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É comum que em algum momento da trajetória o profissional se pergunte se não é a hora de dar uma guinada de carreira. Mudar de área, empreender, dar novos rumos à atuação.

Mesmo que de maneira diferente, cada uma das pessoas que você verá a seguir passou por este questionamento. O que todas têm em comum é fato de ter apostado na mudança e seguido em frente. Confira a história e os relatos de 12 pessoas de sucesso que deram grandes guinadas profissionais:

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José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Seguradora: Com mais de 30 anos carreira solidificados na área de TI, José Adalberto Ferrara em julho deste ano viveu uma grande guinada profissional: de diretor de TI a presidente da Tokio Marine Seguradora.

Graduado em Ciências da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ferrara foi responsável pela gestão de TI e operações de multinacionais com ênfase na indústria de serviços financeiros incluindo bancos, cartões de crédito e seguradoras. “Ao mesmo tempo em que atuava no backoffice, porém, sempre me interessei em entender as demandas do ponto de vista de quem atua no contato direto com os clientes”, conta Ferrara.

Fez pós com ênfase em administração financeira na Fundação Getúlio Vargas e como diretor de tecnologia do BankBoston, ficou 5 anos nos Estados Unidos, período em que obteve o CSS Certificate of Special Studies – General Management da Harvard University.

Ocupando o cargo de diretor de TI da Tokio Marine, desde 2009, Ferrara já estava preparado para dar novos rumos à carreira. “O motivo principal da guinada é o desafio do novo o fato de conquistar o sucesso em outros territórios e não somente na área em que dediquei boa parte da minha vida”, conta.

Para ele, chegar o topo foi uma consequência do esforço para se desenvolver durante toda a sua trajetória. “Chegar ao cargo de diretor presidente foi uma decorrência natural destes anos todos de muita dedicação e comprometimento”, diz.

Richard Vinhosa, CEO de Vida & Previdência da Zurich Seguros: O CEO de Vida & Previdência da Zurich Seguros passou por algumas guinadas de carreira durante sua trajetória. Ele já foi professor de matemática e seu primeiro estágio foi em Furnas Centrais Elétricas. “Mas alguns meses depois o Banco Nacional me ofereceu a vaga de estágio e um ano depois fui efetivado”, conta Vinhosa. Já formado pode escolher entre o Banco Nacional, o programa de trainee da Souza Cruz e do Citi.

“Escolhi o Citi porque banco é uma escola”. Na carreira financeira, passou por várias áreas como operações, projetos e produtos. “Foram 13 anos, e então eu vi que uma das coisas que não tinha visto no mercado financeiro era seguros”, conta.

Aceitar a oferta de trabalho em uma seguradora americana foi mais uma guinada que, foi seguida pro outra: foi cuidar de negócios na Contax. “Nos dois primeiros meses achei que não fosse superar o desafio, mas depois passei a entender a forma de trabalhar com terceirização”, diz.

Seu próximo movimento foi retornar ao mercado de seguros, está há três anos na Zurich Seguros. “Cada guinada foi me acrescentando experiência para assumir desafios maiores”, conta. Para quem está prestes a dar uma guinada, ele recomenda: “estude, o aprendizado é a base que prepara para o que vem depois. Tenha atitude, se esforce para fazer e confie em você mesmo nas situações mais difíceis”.

André Esteves, presidente do BTG PactualA guinada do hoje CEO do BTG Pactual foi rápida. Aconteceu no início da sua carreira no banco Pactual, local do seu primeiro emprego. Ainda estudante de matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Esteves foi admitido como analista de sistemas do banco, em 1989.

O interesse e a aplicação do jovem analista logo fizeram com que ele fosse transferido da sala de sistemas para a mesa de operações do banco, por sua própria iniciativa. A ideia era criar um sistema de informática para ela. Era a oportunidade de ver de perto como era o dia a dia dos operadores. Estudando depois do expediente ele completou a formação que faltava para se dar bem como operador.

E foi o que conseguiu, demonstrando mais competência do que seus colegas da mesa de operações, a ponto de, em 1993, tornar-se sócio do banco. Chegou a chairman e presidente do UBS Pactual e foi responsável pela plataforma de Renda Fixa Global do UBS em 2007. Esteves deixou o UBS Pactual para fundar a BTG em 2008. Também já foi diretor da Febraban e membro do conselho da BM&F.

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Cecilia Dale, empresária: De professora de inglês para crianças a um dos nomes mais respeitados da decoração no Brasil. Cecilia Dale também tem a sua guinada de carreira para contar. “As crianças cresceram e dominavam o idioma, tanto que as mais velhas chegaram a dar aulas para turmas de crianças pequenas Percebi neste momento que a missão estava cumprida, e que eu poderia fazer algo mais satisfatório para minha vida”, lembra.

A transferência do trabalho do marido para São Paulo, fez com que ela procurasse uma especialização em inglês. Foi estudar tradução simultânea. Mas não era isso que ela buscava e logo percebeu que mudaria de rumo e, agora , definitivamente. “Tradução simultânea me isolaria muito das pessoas. Queria conhecer gente com quem tivesse afinidade, e vender produtos era ideal para isso”, diz.

Mas que produtos? “A decoração e os trabalhos manuais sempre fizeram parte da minha vida. Sempre fui muito mais apaixonada por casa e decoração do que por moda, por exemplo”, conta. E assim o que era um hobby foi se tornando o ganha-pão. Primeiro vendia para outra loja, e, com isso, foi convidada a expor em feiras. Seus produtos começavam, ainda na década de 80, a ganhar as vitrines.

Abrir a própria loja foi o próximo passo. Hoje é dona de uma rede que leva o seu nome, além de criar temas para decoração shoppings. “Adoro o que eu faço até hoje, acordo todos os dias feliz por poder ir trabalhar e enfrentar os desafios que se colocam na minha frente”, diz ela que não faria nada diferente. “Sei que mesmo os meus erros, durante mais de 30 anos de carreira, são responsáveis por eu estar onde estou, fazendo um trabalho que eu amo, rodeada de pessoas queridas. Nada mal para quem queria conhecer pessoas numa cidade estranha né?”.

Rodrigo Anderson Matos, presidente da holding Avendor: A vida profissional do presidente da holding Avendor é feita de grandes guinadas. A lista de atividades desempenhadas por ele vai de catador de algodão a promotor de gôndola em supermercado, passando por colhedor e vendedor de mamona.

Ele também foi militar durante 6 anos, e essa foi sua chance de sair do interior e ir morar na capital do Paraná. “Alistei-me e vim para Curitiba. Eu podia ser militar até hoje, mas saí do Exército para ser estagiário em uma empresa de importação quando passei no vestibular e ganhei uma bolsa”, conta.

De estagiário ele passou a analista, gerente e diretor geral. Era o sinal para mais uma mudança. “Nessa empresa tive oportunidade de explorar e ter contato com empresas maiores, viajava para negociar contratos. E em três anos aquilo começou a ficar pequeno para mim”, conta. Quando a proposta de sociedade feita à proprietária da empresa fracassou, Matos decidiu investir na carreira de empresário. Montou uma empresa de logística (vendida em 2008), e com sócios criou a MBM Brasil (de design e decoração), a Sun Asia Trade e a prestadora de serviços NDI International.

Sócio nas três e gerenciando modelos de negócios completamente diferentes, Matos, conta que se sentia um pouco perdido no aspecto profissional. “Eu estava em um emaranhado de negócios, uma empresa agia no mercado interno, outra no externo, e a terceira era de prestação de serviços. Ficou impossível”, conta. O resultado foi outra guinada: criou uma holding, efetivada em 2011. De dez sócios, ficaram quatro, contando com Rodrigo. “Hoje trabalho com mais qualidade”.

A reformulação deu certo e o tempo provou isso. “Em 2009, as empresas faturavam 2 milhões de reais, em 2012 o faturamento foi de 100 milhões de reais”, conta Matos.

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Marcelo Breda, sócio da Informov Engenharia + Arquitetura: A guinada na carreira de Marcelo Breda, sócio da Informov Engenharia + Arquitetura foi a guinada da própria empresa. Ele começou a trabalhar cedo, foi office boy, mas logo enveredou para o comércio, e foi trabalhar com o seu tio, Plínio Noronha ,ainda na década de 1980.

“Comprei uns ternos e pegava ônibus e metrô para vender caixas porta-disquete nas livrarias”, diz. Era o começo da Informov. “Passamos a vender suprimentos para informática, depois agregamos alguns produtos, como móveis para escritório”, conta. A entrada dos móveis no catálogo deu certo, e ele foi cuidar pessoalmente desta área, já com o diploma do ensino médio. “Com 19 anos já tinha responsabilidades e precisava trabalhar, a formação universitária não existiu”, diz.

E foi um incêndio criminoso em um dos seus clientes – a Cheques Cardápio que havia acabado de ser comprada pela Sodexo – que acendeu a fagulha que impulsionaria a grande virada da empresa. “A gente vendia móveis para a empresa e fomos lá prestar socorro e o presidente nos perguntou em quanto tempo a gente colocaria tudo de pé novamente”, conta.

Era a oportunidade de apostar em um novo negócio, entregar o escritório inteiro, da fiação elétrica ao piso, passando pelos móveis. “Abriu um leque de possibilidades”, conta. Mas, foi um projeto na Toyota que referendou, de vez, a mudança. “Fizemos o primeiro escritório da Toyota fora da planta da fábrica de São Bernardo do Campo. Esse foi o projeto mais importante”, diz.

Essa empreitada e as outras que surgiram depois dela transformaram a empresa de vez. Hoje com pouco mais de 20 anos, 90% dos clientes são multinacionais. “Temos indústria que trabalha para gente com nossos projetos, são produtos exclusivos”, diz.

Leda Böger, diretora executiva do Consulado da Mulher, ação social da Consul: Muitas guinadas profissionais acontecem após momentos em que a pessoa começa a rever sua trajetória e buscar sentido no trabalho. Foi assim com Leda Böger, que deixou a área corporativa para se encontrar no terceiro setor.

“Após 13 anos na Whirlpool comecei a refletir a respeito de qual legado queria deixar e isso passa também pelas escolhas profissionais”, conta. Até ali, ela já havia migrado da área de recursos humanos para a de inovação na companhia. “Meu foco em inovação era o consumidor e eu trabalhava com times de engenharia e marketing”, lembra.

E foi um trabalho voluntário para o Consulado da Mulher, ação social da marca Consul fundada no início dos anos 2000, que a ajudou a descobrir qual seria, de fato, o seu legado. “Meu gestor sabia que meu hobbie era tirar fotos e o Consulado da Mulher promoveu uma ação para sensibilizar a liderança e recebi o convite para fazer as imagens das comunidades no entorno da fábrica”, diz.

O estalo que impulsionou a guinada foi esse trabalho. “Caminhando pela comunidade e tirando fotos, pensei que tinha que fazer alguma coisa que mude essa situação e, com isso, comecei a me aproximar da ação social”, conta.

No começo a atuação continuou a ser voluntária, até que surgiu a oportunidade de direcionar a carreira para o terceiro setor. “Apareceu uma vaga na coordenação do Consulado da Mulher em Joinville, cidade onde moro, e me candidatei”, conta. Sua experiência corporativa foi um diferencial e, após um longo processo seletivo, ela foi contratada. Hoje na diretoria executiva do Consulado da Mulher, ela se diz realizada. “Completamente”, afirma.

Claudio Oliveira, diretor comercial da Eucatex: Após 23 anos de carreira técnica em engenharia, a guinada de Claudio Oliveira o levou para a área de gestão de negócios. Hoje ele é diretor comercial da Eucatex, atividade que exerce há 12 anos na empresa.

“Sou engenheiro mecânico por formação, trabalhei na área de engenharia de produto, de processo e migrei para área de produção”, conta Oliveira, sobre sua experiência em engenharia. Com um curso de administração industrial feito na Fundação Vanzolini, percorreu, segundo ele mesmo conta, todas as áreas de engenharia industrial.

Depois de concluir um MBA na USP e com uma temporada internacional na Vanderbilt University, em 1998, mudou de emprego. “Entrei como gerente industrial na Eucatex e tive a oportunidade de gerir um pequeno negócio na época, era uma venda técnica de coberturas metálicas, o que exigia um approach bem técnico”, lembra. Gostou e nesse momento a mudança de área começou a se desenhar na sua vida. “Dava-me mais prazer do que a gerência industrial e tive a oportunidade de participar de dois grandes contratos da Eucatex com a Ford”, conta.

O talento do engenheiro para a área comercial chamou a atenção da diretoria executiva da Eucatex. “Isso fez com que eu fosse para área comercial, gerenciar um canal de vendas com as construtoras e, a partir daí, migrei para outros canais, como o varejo, que hoje é a principal operação da Eucatex”, conta.

A migração foi a escolha certa, diz. “Encontrei-me nisso, um dia é sempre diferente do outro”, diz. Mas, qualquer mudança, afirma, deve estar vinculada a uma sólida preparação. “Desde que o profissional sinta prazer nisso”, destaca.

Geraldo Soares, superintendente de relações com investidores do Itaú Unibanco: O sociólogo por formação, Geraldo Soares, diz que a guinada na sua carreira surgiu a partir de um curso de pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o mercado de capitais. Mas, na verdade, ele já carregava consigo o interesse no mercado financeiro. “Afinal, não é natural que um sociólogo faça um curso na FGV sobre mercado de capitais, passando por matérias como contabilidade e matemática financeira”, diz.

No curso de sociologia da Unicamp ele já flertava com matérias de economia, para, como diz, entender como funcionavam as decisões que afetam a vida das pessoas. “Nessa época meu pai aplicava em ações na Bolsa de Valores e, aos finais de semana conversava com ele sobre finanças e artigos do extinto jornal Gazeta Mercantil”, conta.

Os estudos em economia e as conversas com o pai logo chamaram atenção para o interesse no setor e uma ajudinha da sua mulher deixou o cenário ainda mais propício para os novos rumos profissionais. “Ela descobriu um curso que era ministrado na Fundação Getúlio Vargas sobre mercado de capitais que, gratuito, exigia que eu passasse por exames e entrevistas. Concorri à bolsa de estudo e consegui ser um dos escolhidos”, diz.

Com a pós no currículo, surgiu a oportunidade de ser trainee no Itaú na área de Controladoria. “Após alguns anos, o banco precisou de um profissional que conhecesse mercado de capitais e a estrutura do Itaú”, lembra.

Era a sua estreia na área de que tanto gosta. “O mercado de capitais é rápido, criativo, dinâmico, caótico, e reflete todas as expectativas da economia e finanças”. E a falta de certezas no setor só aumenta a sua paixão. “Isso é muito bom, pois faz com que busquemos sempre mais explicações. É fantástico”, diz ele.

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Flávio Cafiero, escritor e roteirista: Em outubro o produto da guinada na carreira de Flavio Cafiero chega às prateleiras. É que depois de 14 anos trabalhando na C&A ele decidiu, há 6 anos, que seria escritor e roteirista.

Não se arrepende de ter deixado o mundo corporativo. Na C&A era gerente de produtos. “A empresa mudou muito, deu um salto em termos de mercado, ao mesmo tempo em que eu estava completando 35 anos, que é a idade em que a gente começa a se perguntar o que vai ser para o resto da vida”, conta.

Refletindo sobre sonhos de infância e adolescência há muito tempo deixados de lado, ele decidiu arriscar. Estabilizado financeiramente por conta do cargo corporativo, e após perder uma promoção, Cafiero pediu demissão. “E acho que fiz a escolha certa, realmente não quero voltar para o mundo corporativo”, diz.

Publicitário por formação, fez curso de roteiro para cinema e para televisão, estudou artes cênicas e outros cursos, entre eles o de escrita criativa. E para quem debutou na escrita há seis anos, estar lançando o primeiro livro – “O frio aqui fora” – pela editora CosacNaify já é um sucesso. “Que seja a inauguração de uma carreira longa, estou com o pé no chão e continuo escrevendo”, diz. Parte da história da sua guinada de carreira, aliás, é contada no livro, que tem boa carga autobiográfica.

Bruna Lofego e Paula Camanho, donas da CWK Coworking: Durante 8 anos, Bruna Lofego e Paula Caminho trabalharam juntas na direção de uma concessionária de motocicletas. “Paula dirigia o setor comercial e eu o dirigia o setor administrativo financeiro”, conta Bruna.

A guinada veio início de 2010, quando surgiu a vontade empreender. “Mas estávamos cansadas do varejo. Foi lendo uma reportagem sobre o coworking numa revista semanal que Paula me mostrou e começamos a pesquisar sobre o assunto”, diz.

Poder tomar as suas próprias decisões na empresa e moldá-la, desde o início, contribuíram para que o desejo das duas profissionais se tornasse realidade, de acordo com Bruna.

Poucos meses depois nascia a CWK Coworking, em Belo Horizonte. “Dois anos depois, abrimos nossa primeira filial em São Paulo e estamos preparando a empresa para ser uma franqueadora”, diz. Bruna.

A mudança na trajetória de carreira foi a escolha certa, diz a empresária. “Após 3 anos de empreendedorismo avaliamos que a CWK Coworking foi a melhor coisa que nos aconteceu profissionalmente ”, diz.

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

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