidi mudar de curso.

Minha transferência foi aprovada no fim de 2009, e eu começaria o novo curso em 2010. No entanto, achei que precisava aprender inglês e ter uma vivência internacional. Então tranquei a faculdade por seis meses e fui para os Estados Unidos.

Eu fui sozinho para lá! Não tinha nenhum familiar e nem uma república como em Ouro Preto para me ajudar. Fiquei na casa de uma família americana. A experiência foi incrível!

Não só porque aprendi a língua e uma nova cultura, mas principalmente, porque fiquei muito sozinho, e por isso, tive que aprender a pedir ajuda para os outros — coisa que nunca fazia — e a me tornar independente.

Voltei para o Brasil e comecei o curso de engenharia de produção. Já estava gostando muito mais! Foi quando, na terceira semana de aula, o pessoal da empresa júnior nos apresentou o que era a empresa e fez o convite para nos inscrevermos no processo seletivo.

Era tudo que eu queria: uma vivência empresarial antes mesmo de entrar no mercado de trabalho!

Além disso, a empresa júnior iria me fazer desenvolver habilidades de equipe, liderança e a postura empreendedora tão necessária para que consigamos transformar nosso país em um lugar melhor para se viver.

Fiz a inscrição no processo seletivo, mas, na verdade, achando que não ia passar. Pensava isso, pois, no fundo, eu ainda me achava incompetente só pelo fato de ser cego.  

Mesmo assim, fiz o processo seletivo e passei! Fiquei muito feliz. Quase chorei. Na minha cabeça, era a primeira conquista da minha vida que era realmente minha, e de mais ninguém.

Comecei a trabalhar, e me dei muito bem. Conseguia fazer todas as atividades com êxito, e isso inclusive começou a motivar todos os outros membros que antes tinham até receio por conta da minha deficiência.

Na Projet, como é chamada a empresa júnior do curso de Engenharia de Produção da UFOP, fui trainee, assessor de Recrusos Humanos, diretor de Recrusos Humanos e presidente. Foi com certeza a melhor experiência de minha vida ter passado pela Projet e pelo movimento Empresa Júnior!

Fui nomeado presidente interino, na metade de 2012, pois nosso presidente saiu para um intercâmbio. Em 2013, fui eleito presidente.

Na minha gestão, a equipe da Projet teve um dos melhores anos de sua história! Dobramos o número de projetos realizados, aumentamos o número de membros de 15 para 29, e multiplicamos o faturamento da empresa em 16 vezes! Saltamos de 11.250 reais em 2012, para 178.300 reais em 2013.

Nesse mesmo ano, ainda tive duas experiências muito importantes para minha vida. Fiz meu curso de coaching e fui eleito presidente do conselho da Federação de Empresas Juniores do Estado de Minas Gerais (FEJEMG), onde eu iria liderar um conselho composto por cento e duas pessoas.

O ano seguinte, 2014, foi com certeza o ano mais intenso de minha vida. Atuei como presidente do conselho da FEJEMG, conselheiro estratégico da Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores), fiz um processo de coaching, comecei a atuar como lifecoach, terminei minha faculdade, encontrei o amor da minha vida, dei dezessete palestras ao longo do ano (inclusive uma na Suíça), fui eleito presidente do conselho da Brasil Júnior, e decidi qual seria minha profissão e missão de vida! Meu Deus, como foi bom esse ano!

Ao longo de toda essa minha experiência tive que enfrentar as dificuldades de minha deficiência e todos os efeitos colaterais que isso causa em minha vida. Foi com certeza difícil, mas, uma vez que comecei a entender o que me fazia realmente feliz, tudo começou a dar certo!

Descobri, na empresa júnior, que ao contrário do que eu mesmo pensava, eu sou muito competente. Mais do que isso, consigo ajudar as outras pessoas a serem mais competentes e felizes.

É por isso que faço parte do movimento empresa júnior, que tem como missão: formar, através da vivência empresarial, empreendedores comprometidos e capazes de transformar o Brasil.

É por isso também, que agora sou coach, atuando para ajudar pessoas a serem mais felizes e produtivas em suas próprias vidas! No final das contas, é essa minha missão.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Formei, e agora?, projeto independente desenvolvido pela estudante Luiza Negri durante participação no evento LABx, organizado pelo Na Prática. Na página do portal, é possível ler mais histórias e relatos de diversos profissionais sobre como foi se formar e entrar no mercado de trabalho. Vale conferir o conteúdo completo aqui!

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