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Projeto para construir carro atrai meninas às engenharias

mulher usando régua

O Meninas na Engenharia, projeto desenvolvido na UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei), em Minas Gerais, para atrair alunas para o curso de engenharia foi uma das 10 iniciativas escolhidas para receber R$ 30 mil em 2016 pelo edital Gestão Escolar para Equidade: Elas nas exatas. O projeto é uma evolução de outra iniciativa já existente na universidade, o Projeto Fórmula SAE, no qual alunos desenvolvem um veículo estilo Fórmula 1.

A estudante de engenharia de produção e capitã do Fórmula SAE, Bárbara Duarte, conta que as meninas que já faziam parte do grupo Fórmula viram no edital, criado em parceria pelo Instituto Unibanco, Fundo Elas e a Fundação Carlos Chagas, uma oportunidade de colocar mais mulheres na engenharia e, consequentemente, dentro do Fórmula SAE.

“Nós usamos esse projeto para atrair as meninas e fazer com que elas acompanhem desde o esboço até a construção do carro, sua montagem e os testes”. Bárbara está no Fórmula SAE desde que o grupo foi montado. Ela conta que, no começo, somente duas meninas integravam o time. Hoje, dos 37 alunos, nove são mulheres. A ideia de criar o Meninas na Engenharia surgiu a partir da vontade de ter mais mulheres trabalhando a seu lado. “Eu sempre estive presente no meio de homens e sentia muita falta de ter meninas me acompanhando e aproveitando a oportunidade que eu tive”.

Bárbara diz que ficar entre os 10 projetos escolhidos pelo edital pegou todos de surpresa. Segundo ela, o recurso será destinado a comprar materiais para que as participantes possam desenvolver seus próprios projetos. “A ideia é que, ao longo do ano, elas acompanhem a montagem do carro e também desenvolvam um projeto próprio”.

As alunas que tiverem interesse no Fórmula SAE irão aprender desde conceitos básicos, como projetar peças para o carro, até processos mais complexos, como de fato construir essas peças. “Nós vamos utilizar o dinheiro em materiais para elas fabricarem o que projetaram assim como peças fundamentais e necessárias para que consigam acompanhar a fabricação do carro”.

O edital Gestão Escolar para Equidade: Elas nas exatas teve 173 inscritos que deveriam atender ao requisito de incentivar a participação e o ingresso de meninas nas carreiras de engenharia, ciências exatas e naturais a partir de projetos desenvolvidos nas escolas, como uma forma de desencorajar o pensamento de que essas são áreas masculinas.

Nove estados brasileiros marcaram presença na lista de 10 vencedores. Dois projetos são da Bahia. Os outros são do Ceára, Amazonas, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.

Ao longo do ano, as atividades premiadas serão monitoradas pelo Fundo Elas e pela Fundação Carlos Chagas que, em conjunto, irão avaliar os resultados e a possibilidade de ampliar a área de atuação do projeto para outras escolas. Segundo a coordenadora executiva do Fundo ELAS, K.K, a ideia do edital é fomentar não só as atividades, e sim discussões para que esse incentivo possa ser implementado como política educacional.

Novo teste de inglês mede habilidades para o mercado de trabalho

pessoa respondendo prova de multipla escolha

Um novo teste de inglês, chamado Aptis, acaba de chegar ao Brasil. Seu objetivo é ir além da avaliação do idioma e também medir algumas habilidades do candidato para o mercado de trabalho.

Segundo Aaron Rogers, do British Council Americas (organização que controla o exame), esse novo exame quer mostrar às empresas se a pessoa tem as características necessárias para atuar no mercado do século 21. Em outras palavras, o Aptis pretende medir não só o conhecimento mas também as chamadas soft skills. Entre as competências demonstradas no teste estão analisar informações, ter pensamento crítico, gerenciar o tempo, tomar de decisões, solucionar problemas, entre outras.

É possível saber mais sobre o teste na matéria do Valor. No Brasil, ele será aplicado online pela rede de ensino EnglishUp.

Leia também: Quanto tempo é preciso para ser fluente em inglês?

Plataforma facilita formatação de artigos científicos

Homem digitando em laptop

Formatar textos acadêmicos é um pesadelo para muitas pessoas. Pensando nisso, Yguaratã Cerqueira, Bruno Melo e Paulo Silveira criaram, depois de quatro anos de estudos, a ferramenta Fast Format.

Trata-se de uma plataforma que, a partir de templates, ajuda os usuários a formatarem seus textos de acordo com diversas normas, inclusive da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

“Na verdade, o site não faz apenas a formatação nas normas da ABNT. Trata-se de um formatador automatizado de documentos e nós resolvemos focar primeiramente na área acadêmica, que é a nossa área”, afirma Cerqueira, que assim como Silveira é formado em computação, enquanto Melo é engenheiro de computação.

Leia também: Como o conhecimento acadêmico pode ajudar sua carreira na prática?

O trio chama de template os diversos modelos de formatação de documentos disponibilizados no site. Entre eles estão: artigo de conferência, artigo de periódico, trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações de mestrado, tese de doutorado, entre outros.

Como funciona O uso da ferramenta é bastante intuitivo. Ao criar uma conta de forma gratuita no Fast Format, o usuário será direcionado para uma página com os templates mais utilizados. Quando escolher o modelo de sua preferência, a ferramenta monta um documento. A página seguinte é dividida em duas: na parte da direita fica o documento final, formatado. Na esquerda, a pessoa deve digitar seu texto. Apesar disso, Cerqueira afirma que as pessoas confundem o serviço oferecido. “Muitas pessoas mandam email pra gente perguntando quanto tempo vai levar pra gente formatar o arquivo de word deles. Mas o usuário não manda o arquivo pra ferramenta formatar. Ele tem que inserir o texto dentro da ferramenta”.

Dentro da plataforma, o usuário pode fazer uma busca por sua faculdade e checar a disponibilidade de templates específicos para sua instituição de ensino. Entre aquelas que já estão disponíveis estão a USP (Universidade de São Paulo), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Segundo Cerqueira, uma grande dificuldade do grupo foi conhecer os modelos de documentos de outras áreas além da computação. “Quando nós lançamos a plataforma, entramos em um mundo completamente desconhecido, porque lidamos com documentos de humanas, da parte de saúde e várias outras áreas que não tínhamos conhecimento e experiência”. Ele afirma que várias demandas, funcionalidades e até erros apareceram e que conciliar os interesses dos usuários foi a parte mais desafiadora do projeto. “Imagina: somos três pessoas e milhares de pessoas pedindo coisas diferentes ao mesmo tempo. Decidir o que colocamos ou não na plataforma está sendo o mais difícil”.

Leia também: Iniciação científica é caminho para formação de lideranças inovadoras

O início Segundo Cerqueira, o Fast Format nem sempre foi uma plataforma fácil de utilizar. “Existem soluções online para formatação de texto, só que elas são muito específicas para quem tem conhecimentos na área de computação. A primeira versão do Fast Format era bem parecida com essas outras ferramentas”. Ele afirma que a ideia do trio era criar uma ferramenta que se aproximasse do usuário e ajudasse quem tinha mais dificuldade. “A gente criou esse aplicativo justamente para contemplar uma área que ainda não tinha uma solução específica”.

Financiamento da plataforma Quando o aplicativo foi lançado, o acesso e uso dos templates era gratuito e irrestrito. Nessa época, a equipe recebeu o feedback das pessoas e doações para o site. Entretanto, a falta de investimento levou o trio a trabalhar com planos. O plano gratuito permite que o usuário escreva até 10 páginas. “Nós mantivemos esse plano gratuito porque, no começo, percebemos que muitas pessoas do ensino médio e do começo da graduação usavam a plataforma para escrever documentos pequenos”.

O plano 20 permite até 20 páginas e custa cerca de dez reais. O plano 60 permite 60 páginas e sai por cerca de 20 reais. O plano PRO dá ao usuário a possibilidade de páginas ilimitadas por aproximadamente 38 reais. Todos os valores são cobrados por cada documento.

Lançada em julho de 2015, a plataforma já conta com 135 mil usuários e, segundo Cerqueira, aproximadamente 150 mil documentos já foram cadastrados.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Porvir

‘Procure por impacto, procure por missão’: leia o discurso de Sheryl Sandberg para os formandos de Harvard

Sheryl Sandberg dá discurso

Nas formaturas das grandes universidades norte-americanas, é comum que alguns dos maiores líderes da atualidade – ex-alunos dessas instituições – sejam escolhidos para deixar suas mensagens aos estudantes prestes a se de formar. Inspiradores, irreverentes ou reveladores, esses discursos são sempre fonte de boas lições para todos que estão entrando no mercado de trabalho e começando suas carreiras.

Neste final de ano, o Na Prática buscou reunir alguns dos melhores discursos de formatura dos últimos anos para inspirar os seus leitores a sonhar grande e perseguir uma carreira de alto impacto.

A seguir, veja os melhores trechos em português da mensagem de Sheryl Sandberg, COO do Facebook, para a classe de 2012 da famosa escola de negócios de Harvard:

Antigamente, se você quisesse atingir um número maior de pessoas do que aquelas com quem você podia falar diretamente durante o dia, você tinha que ser rico, famoso e poderoso. Você tinha que ser uma celebridade, um político, um CEO. Mas isso não é verdade hoje. Agora as pessoas comuns têm voz, e não apenas aqueles de nós com a sorte de estudar em Harvard, mas qualquer pessoa com acesso ao Facebook, Twitter, ou a um telefone celular.

Isso significa que as tradicionais estruturas de poder e nivelamento hierárquico foram rompidas. Controle e poder estão passando das instituições para os próprios indivíduos. Dos historicamente poderosos para aqueles historicamente impotentes. E tudo isso está acontecendo muito mais rápido do que eu poderia ter imaginado quando eu estava na faculdade, e Mark Zuckerberg tinha apenas 11 anos.

Leia também: Como grandes líderes lidam com o fracasso?

À medida que o mundo se torna mais conectado e menos hierárquico, os planos de carreira tradicionais também passam por mudanças. Em 2001, depois de trabalhar no governo, eu me mudei para o Vale do Silício para tentar encontrar um emprego. Não era exatamente o timing ideal… A “bolha” do Vale do Silício tinha acabado de estourar. Pequenas empresas estavam fechando. As grandes empresas estavam despedindo pessoas. Um CEO olhou para mim e admitiu: “Nós nem sequer pensaríamos em contratar alguém como você”.

Depois de um tempo, eu havia conseguido algumas ofertas de emprego e tinha que tomar essa decisão. O que eu fiz? Segui o que me ensinaram no MBA, e fiz uma planilha… Listei os possíveis trabalhos nas colunas e meus critérios nas linhas. Uma dessas propostas na planilha era para ser a primeira gerente geral da unidade de negócios do Google, o que hoje parece ótimo, mas na época ninguém imaginava que esse tipo de empresa de internet pudesse gerar algum lucro.

Eu não tinha nem a certeza de que esse era um trabalho real, já que o Google de fato não possuía unidades de negócio. No final das contas, o que mesmo havia lá para ser gerenciado? Além do mais, o trabalho era diversos níveis abaixo das posições que haviam me oferecido em outras empresas.

Então eu sentei com Eric Schmidt, que tinha acabado de se tornar CEO, mostrei a ele minha planilha e disse que o trabalho no Google não atendia a nenhum dos meus critérios. Ele colocou a mão na minha planilha, olhou para mim e disse: “Não seja um idiota”. Esse foi um excelente conselho de carreira.


E então ele continuou: “Entre em um foguete. Quando a empresa está crescendo rapidamente e conseguindo um grande impacto, as carreiras andam pelas próprias pernas. E quando as empresas não estão crescendo rapidamente ou têm uma missão que não é muito importante, é aí que a estagnação passa a ser uma ameaça. Se te oferecem um assento em um foguete, não pergunte qual é o assento. Apenas entre no foguete!”

Cerca de seis anos e meio mais tarde, quando eu estava saindo Google, eu levei esse conselho em meu coração. Diversas empresas me ofereceram cargos de CEO, mas fui para o Facebook como COO, chefe de operações. Na época as pessoas questionavam: “Por que você está indo trabalhar para um garoto de 23 anos?”.

A metáfora tradicional para carreira é uma escada, mas eu não acho que ela vale hoje em dia. Ele simplesmente não faz sentido em um mundo menos hierárquico. No meu começo no Facebook, uma mulher chamada Lori Goler, da turma de 1997 de Harvard, estava trabalhando com marketing no eBay e já tínhamos nos conhecido em eventos sociais.

Leia também: “A vida é muito curta para trabalhar em uma empresa chata”

Ela me ligou e disse: “Eu queria falar sobre ir trabalhar com você no Facebook. Então pensei em te ligar e dizer todas as coisas em que sou boa todas as coisas que eu gosto de fazer. Mas eu percebi que todo mundo deve estar fazendo isso. Então, ao invés disso, quero saber qual é o seu maior problema e como posso resolver isso?”

Meu queixo ficou no chão. Eu já tinha contratado milhares de pessoas ao longo da minha carreira, mas nunca ninguém tinha me dito nada parecido. Eu mesma nunca tinha dito nada parecido. As buscas por um emprego costumam ser sempre sobre quem está buscando o emprego, mas não no caso de Lori. Eu disse: “Você está contratada. O meu maior problema é recrutamento e você pode resolvê-lo”. Então Lori mudou para uma área em que ela nunca imaginou que estaria, e desceu um nível na carreira para iniciar nesse novo campo. Desde então, ela já foi promovida diversas vezes e tem feito um trabalho extraordinário cuidando de todos os processes relacionados à recursos humanos no Facebook.

Lori tem uma grande metáfora para carreira. Ela diz que não se trata de uma escada, e sim de um trepa-trepa.

Quando você começar sua carreira após a faculdade, procure oportunidades, procure crescimento, procure impacto, procure uma missão. Mova-se para os lados, para baixo, para frente e para fora. Construa suas habilidades e não o seu currículo. Avalie o que você pode fazer, e não o cargo que vão te dar. Fazer trabalho de verdade. Pegue um meta de vendas, uma linha de produção ou um trabalho de operações. Não planeje muito, e não espere uma subida direta. Se eu tivesse traçado um plano para a minha carreira quando sai da faculdade, eu teria perdido a minha carreira.

Broota: conheça a nova plataforma de crowdfunding para startups

Pessoas seguram notas de dólar em riste

Para conseguir lançar uma ideia no mercado e abrir a tão sonhada startup, muitos empreendedores enfrentam um problema recorrente no Brasil: o acesso a financiamento. Enquanto investidores-anjo e fundos de capital semente continuam sendo a principal forma de conseguir o dinheiro necessário para abrir um negócio próprio, hoje em dia também existem vias alternativas de acesso a capital.

Uma dessas formas é o crowdfunding, ou financiamento coletivo, em que diversas pessoas colaboram financeiramente com quantias variadas para, juntas, atingirem a meta financeira necessária para realizar um projeto. Bastante comum no desenvolvimento de produtos inusitados, financiamento de filmes ou realização de shows e festas, esse modelo de captação de dinheiro normalmente envolve a entrega de determinada retribuição aos colaboradores.

Leia também: Os cinco passos para conseguir dinheiro para abrir seu negócio

No mundo das startups, essa retribuição vem na forma de equity, ou seja, participação na empresa. A modalidade, chamada de equity crowdfunding, começa a ganhar espaço no Brasil. Embora a lógica seja a mesma das vaquinhas virtuais mais populares, realizadas via Catarse, Kickstarter ou Kickante, em que um grande número de pessoas contribui com pequenas quantias para transformar uma ideia em realidade, a prposta do equity crowdfunding é tirar do papel empresas inteiras.

No ar desde o final de 2004, o site Broota segue esse modelo. O objetivo é fazer a conexão entre investidores e empreendedores, funcionando como uma espécie de rede social. Por lá já existem muitos invetsidores profissionais e experientes em busca de ideias promissoras, embora a rigor qualquer pessoa possa participar do investimento. O valor mínimo para investir é mil reais.

Segundo a Folha de São Paulo, a plataforma já levantou quase 5 milhões de reais em investimentos para startups
no Brasil. “Faltava esse espaço na internet para o empreendedor se conectar com pessoas dispostas a investir”, afirma o presidente e fundador do pioneiro serviço de investimento coletivo no Brasil, Frederico Rizzo, em entrevista ao jornal. Ele também conta que a própria plataforma foi financiada via crowdfunding.

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De acordo com estudo realizado pela Iosco (a organização internacional das comissões de valores) em 2013, sobre equity crowdfunding no mundo todo, o valor médio alocado por investidor é de 4 mil dólares, enquanto o montante captado costuma ficar em torno de 200 mil dólares por empresa.

A modalidade também é saída para colocar em prática negócios sociais: no Brasil, 4% deles já são viabilizados via financiamento coletivo, segundo a pesquisa Empreendedores de Impacto, de 2015, coordenada pela Artemisia e conduzida pela Din4mo.

 

‘Nada pode parar uma pessoa comprometida’

Alexandre Brack

Atualmente baseado no Rio de Janeiro, Alexandre Brack nasceu em Santa Catarina e cresceu  no Rio Grande do Sul. Foi lá que se formou em Administração de Empresas, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e teve suas primeiras experiências empreendedoras. Hoje, no entanto, inclinou-se para a carreira executiva. Fez parte da equipe da administração do Maracanã durante a Copa do Mundo e, aos 27 anos, é coordenador da equipe de inteligência de mercado e novos negócios do Aeroporto RIOgaleão, o segundo maior do país.

Alexandre também é membro do Núcleo, a comunidade alumni dos programas presenciais do Na Prática. A seguir, deixa o seu relato sobre a importância do comprometimento e o poder das escolhas:

Se tem uma coisa que aprendi com a minha carreira até agora é o poder do comprometimento. Não existe nada que pare uma pessoa comprometida.

Todos os dias temos a acesso a uma variedade de dicas, livros, conselhos para a vida profissional e pessoal: foco, equilíbrio, bom humor, paixão, entre outros. No livro Personal Branding, o autor Arthur Bender que também é um profissional que admiro muito escreveu sobre a importância de sabermos o que queremos ser e fazer. Céus! Como isso me deixou e ainda deixa nervoso!

A verdade é que, até hoje, não tenho certeza do que quero ser.

Não tenho certeza do que gosto e a cada dia descubro uma coisa nova, uma possibilidade maior, uma carreira diferente… Porém, uma coisa eu já escolhi: comprometer-me. Comprometer-me sempre em ser o melhor no que eu estiver fazendo naquele momento. E essa atitude tem aberto muitas portas para mim.

No final das contas, comprometer-se em ser o melhor não quer dizer você será, mas sim que você está 100% empenhado em tentar. Notamos quando alguém está comprometido, conseguimos reparar sua dedicação e esforço. E é exatamente esse o tipo de gente que queremos por perto. Esse é o tipo de pessoa que eu quero ter junto comigo, seja na minha equipe, entre os meus amigos ou que mesmo em um líder. São pessoas que se entregam, que conquistam e que superam obstáculos. Quando não estamos comprometidos, um pequeno problema pode virar um Everest.

Já trabalhei com muita gente de diferentes perfis, idades, origens, e percebi que não adianta ser um profissional muito inteligente se você não se comprometer, não vestir a camisa do seu projeto. As pessoas percebem a falta de vontade e o projeto desanda. Por outro lado, comprometimento, alto nível de energia e entrega… Isso gera motivação, estimula, agrega, contamina.

Quando eu trabalhei na Odebrecht, fiz parte da equipe responsável pela administração do Maracanã durante a Copa do Mundo. Desde o início da operação do estádio até o período anterior à Copa, trabalhamos muito. Todas as equipes: administração, engenharia, operações… Chegávamos cedo e virávamos noites. Ficávamos muito cansados, é claro. Mas todos os dias estávamos igualmente comprometidos em fazer aquilo dar certo, e essa energia contagiava o time, gerava nova motivação e mais comprometimento.

Leia também na Coluna do Núcleo: “As oportunidades existem, mas somos nós que devemos buscá-las”

Com o tempo, entendi que o primeiro passo para um comprometimento total é reconhecer que você tem o poder de escolher fazer praticamente o que quiser. E isso também significa que você pode escolher não fazer o que você não quer. Obviamente, cada escolha tem seus efeitos…

Mas então, se as escolhas estão nas suas mãos, por que não escolher fazer apenas aquilo que você realmente quer, pode e vai se comprometer?

Eu não tinha clareza disso até pouco tempo atrás, quando comecei a escolher “não fazer”. Consequentemente, comecei a fazer mais o que eu gosto e dar mais resultado. Uma coisa vem com a outra. Meus colegas e líderes percebem isso e têm a certeza de que quando estou em um projeto farei de tudo para entregar com o máximo de resultado. Comprometidos, passamos confiança e isso gera novas oportunidades.

Também fui entendendo que na vida e na carreira ninguém vai fazer essas escolhas por mim. Não existe um chefe (por melhor que ele seja), empresa, amigo ou parente que vai te guiar e construir sua carreira… Isso é com você!

Por outro lado, as pessoas podem e vão te apoiar se você buscar ajuda. Mas, de novo, é sempre muito mais gratificante ajudar alguém comprometido com o que quer. Hoje sinto uma liberdade muito maior para conversar com meus chefes e gestores sobre minhas ambições e insatisfações, pois sei que eles confiam em mim, sabem que estou comprometido com o trabalho.

Eu sei o que você deve estar pensando: é difícil manter-se o tempo todo energicamente comprometido com o que quer que seja. Isso é verdade, mas não é necessariamente um problema. Sempre vamos ter dias bons e dias ruins, projetos mais legais e outros nem tanto, programas excepcionais  e alguns tediosos. A questão é que quanto melhor você consegue filtrar isso, mais comprometido está. Isso vale tanto também para a vida pessoal.

Hoje, enquanto escrevo esse texto, percebo que meu compromisso comigo e minhas escolhas estão me deixando mais comprometido ainda para buscar mais e fazer mais, entrando num ciclo crescente em que coloco mais energia exatamente nas coisas que me trazem mais prazer. Por isso mesmo, meu recado é simples: comprometa-se!

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O Núcleo é a maior comunidade de jovens transformadores do Brasil, formada por ex-participantes dos programas presenciais do Na Prática. Os membros do Núcleo também têm essa coluna quinzenal no portal Na Prática, espaço exclusivo para contar suas histórias e inspirar mais jovens brasileiros! Saiba mais aqui.

Mudança de carreira: do mercado financeiro ao empreendedorismo em educação

Danielle Brants

Graduada em administração pela Fundação Getúlio Vargas, Danielle Brants tinha caminhos bem definidos a seguir. Seguindo a trilha dos estágios que realizou, saiu da faculdade direto para o mercado financeiro, onde seu plano de carreira em Fusões e Aquisições também avançava de acordo com o planejado. “Eu nem questionava, só seguia. O sistema vai te promovendo e você passa a achar que é boa naquilo – mas não necessariamente é daquilo que você gosta”, analisa.

Era outubro de 2007 quando um dos seus superiores saiu do banco em que trabalhavam e a convidou para fundar uma empresa de capital de risco. Danielle topou e, por um ano, planejaram e prepararam o fundo de venture capital para um road show para investidores, agendado para setembro de 2008. Fatidicamente, naquele mês o banco Lehman Brothers quebrou, no estopim da crise de crédito nos Estados Unidos. “Pela primeira vez, vi que o risco – de que tanto falávamos – se materializava”, relembra. Seria impossível, naquele cenário econômico, captar fundos para manter a empresa.

Leia também: De executivo de multinacional ao trabalho com turismo comunitário na Bahia

Resignada, voltou a trabalhar com Fusões e Aquisições em uma boutique financeira. Promovida, virou sócia da empresa. Ainda insatisfeita, porém, decidiu deixar de ser intermediária e, em um passo completamente fora da curva, foi trabalhar na General Electric, no setor de Desenvolvimento de Novos Negócios. “Hoje, conhecendo quem eu sou, percebo que nunca daria certo na GE. É uma empresa que tem 10 mil funcionários no Brasil, uma matriz em que você responde a três chefes, muitos relatórios, apresentações… Eu adorava o que estava aprendendo – produtos tecnológicos, software, máquinas e turbinas – mas não era pra mim”, reflete.

Danielle nunca conseguiu tocar dois projetos em paralelo – muito focada, ela se dedica de corpo e alma à trilha que escolheu seguir. E é por isso que a decisão que tomou ao sair da GE foi tão importante: “Decidi parar. Tirar alguns meses para entender o que gostava e o que queira fazer. As pessoas achavam que estava louca quando pedi demissão, todos me perguntavam onde eu ia trabalhar e eu respondia que não ia para lugar nenhum”.

Seu período sabático de seis meses, porém, não seria de descanso. Comprometeu-se a conhecer uma pessoa nova todos os dias, ou, ao menos, a conversar com alguém que estivesse fazendo algo novo. Entre essas conversas, entrou em contato com Eduardo Bontempo, co-fundador da startup Geekie, com quem tinha trabalhado durante a faculdade. “Conversamos bastante sobre como era trabalhar com educação e ele me aconselhou: ‘Dani, para fazer a transição, burn the bridge. Queime a ponte com o seu passado, não olhe pra trás’.“

Ela queimou. Um curso em Harvard a ajudou a entender o mercado e as perspectivas para quem desejava empreender na área. “Percebi que as pessoas estavam trabalhando com ensino adaptativo em várias disciplinas ao mesmo tempo, e decidi que queria ser mais específica, me dedicar exclusivamente a uma competência: a leitura”. Danielle constatou que o letramento ainda era feito de forma muito intuitiva, e que tecnologias computacionais poderiam ajudar a criança a passar por este processo, através da medição da complexidade de um texto e mapeamento do aprendizado.

Descubra o seu propósito com o Autoconhecimento Na Prática, programa de autodesenvolvimento do Na Prática

Decidiu desenvolver, então, o primeiro software do tipo em língua portuguesa – nascia, com isso, a Guten Educação. Voltando ao Brasil, Danielle pesquisou tudo o que pôde sobre o assunto. “Uma coisa boa é que, como não sabia nada, tive muita humildade para estudar e conversar com as pessoas – fui descobrindo, no processo, do que precisava”, explica. Ao procurar estudos sobre o tema, encontrou uma publicação científica do grupo de pesquisa em Linguística Computacional da USP de São Carlos. Fechou parceria com eles para o desenvolvimento do software classificador e, paralelamente, já começou a trabalhar em outros produtos complementares: um aplicativo de notícias adaptadas à linguagem infantil e outro mapeador de habilidades.

“Trazer parceiros foi um salto, e sou muito feliz com a escolha que fiz”, afirma. A Guten já recebeu o aporte financeiro de investidores-anjo, da Artemisia Ventures e, recentemente, do fundo norte-americano Omidyar Network, focado em empresas com alto impacto social. Em novembro de 2015, Danielle foi escolhida pela MIT Technology Review como um dos 10 brasileiros mais inovadores com menos de 35 anos, e selecionada pela mesma publicação como o Inovador Social de 2015.

Com dois produtos no mercado e o terceiro com lançamento em 2016, ela sente que, finalmente, está investindo seus talentos e seu esforço em algo em que se vê: “Toda vez que vejo uma criança usando nosso software, e mostrando seu progresso para os pais e para os professores, me pergunto por que não mudei antes. Mas entendo que era uma trajetória necessária para chegar mais madura a esse momento.”

9 blogs brasileiros que todo empreendedor deveria ler

Homem usando tablet em mesa de café

Quando bate aquela dúvida na sua cabeça de empreendedor, para quem você pergunta? O Google é um salvador, sem dúvidas, mas ele nos dá tantas fontes diferentes que nem sempre aquele primeiro resultado é o de maior relevância ou credibilidade. Então em um mundo lotado de informação, onde somos soterrados de blogs de conteúdo sobre empreendedorismo, a quais recorrer?

Nós separamos nossos favoritos:

1. Endeavor Brasil

Sem muita modéstia, vai… o Portal Endeavor é uma das fontes mais completas sobre empreendedorismo do Brasil. No menu superior, você encontra seus principais desafios categorizados, que se desdobram em desafios mais específicos. Deixando o mouse sob “Pessoas”, por exemplo, você pode conferir artigos e vídeos sobre Sócios, Liderança, Cultura Organizacional, Contratação e Desenvolvimento. Na área de downloads, você encontra ainda vários e-books e ferramentas para complementar seu aprendizado, fora a seção de Pesquisas, com estudos e provocações sobre o ambiente de negócios.

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2. Sebrae

Que o Sebrae é o maior articulador de micro e pequenas empresas, não há dúvidas. Mas você já deu uma olhada nos conteúdos deles? Lá no site há artigos, notícias, vídeos, áudios e soluções sobre os mais diversos assuntos para empreendedores individuais e à frente de pequenos negócios, além de serem direcionados por setor. A categoria de “Leis e Normas” é um diferencial a mais, para quem quer se formalizar ou até evitar problemas legais e técnicos no futuro.

3. Astella Invest

Que tal eleger como principal meta ano que vem superar você mesmo e ser o melhor de que é capaz? Essa foi a provocação que Edson Rigonatti, sócio da Astella, fez para empreendedores em seu blog, no início de 2015. Ao longo dos últimos meses, compartilhou melhores práticas dos elementos e habilidades necessárias a um CEO, resultando em um compilado de lições e casos valiosíssimos para seu desenvolvimento e jornada à frente de um negócio.

4. Romero Rodrigues

Ele já esteve dos dois lados do balcão: primeiro fundando a Buscapé Company e, agora, como sócio da Redpoint Ventures. No blog, Romero traz lições do ponto de vista de um empreendedor investidor, tratando principalmente sobre liderança, acesso a capital e sobre o ambiente de tecnologia.

5. Agendor

Aqui o domíinio é o trio do marketing, vendas e CRM. O blog da Agendor fala bastante da arte de vendar, desde como fazer uma ligação para um contato novo, até como reter a confiança do seu cliente no atendimento.

6. Nomus

Se você empreende no setor industrial, o blog da Nomus é uma das melhores referências para se capacitar. Lá você encontra conteúdo sobre temas de planejamento, gestão e metodologias, para acompanhar sua produção e desembaraçar toda a complexidade que é tocar sua indústria.

7. Conta Azul

Amortização, precificação, relatórios? O blog da Conta Azul é bem diversificado, mas se você tem uma dúvida mais específica de finanças, é bem provável que você encontra um bom conteúdo relacionado por lá. E as ferramentas são muito úteis! Tem planilha de centro de custos, template de orçamento, planilha de fluxo de caixa, entre vários outros para ajudar na sua gestão financeira.

8. Resultados Digitais

Precisa aprender um pouco mais sobre formatar suas estratégias e métricas inbound, criar posts patrocinados em redes sociais, montar uma área de sucesso do cliente? Bom, a Resultados Digitais é uma das maiores especialistas em marketing digital do país. Lá no blog eles disponibilizam artigos, ebooks, webinars e kits de conteúdo gratuitamente.

9. Project Builder

Reunindo artigos que vão das características essenciais de um gerente de projetos até o passo-a-passo para implementar um sistema de automatização de serviços, a Project Builder tem um dos maiores blogs de gestão de projetos que conhecemos. Além dos artigos, há ebooks, webinários e ferramentas disponíveis – uma delas, inclusive, que promete diagnosticar a saúde do seu projeto.

Conheça o Imersão Empreendedorismo, veja as datas e participe!

 

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Prêmio WISE identifica soluções criativas para desafios da educação

Jovens estudantes em mesa de estudos em escola

Ser reconhecido mundialmente por seu projeto inovador em educação. Essa oportunidade é oferecida pelo WISE Awards, prêmio que dá visibilidade a práticas inovadoras desenvolvidas no mundo inteiro e que está com inscrições abertas. O WISE (World Innovation Summit for Education) é uma iniciativa da Fundação Qatar e, todos os anos, questiona como os processos de aprendizagem podem ser mais engajadores e relevantes, a fim de identificar seis projetos com soluções criativas para os desafios da educação.

As seis propostas com abordagem mais inovadora e um grande potencial de adaptação e reprodução em larga escala são contempladas com US$ 20.000. As inscrições podem ser realizadas pelos representantes dos projetos, que podem ser de qualquer região e de qualquer setor ou nível educacional. Os líderes de cada grupo devem apresentar o funcionamento e alcance das atividades desenvolvidas. O requisito é que o compromisso com a educação de qualidade seja verificável para que, a partir disso, o WISE consiga construir uma rede de agentes de mudança na educação.

O Prêmio foi elaborado em 2009 e, desde então, recebeu 2850 inscrições de 150 países. Os 42 vencedores conseguiram, de alguma forma, revolucionar o sistema e a metodologia de ensino com os alunos.

As inscrições vão até o dia 15 de janeiro de 2016. O formulário deve ser preenchido em inglês e, de todos os inscritos, a Fundação Qatar irá selecionar 15 finalistas. Os seis vencedores serão escolhidos por um júri formado por lideranças da educação mundial e o resultado será divulgado em setembro. Além do prêmio de US$ 20.000, os vencedores serão reconhecidos durante o WISE Summit, evento realizado anualmente.

Vencedores de 2014 Australia, Egito, Finlândia, Índia, Jordânia e Peru foram os países onde seis projetos inovadores de educação foram originados e premiados. Na Austrália, o “The song room” usa arte e música para melhorar o bem estar social de crianças de baixa renda, além de ajuda-las a desenvolver habilidades socioemocionais e melhorar o desempenho escolar.

No Egito, o vencedor foi o programa “Street Children: Re-integration through Education” (do inglês, Crianças da rua: Reintegração através da educação), que tira as crianças da rua ao reconectá-las com suas famílias e com o sistema público de ensino. Tanto o projeto Me & MyCity, da Finlândia, quanto o Alternate Education for Rural Development in Peru (do inglês, Educação alternativa para o desenvolvimento rural no Peru) treinam os alunos a partir de atividades mão na massa para que eles adquiram habilidades úteis para o mercado local.

Na Índia, o projeto Educate Girls luta contra a desigualdade de acesso a educação entre gêneros, encorajando pais a mandarem suas filhas para a escola. Seguindo a linha de empoderar meninas e mulheres, o programa “We love Reading”, da Jordânia, capacita mulheres para que elas levem o amor pela leitura a crianças, promovendo aprendizagem também fora da sala de aula.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Porvir

João Cristofolini: ‘O fracasso, e não a escola, me ensinou o que sei sobre empreendedorismo’

autor joao cristofolini na biblioteca cumprimentando outra pessoa

Desde pequeno, cresci ouvindo que deveria estudar muito para entrar em uma boa universidade, conseguir um bom emprego (preferencialmente em um grande banco ou concurso), alcançar a tão almejada estabilidade e contar os dias para chegar a aposentadoria. Lá seria quando poderia desfrutar de tudo o que a vida tinha a oferecer.

Ao mesmo tempo em que, quando ainda jovem, olhava para os “adultos” da época que haviam escolhido este caminho tradicional e via pessoas infelizes, trabalhando no que não gostavam, contando os dias para o final de semana e próximo feriado.

Fazia sentido uma vida assim? Isso de fato me intrigou e me fez buscar cada vez mais informação sobre biografias e histórias de pessoas que buscaram caminhos diferentes destes.

Aqui comecei a enfrentar o primeiro e grande dilema, motivo de constantes discussões familiares. Não queria mais estudar (dentro da sala de aula tradicional), quanto mais eu aprendia sobre pessoas e empreendedores de sucesso que buscaram caminhos alternativos de vida, menos interesse tinha pelo modelo e conteúdo da educação tradicional, afinal, ele preparava e formava para um único caminho, aquele que não queria seguir. Aos 21, resolvi abandonar a faculdade e me dedicar aos negócios, conciliando sempre leitura e caminhos alternativos de aprendizagem

Muitas pessoas na época (e até hoje) me perguntam se não pretendo voltar a estudar, como se estudar estivesse relacionado com estar dentro de uma sala de aula. Aprendemos em todos os lugares!

Se pudesse voltar atrás, teria tomado essa decisão ainda antes. Não que recomendo que todas as pessoas devam fazer o mesmo, mas sim, que se façam um questionamento saudável, sincero, a respeito disso. Antes de escolher o caminho, você precisa identificar o seu propósito de vida, o que você quer de fato. Decisão nada fácil, ainda mais na idade de incertezas que exige tais definições.

Este talvez seja o ponto principal da mensagem, no momento que estamos vivendo hoje, existem diferentes caminhos, tanto em relação a educação como trabalho, não apenas um único ou melhor caminho como nos foi ensinado desde pequeno. Nem melhor nem pior, apenas diferentes. Quando você descobre o seu propósito de vida, você tem condições de escolher os caminhos necessários para realização desse propósito e não do que a sociedade imprime como correto.

No meu caso, o caminho que escolhi para empreender, não exigia o modelo de educação tradicional, muito pelo contrário, existiam outros mais eficientes e baratos a seguir. O caminho que ainda sigo e não tem ponto de chegada, é um processo que chamo de educação autodidata. Estudo e prática em sintonia sempre, até o último dia de sua vida

Vamos viver por 80 ou 100 anos, não é mais possível achar que cinco anos dentro de uma sala de aula seriam suficientes para te preparar durante todo esse caminho.

Os últimos dez anos mudaram de forma assustadora diversos negócios, trabalhos, produtos e modelos tradicionais, mas nossa educação continua a mesma de 100 anos atrás.

O mais bacana do processo de educação autodidata é que você descobre que a escola da vida é seu maior professor, que você não tem e nunca terá todas as respostas e a melhor forma de aprender é fazendo.

Aos 21 anos de idade, reprovado no ensino médio, eu não tinha terminado a faculdade, não tinha dinheiro, nem contatos, foi a primeira grande experiência nesse sentido.

Havia acabado de entrar como trainee em uma corretora de investimentos e minha função inicial se concentrava na área educacional. Na prática, significava trazer pessoas para palestras e cursos, com objetivo final de tornarem-se clientes da corretora.

Depois de três meses na função, recebi o convite para me tornar sócio desta empresa de educação. Como não concordava com muito da metodologia de ensino empregada, senti que esse seria o momento de montar minha própria empresa de educação, independente e desvinculada da corretora, não precisava mais estar lá dentro.

Aqui estava o primeiro problema. Como um rapaz naquela idade e condições poderia ensinar alguém sobre educação financeira e investimento? Não ia rolar.

Pensando em abandonar a ideia, fui a uma palestra do que era considerado o maior especialidade em educação financeira do País, com vários livros publicados. Três minutos antes de iniciar sua palestra, consegui conversar rapidamente com ele e contar sobre meu projeto.

Passada a palestra e algumas trocas de e-mails, não é que o cara aceitou? Surgia ali a primeira franquia de educação financeira do Brasil. Em menos de um ano, abrimos mais de 30 franquias de norte a sul e tivemos uma grande repercussão na mídia. Tudo parecia bem mas, como história de empreendedor nunca é em linha reta, sempre tem um monte de problemas durante o caminho

O sócio resolveu sair do negócio, por diferença de objetivos. Como a empresa era grande parte baseada em sua pessoa, seria ali o fim. Em uma ação beirando o desespero, comecei a entrar em contato com outros autores e nomes consagrados do mercado, não só de educação financeira, mas de vendas, liderança, empreendedorismo e outros temas relacionados.

Esse grande problema, que me tirou muitas noites de sono, me fez entender que desafios são indispensáveis justamente para mudarmos o rumo dos negócios e despertarmos para novos caminhos.

Hoje este negócio está baseado totalmente na internet, com uma proposta de se tornar um MBA Empreendedor, com cursos de diferentes nomes e empreendedores consagrados. E, mais importante do que isso, abriu portas para outros novos negócios e me possibilitou publicar um livro.

Vejo muitas pessoas hoje com medo de tentar empreender ou começar um novo projeto, achando sempre que são despreparadas, que não é o momento, que estão novas ou velhas, que não têm o conhecimento necessário ou recurso financeiro. Mas o grande problema na verdade está na inércia em começar e dar o primeiro passo.

Quando você sai dos bastidores e entra em campo, indiferente do resultado alcançado, você além de aprender o que nenhum MBA seria capaz de proporcionar, abre portas para novos contatos, novas experiências e oportunidades, que não aconteceriam se você não estive lá naquele momento.

Depois de dez anos empreendendo, errando e estudando empreendedores de sucesso, resolvi compartilhar um pouco disso no livro O que a escola não nos ensina, publicado pela Alta Books no início deste ano e que conta com a participação de mais de 30 empreendedores e autores de sucesso. Meu objetivo foi condensar habilidades que não aprendemos na sala de aula e que precisamos desenvolver, bem como desmistificar os diferentes caminhos de educação.

Hoje tenho quatro negócios nas áreas de educação, tecnologia, saúde e social, escrevo em vários canais e ministro palestras em diversos eventos pelo Brasil. Mas esse é o lado “bom”, o que a mídia tradicional mostra. Tem muito problema durante o caminho e faço questão de mostrar o processo de construção de cada negócio em minhas palestras. Todos os meus negócios nasceram de problemas, mudaram muito durante o caminho, continuam mudando, tiveram altos e baixos, sócios que entraram e saíram

Alguns deles naturalmente vão desaparecer nos próximos anos e outros novos vão surgir.

Costumo dizer que a função do empreendedor é resolver problemas. O que faço na prática é isso, identifico problemas e conecto as pessoas certas para ajudarem a resolvê-lo. Isso por ventura pode se tornar um negócio ou o processo pode abrir porta para outros negócios, que nem imaginava ou simplesmente uma grande fonte de aprendizado.

O fracasso é um processo natural no desenvolvimento, principalmente no empreendedorismo. Infelizmente no Brasil, ainda temos uma imagem equivocada daquele cara que tentou e não conseguiu. O próprio modelo de educação atual repele o erro, já que somos reprimidos quando tiramos notas baixas ou não acertamos determinada questão.

Quando entendemos, internamente, que os fracassos são etapas naturais na vida de qualquer empreendedor, aceitamos que não existem super-heróis ou fórmula mágica para o sucesso. O sucesso inspira, mas somente o fracasso ensina de fato.

João Cristofolini, 25, é autor de O que a escola não nos ensina, no qual propõe um método de aprendizado alternativo orientado por mentores para seguir no mundo business.

Este artigo foi originalmente publicado no DRAFT

Como ser aprovado em uma das 10 melhores universidades do mundo?

predio da universidade de yale

Pedro Mendonça, de 26 anos, formou-se em Economia e Relações Internacionais pela Universidade Yale, em 2012. A instituição, localizada nos EUA, é considerada uma das 10 melhores universidades do mundo pelos principais rankings acadêmicos, como o da publicação britânica Times Higher Education (THE) 2015.

Em bate-papo exclusivo com o Estudar Fora, Pedro relembra o seu processo de application (candidatura) e conta que lutou para se manter entre os melhores da classe. Ao mesmo em que mantinha ntoas altas, continuou com suas atividades extras, como basquete, aulas de bateria e trabalho voluntário na favela de Paraisópolis. “Tomei a decisão de estudar fora aos 15 anos e sabia que não podia deixar a peteca cair”, lembra. “É bem corrido e talvez você não durma tanto quanto gostaria, mas vale a pena.”

Aceito em cinco universidades americanas, entre elas Universidade de Chiago e Universidade da Pensilvânia (Upenn), acabou se decidindo por Yale. “Eu conseguia dizer sim para todas, mas não conseguia dizer não para Yale”, ri. A excelência da universidade em todos os campos também foi um atrativo: uma garantia de que, mesmo se mudasse de ideia sobre a especialização, só teria boas opções. “Yale abriu minha cabeça”, diz ele, que foi bolsista da Fundação Estudar.

Quando olha para trás, Pedro é categórico em seu conselho para quem contempla uma graduação fora do país: “Para fazer alguma coisa, tem que ralar. Não tem meio termo”. Para assistir ao bate-papo completo com Pedro Mendonça, acesse o site do Estudar Fora.

O que preciso avaliar antes de decidir por uma carreira?

Ailton Cunha

Escolher o que cursar na faculdade aos 17 anos não é nada fácil. Muitas vezes nos sentimos frustrados e até arrependidos da escolha. Mas e a decisão de onde trabalhar? Precisa ser tão difícil quanto?

Para Aílton Cunha, responsável pelo Imersão, programa de decisão de carreira do Na Prática, o importante é refletir sobre a trilha profissional que você quer seguir. Você já pensou em todas as possibilidades de carreira da sua área? Será que já cogitou trabalhar em algo fora da área que voce se formou?

O próprio Aílton, que hoje trabalha com educação no terceiro setor, é formado em Química. “O grande perigo é se deixar levar pelo achismo e senso comum sobre o que é cada tipo de carreira”, ele explica. São mitos como “Gestão pública é ineficiente” ou “Mercado financeiro é para estressados” – e que atrapalham mais do que ajudam.

Mas então, como encontrar o seu lugar no mercado de trabalho? O ideal é não esperar estar dentro de uma organização para ver se é ou não o que você queria, e buscar entrar em contato com profissionais da área. No vídeo a seguir, Aílton dá dicas sobre como decidir que carreira seguir:

Conheça o Imersão, programa de decisão de carreira do Na Prática, veja as datas e participe!

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