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‘Lucro e propósito podem e devem andar juntos’, diz CEO da consultoria de inovação Mandalah

Lourenço Bustani, CEO da Mandalah

Muitas consultorias espalhadas pelo mundo aproveitaram o momento de crescimento do Brasil para se instalarem no país. Algumas conseguiram resultados positivos, outras nem tanto. Mas uma consultoria brasileira conseguiu perceber o modelo Brasil para se destacar internacionalmente como um think tank sobre estratégia, inovação, modelagem de negócios, e constituição de cenários estratégicos. A consultoria Mandalah, com sede em São Paulo e escritórios espalhados pelo mundo, inova na forma de atuação, e principalmente no desenvolvimento de suas atividades de consultoria, saindo do modelo de papéis prontos. Uma idéia mais clean, mas com forte pegada de inovação, criatividade e altos estudos.

Leia também: O que fazem as empresas mais inovadoras da América Latina?

O blog Brasil no Mundo conversou com o CEO da consultoria Mandalah, Lourenço Bustani, em Nova York. Filho de diplomatas brasileiros, ele nasceu lá e se formou em Relações Internacionais e Ciências Políticas pela Universidade da Pensilvânia, com estudos paralelos em Administração pela escola de negócios Wharton, da mesma universidade. Iniciou sua carreira na área de finanças, seguiu para consultoria de gestão em negócios e logo migrou para o branding. Foi quando veio para o Brasil que fundou a Mandalah, consultoria de inovação consciente sediada em São Paulo e com escritórios no Rio de Janeiro, Fortaleza, Nova York, São Francisco, Cidade do México, Berlim e Tóquio. Hoje ele é considerado uma das 100 pessoas mais influentes no Brasil. Em entrevista a Exame.com, Lourenço falou do desenvolvimento da Mandalah e também dos cenários estratégicos para o Brasil e o mundo.

Confira a entrevista com o CEO da Mandalah:

Como nasceu a Mandalah e seu conceito?

A Mandalah nasceu de uma vontade de estabelecer outros tipos de diálogo no mercado, pautados no princípio de que é possível sim gerar valor sem sacrificar valores. E tudo isso começa quando marcas e pessoas se enxergam umas nas outras. Por isso temos o “h” no final do nome Mandalah, que representa esse elemento humano que queremos resgatar nas relações de mercado. Apostamos que o lucro e o propósito podem e devem andar juntos, em uma dança simbiótica na qual todos saem ganhando. Afinal, valor se cria e valor se compartilha. Chamamos isso de inovação consciente, justamente por acreditar que só é inovador aquilo que melhora a vida das pessoas. A Mandalah vê nas organizações esse mandato de transcender um mercado meramente de consumo, daquilo que é vendido e comprado, e pensar além, pensar a sociedade. E aos mais reticentes, os números têm comprovado: quem faz o bem se dá bem.



Uma das grandes referências da Mandalah está no processo de design thinking e inovação. Considerando que a Mandalah está presente no Brasil,  México, Estados Unidos, Alemanha e Japão, quais as grandes diferenças entre os países no desenvolvimento do processo de inovação? Quais as grandes vantagens que cada país oferece para a construção da inovação?

Detrás de qualquer processo de inovação estão pessoas e suas bagagens. No quadro de profissionais da Mandalah, estão representados mais de 15 países e 20 disciplinas. Essa mistura amplia nosso olhar, aguça nosso rigor e, o principal, gera perguntas das mais inusitadas, que nos levam a pensar novas possibilidades, cenários e futuros. Design thinking é apenas uma abordagem, um modo de buscar inspiração e trabalhar com analogias. Existem outras ferramentas, metodologias, mas nenhuma é mais reveladora que a própria intuição coletiva de quem desenvolve um projeto. As diferenças entre os escritórios, portanto, não se dão necessariamente por questões geográficas, mas sim em função dos profissionais que atuam em cada cidade. E como o bolo é bem misturado, não dá para generalizar muito não.



Lourenço Bustani [Facebook/MarcusHausser]

Na sua visão, quais os principais problemas, ou barreiras, que as empresas brasileiras sofrem em relação à inovação?

Falar disso tem muito a ver com a própria missão da Mandalah. Vivi muito tempo fora do Brasil, por conta da carreira diplomática dos meus pais, e no meu curto período trabalhando em consultoria e banco percebi que certas estruturas tradicionais de comando e controle não eram minha praia. Chegando no Brasil, às vésperas de fundar a Mandalah, vi um mercado carente e portanto fértil para ideias inovadoras e consistentes. Mas, não dá para negar, também me impactei ao ver um déficit gigantesco em termos de profissionalismo e ética. Estamos melhorando, ganhando seriedade, mas não resta dúvida de que o Brasil promessa, o Brasil do futuro de que todos falam há tanto tempo, passa e muito por esse longo percurso que ainda precisamos percorrer, rumo a posturas mais conscientes e coerentes. Isso é para qualquer área de uma organização, não só para a inovação. Mas em relação a ela, especificamente, costumo citar como barreiras 1. a inércia e o medo que ainda mantêm executivos imersos em seu apreço pela previsibilidade; 2. o descompromisso e a falta de liderança – aqui, é muito fácil falar com tomadores de decisão, ganhar um tapinha nas costas e ouvir um “nos falamos depois”. Lá fora, é muito difícil ter a agenda de um líder, mas que irá recebê-lo atento para, se ouvir o chamado, realizar o quanto antes um projeto realmente disruptivo; e 3. a miopia característica de tantos outros mercados que ainda não se libertaram do custo prazismo e de métricas voltadas exclusivamente ao lucro. Saber valorizar um investimento a longo prazo e entender que o propósito é um caixa igualmente importante para qualquer organização são passos essenciais de um Brasil mais inovador, ou, ao menos, com mais coragem para inovar.



Leia também: Como é trabalhar com inovação em uma grande empresa?

O Brasil tem alguns indicadores complicados em relação à educação, inovação e competitividade. Na sua visão, que soluções a curto prazo o governo e empresas deveriam desenvolver para melhorar os indicadores do Brasil?

Acho o adjetivo ‘complicados’ muito tímido. Nossos indicadores são preocupantes e lamentáveis. Tendo a ser muito otimista, e coloco valor em qualquer mudança positiva, por mais incremental que ela seja, mas a solução para o Brasil definitivamente não está no curto prazo. Muito pelo contrário. Nosso governo precisa de uma vez por todas se desprender dos mandatos eleitoreiros e olhar lá na frente. Não se faz educação do dia para a noite. Um país não se torna inovador e competitivo a partir de uma decisão pontual, uma política pública ou um decreto. Educação, inovação e competitividade são também indicadores culturais, e essa mudança cultural ainda está em um estágio embrionário. Por trás de tudo isso, precisamos também falar de um sistema de corrupção que consome recursos que deveriam estar alocados em finalidades nobres. Precisamos arrumar a cozinha primeiro.



A Mandalah nasceu no Brasil, em São Paulo. Como foi o desenvolvimento global da companhia? Quais os grandes desafios? E os próximos projetos no mundo?

Nossa globalização foi planejada desde a fundação da empresa, embora não tivéssemos muita noção de quando e para onde cresceríamos. Ela foi sendo articulada a partir de relacionamentos pessoais preexistentes, na medida em que as oportunidades foram surgindo. Os desafios, que continuam existindo até hoje, giram em torno do alinhamento entre os escritórios. Nesse sentido, temos atingido grandes marcos. Além de já estarmos hospedados no mesmo servidor, temos intercâmbio de profissionais entre os escritórios, uso de mesmos templates, alinhamento nos esforços de recrutamento e parceria na realização de projetos com a participação de dois ou mais escritórios. Ser global, afinal, só faz sentido se as pessoas estão se misturando e potencializando sinergias entre si. Meu mandato enquanto CEO global é justamente esse: integrar ao máximo a Mandalah ao redor do mundo. Quanto a próximos projetos, estamos de olho na Inglaterra.



Que cenário você construiria para o Brasil para os próximos 5 anos?

Pergunta extremamente difícil e dolorida. O Brasil, a meu ver, perdeu sua grande oportunidade nestes últimos tempos. Tínhamos tudo para aproveitar a onda de euforia desencadeada já em 2007, quando fomos eleitos sede da Copa. A demanda interna estava aquecida, o desemprego baixíssimo, muito capital estrangeiro entrando, inflação sob controle, e o Brasil estava se tornando um país de classe média pela primeira vez em sua história. No entanto, essas variáveis promissoras não se traduziram em uma mudança estrutural para o país. Educação e saúde continuam em níveis emergenciais, carecemos de infra-estrutura, a desigualdade não diminui, a corrupção reina e as dificuldades burocráticas e tributárias distanciam estrangeiros. Aliando isso à falta de mobilidade nas grandes capitais e de saneamento básico em todo o Brasil, temos o quadro de um país que carece de fundamentos essenciais para prosperar de forma sustentável. Dito isso, acho que a nação acordou para essa triste realidade. Os protestos de 2013 deixaram seu legado. Tem político que não quer jogar sujo, tem empresa que quer fazer o bem e líderes da sociedade civil mobilizando suas bases e colocando novos assuntos na pauta do povo. Estamos caminhando, talvez não na velocidade que deveríamos, mas o movimento é sem dúvida para frente. Até porque no fundo do poço sempre tem uma mola.

Leia também: O que é inovação disruptiva?

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Faculdade oferece incubação gratuita de negócios sociais em São Paulo

Homem dobra papel em mesa de trabalho

A Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, está com inscrições abertas para o seu programa de incubação gratuito de negócios sociais – empresas que conciliam um modelo de negócios sustentável com o objetivo de gerar impacto social. A proposta da incubadora é promover projetos inovadores e criativos que se encontram na fase inicial, ajudando os empreendedores a transformar suas ideias em empresas lucrativas e de alto impacto social.

Leia também: Conheça a Yunus & Youth, que ajuda jovens a se tornarem empreendedores sociais

A seleção dos projetos que serão apoiados pela incubadora será feita por meio de dois editais distintos. O primeiro deles, entitulado Projeto Externo, é destinado aos empreendedores que estão localizados dentro de um raio de cinco quilômetros da escola, que fica no bairro Vila Mariana, em São Paulo. Já o segundo, Projeto Social, é voltada a qualquer pessoa da capital paulista que tenha um projeto de negócios de impacto social.

Serão selecionados até dois projetos por edital, que passarão 18 meses no processo de incubação. A capacitação oferece ao jovem empreendedor suporte, infraestrutura completa e acompanhamento na implementação e gestão dos empreendimentos, com apoio, consultoria e mentoring de profissionais especializados na área, facilitando inclusive o processo de captação de recursos.

Leia também: Conheça a Artemisia, organização que investe alto em impacto social

As empresas incubadas podem utilizar, sem qualquer custo, de sua estrutura física para o desenvolvimento de suas atividades, que compreende computadores, telefone, copiadora além de serviços administrativos de apoio. Além disso, os empreendedores podem utilizar serviços da própria faculdade como biblioteca e acesso a base de dados.

As inscrições devem ser feitas pessoalmente na incubadora, que fica na própria ESPM (Rua Domingos de Moraes, 1.414, Vila Mariana, São Paulo/SP), entre 9h e 18h até o dia 10/5.

Chefe de RH do Google explica como se sair bem em entrevistas

Laszlo Bock do Google

Chefe da área de pessoas do Google global desde 2006, Laszlo Bock é o responsável por atrair, desenvolver e reter os talentos da empresa – chamados de googlers. Desde então, sob sua liderança, o Google foi considerado ‘Melhor empresa para se trabalhar’ mais de trinta vezes em todo o mundo e recebeu mais de 100 prêmios como um dos empregadores favoritos no mercado.

Quando o assunto é entrevistas de emprego, ele já esteve dos dois lados da mesa. Baseado em sua experiência pessoal, compartilhou em sua página no LinkedIn seis dicas de como se dar bem nessas entrevistas:

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1. Advinhe o futuro

Você pode antecipar 90% das perguntas que serão feitas durante a entrevista. Três delas são bastante comuns: “Me fale um pouco sobre você?”, “Qual é sua maior fraqueza?” e “Qual é o seu maior ponto forte?”. Ainda assim, as demais perguntas fazem parte de uma lista fácil de advinhar, como “Por que você quer este trabalho?” ou “Me conte um problema difícil que você tenha resolvido”. Se você não consegue pensar em nenhuma, busque no Google ‘perguntas mais comuns em entrevistas’. Em seguida, anote as vinte melhores perguntas que você acha que vão fazer parte da sua entrevista.

2. Planeje o ataque

Para CADA pergunta dessa lista, escreva uma resposta adequada. Sim, eu sei que não é uma tarefa fácil escrever essas resposta. É difícil e frustrante, porém faz com que o raciocínio das respostas fique gravado na sua cabeça – e isso é muito importante. Você deve dar respostas rápidas e automáticas. Não vale a pena deixar para pensar em todas as respostas somente na hora da entrevista.

3. Tenha um plano B

Na realidade, para cada uma das perguntas da sua lista, você deve escrever três respostas. Por que? Você precisa ter uma resposta diferente e igualmente boa para cada questionamento do entrevistador, caso você sinta, na hora da entrevista, que uma das respostas não vai fazer tanto sentido no contexto da conversa.

Leia também: Sete sugestões para quem quer se dar bem em processos seletivos

4. Prove-se

Cada questão deve ser respondida com uma história que prova que você pode fazer aquilo que estão te perguntado. A pergunta “Como é que você lidera?” deve ser respondida com “Eu sou um líder colaborativo/decisivo/determinado/etc. Vou contar sobre a ocasião em que eu…”. Sempre conte uma história ou traga fatos para provar que você é o que você diz que é.

5. Leia o ambiente

Olhe em volta. Concentre-se no entrevistador. Nos primeiros dez segundos da entrevista, veja se há alguma coisa em seu escritório que você tenha percebido e possa usar para fazer uma conexão? Um livro em uma prateleira? A foto de família? Uma pintura? Leia o entrevistador: sua linguagem corporal está aberta ou fechada? Ele está cansado e você deve tentar animá-lo? Ele está gostando da sua linha de raciocínio ou você deve mudar de direção?

6. Pratique

Quando eu estava no segundo ano da graduação em Administração, eu pratiquei minhas respostas – em voz alta – até conseguir contar cada história bem. Meu companheiro de quarto entrou um dia no dormitório e me viu sentado no sofá recitando uma vez atrás da outra por que eu considerava que era um grande líder. Ele imaginou que eu estava preso em algum circuito de auto-ajuda de afirmação pessoal, ou algo do tipo. Mas logo depois eu consegui sete ofertas de emprego de cinco empresas diferentes (isso é outra história) e estava prestes a obter mais seis no momento em que parei de buscar. Como isso é possível? Prática.

Benefícios e curiosidades de trabalhar na sede do Santander

Fachada do banco Santander

A sede do Santander na avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo, parece ter sido projetada para que os cerca de seis mil funcionários que trabalham ali precisem se ausentar minimamente durante o horário comercial. Sem sair de lá, é possível se consultar com o médico ou dentista, passar no cabeleireiro, malhar, fazer compras, lavar roupas e, é claro, ir ao banco.

Já nos ambientes de trabalho, a palavra de ordem é colaboração. Os funcionários, com exceção dos vice-presidentes, trabalham lado a lado, sem salas ou baias divisórias.

“Procuramos reunir em um mesmo espaço, facilidades e conveniências que contribuam para a melhoria da qualidade de vida do funcionário no ambiente de trabalho”, diz Mauro Siequeroli, diretor de recursos corporativos do Santander.

Leia também: Veja, na prática, a rotina de um funcionário do Santander

Sustentabilidade

Além de oferecer a comodidade de uma série de serviços, o prédio é sustentável. As lixeiras individuais estão sendo extintas aos poucos. Ao fim do processo, será evitado o uso de 30 mil sacos plásticos por semana. todo o lixo orgânico produzido na empresa é processado em uma sala de desidratação que fica no subsolo. A sala tem capacidade para tratar até 1,5 mil quilos e 4,5 mil litros de resíduos de uma só vez.

Estrutura

O prédio tem 66,5 mil m² e 28 andares, e nele trabalham quase 10% dos 50 mil funcionários da empresa. A sede funciona no endereço, em frente ao Parque do Povo, desde 2009.

Cafezinho

Existem 23 lounges espalhados pela Torre Santander. Por dia, são servidos 8,4 mil bebidas quentes e 2,6 mil pãezinhos gratuitamente aos funcionários.

Cultura

Os funcionários têm espaço para estudar e podem pegar livros emprestado na biblioteca da empresa.

Serviço

A equipe do Santander também conta com agência exclusiva que funciona na própria sede do banco.

Leia também: Qual é o perfil esperado de um profissional do mercado financeiro?

Saúde

Com 550 m², o ambulatório oferece consultas odontológicas e médicas dentro da própria empresa. Além disso, os funcionários ainda têm plano de saúde. Funcionárias mães contam com estrutura para auxiliar na amamentação de seus bebês.

Vaidade

A cada quinze dias, é feito um rodízio de quatro lojas que se instalam na sede da empresa. Os produtos são variados e têm desconto de até 30% para a equipe. Também há um salão fixo na sede do banco, que realiza cerca de oito mil atendimentos por mês e conta com preços especiais para os funcionários. O spa, que também é fixo na sede, realiza aproximadamente 500 atendimentos mensais.

Restaurantes

A capacidade de atendimento é de até 3,5 mil refeições diárias. No total, há cinco restaurantes e uma lanchonete no prédio, com cardápios e preços variados.

Fitness

A academia na sede do Santander ocupa uma área de 1,3 mil m². Mais de 1,7 mil funcionários estão matriculados. Além disso, há 90 vagas para bicicletas na sede e o banco oferece sala de alongamento, chuveiros, vestiário e materiais de higiene pessoal para quem opta por pedalar até o trabalho.

Jardim

Setenta oliveiras foram trazidas da Espanha para formar um dos maiores jardins da éspecie de árvores sobre laje do mundo.

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Cinco e-books gratuitos para inovar no setor educacional

Homem estudando anota em papeis

A tecnologia sozinha não faz nada. Quando o assunto é educação, provavelmente você já deve ter ouvido essa frase. Do que adiantam projeções, computadores, tablets e smartphones se a didática permanece a mesma?

Para explorar estratégias que promovem um uso eficiente da tecnologia na educação, o portal Porvir separou uma lista de e-books gratuitos que apresentam diferentes alternativas para quem trabalha no setor educacional.

De acordo com a pesquisa TIC Kids Online 2013, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br), 77% das crianças e dos adolescentes brasileiros, com idades entre 9 e 17 anos, são usuários da internet. Entre os principais dispositivos utilizados por eles, estão o computador, notebook, celular, tablet e videogame. Trabalhando com esses recursos, os professores podem criar processos de aprendizagem mais colaborativos e alinhados com os interesses dos alunos.

Entre as publicações selecionadas, existem e-books que discutem a necessidade de inovar as práticas, o uso das tecnologias da informação e comunicação na educação, as aplicações da gamificação como um recurso motivacional e a integração das redes socais na rotina escolar. Todos os conteúdos estão disponíveis em português.

Confira as dicas:

1. Por que os educadores precisam ir além do data show – e como fazer isso

Desenvolvido pela Geekie, startup de tecnologia na educação, o e-book discute caminhos possíveis para promover integração da tecnologia no ensino. A publicação traça um panorama da educação atual e aponta a necessidade de inovar as práticas, colocando o aluno no centro do conhecimento. Entre outros tópicos, ele menciona possiblidades com o uso da tecnologia nas escolas e indica cursos para os professores se capacitarem. O e-book é um dos materiais que podem ser encontrados no InfoGeekie, novo portal interativo da empresa, que reúne materiais interativos, vídeos e notícias.

2. Gamificação na educação

Com o objetivo de reunir conceitos, questionamentos e aplicações sobre a gamificação (ou gamification) na educação, o e-book traz dez seções que foram escritas por diferentes especialistas na área. Publicado pela editora Pimenta Cultural, especializada na publicação de obras científicas que compartilham conteúdos livres, o material trata de temas como o recurso motivacional da gamificação, interface com ambientes de aprendizagem e os benefícios dessa estratégia no ensino a distância.

3. Tecnologias na escola – Como explorar o potencial das tecnologias de informação e comunicação na aprendizagem

Navegação, vídeo, som, blogs, redes sociais, jogos e simulações. Essas são algumas das possiblidades apresentadas na publicação, que pretende colaborar com educadores que desejam transformar as suas práticas. Com vários textos curtos, são apresentadas possiblidades de desenvolver atividades com os alunos que incorporam as tecnologias da informação e comunicação no processo de aprendizagem. O material é uma iniciativa do Instituto Claro e o Fronteiras do Pensamento.

4. Recriando a Educação – Transformando sistemas educacionais

O material apresenta reflexões e experiências sobre os processos de inovação e transformação. Versão em português do livro Redesign Education, elaborado pelo GELP (Global Education Leaders’ Program), que reúne equipes de líderes mundiais de sistemas educacionais, ele foi lançado em português com a parceria da Fundação Telefônica Vivo. Entre os tópicos apresentados, está transformação da educação, a construção de um novo ecossistema de aprendizagem e escalabilidade.

5. Educação e tecnologia: parcerias 3.0

Com doze capítulos, o e-book apresenta pesquisas sobre educação e tecnologia conduzidas em instituições públicas e privadas de todo o país. Organizado pela Universidade Estácio, o material apresenta diversos temas como uso de Recursos Educacionais Abertos, didática na sala de aula virtual, redes de aprendizagem online e a utilização do computador por alunos e professores.

Este artigo foi originalmente publicado em Porvir

Claudio Sassaki e os desafios de criar uma start-up de educação

Claudio Sassaki, da Geekie

Claudio Sassaki se formou em Arquitetura e Urbanismo na USP (Universidade de São Paulo). Trabalhou por dois anos com consultoria na área e depois foi para Stanford, nos Estados Unidos, fazer o chamado joint degree – em que o aluno cursa paralelamente um MBA e um mestrado em Educação. Após terminar o curso, passou cinco anos morando em Nova York e trabalhando em instituições financeiras. Voltou para o Brasil em 2007, já como vice-presidente do banco de investimentos Credit Suisse, depois assumiu o mesmo cargo no Goldman Sachs. Também foi diretor financeiro da empresa Petra Energia.

Mesmo com uma carreira tão promissora no mercado financeiro, Claudio decidiu, em 2011, largar tudo e começar um negócio próprio totalmente do zero. Seu objetivo era lançar uma start-up que customizasse o processo de ensino-aprendizagem por meio de tecnologias inovadoras – a partir do diagnóstico de que os estudantes de uma mesma classe não aprendem da mesma forma.

Conheça o Imersão Educação, programa de preparação de carreira no setor educacional

Ao lado de uma equipe excepcional, fundou então a Geekie, empresa que oferece uma plataforma baseada no conceito de aprendizado adaptativo. Através de testes de múltipla escolha e de forma personalizada, o software consegue apontar quais conteúdos um aluno não aprendeu corretamente e sugerir os tópicos que precisam ser mais bem trabalhados.

Assim, é possível identificar os pontos fortes e dificuldades do estudante, e essas informações também são divididas com os professores e as escolas. Isso permite que ele aprenda os conteúdos de forma mais eficiente e adequada às suas características e necessidades.

Gostou? Confira a entrevista que o Estudar Fora fez com Claudio Sassaki:

Como foi abrir mão de um bom cargo e salário para apostar num projeto?

Não foi uma decisão fácil, pois ela influenciaria todos os aspectos da minha vida. Abriria mão de todas as minhas conquistas até então para começar um negócio totalmente do zero, com capital próprio, contando com riscos e incertezas. A ideia precisou passar por um longo processo de amadurecimento.

O que te levou finalmente a tomar essa decisão?

Foi uma questão de timing. Desde a faculdade eu já me envolvia com projetos de educação e tinha vontade de um dia realmente me dedicar a isso. Em 2011, senti que era minha última chance de tornar esse sonho antigo realidade. Se eu não largasse tudo para tocar a Geekie naquele momento, não o faria mais. Além disso, estava muito confiante em relação ao conceito de aprendizado adaptativo e completamente apaixonado pelas possibilidades na área. Também estava cercado por pessoas com valores alinhados aos meus e dispostas a embarcar nesse desafio.

Qual foi o primeiro desafio que enfrentou?

O primeiro desafio foi definir qual seria o time que embarcaria nessa jornada comigo. Precisava atrair pessoas boas e ao mesmo tempo com um perfil alinhado ao core business da empresa: a tecnologia. Conseguimos formar um grupo diversificado de profissionais da área de engenharia e produtos, além de professores e pedagogos.

Como foi o processo de idealização até o lançamento da Geekie?

Com a equipe formada, começamos a desenvolver os produtos ao mesmo tempo em que fazíamos um diagnóstico das necessidades dos nossos clientes, refletindo sobre como agregar valor a eles. Depois, pensamos nas melhores formas de distribuição desses produtos, para entregá-los ao mercado o mais rapidamente possível. Claro, sempre avaliando os feedbacks dos clientes e fazendo as adaptações necessárias.

Vocês precisaram fazer muitos testes e adaptações dos produtos?

Sim, uma coisa que aprendemos é que os produtos devem ser não do jeito que nós achamos, mas do jeito que o mercado quer. E, quanto mais rapidamente a gente consegue se adaptar à sua expectativa, melhor. Também não adianta ter apenas um bom conceito. É na hora de testar o produto que o cliente vai decidir se ele é bom ou ruim. A excelência do desenvolvimento dos produtos é o que faz a diferença.

Leia também: Educação e tecnologia, combinação que atrai investimentos

De que forma a pós em Stanford foi importante para a sua formação?

Estudar negócios e educação paralelamente me possibilitou ter acesso a visões complementares a cada uma das áreas. Além disso, o Vale do Silício, onde está localizada a faculdade, tem uma pegada muito forte de tecnologia. Tive a sorte de ficar por dentro de tudo o que estava acontecendo de novo naquele momento. Poucas escolas no mundo possuem uma combinação tão forte entre educação e inovação.

As escolas brasileiras têm se mostrado abertas para receber os produtos da Geekie?

As instituições estão entendendo aos poucos a nossa proposta. Não é tão fácil mostrar o valor de um produto como o nosso, de inovação. O mercado está num processo de amadurecimento, enxergando cada vez mais a tecnologia como uma ferramenta poderosa para o aluno, o professor e o gestor. Mas é um caminho lento. Quem entrar nesse setor achando que vai revolucionar corre o risco de quebrar a cara.

Ainda assim, é possível tornar uma start-up de educação sustentável?

Sim, mas para isso é preciso contar com uma equipe muito bem preparada, ser ágil para adaptar seus produtos ao mercado e ter um plano de negócios consistente. Tudo isso aumenta suas chances de conseguir o apoio de investidores. Mesmo a escolha desses investidores precisa ser muito bem planejada. Eles precisam estar alinhados a seus valores e estratégias, senão, vocês correm o risco de entrar em zona de conflito.

Quanto tempo pode demorar até a empresa se estabilizar?

Não tem uma regra para isso. Depende muito da empresa, do tamanho da equipe e do investimento que terá que fazer em tecnologia. Mas os investidores esperam que você consiga mostrar que sua empresa tem chances de ter sucesso em 18 ou até 24 meses. Até agora, o faturamento da Geekie está dentro das nossas expectativas.

Quais características você diria que são essenciais em um empreendedor?

É preciso ter resiliência emocional e física para aguentar os altos e baixos que a vida de empreendedor traz e capacidade de estar cercado por pessoas melhores do que você. Também é necessário ter em mente que, apesar de o seu objetivo ser ter um impacto social, não existe sonho que dure se não for sustentável financeiramente.

Este artigo foi originalmente publicado em Estudar Fora 

Bota pra fazer: curso para quem quer tirar o sonho do papel e abrir um negócio

Homem e mulher levantam as mãos em reunião

Quer empreender e não sabe por onde começar? A Endeavor e o Sebrae oferecem uma oportunidade única para universitários de todo o Brasil que se encaixam nesse perfil: um curso prático para tirar ideias do papel e botar pra fazer. E o melhor: é gratuito! As incrições podem ser realizadas por aqui, e as vagas são limitadas.

“Nós empacotamos tudo que aprendemos com os empreendedores apoiados pela Endeavor e transformamos em um curso focado em universitários”, explica Ana Maria Bandeira, da equipe de educação da Endeavor Brasil. Segundo ela, o programa tem como objetivo despertar a vontade de empreender e explicar um pouco sobre o perfil empreendedor, abordando tópicos como elaboração e validação de ideias. É possível aprender como que é a carreira no empreendedorismo, como identificar oportunidades, o que é um negócio de alto impacto, entre outros conhecimentos valiosos para quem quer seguir esse trilha profissional.

Leia também: Veja cursos online e gratuitos nas melhores universidades dos Estados Unidos

Temáticas O curso Bota pra fazer reúne quase 15 horas de conteúdo sobre empreendedorismo. A primeira etapa é de auto-conhecimento, com o objetivo de alinhar a visão de carreira do jovem com a opção empreendedora e intraempreendedora. Na segunda etapa, o objetivo é apresentar a jornada do empreendedor de alto crescimento. Nesse momento ele conhecerá os aspectos fundamentais a serem analisados para definir o diferencial competitivo, o modelo negócios e a estratégia futura da empresa.

A última etapa aborda o desafio de criar uma startup com poucos recursos. É quando o universitário aprende como é possível começar uma empresa com pouquíssimos recursos e quais caminhos tomar para reduzir as chances de fracasso. Ele conhecerá de perto as metodologias lean startup e business model generation e as principais formas de aplicá-las imediatamente em sua startup.

Para quem quer ir além desses temas iniciais, a Endeavor oferece um curso online mais amplo e aprofundado em parceria com diversas universidades – no site oficial, é possível ver a lista dessas instituições de ensino.

Abril Educação recruta jovens talentos por meio do programa ‘Empreendedores da Educação’

Homens discutem em frente a parede com post its

As temáticas de empreendedorismo e inovação parecem cada vez mais despontarem como possíveis caminhos para a velho sonho de transformar a educação no Brasil. É em sintonia com esse movimento que a Abril Educação está recrutando jovens talentos por meio do programa Empreendedores da Educação – as inscrições podem ser realizadas até sexta-feira (17), por aqui.

Recentemente adquirida pela Tarpon, fundo bilionário conhecido pelos executivos jovens e investimentos certeiros, a empresa tem passado por um processo de mudança cultural e garante para os aprovados no processo seletivo a companhia de uma equipe de ponta. Hoje, trata-se da maior empresa de educação básica do Brasil, atendendo diretamente 35 milhões de alunos.

O programa Empreendedores da Educação

“Acredito que desenvolvimento profissional vem na prática, vem quando você está numa posição que te dá um frio na barriga”, comenta Gisela Gasparian. A frente do programa Empreendedores da Educação, ela explica que a empresa busca pessoas focadas em execução mas que sejam apaixonadas por educação e por ter impacto no Brasil.

Leia também: Educação e tecnologia, uma combinação que atrai investimentos

“Ninguém tem a resposta absoluta de como vai melhorar educação no Brasil. A gente quer pessoas que vão fazer alguma coisa diferente. Se der certo, ótimo, começamos a escalar, senão ótimo, aprendemos”, acrescenta.

Por meio do programa, a empresa pretende trazer para a equipe dez jovens recém-formados, com dois a quatro anos de experiência no setor, embora não seja necessário nenhuma formação específica. O único requisito é um histórico de alta performance. “É aquele cara que tem vontade de fazer, alguém inquieto, e você consegue ver isso no currículo da pessoa, nas coisas que ela já fez”, explica Gisela.

Leia também: Cinco dicas para quem quer trabalhar no setor educacional

“Dentro da Abril Educação, eles estarão diretamente ligados as agendas que vão transformar o futuro da empresa, como ela funciona”, acrescenta, esclarecendo que o trabalho será realizado bem próximo das lideranças da companhia. Cada um dos empreendedores será responsável por tocar um projeto inovador ao lado de algum diretor.

Para Gisela, trata-se de uma trilha de carreira bastante acelerada para quem sonha em trabalhar com educação em uma grande empresa: “Queremos trazer as pessoas que daqui a quatro ou cinco anos serão os lideres da Abril Educação”, conclui. Ficou interessado? Inscreva-se aqui.

Na Prática explica: modelagem financeira, habilidade essencial para carreira em negócios

Mulher usa calculadora e anota números

“A capacidade de criar e entender modelos é uma das habilidades mais valorizadas no mundo dos negócios e das finanças hoje. É um conhecimento que será útil em qualquer trabalho em que é necessário compreender melhor o desempenho de uma empresa ou de outro investimento”, explica Susan Hawkins.

Ela dá aulas para qualificações profissionais internacionais em finanças, contabilidade, valuation e inglês financeiro na SHP Training, empresa da qual é managing partner. “Saber modelagem financeira pode garantir uma vantagem competitiva em muitas áreas”, ela completa.

Leia também: Entenda o trabalho em fundos de venture capital e private equity

O que é modelagem financeira?

“Quando falamos em modelagem financeira, normalmente estamos falando sobre modelos de projeções financeiras, que nos ajudam a prever desempenho futuro com base em um determinado conjunto de premissas”, explica Susan.

Um modelo de projeções financeiras, ou financial projection model, é um cálculo complexo que busca dar uma visão de como será a situação de um investimento daqui há alguns ou vários anos. Nesse caso, investimento é algo bastante amplo: pode se tratar de uma empresa, uma carteira de negócios, uma ação, etc.

Assim, modelagem financeira envolve a construção e organização de dados numéricos e equações para representar uma versão simplificada de qual será desempenho desse investimento no futuro. Essa informação é muito útil para tomar grandes decisões. Por exemplo: se um fundo percebe que uma empresa terá um bom desempenho no futuro, provavelmente consideraria investir nela ou até mesmo comprá-la.

Leia também: Na Prática explica asset allocation, conceito chave no mercado financeiro

De acordo com Susan, ter um bom domínio de modelagem financeira é especialmente útil para profissionais das seguintes áreas:

Equity research

Para os analistas de sell-side e buy-side poderem fazer projeções do desempenho das empresas que pesquisam.

Investment banking de fusões e aquisições (M&A), equity e debt

Para ajudar, por exemplo, precificar a emissão de debt ou equity.

Portfolio management em bancos e fundos

Para entender o impacto de mudanças na economia ou numa indústria no desempenho do portfolio, e tomar decisões de investimento baseadas nisso.

Private equity

Para ajudar escolher investimentos e estruturar o financiamento ideal para a compra da empresa.

Consultoria

Para auxiliar a entender e propor estratégias para as empresas clientes.

Contabilidade

Para tomar decisões relacionadas a financiamento e investimento.

Private banking

Para escolher investimentos melhores para os clientes.

Avaliação profissional

Para avaliar ativos intangíveis de uma empresa (marca, relacionamento com cliente, tecnologia, entre outros).

Criar um modelo financeiro para uma empresa envolve uma compreensão bastante específica sobre como o negócio funciona: como ele cria produtos, como esses produtos são vendidos, como esses processos criam receitas e custos, e como isso é impactado pela economia e pelo setor em que atua.

Para conseguir estimar o lucro que uma empresa provavelmente terá no futuro, o modelo precisa partir não só de dados concretos já disponíveis, mas também de certas premissas – são os chamados inputs, ou seja, as informações que vão servir de material para modelagem financeira.

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Entradas

Um modelo normalmente vai incluir entre seus inputs diversas características e números relacionados à empresa, suposições e dados sobre economia (inflação, taxa de juros, crescimento econômico), taxa de crescimento da indústria, margens de lucros, planos de expansão da empresa e despesas de capital envolvidas nisso, entre outros fatores.

Esses inputs do modelo também podem ser alterados, como forma de prever o impacto de certas mudanças sobre o negócio como um todo, ou de calcular o desempenho da empresa em diversos cenários possíveis.

Habilidades

Para desempenhar essa tarefa, Susan defende que é preciso ter uma boa compreensão de finanças e contabilidade. “A fim de determinar o desempenho futuro da empresa, você vai precisar relacionar informações como projeções de resultados, balanço patrimonial e demonstrações de fluxo de caixa”, ela explica.

“Na construção de um modelo, o objetivo é criar um produto final que, para quem vai ler, seja preciso, rápido, robusto, fácil de compreender e fácil de usar”, acrescenta. Em outras palavras, um bom modelo financeiro faz o seu trabalho da maneira mais limpa e direta possível. Para ela, o bom e velho Excel ainda é a melhor opção em termos de flexibilidade, custo e aceitação do usuário. “Ter domínio desta ferramenta vai te garantir vantagens ao longo de toda a sua carreira”, ela assegura.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Fab Lab: o laboratório de criação que qualquer um pode usar

Homem demonstra funcionamento de máquina para mulher

Toda quinta-feira depois do trabalho, o paulista Mauricio Jabur, 43, usa o fab lab da escola de engenharia do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), no bairro da Vila Olímpia em São Paulo. Fab lab é uma abreviação para “laboratório de fabricação” em inglês – um espaço em que pessoas de diversas áreas se reúnem para realizar projetos de fabricação digital de forma colaborativa. Quinta-feira é o dia da semana em que qualquer pessoa pode visitar o laboratório do Insper, mesmo que não seja vinculado à instituição.

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Mauricio conheceu o conceito de fab lab há pouco mais de um ano, quando frequentava um hackerspace em São Paulo. Ele trabalha como consultor de interatividade para museus como o MIS-RJ e, na época, queria aprender a mexer em máquinas como impressoras 3D e cortadoras a laser. “Tanto os hackerspaces quanto os fab labs são espaços colaborativos para a realização de projetos em diversas áreas, como drones e hardware”, diz Mauricio. “Acabei me interessando mais pelos fab labs porque eles são mais padronizados, têm um conjunto específico de máquinas, têm a possibilidade de membership e fazem parte de uma rede mundial. Os hackerspaces são mais anárquicos.”

A rede mundial a que Mauricio se refere foi criada há dez anos no Centro de Bits e Átomos do MIT (Massachussets Institute of Technology), nos Estados Unidos. Hoje, fazem parte dela quase 450 laboratórios localizados em mais de 60 países. Para um fab lab ser considerado como tal, ele precisa seguir alguns princípios:

1. Abrir as portas à comunidade pelo menos uma vez por semana sem cobrar nada

2. Compartilhar ferramentas e processos com os outros laboratórios do tipo

3. Participar ativamente da rede por meio de videoconferências e encontros presenciais

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Padrão global Fab Lab

Além disso, os fab labs precisam possuir cinco máquinas específicas: uma impressora 3D, uma cortadora a laser, uma cortadora de vinil, uma fresadora de pequeno formato e outra de grande formato. É comum que muitos laboratórios também tenham entre os equipamentos máquinas de furação e de costura. Também é necessário contratar um diretor, um fab manager (gerente) e alguns gurus (técnicos em máquinas, softwares e processos) para ajudar os frequentadores no que eles precisarem.

Existem três tipos de fab labs: os acadêmicos, os públicos e os profissionais. Os acadêmicos (o nome já diz) são sustentados por universidades ou escolas, enquanto os públicos podem ser sustentados por governos, institutos de desenvolvimento ou mesmo comunidades locais. Os profissionais são os únicos que precisam se preocupar com a viabilidade financeira e, geralmente, ganham dinheiro alugando espaço e máquinas para empresas e makers desenvolverem seus produtos. Esses fab labs costumam cobrar dos frequentadores uma taxa por horas, dias ou meses de uso.

A Fab Foundation é a organização americana que ajuda quem quer abrir um fab lab em qualquer lugar do mundo a colocar o plano em prática. No Brasil, a associação que faz isso é a Fab Lab Brasil Network, que tem como diretora executiva a mineira Heloisa Neves, de 35 anos. “Recentemente, os países começaram a criar suas próprias associações para ajudar a Fab Foundation a dar conta da demanda, que está crescendo muito”, diz ela. “Quem quer abrir ou já abriu um fab lab só precisa entrar em contato conosco para fazer parte da rede.”

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Necessidades locais

Segundo Heloisa, o tipo de fab lab mais comum no mundo é o que fica dentro de universidades, mas o cenário é diferente no Brasil. “Aqui, como no Japão e na Holanda, a maior parte dos fab labs é profissional. Acredito que isso esteja relacionado ao caráter empreendedor do brasileiro”, afirma ela. Há onze fab labs associados à Fab Lab Brasil Network – um em Brasília, um em Belém, um em Cuiabá, um em Porto Alegre, um em Recife, um em Florianópolis, um em Curitiba, um no Rio de Janeiro e três em São Paulo.

Heloisa ajudou a criar os três fab labs paulistanos – o Fab Lab SP (primeiro do Brasil, localizado na Universidade de São Paulo – USP), o Garagem e o Insper Fab Lab. Formada em arquitetura pela Unesp e mestre em semiótica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), ela estava fazendo um doutorado sanduíche em open design na Universidade de Sevilha, na Espanha, quando decidiu tirar um ano sabático e se mudar para Barcelona. “Um amigo peruano me indicou o curso de fabricação digital Fab Academy, coordenado por um professor do MIT, e decidi fazer”, diz Heloisa.

“No início, achei que não ia dar conta, tinha que fazer tudo sozinha e não sabia nem por onde começar. Acabei descobrindo que fabricação digital tem muito a ver com empoderamento e me apaixonei”, ela conta.

Hoje, Heloisa é coordenadora do fab lab do Insper (onde também é professora de design para engenharia), diretora executiva da Fab Lab Brasil Network e sócia-fundadora da We Fab, que presta consultoria para empresas que querem ter os próprios fab labs. Ela também está ajudando a Isvor, a universidade corporativa da Fiat, a implementar um desses laboratórios. “Vai ser o primeiro fab lab dentro de uma empresa no país, todos os funcionários da Fiat e a comunidade em geral poderão usá-lo”, diz ela. “Isso vai ser importante para a rede.”

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Frequentadores do Fab Lab

A maior parte do público do Garagem, primeiro laboratório profissional do Brasil, é composta por estudantes dos cursos de arquitetura, design e engenharia. Os outros frequentadores são recém-formados em busca de informações, empreendedores e hobbistas. “O dia em que o fab lab fica aberto ao público é quarta-feira, aí vem gente de todo o tipo, curiosos, pais com crianças”, diz Eduardo.

Outro laboratório profissional é o Brasília Fab Lab, fundado no começo deste ano pelo designer de produto Guilherme Vargas Garcia, 25, com outros quatro sócios. Em 2012, Guilherme fez um intercâmbio para a Parsons School of Design, nos Estados Unidos, onde conheceu alguns laboratórios de prototipagem. Ao voltar para a UnB, onde estava concluindo a graduação, percebeu que havia na cidade uma grande carência na área de fabricação digital.

Outras formas encontradas por esses laboratórios para ganhar dinheiro são oferecer cursos (“Como construir uma impressora 3D” e “Como fazer robôs de papel cortados a laser” são dois dos workshops ministrados no Garagem) e alugar o espaço para eventos em geral (recentemente, o Insper locou seu fab lab para a Totvs realizar um processo seletivo para contratação de trainees).

Uma das preocupações atuais dos donos dos fab labs paulistanos é um edital da prefeitura para a implantação de 12 laboratórios de fabricação públicos na cidade. “A princípio, parece uma ideia incrível”, diz Heloisa. “Mas temos medo que o conceito de fab lab, que inclui um conjunto de máquinas específicas e uma rede mundial, acabe se distorcendo no meio do caminho.” No entanto, ela acredita que, se os princípios da rede foram seguidos à risca, o projeto pode dar certo e ajudar a tornar esses espaços mais populares. “Afinal, a ideia dos fab labs é essa mesmo, a de servir a comunidade.”

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT 

Cabeça de dono: quatro lições de Bernardo Hees, CEO global da Heinz

Bernardo Hees

– “Mas e se eu não gostar de gente, o que eu faço?”

– “Cara… trabalha no zoológico”

A anedota é do bem humorado Bernardo Hees, ex-bolsista da Fundação Estudar e sétimo CEO da história de 150 anos da gigante dos alimentos Heinz. Há menos de um ano ocupando o cargo, agora seus desafios prometem ser ainda maiores: a fusão com outra gigante, Kraft, transformará a empresa em The Kraft Heinz Company. Bernardo compartilhou experiências em uma conversa com 60 empreendedores no Encontro dos Empreendedores Endeavor, em Campos do Jordão (SP), dias antes no anúncio da fusão.

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Orgulho e humildade são palavras-chave para o executivo de apenas 45 anos de idade. Ele também já foi presidente da ALL (América Latina Logística) e do Burger King, além de ser sócio da 3G Capital Investimentos, fundada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.

Para traduzir a cultura da Heinz em apenas uma palavra, Bernardo escolheu ownership. Claro, em português seriam três palavras: cabeça de dono. E ele mesmo é exemplo disso, por ter chegado ao comando da companhia sem entender praticamente nada do negócio. Por isso, faz questão de exaltar a importância de botar a mão na massa e de ter se cercado de gente boa para ajudá-lo. Nas duas experiências anteriores à frente de grandes empresas, não foi muito diferente: tinha que correr atrás. Ambas acabaram agregando muito à experiência na Heinz, que se tornou seu projeto de vida.

Assista também ao bate-papo do Na Prática com Bernardo Hees

Confira as principais lições dessa inspiradora e descontraída conversa:

1. É preciso disciplina e responsabilidade para entregar o sonho de sua empresa

Quando criança, meu quarto vivia bagunçado. Na faculdade, eu era daqueles que só estudavam em véspera de prova. Não sou disciplinado por natureza, mas me tornei disciplinado. Por exemplo, eu me programo para me adaptar a fuso horários – trabalho, como e durmo no avião. Imagina se vou chegar na Austrália, com 500 pessoas querendo falar comigo, e em vez de atendê-los, eu vou dormir? Eu não posso deixar as pessoas me esperando.

Na 3G, a gente quer ser dono. Nossa visão é perenidade: quando pensamos Heinz, pensamos longo prazo. O Jorge Gerdau sempre diz que o principal agente social de mudança é o empresário. É ele o cara que transforma, toma riscos, não espera para fazer. O empreendedor coloca seus recursos, seu dinheiro e tempo, na linha de frente. Empreender é mudar o ambiente. Por isso eu sinto uma grande humildade para aprender e responsabilidade de construir o sonho da Heinz.

2. Antes de inventar, faça o óbvio e aprenda muito

Eu não entendia nada do negócio quando assumi o Burger King. Meus três primeiros dias como CEO eu passei dentro da loja, sendo certificado. Além disso, a história da rede é uma história de turnaround. A marca estava perdendo espaço no mercado americano e à beira de um colapso financeiro. Chegamos muito rapidamente a um plano de como revolucionar a marca, mas no primeiro ano e meio, só fizemos coisas de bom senso. Ou seja, não inventamos nada, tentamos copiar o que dá certo. Focamos em aplicar um sistema de meritocracia, passar regras claras aos colaboradores, controlar os números, fazer reuniões de performance.

Nosso time era muito pequeno. Fomos a mercado e convenci o melhor franqueado a vender a participação que ele tinha em Chicago e vir assumir o negócio comigo, como presidente para a América do Norte. Quando nós o conhecemos, ele tinha uma lista de 100 coisas que achava que nós fazíamos errado. Quando ele veio ser executivo, perguntamos: “Você ainda tem essa lista? Agora vai consertar!”

Se você assume uma postura em que acha que sabe de tudo e vai entrar em um negócio novo, você já era. Eu olhava para a loja do Burger King na operação, entendendo cada detalhe, com ajuda do franqueado. Eu me cerquei de gente boa e que conhecia o negócio para conseguirmos alavancar. A gente [na 3G] não acredita nisso de comprar uma empresa e deixar pra lá. Temos uma cultura de mão na massa. Na Heinz, a primeira semana foi entender da governança, da estrutura. Na segunda semana, eu estava na fábrica de Freemont, Ohio, sendo certificado como operador de ketchup.

3. Identifique, acredite e invista em gente boa

Gente boa pode fazer coisas extraordinárias. Na prática, isso significa que se o cara é talentoso, ele aprende. O primeiro ponto importante desse cara é ter vontade. Todo mundo tem um tempo de aprendizado, mas se tem que pedir para o cara fazer as coisas, não é bom sinal. Ver um olho brilhando é chave, independente do que seja que a pessoa quer fazer. Errar não tem problema, não pode ter medo de errar. Mas o cara bom, se errar, vai corrigir.

O segundo ponto é mirar as coisas que você pode aprender e melhorar, trabalhar em cima delas e entregar resultados. Vejo muita gente inteligente, capaz, mas que, em algum momento, para de trabalhar e começa a pensar demais no que incomoda. Não pode chegar ao ponto de ficar reclamando do chefe, do mundo… é como estar em um relacionamento e brigar toda sexta à noite, em vez de ir ao cinema. As pessoas boas acham seu caminho. E a gente realmente acredita em gente boa.

4. Aprender com seu negócio é aprender com você mesmo

No sistema de meritocracia, te dão desafios que você não espera. É como a pista ser menor que o avião. Você faz a pista ficar do tamanho certo e te dão um avião maior.

Sou bem crítico e duro comigo mesmo, talvez mais do que eu devesse. Posso ter dado sorte porque, desde a época de estagiário, tive chefes que fizeram avaliações bem claras de mim. Posso não ter concordado no momento com um feedback ou outro, mas depois passei a achar que me ajudava, porque eu pelo menos pensava no que me diziam. Era o caso de perceber, nem que só dois anos depois, que o meu chefe estava certo. É um processo de amadurecimento natural, mas que não tem nada a ver com idade. Reconheça em que você é bom, construa em cima disso e minimize os pontos em que não é tão bom assim. Não tente mudar o que você é. Aprender com seu negócio é aprender com você mesmo.

Na posição de dono, não tem jeito. Estamos liderando e desenvolvendo pessoas, então temos que nos tornar melhores todos os dias.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor 

O passo a passo para fazer um concurso público pela primeira vez

Grupo jovem etnicamente diverso estuda ao sol

Você nunca prestou um concurso público, mas pretende fazer isso em breve? É bom tomar cuidado para não cometer erros de principiante.

O alerta é de Nestor Távora, coordenador do curso preparatório LFG. De acordo com ele, o pecado mais comum dos “marinheiros de primeira viagem” é não dar atenção suficiente ao edital do concurso. Ele compara o documento ao contrato de um cartão de crédito. “É um texto aparentemente burocrático, árido, que pouca gente lê, mas que faz muita diferença”, afirma.

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O edital merece toda a atenção, segundo ele, porque traz datas, requisitos para a candidatura, detalhes sobre o conteúdo da prova, entre outras informações preciosas para o sucesso do candidato.

O descaso com a leitura do documento, muitas vezes, é consequência da pressa – a grande inimiga dos iniciantes, na opinião de Fernando Bentes, diretor do site Questões de Concursos. “O candidato é guiado pelo impulso: compra qualquer livro, se matricula em qualquer curso e, com isso, perde tempo e dinheiro”, diz ele.

Para Sérgio Camargo, advogado especialista em concursos, os novatos também estão particularmente propensos à falta de foco. “Muitas pessoas dão tiros para todos os lados, sem compromisso, e muitas vezes desistem quando não encontram o resultado fácil esperado”, explica.

Quer evitar frustrações? Veja a seguir um passo a passo para aterrissar com segurança no mundo dos concursos, segundo os três especialistas ouvidos por EXAME.com:

1. Escolha uma carreira

Segundo Távora, o candidato pode basear sua opção em dois critérios: seu interesse pela instituição empregadora ou sua afinidade com o cargo. Alguns podem buscar uma carreira qualquer no INSS, enquanto outros podem mirar diversos concursos para promotor, por exemplo.

O importante é que o concurseiro não perca tempo prestando provas que nada têm a ver com ele. “A escolha da carreira deve levar em conta seus objetivos, sejam eles recompensa salarial, satisfação profissional ou modo de vida”, afirma Bentes.

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2. Estude o edital e os exames anteriores

Definido o alvo, é hora de buscar o maior número possível de referências a respeito dele. A dica de Távora é usar a internet para recuperar provas antigas. “É uma forma de compensar a sua inexperiência com concursos”, explica o coordenador da LFG.

Também é essencial analisar em profundidade os detalhes do último edital. O objetivo é reunir o maior número possível de informações para o próximo passo: a sua preparação para o exame.

3. Defina uma estratégia de estudos

Consciente do número de disciplinas a estudar – e, principalmente, do peso de cada uma para o resultado – você precisa definir sua rotina até o dia da prova.

Quantas horas semanais serão necessárias para a preparação? Quais são os melhores livros de cada disciplina? Para chegar a essas respostas, o candidato pode conversar com outros estudantes e professores, além de consultar fóruns e ferramentas especializadas na internet. Bentes também aconselha que o principiante investigue as técnicas de estudo dos aprovados.

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4. Considere a ideia de fazer um curso preparatório

Muitos candidatos têm ótimos resultados estudando sozinhos, mas também é possível fazer aulas com professores especializados em concursos. Se sua a opção for a segunda, impõe-se outra escolha: fazer um curso pela internet ou numa escola física?

Segundo Bentes, há prós e contras nas duas alternativas. Aulas online são mais convenientes e baratas, mas abrem menos espaço para tirar dúvidas. Já as aulas presenciais costumam mais caras, ao mesmo tempo em que garantem um acompanhamento mais próximo de cada aluno.

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com 

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