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‘Nós somos o que escolhemos’: leia o discurso de Jeff Bezos, fundador da Amazon, aos formandos de Princeton

Jeff Bezos

Nas formaturas das grandes universidades norte-americanas, é comum que alguns dos maiores líderes da atualidade – ex-alunos dessas instituições – sejam escolhidos para deixar suas mensagens aos estudantes prestes a se de formar. Inspiradores, irreverentes ou reveladores, esses discursos são sempre fonte de boas lições para todos que estão entrando no mercado de trabalho e começando suas carreiras.

Neste final de ano, o Na Prática buscou reunir alguns dos melhores discursos de formatura dos últimos anos para inspirar os seus leitores a sonhar grande e perseguir uma carreira de alto impacto.

A seguir, leia em português o discurso completo de Jeff Bezos, fundador da Amazon, para a classe de 2010 da famosa escola de negócios de Princeton. O texto, inclusive, foi recomendado pelo empreendedor Nizan Guanaes em encontro com integrantes da Fundação Estudar e outras organizações no final deste ano. Confira:

Quando criança, eu passava minhas férias de verão com meus avós na fazenda deles no Texas. Eu ajudava a consertar os moinhos de vento, vacinar o gado e realizar outras tarefas. Também assistíamos telenovelas, de tarde, principalmente “Days of our Lives”. Meus avós eram sócios de um clube de caravanismo, que reunia um grupo de donos de trailers de viagem Airstream que percorriam juntos os Estados Unidos e o Canadá.

De quando em quando, viajávamos com eles. Prendíamos o trailer no carro de meu avô e saímos em uma longa fila de trezentos aventureiros. Eu adorava e tinha verdadeira devoção por meus avós e esperava ansiosamente por estas viagens. Em uma delas, eu tinha 10 anos e estava deitado no assento traseiro do carro. Meu avô estava ao volante e minha avó, no assento de passageiro. Ela fumava durante todas as viagens e eu odiava o cheiro.

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Com essa idade, eu aproveitava todas as oportunidades para fazer cálculos aritméticos e estimativas. Calculava nossa quilometragem com um tanque de gasolina, criava estatísticas inúteis com coisas como as despesas nos mercados. Tinha ouvido um anúncio da campanha contra o fumo. Não me recordo bem dos detalhes, mas, basicamente, dizia que a cada tragada de cigarro, reduzíamos nossas vidas em alguns minutos. Acho que era algo como dois minutos por tragada. De qualquer forma, decidi fazer alguns cálculos para minha avó.

Estimei o número de cigarros por dia, o número de tragadas por cigarro e assim por diante. Quando achei que havia chegado a um resultado razoável, aproximei-me do banco dianteiro, toquei com os dedos o ombro de minha avó e proclamei com orgulho: “A razão de dois minutos por tragada, a senhora reduziu sua vida em nove anos”. 

Tenho uma lembrança muito vívida do que aconteceu, e não foi nada do que eu esperava. Minha expectativa era ser aplaudido em razão de minha inteligência e minhas habilidades aritméticas: “Jeff, você é tão inteligente! Teve de fazer operações aritméticas difíceis, calcular o número de minutos que há em um ano e fazer operações de divisão”. Não foi o que aconteceu. Minha avó começou a chorar. Sentei-me no banco traseiro e não sabia o que fazer.

Enquanto minha avó chorava, meu avô, que dirigia em silêncio, parou no acostamento. Ele desceu do carro, deu a volta, abriu minha porta e esperou que eu o seguisse. Encrenca para meu lado?

Meu avô era um homem muito inteligente e calado. Nunca se dirigira a mim de forma áspera. Achei que esta seria a primeira vez. Ou, talvez, ele fosse me pedir que voltasse ao carro e pedisse desculpas a minha avó. Nunca tivera nenhuma experiência nesse tipo de coisas com meus avós e não podia imaginar as consequências disso. Paramos ao, lado do trailer. Ele olhou para mim em silêncio e, após alguns segundos, calma e gentilmente disse: “Jeff, um dia você vai entender que é mais difícil ser bom do que inteligente”.

Hoje, gostaria de falar com vocês sobre a diferença entre dons e escolhas. A inteligência é um dom. A bondade é uma escolha. Os dons são fáceis. Afinal, eles nos foram dados. As escolhas podem ser difíceis. Se não tomarem cuidado, vocês podem deixar-se seduzir por seus dons e, se assim for, será provavelmente em detrimento de suas escolhas.

Este é um grupo de pessoas com muitos dons. Tenho certeza de que um desses dons é um cérebro inteligente e capaz. Estou seguro de que seja assim, porque a admissão na escola é competitiva e, se não houvesse nenhum sinal de que vocês são inteligentes, os examinadores não os teriam deixado entrar.

Seus conhecimentos serão de grande serventia porque vocês vão entrar em um mundo de maravilhas. Nós, seres humanos, caminhando a passos lentos como estamos, vamos nos surpreender. Vamos inventar formas de gerar energia limpa, muita energia limpa. Átomo a átomo, vamos montar máquinas minúsculas que atravessarão as paredes das células, para repará-las. Este mês aparece a extraordinária, mas inevitável, notícia de que conseguimos sintetizar a vida.

Nos anos vindouros, não somente vamos sintetizá-la, mas também projetá-la segundo especificações. Acho que vocês até chegarão a ver os seres humanos entendendo o cérebro humano. Júlio Verne, Mark Twain, Galileu, Newton — todos os curiosos de épocas passadas gostariam de estar vivos nos tempos de hoje. Enquanto civilização, teremos tantos dons, assim como vocês, individualmente, sentados aqui diante de mim, têm tantos dons.

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Como vocês vão usar esses dons? E vão sentir-se orgulhosos de seus dons ou de suas escolhas?

Tive a ideia de começar a Amazon há dezesseis anos. Fiquei sabendo que o uso da internet crescia 2.300% ao ano. Nunca tinha visto ou ouvido a respeito de algo que crescesse tão depressa e a ideia de criar uma livraria online com milhões de livros — algo que simplesmente não poderia existir na realidade — me entusiasmava.

Tinha acabado de completar 30 anos de idade e um ano de casado. Disse a minha mulher, MacKenzie, que eu queria largar meu emprego e partir para essa ideia maluca, que provavelmente não daria certo, porque muitas empresas recém-fundadas não sobrevivem, e eu não sabia o que poderia acontecer depois.

MacKenzie, que também se formara em Princeton e está sentada aqui na segunda fila, me disse que eu deveria tentar.

Na infância, eu havia sido inventor de garagem. Inventara um mecanismo de fechamento automático de portões usando pneus cheios de cimento, um forno solar (que não funcionou muito bem) usando um guarda-chuva e folha de alumínio, e alarmes de assadeira para enganar meus irmãos. Sempre quis ser inventor e ela queria que eu seguisse minha paixão.

Eu trabalhava em uma instituição financeira em Nova York com muitos colegas inteligentes e tinha um chefe brilhante a quem admirava muito. Fui falar com ele e contei-lhe que queria criar uma empresa de venda de livros na internet. Ele me levou para um longo passeio no Central Park, ouviu-me com atenção e, por fim, disse: “Parece uma boa ideia, mas seria uma ideia muito melhor para alguém que não tivesse um bom emprego”.

O argumento me pareceu sensato e ele me convenceu a pensar por 48 horas antes de tomar uma decisão final. Visto daquela perspectiva, era uma escolha realmente difícil, mas, finalmente, decidi que tinha que tentar. Achava que não me arrependeria de tentar, mesmo que fracassasse. Era melhor do que atormentar-me, para sempre, por não haver tentado. Depois de pensar muito, escolhi trilhar o caminho menos seguro de ir atrás de minha paixão, e orgulho-me dessa escolha.

Amanhã, de modo muito real, começa de zero a vida da qual vocês serão os autores. 

Como vocês vão usar seus dons? Que escolhas farão? A inércia os guiará ou vocês seguirão suas paixões? Seguirão um dogma ou serão originais? Escolherão urna vida de facilidades ou uma vida de serviço e aventura? Desaminarão frente às críticas ou seguirão suas convicções? Quando estiverem errados, vão trapacear ou pedir desculpas? Vão proteger seus corações contra possíveis rejeições ou agir quando se apaixonarem? Vão jogar o jogo com cautela ou arriscar-se um pouco? Nas dificuldades, vão desistir ou persistir? Serão pessimistas ou criadores? Buscarão a esperteza à custa de outros ou a bondade?

Vou arriscar uma previsão. Aos 80 anos, em um momento de reflexão, ao narrar para você mesmo a versão mais pessoal de sua história, a parte mais coerente e que fará mais sentido será a lista de escolhas que você fez. No final das contas, nós somos as nossas escolhas. Faça de sua história uma grande história. Obrigado e boa sorte!

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Inspire-se com os 10 vídeos mais vistos no Na Prática em 2015

Velejador Amyr Klink

Do empreendedor Jorge Paulo Lemann ao CEO mais jovem do Brasil, passando pelo presidente do Google e pelo navegador Amyr Klink, 2015 foi um ano cheio de inspiração no canal de vídeos do Na Prática. Para nosso portal, esse foi um ano excelente!

Por meio do nosso conteúdo em vídeo, milhares de pessoas tiveram acesso às lições de carreira de alguns dos maiores líderes do país, e puderam aplicar esse aprendizado em suas próprias decisões profissionais rumo à uma carreira de alto impacto.

A seguir, listamos os dez vídeos mais assistidos de 2015 no Na Prática:

1. Lições de Jorge Paulo Lemann: Esforço e Fracasso

2015 foi um ano de sucesso para Jorge Paulo Lemann, empresário mais bem-sucedido do Brasil e um dos fundadores da Fundação Estudar. Ele foi leito pelo terceiro ano consecutivo o líder mais admirado do país, de acordo com o ranking da Carta Capital. Mas, como todos nós, o empresário também teve seus fracassos. A seguir, ele fala sobre como lidar com eles:

2. Pedro Bueno, CEO mais jovem do país, e a liderança no início da carreira

Para lidar com a falta de experiência, Pedro recomenda “dar duro” – essa é a melhor forma de se destacar no início da carreira. “Eu sempre quis fazer mais, pegar mais coisa, e me destacava pela vontade de fazer”.

3. Jorge Paulo Lemann: Como surgiu a cultura de trabalho nas suas empresas? 

Em 2015, Jorge Paulo Lemann foi protagonista de algumas das maiores fusões e aquisições do ano — como a fusão entre a Kraft e a Heinz e a compra da cervejaria SABMiller pelo grupo Ab Inbev. O sucesso de seus negócios costuma ser creditado em grande parte à cultura empresarial que ele desenvolveu. No vídeo a seguir, ele explica como é essa cultura:

4. Ricardo Tadeu, da Ambev: Quais características te levaram à posição de CEO? 

Ainda criança, Ricardo já demonstrava um futuro promissor. Aos 12, passou no vestibular e ganhou uma autorização especial para estudar Direito. Formou-se aos 16 anos como o advogado mais jovem do mundo. Contratado pela AB Inbev, ascendeu rapidamente ao cargo de CEO na unidade do grupo no México, que em 2015 foi a primeira filial a ter um faturamento superior ao da unidade brasileira. A seguir, ele fala sobre as características que o levaram ao topo:

5. Bernardo Hees, da Kraft Heinz: O que determina o sucesso de uma cultura nova?

“Todos os erros que eu já cometi na minha trajetória profissional – que foram muitos – aconteceram sempre que eu fui contra a cultura do lugar onde estava”, explica Bernardo Hees. Em 2015, o então CEO da Heinz assumiu o desafio de liderar a recém-formada Kraft Heinz após fusão das duas empresas. No vídeo, gravado algumas horas antes do anúncio oficial da fusão, ele fala sobre o que é necessário para uma nova cultura dar certo:

6. Amyr Klink: Você se considera um empreendedor de sucesso?

Planejar e realizar diversas viagens ao redor do mundo deram ao navegador Amyr Klink grande domínio sobre a temática de empreendedorismo. Formado em economia, ele atuou por pouco tempo na área. “Se você escolhe uma carreira pensando só em fazer sucesso ou ganhar dinheiro, nunca vai conseguir nenhum dos dois”, explica. A seguir, o atleta fala sobre sua visão de sucesso:

7. Fabio Barbosa: O que diria ao jovem que busca encontrar seu propósito?

No mercado de trabalho, o que mudou ao longo dos últimos anos? Para Fábio Barbosa, a resposta é clara: a busca por propósito, por significado na carreira. “A recompensa financeira é consequência natural de você estar fazendo o que gosta”, diz o executivo, amplamente reconhecido por seu trabalho na área de sustentabilidade a frente do Banco Real.

8. José Olympio Pereira: Como foi o início da sua carreira?

Presidente do banco de investimentos Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira está entre os mais notáveis banqueiros do país. No seu currículo constam transações épicas, como as fusões da cervejaria belga Interbrew com a brasileira Ambev, da Bovespa com a BM&F, e várias outras. Mas mesmo os grandes líderes começam em algum lugar. Veja como foi o início da sua carreira:

9. Sofia Esteves: Qual sua dica para o jovem que está escolhendo a carreira?

Se tem uma coisa que podemos afirmar com toda a certeza sobre Sofia Esteves, é que ela entende de gente. Um dos grandes exemplos de empreendedorismo feminino no país, ela fundou um dos maiores grupos de recursos humanos do Brasil, incluindo a DMRH e a Cia. de Talentos. A seguir, ela dá seu conselho para quem está no momento de decidir a carreira:

10. Luiza Trajano: Quais são as principais características de um bom líder?

Luiza Trajano é uma das mulheres mais reconhecidas no meio empresarial brasileiro. Presidente institucional do Magazine Luiza, terceiro maior varejista do país, ela se prepara para assumir em breve também a presidência do conselho do grupo. No vídeo abaixo, a empresária explica o que é preciso para ser um bom líder:

Especial Na Prática: veja os mitos e verdades sobre a carreira em Educação

Alunos do Acelera Brasil fazem projeto

A educação é problema dos políticos, o aprendizado só acontece em sala de aula, é impossível inovar no governo… Quem sonha com uma carreira em educação, com certeza já ouviu comentários desse tipo. A boa notícia é que eles não passam de mitos, e não devem entrar no caminho de quem está disposto a sonhar grande e mudar o ensino no país!

No Especial Educação #1, mostramos as diferentes possibilidades de carreira para trabalhar na área. Neste novo Especial Educação #2, vamos destruir alguns desses grandes mitos sobre a carreira em educação, contando a história de gente talentosa e organizações inventivas que vêm mostrando que a inovação é o caminho para mudarmos o país, aluno por aluno.

A última coisa que queremos é apresentar respostas ou caminhos óbvios. Ao contrário, trazemos cases reais para desmitificar lugares comuns nos quais se esbarra ao tentar executar a mudança na educação. Não teremos soluções, e sim possibilidades!

Quer uma poderosa rede de contatos? Veja os melhores MBAs para isso!

Jovens formados jogam becas de formatura para o ar

As vantagens de fazer uma pós-graduação no exterior, sabe-se, são muitas: aprender com grandes referências mundiais, obtendo conhecimento direto da fonte (muitas vezes, os professores não apenas entendem a teoria apresentada, mas a criaram); estudar em laboratórios de ponta; ampliar seus horizontes e abrir portas para uma carreira global.

Um dos maiores ganhos do MBA são também os contatos que você fizer. Professores, colegas de sala e ex-alunos espalhados pelo mundo… Tudo isso entra na conta do network de uma instituição.

Uma boa rede de contatos, porém, não consiste apenas em números absolutos. É importante saber também quão eficiente ela realmente é com o passar dos anos e o quanto vai te auxiliar. São esses contatos que podem te ajudar a conquistar aquele emprego, a conseguir financiamento para começar sua start-up ou mesmo desenvolver algum projeto pessoal. E sabia que já existe um ranking que mede isso?

Anualmente, a revista The Economist faz uma lista dos 10 melhores networks de MBA, de acordo com notas dos próprios alunos.

A primeira colocada é a Tuck School of Business da Dartmouth College, uma das universidades integrantes da Ivy League (grupo de excelência do ensino superior norte-americano). Fundada em 1900, a Tuck School foi a primeira escola do mundo a oferecer administração na pós-graduação e conta com uma rede atual de aproximadamente 9,750 mil alumni.

Veja a seguir as 10 melhores escola para quem busca bons contatos:

1. Dartmouth College – Tuck School of Business

2. Universidade Stanford – Graduate School of Business

3. Universidade de Notre Dame – Mendoza College of Business

4. Universidade da Virginia – Darden School of Business

5. Universidade de Michigan – Stephen M. Ross School of Business

6. Universidade do Sul da Califórnia (USC) – Marshall School of Business

7. Cornell – Samuel Curtis Johnson Graduate School of Managment

8. Universidade da Carolina do Norte – Kenan-Flagler Business School

9. Harvard Business School

10. IMD – International Institute for Management Development

Este artigo foi originalmente publicado em Estudar Fora, portal de estudos no exterior da Fundação Estudar

Mudança de carreira: de redator publicitário à chefe de cozinha

Chef de cozinha lendo receita

Algumas mudanças de carreira são planejadas a longo prazo, com cursos preparatórios e muita pesquisa. Esse não é o caso de Lucas Ferreira, tanto é que ele foi fazer uma entrevista procurando uma vaga para redator publicitário e acabou conseguindo um posto na cozinha de um restaurante em Portugal. E ele saiu feliz da vida com o novo emprego, optando por seguir a nova carreira como chefe de cozinha a partir desse momento. A seguir, veja como foi essa mudança de carreira: 

Trajetória

A publicidade foi um caminho natural para Lucas, já que tanto seu pai quanto sua mãe trabalharam na área. “Sou filho de redatores publicitários. Para mim, viver de escrever sempre foi uma meta e, desde sempre, frequentava redações de jornais e as salas de criação nas agências onde meu pai trabalhava. Desta forma, quando entrei na faculdade, já tinha um projeto bem claro traçado na minha cabeça. Apesar da eterna crise em relação à publicidade e seus fins, que sempre me acompanhou, eu gostava do meu trabalho como redator”, explica ele, fazendo referência à polêmica sobre a relação entre sua função e o consumismo. 

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A carreira seguia bem e, aos 24 anos, trabalhava em uma grande agência de publicidade em São Paulo. Até que resolveu mudar de ares e buscar sua sorte em Portugal. Lá, por intermédio de um amigo, conseguiu uma entrevista de emprego no Jornal Expresso que mudaria seu destino. “A jornalista era a responsável pelo caderno de gastronomia e ficamos quase três horas conversando sobre comida. Na despedida ela falou que iria me arrumar um emprego, mas que não seria no jornal. Três dias depois eu começava, mais uma vez todo orgulhoso, na cozinha do restaurante Amo-te chiado. Sem experiência alguma, mas com muita motivação! Nunca mais saí da cozinha!”, diz.

Trabalhando na cozinha, ele se encontrou profissionalmente, mesmo diante das dificuldades e de um salário não tão alto fora de sua terra natal. “O meu salário como aprendiz de cozinheiro era suficiente para cobrir minhas despesas e pagar o aluguel que eu dividia com outro cara. Comer eu comia no restaurante, onde ficava desde as 8 ou 9 da manhã até 1 da madrugada. Eu chegava da cozinha as duas da manhã e ficava contando para meus amigos sonolentos curiosidades sobre como limpar uma lula ou a técnica para se cortar uma cebola perfeitamente. Os caras riam. Eu parecia um homem apaixonado, e era. As dificuldades não conseguiam vencer minha vontade de me tornar cozinheiro”, afirma.

Em Portugal conheceu Nicole, sua atual esposa e incentivadora. Trabalharam juntos em Barcelona, na Espanha, e decidiram retornar ao Brasil para abrir um restaurante com algumas economias que fizeram. Mas não seria tão simples assim. “Quando retornamos ao Brasil tínhamos ideia de abrir um restaurante em uma praia mais ao Norte, mas, antes de colocar a ideia em prática fomos roubados. Toda a grana que tínhamos trazido da Europa, que não era muita, estava dentro de um violão. Entraram na nossa casa e levaram o danado. Ficamos quase zerados”, lembra.

Recomeço 

Depois do assalto e sem grana para montar o próprio negócio, o casal teve de buscar recursos de outra forma morando em Pipa, no Rio Grande do Norte. Nicole teve a ideia de vender sanduíches na praia. “Esse obstáculo foi determinante, pois os moradores mais antigos aqui na vila nos conheceram de isopor na mão, porta em porta, dia após dia, vendendo nossos sanduíches. Isso ajudou para que as pessoas da comunidade valorizassem o nosso esforço. Muita gente deu a maior força e somos gratos até hoje por isso”, ressalta ele.

Os sanduíches fizeram sucesso e levantaram a verba suficiente para arbir o restaurante Tapas, que já tem mais de dez anos de existência e um público cativo.  “O Tapas começou sem funcionários, só eu e a Nicole, numa área de vinte metros quadrados, contando o banheiro e a cozinha. Hoje, ele tem mais de uma década e fizemos um duro e sério trabalho por aqui. Eu e minha esposa estamos lá todos os dias, ela no salão e eu dentro da cozinha. E não tem glamour não! A rotina é dura e sacrificante, mesmo estando a poucos metros de uma piscina natural. Acordar cedo, falar com o peixeiro, contas, fornecedores, problema na internet. Tudo isso tenho de lidar por aqui”, descreve.

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Quando perguntado se a criatividade de publicitário o ajuda na criação dos pratos que serve no Tapas, Lucas é enfático. “O trabalho em um restaurante é para quem gosta, porque é duro em São Paulo ou na praia da Pipa. Isso não muda. Muita gente pode fazer a associação entre a criatividade do cozinheiro e diversas outras profissões que exigem ideias novas constantemente. Mas vou te dizer uma coisa: se o cozinheiro é um artista, ele pinta todos os dias as mesmas telas. Um trabalho de repetição muito mais do que inspiração. O esforço é de precisão”, conta.

Ao comentar a mudança de profissão, Lucas encara como um processo natural. Como se o destino o tivesse guiado para sua paixão, sem que ele tivesse planejado completamente a guinada.  “Quando resolvi me tornar um cozinheiro, eu não titubeei nem um segundo e as pessoas que estavam à minha volta sentiam essa energia em mim. Além disso, todos que me conheciam minimamente sabiam da minha paixão pela cozinha. Ninguém estranhou. Meu pai soltou um famoso ‘eu já sabia’. Foi tudo muito natural”, afirma.

Apesar dessa naturalidade, o chefe lembra que o caminho de uma mudança pode se mostrar mais complicado posteriormente. “Mudar de profissão é como parar de fumar. Você decide, dá um passo para o lado e pronto. Mudou. Amanhã não fuma mais.  Mas é aí que as dificuldades começam. Como eu disse antes, quem quer de verdade segue o caminho. Pelo menos para mim foi assim”, finaliza.

Mudança de carreira: formado em medicina, Fred Veloso encontrou sua vocação nos palcos

Grupo de pessoas sorrindo

O sonho de muitos pais é que o filho ou filha se forme em medicina. Mas, e quando ele começa a faculdade e descobre que existe algo que lhe dá mais prazer na vida? Nesse tipo de situação, a desconfiança da família tende a ser grande… Ainda assim, nada que tenha amedrontado o ator Fred Veloso, que percebeu que pode promover o bem-estar das pessoas para além dos hospitais mais especificamente, em cima do palco.

Filho de um biomédico, Fred Veloso foi aprovado no concorrido vestibular de medicina da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). No quarto ano do curso, em 2006, participou de um projeto de extensão do Diretório Acadêmico chamado “O Caminho”, que promovia encontros entre estudantes e pacientes do Hospital das Clínicas afim de humanizar o atendimento hospitalar. Nesses encontros, passava muito tempo com os pacientes e interagia com eles, promovendo pequenos jogos ou sketches (atuações rápidas). Ali, ele finalmente encontrou o que lhe deixava feliz.

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“Quando eu comecei a fazer teatro para aqueles pacientes, eu me senti feliz pela primeira vez diante de um ofício. É difícil explicar, mas eu sempre busquei ser médico por um motivo nobre, de ajudar o próximo, de fazer a diferença, mas eu nunca havia pensado no que eu realmente queria”, afirma Veloso.

As coisas ficaram mais sérias e, ao lado de outros colegas, decidiu sair daquele projeto para criar um grupo de teatro amador chamado “Os Pelegos”. Nesse grupo, Fred teve contato com o renomado ator Jorge de Paula, grande fonte de inspiração para a mudança de carreira.

“Jorge de Paula foi o meu grande mentor e inspirador para que eu mudasse de carreira. O grupo amador foi crescendo, Jorge nos orientou para fazer uma peça infantil e, por meio de conversas com ele, eu finalmente percebi que tinha que mudar de carreira. Que, apesar de achar medicina muito legal, era de atuação e do palco que eu gostava mais, o que eu amava fazer e era feliz fazendo”, afirma o ator.

Com a nova paixão, Veloso decidiu abandonar a faculdade de medicina, mas foi convencido pela mãe a terminar o curso. Medicina e Teatro passaram a conviver até o fim da graduação, mas ele sabia o que realmente queria. “Sempre estudei o dobro do necessário para todos os meus trabalhos como médico. Eu nunca queria ser chamado atenção por levar ‘uma vida dupla’, de ser médico querendo ser ator”, explica.

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A rotina na medicina, quase sempre ligada à área de emergência, tinha alguns obstáculos. “O que mais me incomoda é que o ambiente de trabalho é muito fechado. Os médicos acham que tudo gira ao redor daquilo ali e que não há nada lá fora. É um mundo fechado, onde as pessoas consideram que ter mais técnica significa serem melhores médicos e desconsideram que o mundo e os seres humanos têm outras multitudes”, analisa.

Com todo seu talento atuando, a estreia como profissional no teatro não demorou e veio em julho de 2007 com a peça O Rififi no Picadeiro, com texto de Marco Camarotti, grande pesquisador de teatro infantil. Já formado em medicina, Fred Veloso decidiu estudar teatro fora do país. Fez um curso de verão na tradicional Escola Guildhall, na Inglaterra, e depois, em 2010, foi aprovado na escola Stella Adler, em Nova York (EUA).

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Assim, o jovem que descobriu o teatro durante o curso de medicina ingressava na escola de atuação que formou atores do porte de Marlon Brando, Robert De Niro, Warren Beatty, Elaine Stritch e Candice Bergen.

Autoconhecimento A vida fora do país não é nada glamorosa, ao contrário do que muitos podem imaginar. Fred credita um aprendizado enorme ao período morando nos Estados Unidos. “Viver fora do Brasil me abriu os olhos para entender muito mais sobre minha personalidade. Acho que me ajudou a entender que sou eu que tenho que fazer as coisas acontecerem.  Aqui no Brasil a gente gosta muito de estereótipos. Falo às pessoas que sou ator e fiz peça infantil, então eles julgam uma peça de má qualidade com palhaços esquisitos e gente gritando e cantando músicas no palco. Eu falo que sou médico, então eles acham que sou Patch Adams [médico que inspirou o filme estrelado por Robin Williams]”, afirma.

Depois de graduado, voltou ao Rio de Janeiro e ainda concilia a rotina de médico com os palcos. E, segundo ele, existem habilidades comuns nos dois ramos. “Eu ainda trabalho como médico, tenho que pagar o aluguel (risos)! Mas eu decoro textos muito facilmente como ator, porque eu tinha milhares de técnicas mnemónicas que tive que aprender fazendo medicina. Decorar em medicina é como respirar. Logo, como ator, fica fácil memorizar textos. Mesmo Shakespeare, que tive que encarar mais de uma vez em inglês, foi bem tranquilo”, ressalta.

E os pacientes que são atendidos pelo médico Fred Veloso ganham de brinde sonhos especiais. “Eu penso em teatro todo dia, pratico textos todos os dias. Faço monólogos de Shakespeare para meus pacientes dormindo assim eles não pensam que eu sou louco e isso me deixa muito feliz. Qualquer oportunidade para atuar é infinitamente bem-vinda. Mesmo que seja um pequeno teste”, relata.

Para o futuro, Fred Veloso pretende se afirmar como ator e se dedicar integralmente à nova carreira. “Ser ator não é fácil, obviamente. Eu não me importo, eu sei o que me faz feliz e eu vou buscar isso para sempre. Eu penso que, no futuro, estarei fazendo muito teatro, filme, seriados, tv …Parece fantasioso e talvez seja, mas eu não consigo visualizar outra pessoa daqui a dez ou vinte anos”, finaliza.

CDO: O que faz um Chief Digital Officer, a nova posição de liderança nas empresas?

Homem mexe em tablet em mesa de café

Vamos terminar 2015 com uma certeza no mundo dos negócios: o jogo mudou. E a integração de tecnologias emergentes foi o combustível das transformações que impulsionaram o nascimento e a consolidação de startups disruptivas, inovadoras, capazes de subverter a ordem de setores até então dominados por modelos imunes aos impactos da digitalização.

Este foi o ano em que assistimos a gestação de “empresas unicórnio”, avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, que encontraram no mercado brasileiro um solo fértil para fincar suas raízes com os ingredientes indispensáveis para a proliferação de negócios baseados em bits. Dois fatores principais adubaram o ganho de market share por parte de empresas fecundadas com DNA essencialmente digital no país.

O primeiro foi o rápido e contínuo crescimento da nossa base de internautas. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE, 9,8 milhões de novos brasileiros com mais de 10 anos passaram a acessar a Web em 2014, alcançando 54,4% da população (mais de 95 milhões de pessoas conectadas).

O outro é a febre dos smartphones, que superaram 76 milhões de unidades no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a Nielsen Ibope, o que representa um aumento de 48% se comparado ao mesmo período de 2014 e uma penetração de 61% entre os 125 milhões de brasileiros que usam celular.

Leia também: Como você ousa (não) ser um CEO?

Como decorrência do nascimento desta nova geração de conectados, surgem – e continuarão surgindo – empresas e modelos criados a partir da integração de sistemas e a associação de plataformas mobile com geolocalização, big data, redes sociais, marketing on-line e uma infinidade de ferramentas e tecnologias a serem ainda inventadas para garantir maior alcance ao consumidor, identificando onde está, o que deseja e quanto quer pagar.

Acha que tudo não passa de um modismo passageiro? Então é bom saber que já há empresas conquistando maiores índices de conversão em vendas em dispositivos móveis e apps do que no desktop e que muitas delas sequer cimentaram um tijolo no mundo físico.

Dispostos a experimentar e navegar em apps que nos ajudem a deixar a vida mais fácil e econômica, como desde chamar um motorista, pedir um delivery, trocar mensagens, pesquisar e comparar produtos e preços ou pagar uma conta no banco, incorporamos o smartphone na nossa rotina e este é certamente um hábito que não iremos abandonar, assim como aconteceu rapidamente quando o telefone foi inventado e servia apenas para (lembram?) falar.

No Brasil, a nova onda empreendedora já tem incomodado e despertado corporações gigantes de diversos segmentos, que correm para se adaptar aos novos tempos e não perder a competitividade em decorrência das mudanças nos comportamentos de consumidores cada dia mais conectados e dispostos a aderir a serviços que ofereçam mais qualidade e agilidade por um preço menor, um comportamento também impulsionado especialmente em períodos de crise.

Entra em cena o CDO. Um sinal claro do interesse das empresas brasileiras na transformação de seus negócios está no aumento da procura e contratação de um “novo C”, o CDO – Chief Digital Officer, profissionais que vêm ganhando mais poder nas corporações americanas e que, por aqui, também já são chamados para analisar e desenvolver projetos focados em inovação e digitalização não apenas do core business, de produtos e serviços, mas de todos os departamentos, do chão de fábrica a logística, do marketing e vendas ao RH. De acordo com a organização CDO Club, desde 2013 a contratação destes profissionais vem dobrando a cada ano no mercado americano.

Cada vez mais desejado pelas empresas, o CDO tem a função básica de transformar análogo em digital.

Ele ainda é um profissional raro, já que, além de estar sempre com o radar ligado para as novas tecnologias e tendências, deve reunir diversas habilidades ainda difíceis de encontrar em um único curriculum, como conhecimentos em mobile, e-commerce, meios de pagamento, marketing digital, social media, localização e várias outras competências necessárias para fazer o meio de campo entre as áreas de TI e negócios.

Em alguns casos, provavelmente veremos o CDO tomar a cadeira do CEO e se transformar no principal executivo de organizações que alicerçarem seus modelos em estratégias digitais para conquistar, engajar, fidelizar e monetizar clientes.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Fundação Schwab lança canal de dicas para empreendedores sociais

fundador klaus schwab no world economic forum

Para quem procura saber mais sobre impacto social, a plataforma Innovators for Impact (Inovadores para Impacto, em tradução livre) — que acaba de ser lançada pela Fundação Schwab — promete ser uma boa fonte de informação e inspiração. O site está hospedado no portal do Fórum Econômico Mundial e reúne uma série de vídeos e textos relatando a experiência de empreendedores sociais do mundo todo, que falam sobre como criaram mudança social as lições aprendidas ao longp de suas carreiras.

Tanto a Fundação Schwab quanto o Fórum Econômico Mundial tem em comum o mesmo fundador, o executivo alemão Klaus Schwab. O objetivo dessa nova empreitada, segundo relata a Folha de São Paulo, é inspirar outras pessoas a aderirem ao movimento global do empreendedorismo social.

Leia também: As oportunidades para quem quer empreender com impacto social

Quem acessar o portal da Innovators for Impact encontrará histórias de empreendedores como Martin Burt, criador da Fundação Paraguaia, a primeira instituição de microfinanças a atuar no Paraguai e Mark Ruiz, um ex-executivo da Unilever, nas Filipinas, que co-fundou a Hapinoy, uma organização dedicada à auxiliar pequenos comerciantes do país asiático. Todo o conteúdo é de acesso livre e pode ser conferido aqui.

 

Concorra a bolsa de estudos para curso de empreendedorismo social nos EUA

jovens discutindo projeto com postit e canetas

Já imaginou estudar por três semanas em uma universidade americana de excelência com todas as despesas pagas? Essa pode ser a sua chance! Estão abertas as inscrições para o Hansen Summer Institute on Leadership and International Cooperation, um programa que reunirá jovens do mundo inteiro para estudar sobre resolução de conflitos e empreendedorismo social. O prazo para candidatura vai até o dia 4 de janeiro de 2016.

O curso será realizado na Universidade de San Diego, na Califórnia, Estados Unidos, entre os meses de junho e julho de 2016. Serão selecionados 20 participantes, sendo 5 americanos e 15 estrangeiros.

Todos receberão bolsa de estudos integral que cobre passagens aéreas, transporte para todas as atividades, acomodação, alimentação, seguro saúde e materiais do programa. Os participantes deverão arcar apenas com os custos do passaporte e visto.

Sobre o curso – Os bolsistas receberão treinamento prático sobre temas como negociação, mediação de conflitos e trabalho em equipe. Segundo o instituto, “eles vão aprender a escutar ativamente e buscar interesses comuns parea construir pontes de cooperação realistas”. Além de assistir a aulas e participar de palestras, debates e workshops, os participantes irão conhecer líderes políticos e empresariais. Estão previstas também excursões para atrações de San Diego como o Sea World e o Jardim Zoológico.

Quem pode se candidatar?
Os pré requisitos para candidatura são:
– Estar cursando o terceiro ou o quarto ano da graduação ou ser estudante de pós-graduação em áreas ligadas a relações internacionais, diplomacia, desenvolvimento econômico internacional, etc;
– Ter entre 20 e 25 anos em 1º de janeiro de 2016;
– Ter potencial de liderança demonstrado na comunidade, região ou país;
– Ter um professor que possa atestar por escrito sua proficiência na língua inglesa;
– Ter um passaporte e um visto para os Estados Unidos válidos antes do programa começar.

Estudantes que nunca estiveram nos Estados Unidos receberão preferência no processo seletivo, embora todos possam se candidatar. Saiba mais no site do programa e faça sua inscrição

‘Ser demitido foi a melhor coisa que poderia ter acontecido’: leia o discurso de Steve Jobs aos formandos de Stanford

Steve Jobs

Filho de um casal que jamais chegou a ir para a faculdade, o começo de carreira de Steve Jobs teve muitos ingredientes para um futuro pouco promissor. Ele largou a faculdade (e nunca voltou para lá!), estudou matérias pouco ortodoxas e foi demitido publicamente da empresa que criou… Na hora de ligar os pontos, no entanto, tudo isso acabou fazendo sentido. Morto em 2010, ele pode até ter um legado polêmico, mas é indiscutível o seu lugar entre os líderes mais inovadores das últimas décadas.

Neste final de ano, o Na Prática buscou reunir alguns dos melhores discursos de formatura dos últimos anos para inspirar os seus leitores a sonhar grande e perseguir uma carreira de alto impacto.

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A seguir, veja os melhores trechos em português da mensagem de Steve Jobs para a classe de 2005 da Universidade de Stanford:

Estou honrado por estar aqui com vocês em sua formatura por uma das melhores universidades do mundo. Eu mesmo não concluí a faculdade. Para ser franco, jamais havia estado tão perto de uma formatura, até hoje. Pretendo lhes contar três histórias sobre a minha vida, agora. Só isso. Nada demais. Apenas três histórias.

A primeira é sobre ligar os pontos.

Eu larguei o Reed College depois de um semestre, mas continuei assistindo a algumas aulas por mais 18 meses, antes de desistir de vez. Por que eu desisti?

Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era jovem e não era casada; estava fazendo o doutorado, e decidiu que me ofereceria para adoção. Ela estava determinada a encontrar pais adotivos que tivessem educação superior, e por isso, quando nasci, as coisas estavam armadas de forma a que eu fosse adotado por um advogado e sua mulher. Mas eles terminaram por decidir que preferiam uma menina. Assim, meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam um telefonema em plena madrugada ¿”temos um menino inesperado aqui; vocês o querem?” Os dois responderam “claro que sim”. Minha mãe biológica descobriu mais tarde que minha mãe adotiva não tinha diploma universitário e que meu pai nem mesmo tinha diploma de segundo grau. Por isso, se recusou a assinar o documento final de adoção durante alguns meses, e só mudou de idéia quando eles prometeram que eu faria um curso superior.

Assim, 17 anos mais tarde, foi o que fiz. Mas ingenuamente escolhi uma faculdade quase tão cara quanto Stanford, e por isso todas as economias dos meus pais, que não eram ricos, foram gastas para pagar meus estudos. Passados seis meses, eu não via valor em nada do que aprendia. Não sabia o que queria fazer da minha vida e não entendia como uma faculdade poderia me ajudar quanto a isso. E lá estava eu, gastando as economias de uma vida inteira. Por isso decidi desistir, confiando em que as coisas se ajeitariam. Admito que fiquei assustado, mas em retrospecto foi uma de minhas melhores decisões. Bastou largar o curso para que eu parasse de assistir às aulas chatas e só assistisse às que me interessavam.

Nem tudo era romântico. Eu não era aluno, e portanto não tinha quarto; dormia no chão dos quartos dos colegas; vendia garrafas vazias de refrigerante para conseguir dinheiro; e caminhava 11 quilômetros a cada noite de domingo porque um templo Hare Krishna oferecia uma refeição gratuita. Eu adorava minha vida, então. E boa parte daquilo em que tropecei seguindo minha curiosidade e intuição se provou valioso mais tarde. Vou oferecer um exemplo.

Na época, o Reed College talvez tivesse o melhor curso de caligrafia do país. Todos os cartazes e etiquetas do campus eram escritos em letra belíssima. Porque eu não tinha de assistir às aulas normais, decidi aprender caligrafia. Aprendi sobre tipos com e sem serifa, sobre as variações no espaço entre diferentes combinação de letras, sobre as características que definem a qualidade de uma tipografia. Era belo, histórico e sutilmente artístico de uma maneira inacessível à ciência. Fiquei fascinado.

Mas não havia nem esperança de aplicar aquilo em minha vida. No entanto, dez anos mais tarde, quando estávamos projetando o primeiro Macintosh, me lembrei de tudo aquilo. E o projeto do Mac incluía esse aprendizado. Foi o primeiro computador com uma bela tipografia. Sem aquele curso, o Mac não teria múltiplas fontes. E, porque o Windows era só uma cópia do Mac, talvez nenhum computador viesse a oferecê-las, sem aquele curso. É claro que conectar os pontos era impossível, na minha era de faculdade. Mas em retrospecto, dez anos mais tarde, tudo ficava bem claro.

Repito: os pontos só se conectam em retrospecto. Por isso, é preciso confiar em que estarão conectados, no futuro. É preciso confiar em algo – seu instinto, o destino, o karma. Não importa. Essa abordagem jamais me decepcionou, e mudou minha vida.

A segunda história é sobre amor e perda.

Tive sorte. Descobri o que amava bem cedo na vida. Woz e eu criamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhávamos muito, e em dez anos a empresa tinha crescido de duas pessoas e uma garagem a quatro mil pessoas e US$ 2 bilhões. Havíamos lançado nossa melhor criação – o Macintosh – um ano antes, e eu mal completara 30 anos.

Foi então que terminei despedido. Como alguém pode ser despedido da empresa que criou? Bem, à medida que a empresa crescia contratamos alguém supostamente muito talentoso para dirigir a Apple comigo, e por um ano as coisas foram bem. Mas nossas visões sobre o futuro começaram a divergir, e terminamos rompendo – mas o conselho ficou com ele. Por isso, aos 30 anos, eu estava desempregado. E de modo muito público. O foco de minha vida adulta havia desaparecido, e a dor foi devastadora.

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Por alguns meses, eu não sabia o que fazer. Sentia que havia desapontado a geração anterior de empresários, derrubado o bastão que havia recebido. Desculpei-me diante de pessoas como David Packard e Rob Noyce. Meu fracasso foi muito divulgado, e pensei em sair do Vale do Silício. Mas logo percebi que eu amava o que fazia. O que acontecera na Apple não mudou esse amor. Apesar da rejeição, o amor permanecia, e por isso decidi recomeçar.

Não percebi, na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. O peso do sucesso foi substituído pela leveza do recomeço. Isso me libertou para um dos mais criativos períodos de minha vida.

Nos cinco anos seguintes, criei duas empresas, a NeXT e a Pixar, e me apaixonei por uma pessoa maravilhosa, que veio a ser minha mulher. A Pixar criou o primeiro filme animado por computador, Toy Story , e é hoje o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. E, estranhamente, a Apple comprou a NeXT, eu voltei à empresa e a tecnologia desenvolvida na NeXT é o cerne do atual renascimento da Apple. E eu e Laurene temos uma família maravilhosa.

Estou certo de que nada disso teria acontecido sem a demissão. O sabor do remédio era amargo, mas creio que o paciente precisava dele. Quando a vida jogar pedras, não se deixem abalar. Estou certo de que meu amor pelo que fazia é que me manteve ativo. É preciso encontrar aquilo que vocês amam – e isso se aplica ao trabalho tanto quanto à vida afetiva. Seu trabalho terá parte importante em sua vida, e a única maneira de sentir satisfação completa é amar o que vocês fazem. Caso ainda não tenham encontrado, continuem procurando. Não se acomodem. Como é comum nos assuntos do coração, quando encontrarem, vocês saberão. Tudo vai melhorar, com o tempo. Continuem procurando. Não se acomodem.

Minha terceira história é sobre morte.

Quando eu tinha 17 anos, li uma citação que dizia algo como “se você viver cada dia como se fosse o último, um dia terá razão”. Isso me impressionou, e nos 33 anos transcorridos sempre me olho no espelho pela manhã e pergunto, se hoje fosse o último dia de minha vida, eu desejaria mesmo estar fazendo o que faço? E se a resposta for “não” por muitos dias consecutivos, é preciso mudar alguma coisa.

Lembrar de que em breve estarei morto é a melhor ferramenta que encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas da vida. Porque quase tudo – expectativas externas, orgulho, medo do fracasso – desaparece diante da morte, que só deixa aquilo que é importante. Lembrar de que você vai morrer é a melhor maneira que conheço de evitar armadilha de temer por aquilo que temos a perder. Não há motivo para não fazer o que dita o coração.

Cerca de um ano atrás, um exame revelou que eu tinha câncer. Uma ressonância às 7h30min mostrou claramente um tumor no meu pâncreas – e eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos me disseram que era uma forma de câncer quase certamente incurável, e que minha expectativa de vida era de três a seis meses. O médico me aconselhou a ir para casa e organizar meus negócios, o que é jargão médico para “prepare-se, você vai morrer”.

Significa tentar dizer aos seus filhos em alguns meses tudo que você imaginava que teria anos para lhes ensinar. Significa garantir que tudo esteja organizado para que sua família sofra o mínimo possível. Significa se despedir.

Eu passei o dia todo vivendo com aquele diagnóstico. Na mesma noite, uma biópsia permitiu a retirada de algumas células do tumor. Eu estava anestesiado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células ao microscópio começaram a chorar, porque se tratava de uma forma muito rara de câncer pancreático, tratável por cirurgia. Fiz a cirurgia, e agora estou bem.

Nunca havia chegado tão perto da morte, e espero que mais algumas décadas passem sem que a situação se repita. Tendo vivido a situação, posso lhes dizer o que direi com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito útil mas puramente intelectual.

Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que desejam ir para o céu prefeririam não morrer para fazê-lo. Mas a morte é o destino comum a todos. Ninguém conseguiu escapar a ela. E é certo que seja assim, porque a morte talvez seja a maior invenção da vida. É o agente de mudanças da vida. Remove o velho e abre caminho para o novo. Hoje, vocês são o novo, mas com o tempo envelhecerão e serão removidos. Não quero ser dramático, mas é uma verdade.

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O tempo de que vocês dispõem é limitado, e por isso não deveriam desperdiçá-lo vivendo a vida de outra pessoa. Não se deixem aprisionar por dogmas – isso significa viver sob os ditames do pensamento alheio. Não permitam que o ruído das outras vozes supere o sussurro de sua voz interior. E, acima de tudo, tenham a coragem de seguir seu coração e suas intuições, porque eles de alguma maneira já sabem o que vocês realmente desejam se tornar. Tudo mais é secundário.

Quando eu era jovem, havia uma publicação maravilhosa chamada The Whole Earth Catalog , uma das bíblias de minha geração. Foi criada por um sujeito chamado Stewart Brand, não longe daqui, em Menlo Park, e ele deu vida ao livro com um toque de poesia. Era o final dos anos 60, antes dos computadores pessoais e da editoração eletrônica, e por isso a produção era toda feita com máquinas de escrever, Polaroids e tesouras. Era como um Google em papel, 35 anos antes do Google – um projeto idealista e repleto de ferramentas e idéias magníficas.

Stewart e sua equipe publicaram diversas edições do The Whole Earth Catalog , e quando a idéia havia esgotado suas possibilidades, lançaram uma edição final. Estávamos na metade dos anos 70, e eu tinha a idade de vocês. Na quarta capa da edição final, havia uma foto de uma estrada rural em uma manhã, o tipo de estrada em que alguém gostaria de pegar carona. Abaixo da foto, estava escrito “Permaneçam famintos. Permaneçam tolos”. Era a mensagem de despedida deles. Permaneçam famintos. Permaneçam tolos. Foi o que eu sempre desejei para mim mesmo. E é o que desejo a vocês em sua formatura e em seu novo começo.

Mantenham-se famintos. Mantenham-se tolos.

 

É possível empreender em inovar sem ter conhecimento técnico?

mulher sorrindo

Ao contrário do que se pensa, não é a falta de conhecimento técnico, mas sim a ausência de experiência no mercado corporativo uma das maiores barreiras para quem quer começar a empreender do zero – e uma das principais razões pelas quais empresas acabam falindo antes mesmo de conquistar seu primeiro cliente.

O empreendedor americano Bernd Schoner, em seu livro “The Tech Enterpreneur’s Survival Guide” (sem versão em português), fala sobre a importância de montar uma equipe multidisciplinar, engajada – com conhecimento técnico, sim, mas com bases sólidas de administração e finanças e, acima de tudo, lideranças claras.

Administradora, formada pela Fundação Getúlio Vargas, Danielle Brants não se encaixa muito bem no rótulo “Tech” de fundadores de Startup – mas atende muito bem às três últimas necessidades essenciais descritas por Schoner. Vinda do mercado financeiro, Danielle pediu demissão sem saber muito bem o que queria fazer. “Estava cansada de trabalhar com algo que não me satisfazia, decidi tirar um tempo pra mim, para entender qual era o meu drive”, explica. Sem nenhum background em educação, mas com uma rede de contatos que falava cada dia mais sobre as inúmeras possibilidades de inovação na área, ela foi tentar entender as oportunidades do mercado através de um curso em Harvard. Lá, estudou, visitou empresas e se deu conta das possibilidades de inovação que o ensino adaptativo oferecia.

Apesar de identificar oportunidades em diversas disciplinas, Danielle percebeu que preferia lidar com uma competência específica: a leitura. “Descobri que o letramento ainda é feito de forma muito subjetiva, e que a tecnologia pode ajudar muito a sistematizar e melhorar o método”, justifica. Ainda em Harvard, ela teve contato com formas computacionais de medir o nível de dificuldade de um texto – tecnologias que ainda não possuem paralelos na língua portuguesa. Decidiu, então, investir na criação do primeiro software com essa missão. Surgia a Guten Educação.

O primeiro desafio foi formar um time que a apoiasse na construção de um software – assunto com o qual tinha pouca familiaridade. “Como eu não sabia nada sobre o assunto, precisei ter humildade. Conversei com muita gente, de empreendedores a pesquisadores nas universidades, e cada um me ajudou a entender um pouco do que queria e do que precisava”, comenta.

Explorando artigos científicos na internet, Danielle encontrou na USP, em São Carlos, um centro de pesquisa em Linguística Computacional. Ela conta que seguiu o método acadêmico à risca e conseguiu estabelecer com eles uma parceria; hoje, doutorandos da Unicamp e da USP estudam o assunto em um projeto com a Guten. “Os professores geralmente são muito abertos e querem disseminar conhecimento”, observa. O convênio estabelece uma parceria Empresa-Universidade, pela qual ambas as partes contribuem com trabalho, conhecimentos e experiências prévias. “A pesquisa para desenvolvimento de uma tecnologia desse porte é complexa, por isso decidimos nos unir a experts da área que podem adicionar velocidade ao processo”, completa Danielle.

Acostumada ao ritmo de trabalho em fusões e aquisições, Danielle sabe que tempo é dinheiro e, em se tratando de tecnologia, o mercado evolui a cada segundo. A Guten não podia esperar tanto tempo para começar suas atividades. Desenvolveram, então, outros produtos que, embora mais simples, já estão abrindo caminho no mercado e posicionando a marca como relevante no desenvolvimento de competências de leitura.

O primeiro app, Guten News, traz notícias adaptadas para crianças. Para lançá-lo, Danielle recrutou uma pedagoga, uma linguista, um jornalista e um programador. No próprio processo de criação, foi se familiarizando, aprendendo e descobrindo novas necessidades, em um ambiente de trocas constantes com os colaboradores. Para manter o ritmo, porém, era essencial que a equipe estivesse engajada: “Trazer parceiros foi um salto. Mas é difícil dizer: Venha pelo sonho! O sonho era meu, não deles”. Passou, então, a oferecer benefícios crescentes de acordo com o desempenho e a possibilidade de participação societária após o crescimento das vendas.

Este ano, lançaram outra plataforma capaz de mapear habilidades de leitura, indicando aos professores lacunas de aprendizagem específicas. Já o principal produto, baseado em inteligência artificial, tem previsão de lançamento em versão beta em 2016.

Enquanto idealizar e desenvolver os produtos são atividades colaborativas, Danielle foi responsável por manter a empresa de pé antes que começasse a caminhar. O aporte financeiro inicial foi todo feito com suas economias. “Como não tinha nenhum background na área, não tinha respaldo ou garantia para oferecer o projeto a investidores. Fui meu próprio investidor-anjo”, diverte-se.  Recentemente, recebeu o apoio de dois fundos: Artemisia e Omidyar Network, fundo norte-americano que investe em empresas de impacto social.

O modelo de negócios também foi uma concepção sua. As vendas são feitas de forma direta nas escolas, através de visitas e contato com a área pedagógica – o que, segundo Danielle, pode ser frustrante por ser muito moroso. “Precisamos ter paciência, porque a educação tem um tempo próprio – não porque as pessoas não estejam trabalhando, mas os processos são muito delicados e demandam mais tempo”, comenta.

Apostando em um novo modelo, fecharam parceria com uma editora, que distribuirá o App juntamente com seu material didático. Embora o foco ainda esteja no ensino particular, Danielle ainda planeja chegar, com o software completo, ao Ministério da Educação.

Sobre ser uma administradora na área de inovação em educação, Danielle abre um sorriso e garante: “Sou muito feliz com a escolha que fiz. Queria, de fato, investir meu talento em algo que me identificasse. Ter formação de administradora me ajudou na estruturação da empresa como um todo, e hoje me vejo como que tocando um bumbo, mantendo o  ritmo para que o crescimento – e o sonho – não parem.”

Quais os segmentos mais promissores para empreender em 2016?

Dois homens discutindo sobre trabalho

Quem pretende iniciar a vida de empreendedor tem se deparado com um cenário muitas vezes negativo, e fica difícil entender em quais segmentos podem valer a pena investir. Segundo Marcelo Nakagawa, Professor de Empreendedorismo e Inovação do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), vivemos um momento econômico delicado, que exige cautela. Mas para quem ainda assim pretende abrir um novo negócio em 2016, ele sugere ficar de olho nos seguintes segmentos:

Negócios que gerem renda para outras pessoas: O desemprego tende a aumentar e boa parte não conseguirá retornar ao mercado de trabalho formal. Daí negócios como o Home Angels  que incentivam o trabalho autônomo ou microfranquias tendem a ter maiores chances de crescimento.

Negócios com potencial de exportação: Recentemente a FEDEX tem mostrado vários casos de pequenos empreendedores que estão exportando, e não é à toa. Artesanato, pequenas confecções e até serviços de programação podem ter maiores chances de serem mais exportados com o dólar mais valorizado.

Negócios que resolvam dores ainda não bem resolvidas: Mesmo na crise, uma parte da população ainda irá demandar serviços de primeira necessidade como cuidadores de idosos, cuidados com o lar ou segurança residencial. Empresas como a Casa & Café podem crescer ainda mais em 2016.

Negócios digitais: Não é possível generalizar, mas ainda há espaço para diversas novas soluções digitais via soluções móveis, como aplicativos, ou integradas, como serviços automatizados que facilitem, agilizem ou reduzam o custo de um determinado tipo de serviço. Startups como Uber (que ainda gera renda para novos entrantes) e Memed tendem a continuar crescendo em 2016.

Soluções mais baratas: Em 2015, o mercado de carros usados esteve bastante movimentado em detrimento ao de carros novos. Em 2016, parte da população brasileira fará um downgrade nas suas escolhas, considerando o preço. Trocarão escolas privadas mais caras por mais baratas (ou até públicas), almoço fora por levar o almoço de casa ou filmes no cinema por diversão em casa.

Food Trucks: É um conceito que veio para ficar por sempre trazer (pelo menos na proposta) produtos mais inovadores com preços (nem sempre) mais razoáveis. A tendência é observar trucks em outros segmentos como comércio e serviços.

E como identificar um negócio promissor? Em condições estáveis de previsibilidade, as oportunidades mais promissoras estão associadas às tendências de mercado. No Brasil, por exemplo, o envelhecimento da população, o aumento da preocupação com a segurança, o uso de dispositivos móveis e (alguma) preocupação com alimentação (mais) saudável merecem destaque. “Todas estas tendências criam oportunidades para novos negócios, pois a população passa a demandar novas soluções. O desafio para o empreendedor é abrir um negócio no ano que vem e conseguir se manter com fluxo líquido de caixa positivo no mercado instável politica, econômica e socialmente em 2016 e, provavelmente, em 2017 (se tudo correr bem)”, analisa o professor.

 

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

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