Você tem um sonho profissional? Você quer crescer profissionalmente? Quer sentir que está se desenvolvendo? Quer ter reconhecimento pelo seu trabalho? Quer ter mais tempo disponível? Você quer agregar valor e sentir que você faz a diferença?

Então a primeira pergunta é – o que faz a diferença? 

Quem agrega mais valor para o negócio: a pessoa que executa um trabalho com perfeição ou alguém que consegue pensar em como automatizar aquele trabalho para que ele seja realizado em escala, sem erros e com menor necessidade de trabalho manual?

Com o aumento da complexidade das organizações, quem só executa pode perder o emprego para a tecnologia e para a inteligência artificial. Executar bem é sim importante, mas não é tudo. O que faz a diferença é gerar valor além da execução: entender as dores do cliente, pensar o novo, pensar criticamente, decidir com base em fatos e dados, mobilizar a mudança – ou seja, resolver problemas complexos com eficácia!

Muitos estudos reforçam a importância das habilidades de resolução de problemas:

– O famoso estudioso de gestão Henry Mintzberg, um dos primeiros a estudar o que gestores fazem, descobriu que eles passam a maior parte do tempo resolvendo problemas.

– O Fórum Econômico Mundial divulgou o resultado da pesquisa “O Futuro do Trabalho”, na qual questionou líderes de empresas globais sobre as competências mais importantes para sua força de trabalho em 2025. Resultado: 5 das 10 competências mais importantes – incluindo a primeira da lista – estão relacionadas à Resolução de Problemas Complexos!

– Uma outra pesquisa da OECD sobre Competências de Adultos mostrou que a competência de resolução de problemas complexos é essencial para as ocupações em rápido crescimento que exigem um alto nível de habilidades de gestão, profissionais e técnicas.

Esses estudos do WEF e da OECD também buscaram entender quais competências vão se tornar ainda mais importantes no futuro e mostraram que a capacidade de resolver problemas difíceis e comunicar suas soluções só aumentará de importância e de valor.

Esse aumento de importância está associado a diversos fatores: tecnologias como a automação habilitada por big data, inteligência artificial, a robótica e digitalização eliminam trabalhos de menor valor agregado, mas criam grandes oportunidades em trabalhos mais complexos. Por um lado, decisões em “modo automático” podem ser desastrosas; por outro, a disponibilidade quase infinita de dados gera o risco de paralização pela análise – o equilíbrio é chave. Por fim, a velocidade de mudança e a necessidade de times multidisciplinares se somam para exigir mais capacidade de resolução de problemas de indivíduos, times e organizações.

Uma grande dor para as empresas, uma grande oportunidade para jovens talentos

As organizações precisam de solucionadores eficazes de problemas complexos, mas os líderes dessas mesmas empresas nos dizem que as escolas e universidades não estão desenvolvendo adequadamente essa competência. As empresas têm cada vez mais dificuldade em recrutar pessoas com essas competências: 

  • A Bloomberg pesquisou organizações que recrutam formandos de MBAs e descobriu que em todas as indústrias pesquisadas, o segundo maior gap era na competência de solução de problemas. 

A falta dessas competências impacta diretamente a qualidade das decisões nas empresas – e o custo dessas decisões ruins é gigante.

  • Um estudo de fusões e aquisições feito pela KPMG mostra que 83% delas falharam em criar qualquer valor para acionistas. 
  • Em uma pesquisa da McKinsey com mais de dois mil executivos, 60% responderam que nas suas organizações decisões ruins eram tão frequentes quanto as boas. 
  • Outro estudo, da Heidrick & Struggles, mostrou que 40% dos executivos sêniores são demitidos, falham ou pedem as contas em menos de 18 meses depois de serem contratados. 

Nossos cérebros não foram adaptados para a tomada de decisão em um mundo tão complexo e com tanta informação. Isso pode ser uma grande oportunidade para aqueles que dominam essas competências – quem as possui consegue se diferenciar.

De fato, pessoas que conseguem aliviar essas dores nas organizações têm carreiras muito mais aceleradas. Todos os estudos sobre CEOs colocam a capacidade de lidar com complexidade como uma das habilidades mais importantes, mas é no início da carreira, nos primeiros 5 a 10 anos, que esta competência vai definir a velocidade da sua trajetória de crescimento. 

A solução de problemas é uma competência que pode ser desenvolvida!

Pesquisas confirmam que a resolução de problemas não é uma questão de força intelectual bruta, mas sim de desenvolvimento e aperfeiçoamento. Uma análise de 70 estudos que investigaram a influência de métodos de treinamento na resolução criativa de problemas mostrou que é uma competência que pode ser desenvolvida.

A prova disso são as firmas de consultoria estratégicas como McKinsey, Bain e BCG. Resolver problemas complexos da liderança de empresas altamente complexas é o principal produto dessas firmas e seu principal ativo são as pessoas, seu conhecimento e seus métodos.

Essas empresas transformam recém-formados em conselheiros estratégicos de altos executivos ensinando técnicas fundamentais de solução de problemas. 

Na McKinsey, por exemplo, um novato recém-contratado de um MBA com uma carreira típica de longo prazo vira sócio global em 6-7 anos – uma posição de alta responsabilidade com remuneração aproximada de US$ 1 milhão por ano. 

Essas competências são muito valorizadas no mercado. A revista Forbes escreveu um artigo descrevendo a McKinsey como uma plataforma de lançamento de CEOS. Afinal, ela tem mais ex-colaboradores na lista de CEOs das 100 maiores empresas dos EUA que qualquer outra empresa. 

Mesmo não sendo empresas de tecnologia, as 3 principais firmas de consultoria estratégica juntas (McKinsey, BCG e Bain) têm o segundo maior número de ex-colaboradores como fundadores de empresas unicórnio (startups que atingem um valor de mercado superior a US$ 1 bilhão). Estatisticamente, um ex-colaborador dessas empresas têm uma probabilidade 2x maior de fundar um unicórnio do que um ex-colaborador Google – uma empresa que seguramente tem acesso aos melhores talentos do mundo.

No best seller “Uma Nova Forma de Trabalhar” de sua autoria, Lazlo Bock, ex-VP de Gente do Google, tece vários elogios aos treinamentos que realizou quando era consultor da McKinsey. Segundo ele, os únicos treinamentos que realmente funcionam. 

Ok! Então como me fortalecer nas competências do futuro?

Olivier Sibony, um ex-sócio sênior da McKinsey, junto com Dan Lovallo, da Universidade de Sidney, investigaram 1048 decisões de negócio durante 5 anos. Eles monitoraram o impacto dessas decisões e a forma como foram tomadas (ex., análises, modelos financeiros, estatística, projeções, etc.).

Eles perceberam que não foram as análises mais sofisticadas que levaram aos melhores resultados. O que fez a diferença foi a parte mais soft da tomada de decisão: processos e hábitos mentais! Por exemplo: O time incluiu perspectivas que contradiziam a visão da liderança (como nos tribunais)? O time discutiu explicitamente o que ainda estava incerto sobre a decisão? Buscou a participação de uma gama de pessoas com visões diferentes sobre a decisão? Quando sim, as chances de sucesso eram bem maiores e os resultados financeiros superiores.

Felizmente existe uma caixa de ferramentas – processos e ferramentas que foram codificados para ajudar na resolução de problemas e tomada de decisão. Aqui vamos apresentar um método básico, mas extremamente útil para resolver problemas complexos. 

Esse método, os 5 passos da resolução de problemas, é um modelo usado pelas principais consultorias de gestão estratégica do mundo e serve como um canivete suiço, uma ferramenta versátil que pode te ajudar a resolver problemas complexos de forma mais estruturada, evitando armadilhas comuns e gerando mais impacto. 

Abaixo você pode conferir um resumo dos 5 passos e um exemplo de aplicação em um caso comum do dia a dia – a compra de uma “moto”. 

Passo 1: Definir o problema

Definir o problema é assegurar que todos estão na mesma página sobre o que é o problema. Esse é o passo mais importante e mais negligenciado.

As pessoas muitas vezes erram porque acham que executar de forma implacável é suficiente, mas se você estiver focando no problema errado, o esforço é desperdiçado. Você não será medido por esforço, e sim pelo resultado das suas ações. Então, o primeiro passo é definir claramente o problema.

No nosso exemplo, é importante entender a razão da compra e o tipo de motocicleta. Faz diferença se a compra é motivada por uma necessidade imediata (ex. para meu trabalho) ou se é por lazer. Também importa saber o valor da motocicleta e como estão minhas finanças hoje. Além disso, de nada adianta comprar a motocicleta se isso vai gerar problemas em casa depois com minha família por conta da preocupação com segurança – então os stakeholders também precisam estar engajados.

Nesse caso, como a compra da moto é motivada por um desejo de liberdade para fazer trajetos curtos, próximos a minha residência, e como não preciso de uma motocicleta que atinja altas velocidades, decidi comprar uma scooter elétrica, que custa em torno de R$ 10.000. Assim, a definição do problema é: “como posso economizar R$ 10.000 nos próximos 12 meses para comprar uma scooter elétrica?”

Passo 2: Estruturar o problema

Parece que a ansiedade é mesmo o mal do século. Fazemos uma pesquisa no início de nossos treinamentos e perguntamos: qual o seu maior defeito? Mais de 90% das vezes ansiedade aparece como maior defeito. Não é para menos, vivemos em um mundo cada vez mais acelerado e complexo em organizações que empoderam cada vez mais os seus colaboradores.

Sabe o que mais reduz a ansiedade causada pela complexidade? A simplicidade. Como assim? A complexidade gera ansiedade porque nosso cérebro não consegue dar conta de vários elementos ao mesmo tempo.

Estruturar nada mais é do que quebrar o problema em partes menores de uma forma lógica e organizada. Assim, em vez de lidar com um problema complexo você lida com vários problemas mais simples e fica mais fácil priorizar os elementos mais importantes.

Quando eu comecei minha carreira as pessoas me viam e diziam que estava sempre com cara de preocupado. Eu vivia procrastinando porque as tarefas pareciam complexas e desafiadoras. Eu resolvia um problema e meu chefe dizia que faltou uma parte. Por dentro eu era uma bola de ansiedade. Chegava em casa mas não conseguia me desconectar, ficava pensando no trabalho e isso impactava minha relação com a minha noiva.

Depois de um ano treinando diariamente a estruturação em várias situações eu melhorei muito a minha capacidade de quebrar um problema em partes mais simples. Eu passei a ir para casa com um sentimento de missão cumprida. Eu recebia um problema à noite e sabia que no dia seguinte eu faria uma árvore lógica que serviria como um mapa visual com os elementos do problema. Eu passei a ter mais foco e energia para produzir porque eu tinha uma abordagem estruturada.

Além de reduzir a sua ansiedade, estruturar bem um problema faz com que você aumente o seu QI percebido. Sabe por quê? Inteligência é associada a lidar com complexidade e identificar padrões. Quando você estrutura um problema, você o simplifica e fica muito mais fácil fazer conexões.

Vamos ao exemplo da compra da scooter elétrica. De cara, fica claro que existem dois caminhos para atingir meu objetivo: podemos ganhar mais e podemos gastar menos. 

Para ganhar mais, podemos pensar em várias ideias: um aumento, uma renda extra, talvez algumas horas-extras no meu trabalho ou até melhorar a qualidade dos meus investimentos.

Para gastar menos, é importante olhar tanto para a qualidade como para a quantidade de gastos. Por exemplo: será que posso reduzir alguns gastos supérfluos e ficar sem o tênis da moda por 1 ano? Posso reduzir a quantidade de viagens que tenho feito? Posso passar a cozinhar mais em casa para reduzir meus gastos com restaurantes? 

Podemos representar essa estrutura de forma gráfica, usando um tipo de árvore que chamamos de “árvore de questões”. Veja um exemplo abaixo para o nosso caso:

Agora que estruturamos ficou mais fácil ver os diferentes caminhos para a solução do nosso problema. Um problema complexo, parece ficar mais simples – essa é a mágica da estruturação. 

Agora, temos um novo desafio: com tantos caminhos, por onde começamos? Precisamos priorizar. 

Passo 3: Priorizar

No mundo de hoje não basta resolver problemas bem. Você tem que resolver bem e rápido. 

Existem várias ferramentas e conceitos que te ajudam a priorizar (matrizes de priorização como a matriz de Eisenhower, matriz GUT, etc.), mas as pessoas continuam trabalhando demais e entregando “de menos”.

Um amigo CEO de uma empresa de tecnologia diz que quando pergunta para a equipe quais são as suas prioridades, normalmente as pessoas têm na ponta da língua suas 2 a 3 prioridades. Em seguida pergunta quanto tempo elas estão dedicando às prioridades. Elas respondem: “Veja bem… não muito porque tem todas essas outras coisas que eu preciso fazer também.”

Prioridades não são as tarefas que você coloca no topo da sua lista, são as tarefas às quais você dedica um tempo desproporcional porque elas são muito mais importantes.

Então você precisa ter uma mentalidade de foco – de que é melhor fazer menos e concentrar nas atividades de mais alto impacto.

Talvez você já tenha ouvido falar no conceito do 80/20 ou Princípio de Pareto. Normalmente, 80% do impacto de qualquer tipo de problema vem de apenas 20% dos elementos ou análises. Ou seja, com 20% do esforço você consegue 80% do impacto de resolver o problema.

Priorização não é a etapa mais científica da resolução de problemas. A intuição pode ter um grande papel nessa fase.. Aqui você pode correr um pouco de risco – depois de ter estruturado bem o problema de forma adequada dificilmente você vai errar completamente na priorização e se errar não será muito difícil corrigir a rota mais tarde. 

A famosa conta de padeiro é uma forma eficaz de tomar risco controlado. Se chama assim  porque é uma conta rápida com algumas premissas.

Vamos usar mais uma vez o exemplo da scooter. Quais galhos da minha árvore devo priorizar? Se eu tiver que fazer análises robustas para cada um dos galhos, vai levar tempo demais. Vamos pegar um elemento da árvore como exemplo:

Reduzir gastos com restaurantes: hoje gasto cerca de R$ 800 todo mês com restaurantes e encontros com amigos. Tenho saído 2 vezes por semana, com um gasto médio de R$ 100 por vez. Uma forma de reduzir aqui seria sair uma vez por semana em vez de duas. Isso equivale a R$ 400 por mês, quase R$ 5.000 em um ano!

Agora que fizemos algumas contas de padeiro, fica mais fácil ver as principais oportunidades nesse exercício. 

Passo 4: Analisar

Olha só esses números:

* 93% dos motoristas americanos acham que são melhores que a metade de todos os motoristas

* na “habilidade de se relacionar bem com os outros”, 85% se colocam entre os 50% melhores e 25% se colocam entre os melhores 1%.

Nosso cérebro tende a ser confiante demais nas decisões que toma.

A biologia evolutiva explica que somos programados para superestimar as nossas habilidades e probabilidades de eventos futuros favoráveis. Isso nos ajuda a sobreviver.

Mas vivemos em um mundo cada vez mais complexo, onde o risco de confiar somente em experiências, opiniões e intuição é cada vez mais perigoso. Precisamos de fatos e dados!

Temos cada vez mais facilidade em obter fatos e dados que podem nos ajudar a tomar decisões. Por outro lado, a disponibilidade de informações é tamanha que é fácil se perder. É o risco da paralisia pela análise – o risco de investir tempo demais nas infinitas possibilidades de análises e de não conseguir tomar decisões com agilidade. Eu já vi muitas lideranças paralisadas sem conseguir tomar decisões importantes.

Quando perguntamos para as pessoas sobre que habilidades analíticas elas gostariam de desenvolver, normalmente elas falam que gostariam de aprender a fazer análises avançadas no Excel, no PowerBI, ou técnicas de analytics avançadas, regressão multivariada, simulação de Montecarlo, redes neurais, etc.

Mas isso não é o que realmente precisam. É claro que ter um bom domínio de ferramentas é importante, mas antes disso, você precisa aprender as etapas essenciais de boas análises, que se aplicam em qualquer situação.

São 5 etapas:

  1. Isolar Galhos Priorizados: Identifique e isole os elementos prioritários do seu problema ou projeto para uma análise detalhada.
  2. Identificar Análises Matadoras: Determine quais análises ou testes são essenciais para obter as respostas necessárias, evitando análises desnecessárias.
  3. Planejar Análises: Estabeleça um plano detalhado para conduzir as análises, definindo quem fará o quê e mantendo claro o objetivo de cada análise.
  4. Processar as Análises: Execute as análises conforme planejado, fazendo suposições claras, encontrando os dados relevantes e processando os números de maneira adequada.
  5. Extrair Implicações ou os “E daís”: Vá além das análises e conclusões básicas, questionando o significado das descobertas e determinando os próximos passos a serem tomados com base nelas.

No nosso desafio de comprar uma scooter elétrica, identificamos que a principal oportunidade está na redução de gastos com restaurantes. Essa é a etapa 1.

Na etapa 2, precisamos entender que análises são necessárias para provar o ponto. Aqui você deve se perguntar o que precisa ser verdade para que a gente consiga validar nossa hipótese que é possível reduzir R$ 400 saindo uma vez por semana em vez de duas.

Para que essa mudança seja viável precisamos verificar se existe uma alternativa satisfatória e se a diferença nos gastos gera uma economia de R$ 400. Vamos aprofundar nesses dois pontos:

Existe uma alternativa satisfatória? Aqui podemos testar se uma noite de jogos ou uma pizza em casa são satisfatórias. Podemos também olhar historicamente para outros programas que fizemos para entender quais foram os mais interessantes.

A diferença de gastos é suficiente? Podemos usar dados históricos de experiência que tivemos no último ano para estimar a economia. Podemos também estimar com base nos preços atuais, qual seria o custo de uma noite de jogos ou pizza em casa.

Essas são nossas análises matadoras.

A etapa 3 é importante em casos mais complexos, onde você precisa planejar as análises, definir prazos, responsáveis e acompanhar sua execução. No nosso caso, podemos ir direto para as etapas 4 e 5: processar as análises e extrair implicações.

Existe uma alternativa satisfatória?

Sim, uma noite de jogos ou pedir uma pizza são opções que já fizemos no passado e foi tão divertido quanto ir em restaurantes. Além disso, estou estudando para um concurso, e gostaria de passar mais tempo estudando nos fins de semana.

A diferença de gastos é suficiente? 

Sim, dados passados mostram que com encontros em casa e noites de jogos posso gastar cerca de R$ 100 por dia. Saindo metade das vezes temos uma economia de R$ 400 mensais.

É nessa etapa que você precisa ter cuidado com algumas armadilhas. Você precisa ter uma visão crítica, fazer boas premissas, evitar vieses, checar se os dados estão consistentes. Só então, podemos processar as informações e extrair as implicações ou “e daís”.

Na etapa 5 do nosso caso, o “e daí” é que:  

Conseguimos economizar cerca de R$ 400 por mês… mas isso ainda não é suficiente. Dado que com outras frentes consigo mais R$ 200 por mês, guardaria R$ 600 por mês e R$ 7.200 por ano

Sem mudanças radicais esse é o máximo que conseguimos. Se o foco é comprar uma scooter, talvez possamos checar se podemos pagar em 2 anos em vez de 1 ano. Assim conseguimos a scooter, sem impactar mais radicalmente o estilo de vida, para que seja sustentável. Durante esse processo, descobri que uma possibilidade interessante é um plano de pagamento em 24x com uma entrada. Além disso, tendo a scooter antes, posso até ter uma renda extra que ajude a pagá-la.

A partir das implicações das nossas análises podemos montar uma recomendação bem embasada. 

Passo 5: Recomendar soluções

O último passo é a recomendação, é aqui que você vende a sua ideia. O processo de resolução de problemas não acaba quando se encontra a melhor solução disponível. De nada adianta um insight que não mobilize a ação através de uma comunicação adequada. Por isso, uma boa recomendação é tão importante quanto as outras etapas do processo.

Para fazer uma boa recomendação você vai precisar sintetizar os principais insights e informações que saíram das análises e apresentá-los para seu chefe, cliente, ou quem quer que seja a parte interessada no seu projeto. 

Cansamos de ouvir de executivos que o time não tem autonomia, delega para cima – você precisa se posicionar!  

No nosso caso, a melhor recomendação parece ser comprar a scooter em 24 prestações, cortando as saídas com os amigos e escolhendo opções mais em conta como noite de jogos. Esta abordagem permite uma gestão financeira equilibrada sem comprometer a vida social e os momentos de lazer.

Conclusão

Neste artigo cobrimos a importância de desenvolver habilidades de resolução de problemas para sua vida profissional e pessoal. Trouxemos uma visão introdutória, com 5 passos simples que podem te ajudar a resolver qualquer problema. 

É importante lembrar que esse é um processo iterativo. Ou seja, à medida que você for avançando, você vai revisitar e refinar cada um dos passos anteriores. Uma vez que você tenha realizado as análises, por exemplo, você vai voltar e checar se fez a melhor priorização. Uma vez que você tenha priorizado as questões-chave talvez você sinta a necessidade de ajustar a definição do problema.

No nosso caso, a análise do gasto mensal nos fez entender que não atingiríamos a meta dentro de 1 ano, o que nos fez buscar novas formas de pagamento. Ao buscar novas formas de pagamento, ficou claro que poderíamos receber o produto agora, em vez de esperar 12 meses, e passar a gerar novas receitas com ele. Uma análise leva a outra, e a partir desse processo tomamos melhores decisões.

Outro ponto crítico é engajar pessoas. Você precisa comunicar ao longo de todos os passos com os principais envolvidos, você precisa garantir que está envolvendo as pessoas certas na hora certa, trazendo múltiplas perspectivas e gerando comprometimento do seu time, seus clientes internos ou externos, seu chefe e de toda a organização.

Esperamos que estas dicas sirvam de inspiração para que você possa encarar problemas mais desafiadores, tanto na sua vida profissional como pessoal, de forma mais estruturada e de maior impacto.

Este artigo foi produzido pela Ventus Learning em parceria com o Na Prática

Sobre os autores:

Bernardo Neves é sócio fundador da Ventus Learning, firma de desenvolvimento corporativo focada em habilidades de liderança de pensamento. Antes da Ventus, ele atuou por mais de 15 anos apoiando líderes seniores das maiores empresas do Brasil e da América Latina em seus projetos mais estratégicos. Na McKinsey, Bernardo liderou a prática de Varejo e a “C4P – Capability for Performance”, área responsável pela abordagem de treinamento e desenvolvimento que suporta os principais programas de transformação da firma. Ele é formado em administração e possui um MBA pelo MIT Sloan.

Fontes

https://www.bloomberg.com/graphics/2015-job-skills-report/

https://www.primegenesis.com/our-blog/2009/04/40-percent-of-execs-pushed-out-fail-or-quit-within-18-months

https://www.linkedin.com/posts/ilyavcandpe_stanford-stanfordgsb-venturecapital-activity-7062435996218363904-bAjy?utm source=share&utm_medium=member desktop

https://tracxn.com/d/startups-by-alumni/bcg-alumni

https://tracxn.com/d/startups-by-alumni/bain-alumni

Os melhores conteúdos para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e na carreira.

Junte-se a mais de 1 milhão de jovens!
Casdastro realizado, fique ligado para os conteúdos exclusivos!
Seu cadastro não foi realizado, tente novamente!

O que você achou desse post? Deixe um comentário ou marque seu amigo: