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Como transformar uma ideia em negócio? Veja as lições de Eduardo Baer, cofundador do iFood e criador da DogHero

Foi apostando no potencial da economia compartilhada que Eduardo Baer e o sócio Fernando Gadotti lançaram, em 2014, a DogHeromarketplace que funciona como um ‘Airbnb canino’, conectando donos que vão se ausentar com amantes de cachorros dispostos a receber os animais.

A ideia tomou forma após o MBA de Eduardo em Stanford, como bolsista da Fundação Estudar, e surgiu de um problema pessoal do empreendedor (que tinha receio de ter um animal de estimação por viajar muito e não ter onde deixá-lo) e de uma posterior pesquisa de mercado que indicava potencial: o Brasil, segundo ele, tem o maior mercado pet do mundo e quase metade dos lares abrigam um animal de estimação.

O Na Prática conversou com o Eduardo para entender melhor os desafios de começar uma startup no Brasil, e descobrir o que sua experiência pode ensinar aos jovens empreendedores. Confira:  

Como surgiu a ideia de criar a DogHero?

“Eu sempre gostei de fazer coisas”, ele conta. Formado em Administração pela Universidade de São Paulo (USP) e em Publicidade pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), sua primeira experiência empreendedora foi ainda aos 13 anos, com um site de download de músicas em formato mp3 – iniciativa que, proibida pela lei, teve vida curta. “Eu nem sabia o que era pirataria, mas queria construir alguma coisa”, admite. O site saiu do ar, mas o tino empreendedor permaneceu.

Como você se descobriu empreendedor?

Durante a faculdade, viveu experiências empreendedoras na empresa júnior e trabalhou na DiskCook, startup recém-criada e focada no delivery de comidas. Na época, tinha apenas quatro funcionários. “Comecei muito com essa pegada de carregar o piano, ir fazendo as coisas que precisavam ser feitas”, conta sobre suas primeiras experiências profissionais. Numa época em que o país era ainda incipiente em investimentos venture capital (aportes típicos para alavancar startups), ficou inseguro quanto ao destino da empresa e, em vias de se formar, ingressou na consultoria estratégica Bain & Company.  

“Atuar como consultor foi super bacana, tive a chance de trabalhar com pessoas muito inteligentes e disciplinadas, mas vi que aquilo não era o que eu queria fazer mesmo”, conta. Na Bain, trabalhou com projetos de viés empreendedor, incluindo a criação de uma ONG na amazônia, e percebeu que queria estar do outro lado da mesa; preferia a perspectiva do seu cliente, que estava montando algo.

Como a Dog Hero foi viabilizada financeiramente?

Depois de alguns anos, e de uma vertiginosa curva de aprendizado, saiu da Bain e voltou para ser sócio do seu ex-chefe, recomeçando – e reformulando – a DiskCook. Chamou alguns amigos para se juntar à empreitada, e assim nasceu o iFood. O app, hoje, chega a receber 2 milhões de pedidos em um mesmo mês.

Quais lições o iFood trouxe para a DogHero?

Criar o DogHero, no entanto, seria diferente. Não se tratava da transformação de um modelo anterior, mas sim da criação de uma startup do zero. Já decidido a fundar a própria empresa, a busca por um MBA foi exatamente para amadurecer profissionalmente e se preparar para o desafio. “Queria aprender com os erros dos outros”, conta. Também aproveitou o network proporcionado por Stanford para levantar capital no exterior e começar o negócio no Brasil, junto ao sócio, assim que retornou.

“Pensei se valeria a pena trabalhar um pouco lá [nos Estados Unidos], ganhar experiência, mas queria começar logo, estava ansioso para fazer coisas”, Eduardo completa. Com as taxas do curso para pagar, ver os seus colegas de MBA recebendo ofertas de trabalho generosas foi uma espécie de provação, mas que não o fez adiantar seus planos. “Você nunca está cem por cento preparado para empreender. É aquele tipo de coisa que você só faz fazendo. Tem que de fato começar e fazer”, resume.

Como Stanford te ajudou a empreender?

Nos primeiros meses da DogHero, na época de validar as primeiras hipóteses do negócio, os próprios sócios passavam o dia telefonando para potenciais clientes, em ligações muitas vezes demoradas para detalhar e vender o produto recém-lançado no país. Para montar o time, buscou as mesmas características que fazem um empreendedor suceder: “um senso de produto e cliente muito porte, e a necessidade de construir algo que realmente resolva o problema de um cliente”. Deu certo.

A empresa, que tem crescido a uma taxa de 20% ao mês, acaba de levantar 12 milhões de reais em uma rodada de investimentos envolvendo fundos e investidores anjos. Já conta com 6 mil anfitriões cadastrados, mais de 20 funcionários (e várias vagas abertas!), e acaba de expandir para o segundo andar do sobrado que ocupa, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo. Para Eduardo, esse ainda é o tímido começo do sonho grande que ele tem para a companhia.

Como um empreendedor deve lidar com erros?

Conheça seis brasileiros que estão transformando a gestão pública (para melhor!)

“Os desafios são gigantescos, mas os aprendizados também são muito grandes”. É assim que o mineiro Bruno Santos, de 27 anos, define o trabalho com gestão pública. Em uma década, ele passou da posição de quem “não queria de jeito nenhum” trabalhar no governo a um Mestrado em Administração Pública de Harvard. Seu plano, quando voltar, é se candidatar a deputado estadual nas eleições de 2022.

Embora este perfil político seja, por vezes, a face mais exposta do servidor público, ele é apenas um entre as diversas possibilidades de atuação no setor. “O lado bom é que o governo é tão grande que tem espaço para gente com perfis muito diferentes“, explica Silvio Holanda, que se tornou servidor do governo federal há 18 anos e há quatro voltou do seu mestrado em Administração Pública, também em Harvard.

Este e-book prova que, a partir de diferentes posições – funcionários públicos concursados, consultores, empreendedores ou cargos de confiança – é possível ajudar o Brasil a avançar do ponto de vista da administração, de políticas públicas e, em última instância, dos serviços prestados pelo Estado à população. Aqui, reunimos histórias inspiradoras de seis brasileiros que estão mudando a forma como se faz gestão pública no Brasil.

As trajetórias desses seis profissionais têm, entre diversos pontos em comum, o fato de que todos eles buscaram aprimorar sua formação nas melhores universidades do mundo. De lá trouxeram conhecimento, exemplos e redes de contatos para fazer um trabalho com melhor qualidade e maior impacto aqui no Brasil.

Produzido a partir de parceria entre o Estudar Fora e o Na Prática, com o apoio da Fundação Lemann, este material tem o propósito de inspirar e informar aqueles que querem guiar suas carreiras no mundo das políticas públicas. Porque, como afirma Joyce Toyota, engenheira e co-fundadora do Vetor Brasil: “Quem já esteve dentro do setor público sabe que há muita coisa para ser feita”.

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Veja como participar de evento global de empreendedorismo apoiado pela Endeavor

ideia simbolo de lampada

A Semana Global do Empreendedorismo (SGE, ou, em inglês, Global Entrepeneurship Week – GEW) é um movimento global que promove a causa do empreendedorismo e da inovação através de eventos simultâneos em mais de 150 países, incluindo o Brasil. Só no último ano, a SGE mobilizou no Brasil mais de 1,7 milhão de pessoas, com cerca de 4000 atividades – o que faz da SGE brasileira a maior do mundo, com sete premiações internacionais.

Esse ano, o evento acontecerá entre 14 e 20 de novembro, e contará com diversas atividades para conectar, capacitar e inspirar empreendedores, que vão desde palestras e workshops até feiras e desafios – tudo gratuito ou com preço acessível.

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No Brasil, haverá centenas de atividades distribuídas entre os estados de Minas Gerais, Amazonas, Pernambuco, São Paulo, Piauí, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná e Espírito Santos. Estão no line-up, por exemplo, uma sessão de mentoria online promovida pela Endeavor e integração promovida pela Shell, além de focos de atividade na USP Leste, em São José dos Campos, em Teresina e em Pouso Alegre.

A agenda completa pode ser consultada aqui, onde também é possível fazer as inscrições.

Última chamada: confira bolsas de estudo para pós-graduação que encerram inscrições em novembro

O Estudar Fora compilou 7 oportunidades que estão encerrando inscrições para que você não perca tempo e nem prazos! Quem procura tanto por bolsas para MBA como para PhD e doutorado vai encontrar opções. Confira a lista abaixo:

Intercâmbio

Viagem a Londres para conhecer a London Business School
Visando atrair talentos para o seu programa de Mestrado em Análise Financeira, a London Business School está promovendo um concurso online que dará aos vencedores um auxílio-viagem para conhecer a instituição em Londres e isenção da taxa de candidatura. A inscrição pode ser feita online até o dia 30 de novembro. Confira mais informações aqui!

Pós-Graduação

Chevening

Estão abertas até o dia 8 de novembro as inscrições para o programa Chevening, que concede bolsas de estudo no Reino Unido para alunos de mais de 160 países, incluindo o Brasil. Em geral, as bolsas são para programas de pós-graduação de um ano (mestrado ou MBA). O edital que está aberto agora possibilitará ao aprovado iniciar seu curso em setembro de 2017. O programa abrange praticamente todas as áreas do conhecimento – confira detalhes aqui.

Leia também no Estudar Fora: 3 dicas essenciais sobre bolsas de estudos de universidades

Bolsas para MBA na China

Uma das principais escolas de negócios da China, o CEIBS oferece uma série de bolsas de mérito para estudantes aceitos em seu programa de MBA – incluindo as bolsas voltadas a candidatos da América Latina e a lideranças femininas. Os candidatos admitidos para o programa de MBA serão automaticamente considerados para estas bolsas – mas apenas serão considerados candidatos que se inscreverem nos Rounds 1 e 2, que têm prazos de inscrição em 9 de novembro e 18 de janeiro de 2017, respectivamente. De acordo com a instituição, mais de 70% dos selecionados em 2016 receberam entre 40 e 100% de desconto no valor da anuidade. Confira mais detalhes sobre pré-requisitos e como se candidatar aqui.

Bolsas para MBA no Reino Unido

A University of the West of England Bristol (Bristol UWE) está recebendo inscrições até o dia 13 de novembro para o seu programa de MBA na Inglaterra. As bolsas são parciais e cobrem 50% do valor total do MBA, que é de 15.750 libras. A candidatura é realizada junto à application para o curso. Confira mais informações e inscreva-se aqui.

Bolsa para PhD ou pesquisa nos Estados Unidos

A Fundação Schlumberger está com inscrições abertas até o dia 18 de novembro para o seu programa Faculty For The Future Fellowship. Desde 2004, o programa oferece bolsas para mulheres de países em desenvolvimento que desejem fazer um PhD ou pesquisa na área de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Saiba mais informações aqui!

Bolsas para Mestrado, Doutorado ou Especialização na Colômbia

Profissionais que tenham entre 25 e 50 anos de idade, graduação completa em diferentes disciplinas e proficiência em espanhol podem se candidatar às bolsas do Governo da Colômbia para Mestrado, Doutorado ou Especialização em universidades do país. As bolsas incluem auxílio de custo mensal, seguro saúde e anuidade da instituição. Os programas, realizados em espanhol, terão início no primeiro semestre de 2017, e as inscrições podem ser feitas até 21 de novembro. Confira aqui a lista de programas elegíveis e os documentos necessários para candidatura.

 

Extra: Lemann Fellowship

Por meio de parcerias com 8 universidades internacionais de excelência, o programa Lemann Fellowship, da Fundação Lemann, oferece bolsas de estudo para pós-graduação (mestrado, MBA e doutorado) em algumas áreas prioritárias, como educação, políticas públicas, saúde pública e economia. Profissionais com formação em todas as áreas do conhecimento podem se candidatar. Embora não haja um prazo de candidatura definido, pois a indicação é feita pelos próprios comitês de seleção das universidades, recomenda-se que os interessados façam suas candidaturas nos primeiros rounds de admissão – que acontecem entre novembro e janeiro. Descubra todas as informações aqui!

Leia também: Quer conseguir experiência profissional fora do país? Procure no Jobbatical!

 

Este artigo foi originalmente publicado em Estudar Fora

4 passos para ter clareza sobre seus objetivos na carreira

Conheço muitas pessoas que estão infelizes no trabalho onde estão. Elas não gostam do que fazem, têm problemas com seus chefes, se sentem pressionadas, desvalorizadas e até chegam a ter problemas de saúde por conta do estresse. Outras pessoas estão infelizes com o curso que estão fazendo na universidade, sentem que aquilo não tem tanto a ver com elas – pelo menos não da forma que imaginavam quando entraram na universidade.

Você já se sentiu assim alguma vez na vida? Será que está passando por isso nesse exato momento?

Se por acaso a resposta for sim, ótimo! Vou dar algumas dicas para você superar isso. Se a resposta for não, melhor ainda. As dicas que vou dar continuarão sendo úteis, prevenindo que esse problema aconteça e ajudando a potencializar seus resultados.

 

Leia também: Tudo que você precisa saber sobre autoconhecimento

 

O fato é que tanto para quem se sente assim quanto para quem está tranquilo em relação à carreira, uma coisa é essencial: clareza. Calma que eu vou explicar melhor… 

A importância de ter clareza

Por exemplo, se eu te convidar para jogar um jogo que você nunca jogou, não te explicar as regras e simplesmente sairmos jogando, qual é a chance de você se dar bem na partida? Quase zero! Agora imagine que esse jogo seja um jogo longo, de estratégia, tipo War. Aí sim sua chance será zero.

E por que isso acontece? Porque você não tem clareza sobre o que fazer, como fazer e nem quando fazer. Sua vida também é assim. Um jogo de longa duração, de estratégia e muita ação. A diferença é que nesse jogo não existe a opção de começar do início novamente. Você só consegue mudar o que acontece de hoje em diante, não o que já passou.

Portanto, quanto maior for sua clareza em relação aos seus objetivos e quanto antes você a tiver, mais motivado e comprometido você vai se sentir. Consequentemente, maiores serão suas chances de ser bem sucedido e de não se arrepender do tempo que perdeu fazendo coisas sem significado.

E então você pode me perguntar: “Tá bom, Henrique, entendi o que é clareza. Mas o que ela tem a ver com eu estar feliz com a atividade que faço hoje? E como consigo ter mais clareza?”. Essas são duas ótimas perguntas!

A resposta para a primeira é: tem tudo a ver. Primeiro porque se você entende exatamente onde quer estar profissionalmente daqui a X anos, fica mais fácil perceber como o que você está fazendo hoje se conecta com sua meta futura. Para responder a segunda pergunta, vou te mostrar um plano de 4 passos que vão te ajudar a ter mais clareza e a conectar o presente com o futuro.

Antes disso, quero te explicar dois conceitos rapidamente e que vão nos ajudar nesse plano. O primeiro é o conceito de Estado Atual, que nada mais é que o seu momento de vida atual, a situação na qual você se encontra, o presente. O segundo se chama Estado Desejado, que é o que você deseja alcançar, sua meta, o futuro.

 

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4 passos para ter clareza de objetivos

Também vou usar o exemplo de um personagem fictício chamado João, que vai te ajudar a visualizar o que quero dizer. Dito isso, vamos ao plano:

1º Passo: Entendendo o Estado Atual

No caso do João, seu Estado Atual é ser supervisor na área financeira de uma grande empresa. Seu trabalho não é dos mais legais e a cultura da empresa não tem muito a ver com ele, é formal demais. Sua postura durante o expediente é sempre de evitar desafios e fazer apenas o que lhe é pedido. Porém, o bom disso tudo é que ele recebe um bom salário e tem a oportunidade de aprender muito por lá, basta querer. Se alguém perguntar para o João aonde ele quer estar daqui a 5 anos, ele não saberá responder. Ou seja, não tem clareza.

E no seu caso, qual é o Estado Atual? Qual a sua ocupação? Você está feliz com ela? O que há de bom? E de ruim? Escreva tudo o que vier na sua cabeça, deixe as ideias fluírem. As vezes dentro da nossa mente é um pouco confuso, então colocar no papel nos ajuda a ter mais clareza. Você pode se surpreender com o resultado que o simples fato de escrever pode trazer.

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2º Passo: Identificando o Estado Desejado

Depois de muita reflexão, João chega a conclusão de que ele quer ter o próprio negócio daqui a 5 anos, mais especificamente uma empresa que oferece serviço de planejamento financeiro. Ótimo, agora ele identificou o Estado Desejado. João costumava ir trabalhar forçado e se sentindo praticamente obrigado, mas agora ele tem uma boa chance de conseguir levantar da cama sem apertar o botão soneca e sem passar a odiar a música que colocou como toque do alarme.

E você? Qual é a sua visão? Onde quer estar daqui dois, três ou cinco 5 anos? O que você quer estar fazendo profissionalmente? Em qual setor quer estar trabalhando? Novamente, anote tudo o que vier à cabeça.

3º Passo: Validando o Estado Desejado

Identificar o seu Estado Desejado não é o bastante. Você precisa ir além, entender qual é a razão para buscá-lo. No caso do João, o que o motiva a ter o próprio negócio é ter autonomia, poder implantar seu modelo de gestão, ser responsável pelos resultados da empresa e ter controle sobre ela. João tem consciência de todos os desafios que empreender traz consigo. Porém, ele se sente atraído por esses desafios. Ou seja, essa meta está alinhada com os valores de João e com sua visão para o futuro.

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Agora é a sua vez de validar o seu. Por que vai valer a pena conquistar esse objetivo? O que ele vai te trazer de positivo? O que você espera conseguir ao alcançá-lo? Por que isso é importante para você? Se a resposta for superficial e não estiver totalmente alinhada com os seus valores, talvez esse Estado Desejado não vá te manter focado por muito tempo. Por esse motivo é importante que ele esteja totalmente alinhado com o que você quer para a sua vida.

4º Passo: Planejamento

Após validar o Estado Desejado, é hora de criar uma estratégia para chegar até ele. Sabendo qual é o seu objetivo para o futuro, você pode analisar também o que te separa dele, ou seja, o que você precisa aprender, adquirir ou mudar para chegar lá. No caso do João, ele precisa aprender como administrar uma empresa, juntar recursos financeiros e mudar o seu comportamento no trabalho para adquirir conhecimento. Embora ainda existam alguns pontos com os quais ele não se identifica, agora João tem clareza do porque está na empresa e como ele pode usar a situação a seu favor, caminhando em direção à sua meta.

Para finalizar o plano, responda as seguintes perguntas: o que te separa do seu objetivo? Qual competência precisa desenvolver? Existe algum comportamento que você precise mudar? Quanto mais detalhista você conseguir ser, melhor será o resultado. Tendo elaborado o plano, agora só falta colocar a mão na massa e ir fazendo ajustes ao longo do caminho.

Um ponto de atenção

Durante a criação do seu plano, algo inesperado pode acontecer. Pode ser que você chegue à conclusão de que o seu Estado Atual não faz sentido e não vá aproximá-lo do seu Estado Desejado.

Aliás, esse é um cenário muito frequente. Inúmeras pessoas com as quais trabalhei nos meus processos de coaching e programas do Na Prática mudaram de emprego, curso da faculdade, de país ou até o status de relacionamento no Facebook após definirem seu Estado Desejado com clareza.

Então se isso acontecer com você, não se preocupe. Você está apenas corrigindo o curso da sua vida e seguindo por um caminho que faz mais sentido. Está tudo bem, acredite! O ponto positivo é que junto com a clareza vem a coragem para se tornar protagonista da própria vida e assumir a responsabilidade por suas decisões e resultados.

Afinal, mudar a sua realidade e ter a vida que deseja só depende de você.

henrique molina
Henrique Molina
, colunista do Na Prática, é formado em Engenharia de Produção pelo Centro Universitário FEI e possui certificação profissional da Sociedade Latinoamericana de Coaching. Atua como Coach profissional, com foco em planejamento e desenvolvimento de carreira para jovens. Você pode acompanhar seu trabalho em sua página oficial. É também multiplicador do Liderança Na Prática 16h e facilitador do Autoconhecimento Na Prática, respectivamente os programas de liderança e autoconhecimento do Na Prática.

Startups buscam novos talentos para vagas efetivas e de estágio

Mulher digitando em laptop

Em 2016, as startups estão em todos os lugares. Muitos jovens brasileiros enxergam nesse mercado uma boa possibilidade de começar ou desenvolver a carreira, motivados principalmente pelo ambiente de trabalho, que costuma ser bastante horizontalizado, dinâmico e permite que os funcionários saibam e opinem sobre tudo em conjunto – três fatores que o profissional brasileiro prefere hoje em dia.

Diferente de grande parte do mercado de trabalho, as startups costumam dar mais valor às habilidades pessoais e motivação do que ao currículo ou experiências anteriores, e podem oferecer vantagens consideráveis, como horário flexível, ausência de dress code e em alguns casos até a possibilidade de virar sócio da empresa. Mas não se trata de um mundo cor de rosa: a pressão é alta, a dedicação intensa, a carreira costuma ser menos estruturada que em grandes empresas e o futuro pode ser incerto.

Leia também: Por dentro da carreira nas fintechs brasileiras

Antes de decidir se é a carreira certa para você, entenda melhor as vantagens e desvantagens do trabalho em startups neste texto e baixe nosso especial.

Para quem quer seguir essa trilha, a boa notícia é que 14 startups estão atualmente contratando estagiários e funcionários em tempo integral. As vagas estão disponíveis pelo WallJobs, pelo LinkedIn e pelo Mural do Na Prática. Confira:

Vitta

São Paulo

A startup de software para gestão de consultórios médicos (e de que o Na Prática já falou sobre aqui) está em franco crescimento. Prova disso são as quatro vagas efetivas disponíveis hoje: desenvolvedor full-stack, coordenador de vendas e analistas comercial, de marketing digital e experiência do cliente.

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DogHero

São Paulo

O modelo de negócios da Dog Hero poderia ser explicado assim: um ‘Airbnb’ para cachorros. Trata-se de um marketplace que conecta quem vai viajar e não tem onde deixar seu pet com pessoas dispostas a hospedá-los. Há pouco tempo no mercado, a startup está em ritmo acelerado de acrescimento e busca novos talentos em diversas áreas.

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Studiare

Rio de Janeiro

Vencedora do Prêmio Nacional de Gestão Educational e do Prêmio BETT Latam de melhor tecnologia de ensino superior, a Studiare é uma plataforma que identifica lacunas de aprendizagem através de adaptive learning e gestão acadêmica.

O estágio é nas áreas de computação, TI e matemática e está aberto para estudante que se formem até dezembro de 2018 nos cursos de Engenharia da Computação, Ciências da Computação, Matemática e Física.

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Criar.me

Barueri

Descrita como uma lançadora de startups, a Criar.me foca no desenvolvimento e inovação com base na metodologia da startup enxuta de Eric Ries.

Atualmente, busca um estagiário de desenvolvimento full-stack. Para se inscrever, é preciso estar cursando Ciência da Computação e saber inglês, entre outros requisitos.

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Prognoos

São Paulo

Algoritmos e Big Data são as bases da plataforma da Prognoos, que personaliza a compra online e busca aumentar a taxa de conversão e engajamento de usuários.

O estágio é em Business Operations e envolve negociação de contratos e parcerias. Não há pré-requisitos acadêmicos específicos. 

Veja mais aqui

SumUp

São Paulo

Startup de pontos de venda mobile – que torna possível pagar no débito ou crédito utilizando tablets ou celulares, por exemplo –, a SumUp é líder do segmento na Europa e está expandindo suas operações no Brasil.

Atualmente busca um estagiário de operações que seja fluente em inglês, tenha ótimas habilidades analíticas e de Excel e esteja no no quarto ou quinto de cursos como Engenharia, Matemática, Física e Administração.

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Pegcar

São Paulo
A startup de carros compartilhados busca um estagiário para dar suporte ao desenvolvimento da área operacional, que envolve o processo de ponta a ponta: da solicitação do aluguel à conclusão. 

Para se candidatar, basta ter perfil curioso e flexível, boa comunicação, inglês fluente e conhecimento do Pacote Office.

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Moip

São Paulo

A Moip Pagamentos busca um estagiário para a área de Sales Development & Growth para auxiliar na estratégia de crescimento da startup, que hoje cresce 50% ao ano.

Para se candidatar, é preciso estar cursando Administração, Economia ou Engenharia e ter inglês e conhecimentos de Excel avançados.

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GlutenFree Box

São Paulo

Parte do Grupo OneMarket, a startup foca no consumo de alimentos saudáveis sem glúten. Atualmente, busca um estagiário de design que possa participar de todos os projetos da empresa e crie tanto para redes sociais quanto para o desenvolvimento de marcas e produtos.

Para se candidatar, é preciso ter conhecimento dos softwares Adobe Illustrator, Photoshop e InDesign e preferencialmente estudar pela manhã.

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Love Mondays

São Paulo

Descrita como uma comunidade de carreiras, a Love Mondays oferece uma plataforma em que é possível para encontrar vagas, faixas salariais e avaliações de mais de 75 mil empresas.

Hoje, a startup busca dois estagiários, um para monitorar conteúdo em espanhol e outro em português. Não é preciso cursar nenhuma graduação específica.

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Conheça o Imersão Empreendedorismo, programa de carreira do Na Prática

BovControl

São Paulo

Fundada em Boston, a BovControl veio para o Brasil com Danilo Leão, formado na MIT Sloan School of Management, e combina coleta e análise de dados para melhorar a performance da produção de carne, leite ou genética.

Em São Paulo, a startup busca um desenvolvedor de software em tempo integral.

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runrun.it

São Paulo

O produto da startup, que é financiada por dois grandes fundos de investimentos, é um software para gerenciar projetos, tarefas e o fluxo de trabalho na empresa e busca dois desenvolvedores, um Full-Stack e outro PHP Pleno.

Para se candidatar, é preciso ter inglês pelo menos avançado e estar disposto a fazer um desafio técnico online de três horas.

Veja vagas aqui e aqui

Rock Content

Belo Horizonte

Líder em marketing de conteúdo, a Rock Content busca um analista de customer success que se envolva diretamente com clientes desde o início do processo.

O profissional terá a responsabilidade de traçar objetivos, prestar consultoria, acompanhar suas métricas e as métricas do setor. Para se candidatar é preciso ter fluência em inglês e certificação em Inbound Marketing da Hubspot.

Veja vagas aqui

Uliving

São Paulo

Primeira rede de residências para estudantes no Brasil, a Uliving quer expandir para outros estados e está em busca de um estagiário que ajude na construção desse produto de diversas maneiras.

Veja as vagas aqui

Baixe o ebook: Como é trabalhar em uma startup? 8 dicas para embarcar nessa

5 vídeos para produzir mais rápido e melhor (sem enlouquecer)

Muita gente estuda e trabalha ou faz “malabarismo” com dois empregos, duas faculdades — ou simplesmente tem muitas outras atividades para além desses compromissos. Mas será que dá pra fazer tudo com rapidez e qualidade? E, mesmo que seja possível, como não enlouquecer no processo?

Para Daniela Lemes, responsável pelo Autoconhecimento Na Prática, programa de autoconhecimento da Fundação Estudar, não há uma resposta única para esse questionamento: a administração do tempo deve ser ditada pelas prioridades de cada indivíduo.

“Para se chegar a uma conclusão, é necessário fazer um balanço entre o que você está disposto a fazer e quais serão os benefícios que você vai obter”, explica ela. Ao final da equação “esforço versus benefícios”, você terá condições de avaliar se essas escolhas fazem sentido — ou não — para você.

Por exemplo, diz Lemes, se uma pessoa tiver como prioridade equilibrar o trabalho com a vida pessoal, talvez não seja uma boa ideia ela se comprometer com muitas atividades simultaneamente.

“Por outro lado, se ela estiver num momento de investir na carreira, talvez valha a pena assumir mais compromissos, porque o ‘saudável’ é relativo e depende do que é prioridade para cada um”, explica a especialista.

Mas cuidado: a partir do momento que você se propõe a fazer algo, é preciso bastante organização e disciplina para garantir a união entre produtividade e qualidade da entrega.

Como produzir mais rápido (e melhor)

Quer uma ajuda para implementar esse plano? Confira a seguir 5 episódios da websérie #AcelereSuaCarreira, produzida pelo Na Prática:

Episódio 1: Como saber se você está desperdiçando seu tempo

Episódio 2: A importância de priorizar

Episódio 3: Como criar um bom plano de ação

Episódio 4: Como trazer a produtividade para o seu dia a dia

Episódio 5: Como utilizar a tecnologia a seu favor

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Universidade oferece MBA de graça nos Estados Unidos

Pelo segundo ano consecutivo, a W.P. Carey School of Business, da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, oferecerá um programa de MBA 100% gratuito. Todos os alunos selecionados para o programa fulltime, que tem duração de 2 anos, receberão bolsas integrais – uma economia que pode chegar a 90 mil dólares. As candidaturas podem ser feitas até o dia 1º de fevereiro de 2017.

A bolsa, lançada em 2015, tem como objetivo diversificar o perfil dos ingressantes, até então muito restrito a profissionais de tecnologia, da indústria e do mercado financeiro. A expectativa é que alunos mais qualificados possam ajudar a elevar o posicionamento da escola entre os melhores cursos de MBA do mundo. Hoje, a W.P. Carey School of Business ocupa o 35º lugar no ranking da US News.

A seleção

O processo de seleção de estudantes internacionais é o mesmo de norte-americanos. É preciso preencher um formulário online e enviar notas do GMAT e GRE, cartas de recomendação e resultado de exame de proficiência em inglês. Históricos acadêmicos internacionais devem ser enviados junto de uma tradução oficial para a língua inglesa. Também é necessário pagar uma taxa de inscrição de 90 dólares americanos.

A verba para bancar o curso dos 120 alunos que farão o MBA de graça virá de um fundo de 50 milhões de dólares doado pelo magnata do setor imobiliário William Carey.

Leia também: Site oferece MBA gratuito em engenharia e inovação, com professores da USP e UFSC

A Universidade do Estado do Arizona é a primeira a oferecer um MBA totalmente gratuito, mas outras Escolas de Negócios no exterior também oferecem apoio financeiro aos alunos selecionados. Confira no vídeo abaixo como funcionam as bolsas de estudos para MBA:


Este artigo foi originalmente publicado em Estudar Fora

Com Donald Trump, o que muda para brasileiro que quer trabalhar nos EUA?

A surpreendente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos abriu espaço para dúvidas, temores e especulações no mundo todo. A notícia também causou tensão entre brasileiros que pensam em construir uma carreira internacional em território norte-americano.

Em seus discursos de campanha, o novo líder da nação mais poderosa do mundo tocou diversas vezes no tema da imigração — e não foram poucas as declarações polêmicas.

Trump falou na construção de um muro para separar o México dos Estados Unidos, e causou mal-estar ao chamar de “narcotraficantes” e “estupradores” os imigrantes ilegais que chegam do país vizinho. O republicano também prometeu deportar 11 milhões de pessoas que entram de forma irregular no país para trabalhar.

Acusado de xenofobia e racismo por sua rival Hillary Clinton, o empresário prometeu banir o ingresso de muçulmanos nos Estados Unidos e propos um “teste ideológico” para regular a entrada de imigrantes como ferramenta para combater o terrorismo.

As opiniões do empresário renderam críticas de amplos setores da comunidade internacional e fizeram Trump moderar o discurso anti-imigração na reta final da campanha, no esforço de conquistar o eleitorado latino.

Mas, na era que se inicia com a administração Trump, quais são as consequências a curto e médio prazo para o brasileiro que alimenta o sonho de trabalhar no país?

Leia também: Como fazer um currículo para vagas internacionais

Na opinião de João Marques Fonseca, presidente da consultoria em mobilidade global EMDOC, há grandes chances de haver um endurecimento nas concessões de trabalho para todas as categorias de imigrantes nos Estados Unidos.

“Num primeiro momento, a consequência mais imediata é o aumento da burocracia e um rigor ainda maior que o atual na análise de petições”, explica.

As regras que determinam o processo de imigração já estão estabelecidas há muitos anos, mas podem ser revistas a qualquer momento pela nova administração.

Os estrangeiros menos afetados serão os chamados “cérebros” — que interessam (e muito) à economia dos Estados Unidos. O termo se refere a profissionais altamente capacitados em áreas como tecnologia e pesquisa laboratorial, que continuarão sendo absorvidos com avidez pelo mercado norte-americano.

“Sob o comando de Trump, essas pessoas continuarão sendo aceitas normalmente por terem um perfil estratégico para os negócios do país”, diz o presidente da EMDOC.

Ainda que não tenham entrado de forma ilegal, imigrantes latinos podem sentir um novo “clima” no país no que se refere à presença de estrangeiros no mercado de trabalho. “O fato de um candidato como Trump ter sido eleito sugere que muitas pessoas ali não estão abertas para receber pessoas de fora”, afirma Fonseca.

Na visão de Leonardo Freitas, sócio da consultoria Hayman-Woodward, os mais afetados serão os imigrantes ilegais, e o sentimento de xenofobia continuará sendo percebido de forma distinta em cada estado. “Na Califórnia ou em Nova York, por exemplo, há uma comunidade latina gigantesca, e o clima não deve piorar”, explica. “O mesmo talvez não aconteça em estados do Centro Oeste, por exemplo”.

Susto
O medo de sofrer preconceito nos Estados Unidos pode fazer com que países como Canadá e Austrália sejam percebidos como alternativas mais favoráveis à imigração. “Justin Trudeau [primeiro-ministro canadense] é uma figura bastante diferente de Trump”, diz Fonseca. “Mais do que nunca, o país vizinho dos Estados Unidos ganha espaço entre quem busca trabalho no exterior”.

O próprio site de imigração do Canadá saiu do ar pelo volume de acessosenquanto a apuração de votos das eleições presidenciais eram computadas. A corrida ao site canadense traduz a reação emocional de muitos norte-americanos à notícia — que chegaram a prometer que deixariam o país caso o republicano vencesse o pleito.

Na visão de Freitas, é natural que haja um sentimento de comoção nos primeiros meses após o resultado da eleição, mas também dá para esperar que o quadro se estabilize.

Passado o susto inicial, é possível que nem todas as promessas duras de Trump se concretizem, completa Fonseca. “Ele sabia o que a massa queria ouvir e fez discursos muito agressivos para ganhar”, explica. “Governar é muito diferente”.

Na visão do presidente da EMDOC, o Partido Republicano, que obteve maioria no Congresso e no Senado, terá muito cuidado ao analisar as propostas do magnata. “Os republicanos poderão pagar um preço muito alto com a radicalização, e tentarão evitá-la se quiserem se perpetuar no poder”, explica.

Um relatório divulgado hoje pelo Citi afirma que muitas ideias de Trump — uma figura controvertida dentro do próprio partido que representa — enfrentarão resistência dos congressistas. Segundo o documento, a deportação em massa e o muro com o México são exemplos de medidas impossíveis de executar, pelo menos no curto prazo.

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Marcelo Gleiser: “A ciência deve ser nossa parceira no processo de autoconhecimento”

Marcelo Gleiser

Já pensou se fosse possível aprender sobre teorias da relatividade, mecânica quântica, buracos negros, Big Bang, entre outros temas complexos, sem necessariamente entender de fórmulas matemáticas?

Essa é a proposta do brasileiro Marcelo Gleiser, professor de física e astronomia em Dartmouth College, nos Estados Unidos. Lá, ele ministra um curso conhecido como Física para poetas, que aborda uma de suas especialidades: a cosmologia (estudo da estrutura e evolução do universo). “O curso é aberto para estudantes de várias idades e áreas do conhecimento. O único pré-requisito para assistir às aulas é ter curiosidade”, diz, em entrevista exclusiva aos portais Na Prática e Estudar Fora.

Marcelo é conhecido por disseminar conceitos da ciência de forma simples, inclusive para leigos. Aos 57 anos, já escreveu mais de 100 artigos, dezenas de ensaios e oito livros sobre seus objetos de estudo. Em sua obra mais recente, A simples beleza do inesperado: um filósofo natural em busca de trutas e do sentido da vida (2016), recupera recordações e memórias de viagens que fez pelo mundo para, através de metáforas, compartilhar seus aprendizados.

“Na ciência, você está sempre sendo desafiado pelo desconhecido. Ao longo da vida, você também tem que se reinventar como pessoa e se criar novos desafios”, compara. “No meu último livro, a pesca é um símbolo disso, uma metáfora do conhecimento. Nessa altura da minha vida, estou começando algo novo e me redescobrindo como pessoa. A técnica fly é complicada e me coloca no lugar de aprendiz. Isso traz uma humildade muito grande, entre outras lições.”

Também com o objetivo de democratizar a ciência, Marcelo lançará em 31 de janeiro de 2017 o curso online gratuito Questione a realidade!, em inglês e português, em que discorrerá sobre como a física e a filosofia mudaram nossa perspectiva sobre a natureza do universo, da matéria e da mente ao longo do tempo. “Tenho uma postura iconoclasta em relação ao poder da ciência. Ela é obviamente um modo de explorar e entender o mundo, mas não é o único e tem limites fundamentais. Por ser um método de conhecimento criado por nós, é, consequentemente, falível.”

Uma das principais críticas de Marcelo é que a ciência ainda se limita ao meio acadêmico. “O papel do pensador científico é informar as pessoas de forma que elas possam pensar criticamente e individualmente sobre o que está acontecendo no mundo e tomar melhores decisões para suas próprias vidas e para o futuro da sociedade como um todo”, diz. “Ciência é muito mais do que construir uma nova sonda para marte ou desenvolver um novo iPhone. Ela é uma parceira no processo de autoconhecimento e de posicionamento em relação ao mundo.”

Assista a outros trechos da entrevista a seguir:

Quais foram suas maiores referências de vida?

Como estabelece seus objetivos de carreira?

Quais foram suas primeiras decisões de carreira?

Como foi ampliar seu escopo de físico a escritor?

Como o jovem pode aproveitar melhor a faculdade?

Estudar Fora: Marcelo Gleiser fala da diferença entre estudar no Brasil e no exterior

Entenda o processo criativo do polêmico diretor Oliver Stone

Enquanto se dirigia a executivos brasileiros na manhã de hoje (9/11), durante a HSM Expo, o diretor norte-americano Oliver Stone não poderia deixar de falar de política. Afinal de contas, descobrira há algumas horas assim como o resto do mundo que o seu país tinha um novo (e controverso) líder.

Associou a situação com o cinema, sua área de atuação: “Descobrimos uma nova capacidade da sétima arte, a de prever o futuro. De volta para o futuro previu que um bilionário seria o presidente dos Estados Unidos”, brincou, referindo-se a Donald Trump. Ativo nas discussões políticas, Stone era crítico aos dois principais candidatos que concorreram nas eleições americanas mas achava que Trump “não tinha a menor chance”.

Responsável por filmes clássicos como Platoon (1986) e Wall Street (1987) – este último inspirado em seu pai, que era corretor da Bolsa –, Stone foi colega de George W. Bush em Yale, mas largou a universidade para se alistar no Vietnã e lutar durante a guerra. No total, dirigiu ou escreveu mais de 20 filmes, levando Oscar em dois deles: Platoon e Nascido em quatro de julho (1989). Esse ano lança Snowden, em que conta a história do ex-agente da CIA e da NSA que revelou esquemas massivos de espionagem do governo norte-americano mirando outros países e os próprios cidadãos.

O processo criativo de Oliver Stone

“É um ponto importante no mundo moderno essa questão de espionagem, e como nós usamos a informação que nós coletamos”, ele conta. “Eu contei a história do Edward Snowden através dos olhos dele. Esses nove anos em que ele mudou, de um forte conservador tornou-se esse radical progressista”. Aqui existem duas questões interessantes sobre o processo criativo do diretor.

Primeiro: ele se interessa em mostrar pontos de vista novos, muitas vezes o de seu próprio personagem. É um valor que ele vê em fazer diferente, tentar trazer uma perspectiva diferente daquela padrão, popular ou vista na mídia. “Essa é a versão dos fatos de Edward Snowden, e é muito importante ouvi-la porque não é o que está sendo mostrado na imprensa”, defende. “Como dramaturgo, eu entro no ponto de vista do meu personagem. Esse é o meu estilo”.

“O mesmo vale para George Bush, que foi um presidente horrível, mas mesmo assim eu contei a história de sua eleição do ponto de vista dele, de como ele se tornou presidente”, explica, sobre W., drama biográfico que dirigiu baseado na vida e carreira política do ex-presidente.

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Segundo: ele começa a criar a partir de perguntas. Não são pesquisas de mercado, e sim suas próprias dúvidas e inquietações que servem de ponto de partida para as investigações que empreende nos filmes. É o caso da série documental para TV A História não contada dos Estados Unidos. “Eu estava fascinado pelo tema porque estava estudando a atuação do Bush, e queria entender como a guerra aconteceu, e como ele pode ser reeleito. E as resposta estão nessa série”.  

Os assuntos que têm que lhe interessar e lhe instigar. “Eu fiz um filme sobre dois policiais que eram pessoas reais e passaram pelo inferno no World Trade Center. É uma história humana muito interessante”, explica, sobre World Trade Center.

oliver stone dirigindo world trade center
Oliver Stone dirigindo World Trade Center [reprodução]

Como surge de suas inquietações, o processo criativo de Stone também tem muito de político. São usuais temáticas polêmicas em sua obra. Além de Snowden, dirigiu Ao Sul da fronteira e Mi amigo Hugo, ambos sobre o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez; uma sequência de dois filmes sobre fraudes financeiras em Wall Street e diversos filmes críticos sobre as guerras empreendidas pelos Estados Unidos.  

O mercado do cinema

A originalidade têm seu preço. Embora já tenha trabalhado com os grandes estúdios de Hollywood, muitos projetos seus são barrados, segundo o diretor, por serem polêmicos. Nisso, ele prefere manter certa independência e critica a corporativização do universo do cinema. Vê com maus olhos a possível compra da Time Warner pela AT&T – que, ironicamente, foi confirmada no decorrer de sua palestra.

Ele acredita que o cinema tem também um papel de impactar a sociedade, mas que não vem sendo bem desempenhado. Na contramão da tendência que observa no mercado, busca deixar um legado positivo (ou ao menos reflexivo) com o que produz.  

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“O filme hoje é feito para lucrar, então são sempre os mesmo temas se repetindo. Mas estamos no século 21, as situações mudaram. Em alguns lugares as pessoas vivem situações terríveis, e o cinema tem que abordar isso, não de uma forma chata, mas de uma forma que envolva”. Para isso, é necessário olhar mais para fora, para os outros – uma capacidade que o cinema americano vem perdendo. “Eles não querem mais olhar para o mundo”.

Por essas e outras, não é tão otimista em relação ao futuro do cinema. Gostaria que as pessoas fossem mais ao cinema em si, mas admite o saudosismo e reconhece que as novas plataformas vieram para ficar, e podem também oferecer experiências muito interessantes.

Conselhos para os jovens

“Nós todos precisamos aprender a engatinhar antes de sair correndo”, respondeu Stone a uma jovem que participava do evento e perguntou sobre como lidar com bloqueios criativos frente a vontade de ser uma grande roteirista. “Eu também tinha muitas ambições quando tinha a sua idade. Escrevia roteiros porque queria entrar na indústria. Meu primeiro sucesso nesse sentido foi com Salvador, mas só consegui sucesso mesmo com Platoon [ambos de 1986, quando o diretor tinha 40 anos]. Tem gente que o sucesso vem antes, logo, mas não foi assim para mim”.

Enquanto isso, o importante é, de fato, ir fazendo as coisas. “Eu visitei muitos países e aprendi muitas coisas. O mundo é cheio de surpresas, e a gente aprende sempre que é apresentado a novas ideias, por novas pessoas, e pouco a pouco vai conseguindo sucesso”, diz.

Aprendeu também a valorizar o prazer que sente naquilo que está fazendo, independente do resultado. Até arrisca um paralelo com o dia a dia corporativo: “Muitas vezes um profissional de marketing, por exemplo, tem que se esforçar muito, trabalhar duro, e às vezes o resultado da campanha, do lançamento depois desse tempo não é o esperado. Mas você sabe que fez um trabalho bom, e isso é bom pra alma, acalma”, explica o diretor.

“Eu aprendi a apreciar todo o conhecimento que eu adquiro na produção de um filme. É mais uma pecinha do quebra-cabeça. É um processo exaustivo esse de constante aprendizado, mas você aprende a não cometer os mesmo erros”. Conclui sua fala com conselho final ao jovem, resumido em uma frase: “Se você acredita em algo que ninguém mais acredita, talvez você esteja certo, e é aí que as coisas mudam”.

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Tim Leberecht: não há mágica quando tudo é mensurável

Tim Leberecht

Todos os dias, Tim Leberecht acorda como uma referência mundial de marketing. Como CEO da Leberecht & Partners, em São Francisco, ele ajuda empresas a criarem experiências corporativas mais significativas e já trabalhou, no passado, com organizações como Google e Gates Foundation. Em sua visão de mundo, isso envolve trabalhar com romantismo. Não se trata do romance habitual, de velas e flores entre namorados, mas de experiências amplas de deslumbramento e paixão pela beleza do que nos cerca.

Hoje, no entanto, Leberecht despertou mal. “Acordei de coração partido com o resultado das eleições americanas”, começou em sua palestra no HSM Expo, em São Paulo. “A única coisa que me fez sair da cama era o privilégio de estar aqui e falar sobre algo que parece pequeno, mas que é mais importante do que nunca: o romance. Sou uma pessoa de negócios, mas o mundo seria melhor se tivéssemos mais disso em nossas vidas.”

Há tantos objetivos, metas, burocracia a ser cumprida e produtividade a ser comprovada, no entanto, que o cotidiano profissional não parece ser o ambiente mais propício para romancear. É justamente aí, apontou ele, que mora a oportunidade.

Num mundo que passa por grandes transformações na relação entre ser humano e o ato de trabalhar – a consultoria CBRE estima que 50% das ocupações atuais sejam eliminadas até 2025, por exemplo – e em que apenas um terço das pessoas está de fato engajada com seu emprego, tornar-se romântico traz benefícios para a vida pessoal e profissional.

“As máquinas não podem produzir – ainda! – coisas como caráter, espírito e coração. Peço que vocês não ignorem essas coisas que são essenciais para seres humanos assim como solidariedade e compaixão”, falou, ecoando os conselhos de Steve Wozniak.

De maneira resumida, um negócio romântico segue três princípios: faz o bem como cidadão corporativo, faz com que seus empregadores e clientes se sintam bem e permite que todos possam ser eles mesmos de maneira completa no trabalho, não só parcialmente. Não se trata, em si, de esquecer as métricas, mas de entender que elas apenas não bastam. “E o romance tem um retorno sobre investimento: caso você só veja o mundo como é, não vê como poderia inovar”, explicou.

As regras do encanto

As ideias de Leberecht nascem dentro de um contexto maior. A pressão pela produtividade cada vez maior e impecável fez com que surgissem movimentos do tipo “hackeie você mesmo” ou classificação de pessoas, como se os humanos fossem computadores a serem aprimorados ou ranqueados por nota.

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“Começamos a medir o que fazemos para analisar, maximizar e otimizar tudo, como se só uma vida medida fosse uma boa vida”, explicou. “E quando tudo é previsível e mensurável, onde está a mágica? É nosso último refúgio.”

Em seu bestseller “Romantize seus negócios”, de 2015, Leberecht dá 10 conselhos para que negócios aumentem seu nível de romantismo, que ele batizou de “regras do encanto”.

Na palestra, compartilhou três delas:

1. Encontre o importante no pequeno
“O oposto da solidão não é estar conectado, é intimidade”, disse ele, citando a performance da artista Marina Abramovic no Museu de Arte Moderna de Nova York, em 2010, quando ela passou horas fitando estranhos em silêncio. “E estamos muito necessitados em tempos digitais.”



Do ponto de vista corporativo, a pergunta passa a ser: como criar intimidade com pessoas que você conhece, como seus colegas de trabalho?
Pode ser através de uma caminhada offline e de brincadeiras em grupo no escritório que celebrem a vulnerabilidade. O importante é que as pessoas se sintam confortáveis e não sejam ridicularizadas – que se sintam livres para sentir e comparecer por inteiro.

2. Mantenha o mistério
As inovações no campo de processamento de dados trazem novos níveis de transparência e têm muito lados positivos, especialmente na área de prestação de contas. A falta de mistério, porém, afasta o engajamento significativo do consumidor.

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E investir em experiências secretas, temporárias ou pouco familiares é um ótimo jeito de mantê-lo atento e marcar sua memória. Pense em conhecer outros pontos da cidade usando o Pokémon Go, visitar negócios do tipo “pop up”, tirar fotos que somem no Snapchat ou participar de eventos e jantares secretos, sem conhecer mais ninguém. São atos, de fato, emocionantes em algum grau.

“Experiências que nós não processamos completamente ou que não duram tem traços muito fortes de romantismo”, resumiu Leberecht.

3. Sofra (um pouco)
A ideia moderna de gratificação instantânea e conveniência máxima – e a Amazon é o exemplo perfeito – é justificável, mas há ainda algo no cérebro humano que anseia pela descoberta, pela emoção e pela tomada de riscos.

“Por que nós escalamos montanhas para ver os ciclistas da Tour de France por alguns segundos? Por que fazemos fila para ver o lançamento de um produto novo da Apple? Por que milhares de pessoas passam uma semana no meio do deserto para o festival Burning Man, que celebra a autoexpressão?”, questionou. “Precisamos desses tipos de evento para extrair deles significado.”

Quanto mais sacrificamos por algo, continuou, mais significado aquilo tem para nós. A conclusão? “Torne mais difícil para seus clientes conseguir o que eles querem. Assim eles darão valor.”

Introduzindo o romance na empresa

Pelo caráter subjetivo, trabalhar de forma mais romântica ao implementar “regras” como as descrita acima é uma uma decisão individual – e de nada adianta um CEO impô-las num memorando. “Ele diria algo como: ‘Aqui estão 15 indicadores chave e em um ano podemos medir quão românticos somos!’”, brincou. 

Como exemplos de empresários que conseguiram levar o romantismo para seus negócios, o americano cita Richard Branson, Steve Jobs e Elon Musk. São pessoas que tem uma visão clara de como o mundo poderia ser, acreditam que é possível e trabalham para consegui-lo.

Isso se aplica também à conquista contínua da clientela. Uma empresa romântica – como a Virgin, a Apple ou a Tesla, respectivamente – não cria apenas produtos úteis, mas lindos. Oferecer mais que soluções para problemas permite que se crie uma relação apaixonada entre as duas partes.

O lado bom é que cada um pode decidir ser assim por conta própria e começar a construir o que Leberecht chama de músculo romântico – e ele garante os resultados. “Viva de acordo com alguns desses princípios e veja o que acontece. Prometo que serão coisas lindas”, finalizou.

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