Home Blog Page 272

Itaú Asset Management na prática: o trabalho na mesa de operações

Prédio corporativo

Gilberto Almeida chegou a cogitar estudar engenharia, por gostar de números e de matemática. Porém, acabou optando por economia depois de conversar com várias pessoas das duas áreas. “Descobri que me identificava mais com a usabilidade da matemática no contexto econômico, especialmente no mercado financeiro”, conta Gilberto Almeida, que fez a graduação e um mestrado profissionalizante em Finanças e Econometria no Insper.

Depois de passar por várias organizações como trader, hoje Gilberto trabalha com mercado de capitais no Itaú Asset Management. Essa área é constituída pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. O trabalho está relacionado à distribuição de valores imobiliários e tem o objetivo de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização.

Leia também: A experiência de um consultor de negócios no Itaú Unibanco

A rotina na mesa de operações

O dia a dia de Gilberto no banco é na mesa de operações. “Sempre fui muito proativo e tive facilidade em me adaptar. Por isso, me identifico bastante com a função. Preciso estar sempre pronto para tomar riscos e lidar com situações novas. Cada dia é um dia, não existe rotina”, diz. Ele explica que outra função mais estratégica exigiria uma visão mais de longo prazo, além de tomadas de decisão mais lentas e quantitativas.

Para Gilberto, a parte mais legal de trabalhar na mesa de operações do Itaú Asset Management, com mercado de capitais, é o dinamismo e a ausência de rotina. Por outro lado, ele destaca a responsabilidade que é tomar conta do dinheiro dos outros. “É preciso ter um background consistente em economia e finanças e estar preparado para um nível de comprometimento de tempo bem grande com o trabalho”, ressalta.

O perfil do profissional no mercado financeiro

Àqueles que pensam um dia trabalhar no mercado financeiro, Gilberto destaca a importância de falar inglês bem e ter conhecimentos em finanças quantitativas. Também sugere que não entrem com preconceitos sobres as diferentes funções, pois é muito difícil entender de fato a dinâmica da profissão antes de experimentar na prática. “Fazer um estágio ou summer em alguma organização do setor pode ser definidor antes de qualquer escolha.”

Leia também: Sete dicas para quem quer ser trainee em um banco

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

As principais possibilidades de carreira em marketing e vendas

Mesa de trabalho com computadores, cadernos de anotação e café

Quando pensamos em marketing e vendas, acaba sendo natural associar essas atividades à indústria de bens de consumo, que são os fabricantes de roupas, alimentos, eletroeletrônicos, móveis, entre outros tantos produtos que fazem parte do nosso cotidiano. Mas o marketing está por toda parte, o que torna o campo de atuação do profissional da área bastante amplo.

No setor de varejo e serviços – como hotéis, empresas aéreas, salões de beleza, bancos –, os processos dessa função são parecidos. Artistas, médicos, advogados, políticos e até cidades, estados, países, também adotam estratégias semelhantes: identificar e entender as necessidades dos consumidores, mantendo com eles uma relação saudável e duradoura.

Possibilidades de carreiras

Além dos diversos segmentos em que é possível atuar, há diferentes formas de atuação dentro dessa mesma função. As principais são:

1. Analista / Gerente de inteligência de mercado ou de inovação: acompanha tendências, movimentos dos concorrentes e mudanças no comportamento do consumidor;

2. Analista / Gerente de marketing e comunicação: é o responsável por cuidar do relacionamento dos clientes com a marca em todas as etapas;

3. Analista / Gerente de trade marketing: cuida da comunicação dos pontos de venda de uma empresa. É ele quem orienta como fazer uma promoção numa loja, por exemplo;

4. Analista / Gerente de vendas e comercial: elabora estratégias de venda, monitora o que acontece em cada região e treina os vendedores.

Destacar sua marca não deixa de ser uma estratégia de sobrevivência para as empresas. No mundo dos negócios, mais do que nunca, vale o ditado:  “quem não é visto, não é lembrado”. Por isso, as áreas de marketing e de vendas são uma boa oportunidade para jovens que querem seguir carreira executiva.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Ambev na prática: por dentro da área de marketing de inovação

Garrafas empilhadas

“Na Ambev, o marketing de inovação envolve tanto a criação de um novo produto, quanto o desenvolvimento de um produto antigo. Nosso objetivo é passar a mensagem certa através das nossas marcas, de forma que o consumidor entenda facilmente o recado”, explica Rodrigo Azambuja, gerente nacional dessa área na empresa.

Rodrigo estudou engenharia de produção na PUC-Rio e começou a estagiar na Ambev em vendas. Morou um tempo fora, fez cursos de verão sobre negócios e marketing em Stanford e Harvard, depois voltou para a empresa como supervisor de vendas. Logo tornou-se gerente da área no Rio de Janeiro e foi aos poucos ampliando seu escopo.

“Em vendas, conquistei bagagem analítica e conhecimento comercial, que me deram um senso de liderança desde cedo”, diz. Hoje, ele gerencia as pesquisas de tendências do mercado global e a adaptação das informações que fazem sentido para a realidade brasileira. “Marketing tem um pouco de feeling, mas a base de tudo está em dados concretos.”

Leia também: Marketing e vendas, o cliente em primeiro lugar

Dia a dia da função

Segundo Rodrigo, uma parte do seu trabalho envolve a criação de um conceito, a partir de insights vindos de fora do Brasil, a elaboração de um briefing e a reunião com uma agência parceira para o desenvolvimento de novos produtos. E outra parte, o acompanhamento semanal de produtos que já estão no mercado, com planos de ação para melhoras.

“Ao mesmo tempo em que temos que criar produtos inovadores, precisamos gerenciar e fazer o follow de projetos antigos de tempos em tempos, a fim de melhorar o padrão de uma campanha, por exemplo, e conseguir chegar mais perto do que o consumidor quer”, conta. “São atividades paralelas, que exigem mão na massa e planejamento”, acrescenta.

A parte frustrante, afirma ele, é trabalhar muito tempo em cima de um conceito que pode não dar certo. “Muitas vezes, a gente se dedica a uma ideia por meses – desde a pesquisa até o próprio desenvolvimento de um produto – e, quando ele de fato é apresentado ao consumidor, vemos que não atende à demanda da forma como imaginamos no briefing.”

Leia também: Cinco competências essenciais em um profissional de marketing

Marcas inovadoras

A cerveja Skol é um exemplo de produto que foi revisto recentemente na Ambev. “Hoje, a Skol é uma marca muito mais forte do que há cinco anos. Nesse período, houve um trabalho de entendimento do real propósito da marca, que a gente chama de ‘brand ideal’. A gente se fez a pergunta: o que eu, como marca, quero passar para meu consumidor?”, explica.

Depois de muitas reuniões de criatividade, desenvolvemos um briefing redefinindo o propósito da marca: desta vez, focado no público jovem. “A partir do momento em que chegamos a um ‘brand ideal’ poderoso e simples, começamos a criar plataformas para uma campanha muito mais efetiva, suportando que a Skol é mais do que uma cerveja, é um estilo de vida.”

Se mesmo as marcas já consagradas ainda têm oportunidades de melhora, os produtos mais novos podem demorar um pouco a deslanchar. O energético Fusion, por exemplo, está em constante processo de definição do conceito. “É um produto novo, de 2 anos de idade, mas que esperávamos estar crescendo mais do que cresce hoje”, admite Rodrigo.

Leia também: Bens de consumo, o foco no produto

Perfil do profissional

Além de identificar o que é tendência no mercado global, faz parte do trabalho de um profissional de marketing de inovação antecipar o que o consumidor vai querer daqui a alguns anos. “Para isso, é preciso ter uma boa base analítica, estar sempre antenado nas novidades e por dentro de todos lançamentos dentro do seu setor, no Brasil e no mundo”, diz.

Também é essencial saber lidar com gente e conhecer de perto como cada etapa do processo acontece, da formação de um conceito, aprovação, desenvolvimento, até o acompanhamento do produto. “É importante colocar a mão na massa – o que a gente chama de ‘managing by walking around’ – e ser paciente. Pode demorar um ano para colocar um líquido no mercado.”

Leia também: Sete dicas para quem sonha em trabalhar em bens de consumo

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

IBM, Claro, SAS e GVT: conversamos com os RHs dessas empresas. Confira!

Homem oriental em reunião de trabalho com jovem profissional

Buscar desafios, possuir raciocínio lógico e atenção a detalhes, manter-se atualizado, ter contato com a evolução constante das inovações tecnológicas e estar preparado para atuar em um ambiente aberto a mudanças e novas ideias. Essas são algumas das características que um profissional precisa ter para trabalhar na indústria de tecnologia. “De maneira geral, o mercado exige dinamismo do jovem profissional e espera que ele se mantenha sempre bem informado. A tecnologia evolui muito rápido, e ele deve acompanhar o ritmo”, aponta Renata Prudente, diretora de RH da Claro.

Os processos seletivos costumam incluir avaliação de currículo, testes de nível de idioma e de raciocínio lógico, além de entrevista com o RH, gerentes e até diretores, dependendo do cargo. Segundo recrutradores de grandes empresas de tecnologia, na entrevista é importante o candidato demonstrar conhecer a cultura e os valores da empresa que tem interesse em ingressar. Eles estão cada vez mais preocupados com o tão falado “fit cultural”. “As companhias acreditam que pessoas com valores alinhados aos seus construirão uma relação mais sólida com elas”, diz a consultora de carreira Andreia Oliveira.

Leia também: O trabalho de um analista de finanças do Google Brasil

Conheça o que recrutadores de grandes empresas de tecnologia consultados pelo Na Prática destacam sobre seus processos seletivos:

Tato Athanase, gerente de RH da SAS

“É importante o jovem se dedicar aos estudos e tirar boas notas desde criança. Isso aumentará suas chances de ingressar em uma faculdade renomada, algo que se tornará um diferencial em seu currículo. Já na preparação para um processo seletivo, o candidato precisa se preparar previamente, buscando o máximo de informações possível sobre a empresa em que ele fará a entrevista e o cargo que está sendo oferecido. Durante a conversa com o entrevistador, é fundamental sempre falar a verdade, descrever sua experiência profissional (se houver), falar de suas habilidades, pontos fortes e casos de sucesso pessoal. Para muitas vagas, ter inglês fluente é fundamental, vivência no exterior é bastante importante também. Para as nossas vagas efetivas é preciso ter nível superior completo – pós-graduação, MBA e doutorado são diferenciais. Já para vagas de estágio, a preferência é por estudantes que estejam no penúltimo ano do curso.” A SAS é uma empresa americana de soluções de Business Inteligence.

Giovane Costa, vice-presidente de RH da GVT

“O candidato precisa apresentar um perfil alinhado aos valores da empresa. Para que a gente possa verificar se existe esse alinhamento, ele passa por um processo seletivo de várias etapas. Num primeiro momento, ocorre a avaliação do currículo, quando o RH observa a formação, o conhecimento técnico e a experiência do candidato, verificando se ele atende o perfil indicado para a posição. Se o currículo é pré-selecionado, a empresa entra em contato para verificar seu interesse e agendar uma entrevista. No momento do encontro presencial, o mais importante é que o candidato seja autêntico. O que se espera é que ele responda aos questionamentos de maneira clara, sempre fazendo um link com experiências anteriores, estágios ou até mesmo situações vivenciadas no meio acadêmico.” A GVT é uma operadora de telecomunicações brasileira.

Renata Prudente, diretora de RH da Claro

“O currículo dos nossos candidatos deve conter informações técnicas, como os nomes dos sistemas e aplicativos em que ele tem conhecimento ou certificação. Falar outro idioma, como o inglês, é um diferencial e mostra que o candidato poderá lidar com fornecedores e empresas globalizadas e facilitar a comunicação entre eles. Ao se preparar para a entrevista, é interessante que o profissional pesquise a fundo a empresa e o setor em que quer atuar, suas características de gestão, dados financeiros, desafios, concorrentes e valores. Durante a entrevista, avaliamos se o candidato tem capacidade de comunicação desenvolvida e se é bem articulado. É importante que ele se coloque de forma genuína e verdadeira, além de aproveitar para tirar todas as dúvidas que possam surgir sobre a vaga ou a empresa.” A Claro é uma operadora de telefonia móvel brasileira.

Luciana Camargo, diretora de RH da IBM Brasil

“Além dos requisitos técnicos para cada vaga, é importante que o candidato seja motivado, inspire seus colegas, saiba trabalhar em equipe, tenha flexibilidade e vontade de crescer na carreira. A IBM oferece boas oportunidades de crescimento aos funcionários, que vão muito além das áreas de formação. Acima de tudo, eles precisam ter criatividade para resolver problemas e pensar em como o planeta pode ser mais inteligente. Buscamos pessoas com o espírito globalizado, aptos a trabalhar com times de diferentes países e culturas, e que respeitem a diversidade. Além disso, é importante que pensem e ajam de acordo com nossos valores: ‘dedicação ao sucesso de cada cliente’, ‘inovação que faz a diferença para a companhia e o mundo’, ‘confiança e responsabilidade em todos os relacionamentos’.” A IBM é a maior empresa de tecnologia de informação do mundo.

Leia também: Tecnologia, inovação a todo vapor

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Google na prática: o trabalho de um analista de finanças

Escritório do Google no Brasil

“O ambiente de trabalho no Google é um caos organizado. A empresa preza pela inovação, as tarefas dos funcionários são muito dinâmicas, surgem produtos novos com frequência, as prioridades mudam a todo o momento. O nosso desafio diário é organizar essa bagunça”, conta Rony Sousa, que é formado em engenharia de controle e automação e hoje atua como analista de finanças.

Rony chegou a trabalhar com controle de voo, até que descobriu uma queda por finanças. Fez estágio em corporate finance na Johnson & Johnson, e hoje trabalha como analista no setor de planejamento financeiro do Google. “Enquanto na Johnson & Johnson meu foco era em processos, no Google o meu foco é no business”, explica.

Leia também: Tecnologia, inovação a todo vapor

Finanças

Seu trabalho é muito próximo à área comercial. “Meu papel é analisar e entender o que está acontecendo com o negócio do ponto de vista financeiro e sugerir decisões, com base nesses dados”, diz. “Avaliamos se a alocação de recursos entre as áreas é a melhor, ou se é necessário mudar algo para maximizar os resultados”, acrescenta.

Sua equipe precisa pensar em como aumentar a lucratividade e trazer o melhor resultado para os acionistas. Para isso, é necessário cortar custos, mas sem prejudicar a essência da cultura da empresa, com todas as mordomias que os funcionários têm. “Temos que deixar o time consciente dos seus gastos e da importância de economizar.”

Leia também: Saiba o que pensam os RHs das empresas IBM, Claro, SAS e GVT

Dia a dia de um analista de finanças

De segunda a quarta, Rony fica focado em projetos de longo prazo do Google. Em tecnologia, esse período é muito curto em relação a outras indústrias: dura só de 6 a 7 meses, explica ele. “Nesses dias, tento entender o que está fora do previsto, onde há oportunidade para melhorar e pensar em ações para corrigir um erro ou potencializar algo positivo.”

Às quintas, ele analisa a performance de produtos já lançados, para saber se tendências mudaram desde o começo, o que pode ter causado essas mudanças e o que fazer para atualizá-las. Às sextas, se reúne com a diretora de América Latina e outros representantes regionais para entender o que está acontecendo em cada mercado e fazer um report.

Leia também: Sete sugestões para quem quer se dar bem em processos seletivos

Novos produtos

Rony destaca que o mercado de tecnologia muda o tempo inteiro, já que produtos novos são lançados com frequência, novas empresas surgem todos os dias, aplicativos viram uma febre de uma hora para outra. “Por isso, a gente tem que se planejar rapidamente e mudar os planos rapidamente também. Em outras indústrias, isso não é tão acelerado”, afirma.

Por outro lado, ressalta que é importante prestar atenção nos produtos antigos também. “A gente tende a focar nos produtos mais novos, mas em 2012, por exemplo, nossa equipe analisou a relevância de um produto tradicional do Google nas Américas em relação a outros continentes. Chegamos a insights interessantes, que geraram um barulho até em Mountain View.”

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Heinz na prática: por dentro da área de finanças da empresa

Tomates e ketchup em prato com talheres

As pessoas têm cada vez menos tempo para cuidar da própria comida e preparar boas refeições. E o papel do setor de alimentos, parte da indústria de bens de consumo, é ajudar a resolver esse problema oferecendo alternativas nutritivas e práticas, que se adequem ao curto período que as pessoas têm para comer. “Nós compramos a matéria prima e vendemos uma marca. Nosso valor agregado está aí”, explica Rafael Peixoto, coordenador de planejamento financeiro no Brasil da empresa americana Heinz, maior fabricante de ketchup do mundo – que também produz molhos, conservas, condimentos, refeições congeladas e papinhas.

Nesse contexto, o papel da Heinz é garantir que seus cerca de 5.700 produtos sejam de ótima qualidade e satisfaçam os consumidores da melhor maneira possível. Se existe a demanda por um produto com menos açúcar, por exemplo, ele precisa ser desenvolvido. Mas, além de atentar para a qualidade e a satisfação do cliente, a empresa também precisa ter a garantia de que os insumos estejam dentro de um planejamento financeiro. E é aí que Rafael entra. “Não podemos comprar mais do que cabe no estoque e temos pagar o preço certo para não onerar o custo”, diz ele.

No seu dia a dia, o planejador financeiro também precisa resolver problemas operacionais para garantir que o time de vendas esteja fazendo as previsões adequadas, e o de produção, produzindo o suficiente para atingir essas previsões – tudo dentro do custo de cada departamento. “A área de finanças ajuda a trazer método para as coisas e traduzir a complexidade de um problema de forma estruturada e simples para a tomada de decisões. Ser organizado é importante para conseguir soluções nesse sentido e até antecipar problemas da companhia.”

Leia também: Finanças corporativas, conheça as tendências do mercado

Identificação com a função
Rafael se identifica bastante a função que ocupa hoje, que considera estratégica para a empresa, especialmente por ser um elo de ligação entre suas diversas áreas. “A gente não leva o feijão para casa como o pessoal de vendas, não desenha os produtos como os caras de produção, mas acaba sendo a amálgama disso tudo. Nosso trabalho vai desde traduzir aquilo que cada área está fazendo em números e resultados da empresa, até realimentar o sistema adequadamente, conciliando os gastos da produção com os preços dos produtos”, afirma.

Ele conta que sempre gostou de resolver problemas. “Quando me deparo com uma situação complexa, interpreto como um desafio e faço de tudo para entender o problema e testar soluções”, afirma. Pela afinidade com exatas, escolheu cursar engenharia. E quando começou a trabalhar com finanças, sabia pouco de contabilidade, valuation ou economia. “Precisei estudar por conta própria para conhecer esses temas e a indústria em que escolhi atuar. É muito mais fácil encontrar soluções para problemas financeiros quando você entende o contexto à sua volta.”

Candidate-se a oportunidades na Heinz:

Programa Estágio da Heinz

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Itaú Unibanco na prática: a experiência de um consultor de negócios

Executivos trabalhando em reunião

“Para trabalhar em banco tem que ter vocação”, brinca Henrique Marise, de 32 anos, consultor de negócios Itaucard, no Itaú Unibanco. Ele tem uma certa razão. Lidar com números todos os dias não é coisa para quem sempre levou nota negativa em matemática na escola. “Essa pessoa pode até conseguir emprego, porque o mercado financeiro é aberto para todo tipo de personalidade – tem de pedagogo até biólogo. Mas ela corre o risco de odiar o próprio trabalho”, diz.

Ele mesmo não imaginava, assim que entrou na faculdade de engenharia, em São Carlos, no interior de São Paulo, que trabalharia em um banco. Tanto que chegou a fazer estágios curtos em outras indústrias. Durante o curso, no entanto, começou a considerar a opção. Henrique se inscreveu em mais de dez processos de trainee depois de formado, em 2006, e foi chamado no Itaú depois de uma longa seleção. Para ele, essa é melhor forma de entrar no mercado. “É uma porta de entrada excelente, porque você acaba conhecendo o funcionamento de um banco como um todo, já que existe uma mudança de área esporádica (job rotation) para quem entra como trainee”, afirma.

Leia também: Sete dicas para quem quer ser trainee em um banco

A experiência como trainee no Itaú Unibanco

Henrique começou no banco na área de projetos, depois foi para análise de risco e crédito. “Essa área que determina qual é o risco que o banco tem ao emprestar dinheiro. É a isso que o juros está atrelado, por isso a taxa varia de acordo com o perfil das pessoas. Alguém que está desempregado tem um risco muito maior, estatisticamente, de não pagar o empréstimo em dia”, explica.

Agora, seu trabalho consiste, basicamente, em encontrar meios de fazer o banco vender seus produtos. “Tenho que saber qual tipo de cartão de crédito as pessoas querem ter, qual tipo de financiamento elas querem fazer, qual seguro pode ser útil para elas”, detalha. Tudo isso tendo como base modelos financeiros e análises de mercado. “É preciso conseguir traduzir todas as informações financeiras que recebemos.”

Para Henrique, outras características valiosas em um profissional dessa área são responsabilidade, disposição e integridade. “O setor financeiro de qualquer negócio, seja da indústria farmacêutica ou de infraestrutura, é o que move a empresa. Sem o aval financeiro, suas decisões estratégicas ficam amarradas”, diz. “Devido à manipulação de números muito altos, quem entra nesse setor também precisa ser analítico e ético”, completa.

Leia também: Conheça o Itaú, banco líder em performance sustentável

A cultura do Itaú Unibanco

Apesar de ser um setor tradicionalmente mais “certinho”, inclusive no que diz respeito ao traje, os bancos estão flexibilizando suas políticas de código de conduta e vestimenta. Quando Henrique entrou no Itaú, na época, Unibanco, tinha que usar terno e gravata todos os dias. Hoje não é mais assim. “As empresas estão percebendo que isso não faz sentido para quem passa o dia inteiro dentro do escritório olhando para a tela de um computador. Ainda mais morando no Brasil, um país tropical”, afirma. Mas tudo tem um limite: bermudas continuam proibidíssimas!

De qualquer forma, as mudanças mostram que as empresas estão mais preocupadas com o bem-estar dos funcionários e ouvindo suas reivindicações. “Já que vamos passar oito horas no trabalho, que ele seja um lugar no qual nos sentimos confortáveis.” Algumas áreas, no entanto, não podem ainda dispensar o traje formal. “Não adianta, quem vai lidar com o cliente precisa ir mais formal mesmo. É importante para ele saber que o cara que está lidando com o seu dinheiro transmite seriedade.”

Os horários de entrada e saída também são mais tranquilos hoje em dia. “O banco não quer ver ninguém lá fazendo hora extra à toa. Não existe mais essa cultura”. Outros pontos estão sendo levados em conta. “Se você chega às 8h todos os dias e precisa de 14 horas para cobrir todas as demandas daquele dia, seu gestor consegue ver que ou você está sobrecarregado ou você está sendo pouco produtivo. E isso será avaliado”, comenta.

Para quem está começando

Para quem está começando agora na profissão, Henrique tem uma dica: comece a trabalhar em estágio o quanto antes, e vale inclusive para quem planeja ser empreendedor no futuro. “Essa visão de como funciona uma grande empresa, você só consegue trabalhando lá dentro, mesmo. A faculdade só é capaz de te ajudar até certo ponto. Eu só aprendi sobre interdependência e trabalhar em equipe depois que comecei a lidar com isso na prática.”

Candidate-se: vaga de estágio no Itaú Unibanco

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Quer trabalhar com finanças corporativas? Conheça as tendências do mercado

Várias notas de dólar

Nos últimos 20 anos, o mercado de trabalho sofreu várias alterações por questões econômicas e tecnológicas. A redução e o controle da inflação, a estabilização da moeda e a abertura do mercado brasileiro obrigaram as empresas a tomar uma postura mais competitiva. Tudo isso influenciou positiva ou negativamente a importância de algumas posições no mundo das finanças corporativas.

Dentro das empresas, as áreas de controladoria, análise de custos e avaliação da rentabilidade nas operações, por exemplo, se impuseram como bastante estratégicas.

Tendências em finanças corporativas

Por outro lado, o avanço tecnológico e a informatização de processos acabaram transformando alguns postos em obsoletos, como o de contas a pagar e receber.

Mas, de uma forma geral, o ano de 2014 será positivo para quem quer trabalhar com finanças, e os profissionais mais qualificados não terão dificuldades em se empregar. De acordo com uma pesquisa divulgada em março deste ano pela empresa multinacional de recrutamento Robert Half, apenas a China supera o Brasil na busca por executivos de finanças. O estudo foi feito com 2.535 CFOs de 17 nacionalidades.

Como resultado, descobriram que 63% das empresas pretendem aumentar seu quadro de funcionários do financeiro este ano. Os motivos para tanta contratação são novos projetos (em 81% dos casos), expansão de produtos ou serviços (para 51%) e o crescimento doméstico do negócio (em 41%).

Leia também: Por dentro da área de finanças da Heinz

Segundo Alexandre Atauah, gerente da Divisão de Finanças e Contabilidade da Robert Half, esse cenário faz com que a área de finanças corporativas seja uma das mais movimentadas do ano. Isso porque, com crise ou não, departamentos como o de contabilidade desempenham um papel estratégico em todas as companhias.

“Esses profissionais saíram dos bastidores e tornaram-se ativos na análise de risco. Além disso, a interação com as demais áreas internas também aumentou. O objetivo agora não é só alcançar os melhores custos, mas também obter melhores retornos do negócio”, explica Alexandre.

O trabalho em finanças corporativas

Como o mercado está aquecido para finanças corporativas, a disputa pelos maiores talentos aumenta, e os salários também. Ainda segundo a pesquisa, 61% dos CFOs no Brasil consideram muito desafiador contratar bons profissionais nessa área, quase o dobro da média mundial, de 31%.

Aqui, eles também estão preocupados com não perder seus talentos. Enquanto 27% do resto do mundo têm essa preocupação, 41% dos CFOs brasileiros enfrentam problemas de retenção. Neste cenário, os profissionais mais disputados são formados em engenharia financeira, análise e administração de investimentos, marketing ou consultoria financeira.

Com tanta demanda, o mercado está aberto para profissionais de praticamente todas as áreas. Mas algumas qualidades todos eles devem ter em comum. É preciso, por exemplo, saber trabalhar com percepção de futuro, no campo de planejamento e da prevenção para trazer resultados efetivos para a empresas.

Para ser bem sucedido, é necessário ter foco na redução de custos, racionalização de gastos, melhora das taxas e dos planos financeiros. Além disso, o candidato ideal precisa entender bem a economia brasileira, os produtos e serviços do mercado financeiro e ter noções gerais de softwares de gestão de contas e planilhas. Conhecer a fundo o intrincado sistema tributário nacional é um diferencial.

Leia também: Sete sugestões para quem quer se dar bem em processos seletivos

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Qual é o perfil esperado de um profissional do mercado financeiro?

Executivo olha para tela com gráficos

Muitos estudantes associam trabalhar com finanças a ganhar muito dinheiro e se aposentar antes dos 40 anos. Na realidade, o enriquecimento fácil não passa de um mito. É preciso ter em mente que entrar para o mercado financeiro não é ganhar na loteria – os benefícios até podem ser altos na comparação com outros setores, mas os salários são atrelados a metas, e a jornada de trabalho é bastante intensa.

Inscreva-se nas Conferências Na Prática e conecte-se com recrutadores!

Uma vez lá dentro, há muitas carreiras possíveis. Quem se sente atraído pela adrenalina da bolsa de valores pode trabalhar em corretoras que acompanham o mercado minuto a minuto para saber o melhor momento de comprar e vender ações. Já os interessados em administração de empresas podem buscar bancos de investimento que trabalham com processos de reestruturação de companhias. E todo mundo precisa começar em algum lugar.

José Berenguer admite que ele também passou por um período de ansiedade no começo da carreira. Hoje presidente do JP Morgan no Brasil, ele dividiu seus conhecimentos em um Bate-Papo com o Na Prática e garante: vontade, dedicação e identificação com os valores da empresa, além de tornarem o processo mais fácil, chamam a atenção.

Desde cedo

Headhunter especializado no mercado financeiro, André Abram está acostumado a ver candidatos do nível de Berenguer, interessados em cargos como diretor, vice-presidente ou presidente. Mas mesmo André tem alguns pré-requisitos na hora de considerar altos executivos, e diz que o que ele pede pode começar a ser desenvolvido agora mesmo.

“Há fortalezas que podem ser desenvolvidas em qualquer idade”, explica. Ter capacidade de fazer as coisas acontecerem e agir como dono do problema são coisas que destacam sua performance num meio muito competitivo, assim como resiliência (leia-se: a capacidade de pedir e aceitar críticas) e uma boa dose de curiosidade. “Se você não está curioso para saber o que está acontecendo com você, com o mercado, com os competidores ou com outras áreas, não chega lá.”

André também recomenda uma vivência completa do mercado financeiro, seja trabalhando em áreas core do mercado financeiro ou privilegiando uma trajetória inicial que envolva diferentes áreas, do backoffice à implementação de tecnologias. “Participar desse tipo de projeto te ajuda a ter uma visão abrangente e te prepara para uma nova fase na carreira”, fala.

Dicas

A seguir, o superintendente de microcrédito do banco Santander, Jeronimo Ramos, e o professor do programa Certificate in Financial Management da escola de negócios Insper, Ricardo Rocha, dão mais algumas dicas aos interessados:

1. Ter inglês fluente: essa dica pode parecer óbvia, mas nenhuma outra área é tão exigente em relação à fluência no idioma como o mercado financeiro. Você sabia que a maioria dos investidores que compra ações de empresas brasileiras é estrangeiro? Pois é. Quando uma empresa brasileira com ações negociadas na bolsa de São Paulo apresenta seus resultados do trimestre ou do ano para o mercado, em teleconferência com investidores, quase sempre o faz em inglês. Para quem trabalha com investimentos, tão importante quanto saber falar é redigir análises de mercado em inglês.

2. Adaptar-se bem a mudanças: o mercado financeiro muda o tempo todo, e quem trabalha com isso deve estar preparado para a montanha-russa. Crises financeiras como a de 2008 pegam todos de surpresa e viram o mundo de cabeça para baixo em questão de horas. A cada nova turbulência no mercado, o sistema impõe regras mais rígidas para bancos e empresas atuarem, e não há muito tempo para se adaptar. Além disso, o avanço da tecnologia e da internet traz novos desafios a cada dia – desde como se proteger contra ataques virtuais, cada vez mais destruidores, até discussões sobre como as pessoas farão seus pagamentos nos próximos dez anos.

3. Aprender a trabalhar com metas: os salários no mercado financeiro têm uma parcela fixa e outra variável, atrelada ao cumprimento de objetivos pré-estabelecidos individuais e da equipe. Se o trabalho e a economia vão bem, dá para faturar alto com bônus anuais de três a dez vezes o salário (em algumas empresas chega a 20 salários). Mas, se vai mal, o bolso aperta – sim, as empresas fazem isso de propósito. Falhar em cumprir sua meta pode te levar ao extremo de perder sua posição.

4. Saber se comunicar: o mercado financeiro parece tentador para algumas pessoas que acreditam que o trabalho se resume a acompanhar números na tela do computador. O raciocínio lógico matemático é de fato uma exigência e deve ser treinado com exercícios, mas também conta pontos saber apresentar resultados e análises. Faz parte da rotina se reunir com clientes ou ir a jantares de negócios, por isso é importante trabalhar a comunicação.

5. Gostar de trabalhar: as jornadas de quem trabalha no mercado financeiro quase sempre ultrapassam as 40 horas semanais. A maioria dos executivos só não olha seus e-mails de trabalho no smartphone quando está dormindo. É preciso ler muito – notícias do mercado e análises –, e, para aguentar o tranco, é importante se interessar de verdade pelo universo das finanças.

Especial Na Prática: Tudo sobre o mercado financeiro

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Santander na prática: a rotina do responsável pela área de microcrédito no Brasil

Prédio corporativo

Com mais de 150 anos de história, o grupo espanhol Santander está entre os maiores bancos do mundo. Emprega 200 mil pessoas e tem mais de 100 milhões de clientes. No Brasil, onde estão desde a década de 1980, os espanhóis se tornaram mais relevantes em 2008, quando compraram o concorrente Banco Real.

Hoje, o Santander é o terceiro maior banco privado do país, com 24 milhões de clientes. Ele se diferencia dos concorrentes porque investiu pesado no segmento de baixa renda – atualmente tem a maior operação de microcrédito entre os bancos privados do Brasil, coordenada pelo superintendente Jeronimo Ramos, ex-Banco Real.

A área de microcrédito

Mas o que é microcrédito? Pense na costureira ou no chaveiro do seu bairro. De vez em quando, eles precisam de dinheiro extra para consertar uma máquina, pintar a loja ou comprar material para trabalhar. Podem então recorrer a agentes de crédito, que são vinculados a bancos.

O Santander se especializou nisso. Concede empréstimos de 500 reais a 15 000 reais com taxas de juros mais baixas que as praticadas no mercado, e oferece prazo de seis a 18 meses para pagar.  Na última década, emprestou mais de 2,3 bilhões de reais para quase 300 000 pequenos comerciantes. Em 80% dos casos, são mulheres chefes de família que moram nas periferias de São Paulo, Rio de Janeiro e cidades do Nordeste.

Leia também: Mercado financeiro, o trabalho de gerar riqueza

O trabalho no Santander

O superintendente Jeronimo Ramos é o líder da equipe de 300 pessoas responsável por microcrédito no Santander. Ele também começou de baixo – seu primeiro trabalho num banco foi como office boy na década de 1970. Quinze anos depois, já com formação em marketing e atuando como gerente, Jeronimo começou a trabalhar com empreendedores de baixa renda.

Encantado pelo desafio de transformar o negócio de milhares de pequenos comerciantes, que geram emprego e renda na comunidade, nunca mais quis mudar de área. “O microcrédito é o melhor instrumento de inclusão social financeira do mundo”, afirma.

Saiba quais são as atividades que ele coordena:

Recrutar agentes de crédito nas comunidades: mais de 80% dos empreendedores que pedem o microcrédito não têm conta no banco, seja por falta de interesse ou pela carência de agências nas periferias. Por isso, o Santander acaba contratando agentes de crédito que moram nas regiões que atende. Hoje são mais de 200 agentes em 550 cidades pelo país. Faz sentido pela praticidade – a equipe visita clientes todos os dias – e porque ninguém conhece melhor o comércio de uma área do que os próprios moradores. “Para fazer o meu trabalho, tem que gostar de ficar em contato o dia todo com gente”, diz Jeronimo.

Transformar agentes em professores: conceitos usados no varejo – como capital de giro, contas a receber, juros e margem de lucro – são muitas vezes desconhecidos pelos clientes do microcrédito. Jeronimo chegou à conclusão de que não adianta só emprestar dinheiro. O caminho mais seguro contra a inadimplência é ajudar o cliente a melhorar a gestão do negócio, e isso tem tudo a ver com educação financeira. Os agentes ajudam a definir a melhor estratégia para cada negócio.

Encontrar soluções para aumentar o número de clientes: muitos contratos de concessão de microcrédito esbarram na parte da garantia. Boa parte dos potenciais clientes é informal, o que dificulta conseguir um fiador (alguém que assuma a dívida em caso de inadimplência). Foi aí que o banco mudou de estratégia e adotou uma nova garantia, batizada de Grupo Solidário. Três ou quatro microempreendedores se comprometem uns com os outros a pagar parcelas de quem ficar inadimplente. Desde a mudança, o número de contratos mais que dobrou, e a taxa de inadimplência do Grupo Solidário é próxima a zero.

Criar novos produtos: com o tempo, os clientes começaram a pedir crédito para investimentos mais altos, para reformar lojas ou comprar máquinas novas. Os agentes relataram isso aos gerentes que, por sua vez, sentaram com Jeronimo e a área de produto para pensar em soluções. A última, criada no ano passado, foi uma linha de microcrédito que atende clientes que precisam de investimento de médio e longo prazo. O parcelamento chega a 24 meses.

Estudar a abertura de agências na periferia: o Santander foi o primeiro banco a abrir unidades na favela do Alemão, no Rio de Janeiro, e em Paraisópolis, em São Paulo. A agência carioca passou a funcionar em maio de 2010, seis meses antes da ocupação do morro pela polícia para a instalação da UPP. A paulista é de dezembro de 2013. Nos dois casos, Jeronimo já tinha milhares de clientes de microcrédito nas comunidades.

Exportar o microcrédito para outros países: caso de sucesso no Santander, Jeronimo virou uma espécie de embaixador do microcrédito. Pelo menos uma vez por semestre recebe turmas de estudantes estrangeiros interessados em conhecer o programa, que já foi exportado para países como Chile, Argentina e El Salvador.

Leia também: Qual é o perfil esperado de um profissional do mercado financeiro?

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Mercado financeiro: o trabalho de gerar riqueza

Analistas do mercado financeiro na mesa de operação, observando painel de bolsas

O mercado financeiro existe para conectar as pessoas que têm dinheiro com as pessoas que precisam de dinheiro. Parece simples, mas a necessidade das pessoas e empresas por esse serviço deu origem a uma indústria gigantesca. Quem faz o trabalho de intermediário são os bancos, e os responsáveis por cuidar da saúde do sistema financeiro são instituições públicas – no Brasil, o Ministério da Fazenda e o Banco Central no Brasil.

O avanço da tecnologia e da internet nas últimas décadas virou muitas indústrias de cabeça para baixo. Não foi diferente com o mercado financeiro. Você sabia que, há apenas 100 anos, o ouro ainda tinha uma função central nessa indústria? E que até a década de 1950 só existia dinheiro de papel no mundo?

Hoje, podemos controlar nossas contas correntes pelo smartphone, o que tem levado os bancos a investir mais em tecnologia e menos na contratação de funcionários para as agências. Além do impacto no mercado de trabalho, a indústria tem sido desafiada a dar respostas cada vez mais complexas, como decidir a validade do bitcoin, primeira moeda virtual que não está ligada a um país e sequer existe em papel.

Leia também: Qual é o perfil esperado de um profissional do mercado financeiro?

No Brasil, um dos principais desafios do mercado financeiro é a bancarização. O que isso significa? Apenas 55% da população têm conta em banco. Estamos bem atrás de Inglaterra, Estados Unidos e Espanha, em que quase todas pessoas são clientes de bancos. Mas nos saímos bem na comparação com países como Índia e México, onde apenas um terço das pessoas são bancarizadas.

Consequência disso é a falta do hábito de poupar. Sete entre dez brasileiros não guardam dinheiro. Isso é ruim não só para a pessoa, que precisa pedir emprestado quando o bolso aperta, mas também para a economia do país. Menos dinheiro nos bancos impacta o sistema como um todo, porque o recurso poderia ser investido de diversas maneiras. Além da tradicional poupança, uma opção de investimento é se tornar sócio de empresas na bolsa de valores – comprando ações. Outra alternativa é investir em fundos que usam os recursos aplicados por pessoas para construir hotéis, shoppings ou moradias. Riqueza gera riqueza.

Para quem se interessa pelo setor, o mercado financeiro é amplo de oportunidades para trabalhar:

Bancos de varejo

Financiam o consumo das pessoas físicas – clientes comuns – e também das pessoas jurídicas – empresas de micro, pequeno e médio porte. Captam depósitos e concedem empréstimos, financiamentos e opções de investimento aos clientes. Entre os maiores no Brasil estão: Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica Federal.

Bancos de investimento

Emprestam dinheiro para empresas. Também assessoram e financiam operações de compra, fusão e reestruturação de companhias. Podem administrar fundos de investimento e auxiliar empresas a abrir capital (negociar ações) na bolsa de valores. Entre os maiores estão: Goldman Sachs, JPMorgan, Credit Suisse, BTG Pactual e Itaú BBA.

Gestoras de recursos

Buscam as melhores oportunidades de investimentos para os seus clientes – sejam eles empresas ou pessoas. Esses investimentos podem ser em ações na bolsa de valores, no setor imobiliário, em infraestrutura, agropecuária etc. Entre as gestoras, existem aquelas especializadas em asset management, por exemplo. Algumas das maiores são: XP Gestão de Recursos, Gávea Investimentos, Itaú Unibanco, Bradesco e BTG Pactual.

Gestoras de fundos “private equity”

Compram fatias de empresas com o dinheiro dos investidores. Ficam de cinco a dez anos como sócias dessas companhias e lucram (ou saem no prejuízo) quando passam o negócio para frente, a partir da abertura de capital na bolsa de valores ou da venda da participação na empresa. O desafio de quem trabalha com isso é entrar na administração da empresa e alavancar seus resultados para obter melhores ganhos ao fim da sociedade. Entre as maiores do Brasil estão: BTG Pactual, GP Investimentos, Carlyle, Gávea Investimentos e Pátria.

Seguradoras

Criam e vendem seguros para empresas e pessoas. Os principais são: seguros de vida, de saúde, de imóveis, empresariais, de automóveis e de transporte de carga. Também podem trabalhar com consórcios de imóveis e automóveis, previdência e planos de capitalização. Entre as maiores empresas do Brasil estão: Bradesco Saúde, Itauseg, Porto Seguro Seguros, Bradesco Seguros e Previdência, e Mapfre Seguros.

Corretoras de valores mobiliários

Captam os recursos dos clientes para aplicar no mercado de ações. A função do corretor é acompanhar o mercado para saber o melhor momento de comprar e vender ações. Algumas das maiores corretoras são: Coinvalores, Ativa, Souza Barros, Concórdia e Fator.

Leia também: A rotina do responsável pela área de microcrédito do Santander no Brasil

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Boticário na prática: o dia de um gerente de marketing de categoria

Mulher escolhe produtos em loja de cosméticos

O Boticário é a companhia que mais cresce em vendas no segmento de perfumaria e cosméticos no país, além de ser uma das marcas mais adoradas pelos brasileiros. A empresa tem mais de 3.600 lojas espalhadas pelo Brasil, cinco vezes mais que a rede de fast food McDonald’s. O sucesso d’O Boticário é ainda mais notável porque o mercado de beleza nacional foi o que mais cresceu no mundo na última década, e hoje já é o terceiro mais importante globalmente. Ou seja, a concorrência para a empresa não é pequena.

Mas por que dá tão certo? Além de produtos de qualidade, uma estratégia de marketing muito bem planejada é essencial. Um dos responsáveis por isso é o paranaense Ricardo Gritsch, 35 anos, gerente de marketing de categoria d’O Boticário, que completa neste ano dez anos de trabalho na área de marketing da empresa.

Formado em administração, ele fez dois MBAs – Marketing e Gestão Estratégica – e um curso de formação de executivos na respeitada escola de negócios americana Kellogg School of Management. N’O Boticário, o paranaense trabalhou com perfumaria, maquiagem e, desde o ano passado, está à frente do marketing de cuidados pessoais da empresa, que tem as marcas próprias Nativa SPA, Active, Cuide-se Bem e Golden Plus.

Leia também: Marketing e vendas, o cliente em primeiro lugar

“O profissional de marketing é um sonhador. Nunca está satisfeito e quer sempre entregar novidade para o cliente. Mas 80% do trabalho é cálculo, planilha, reunião. Só 20% é inspiração”, afirma Gritsch. Saiba como é um dia de trabalho dele na sede da empresa, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR).

O trabalho do gerente de marketing

9h
A interação do marketing com outras áreas da empresa é grande. Quando ele precisa definir promoções para os consumidores, uma de suas atividades, ele senta com a área jurídica para elaborar os regulamentos – são milhares de inscritos. Foi o caso da promoção recente “Desejo de Banho”, que deu passagens aéreas e estadia luxuosa em hotel para clientes da marca Nativa SPA nas cataratas de Foz do Iguaçu, no Paraná.

10h
Os técnicos da empresa chegam a uma nova fórmula para cremes que mantém a hidratação por mais tempo. Gritsch vai conversar com os colegas para discutir que produtos podem ser mudados ou criados a partir da descoberta.

11h
Gritsch prepara um material de suporte que será entregue a gerentes de lojas de todo o Brasil sobre os benefícios da nova linha da marca Nativa SPA, que chegará às lojas em algumas semanas. Isso ajudará no treinamento das vendedoras e a impulsionar as vendas.

14h
O gerente debate com a equipe de finanças se uma novidade que quer colocar no mercado é viável economicamente e o que pode ser feito para aumentar sua rentabilidade. Para a reunião, leva uma série de planilhas com cálculos que fez. Atualmente, o marketing d’O Boticário trabalha em produtos que chegarão às gôndolas no segundo semestre de 2015.

16h30
Gritsch recentemente viajou à cidade americana de Nova York para buscar por novas tendências de consumo, ingredientes e atendimento. Ele viaja cerca de dez vezes por ano para diferentes cidades do Brasil e do mundo para pesquisar novidades. Quando retorna, reúne a equipe que lidera, formada por 20 pessoas, para apresentar o que viu de interessante e discutir as últimas ideias que o time trouxe.

17h30
Ele usa o fim do expediente para soltar a imaginação e pensar em como pode adaptar as descobertas da última viagem à estratégia de negócios das marcas que atende.

19h
Já no tempo livre, o gerente vai visitar um shopping da região para entender o que os frequentadores estão comprando e o que há de novidade nos concorrentes. É claro que também dá uma passada na loja d’O Boticário para conversar com as vendedoras sobre dúvidas, críticas e sugestões dos clientes.

22h
Antes de dormir, testa pelo menos três produtos que ajudou a criar, como shampoos, sabonetes, óleos e cremes para o corpo. Produtos dos concorrentes, nem pensar.

Pode parecer uma rotina pesada, mas não para quem é apaixonado pelo que faz. Um bom profissional de marketing fica totalmente envolvido com a profissão porque busca inspirações o tempo todo, mesmo quando está de folga!

Leia também: Cinco competências essenciais em um profissional de marketing

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Leia