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10 ideias inovadoras que podem mudar o Brasil

Jovens comemoram aprovação em trainee

Esse ano, o Google promoveu pela segunda vez no Brasil o seu Desafio de Impacto Social, uma iniciativa que visa empoderar ONGs por meio do investimento e fomentar o uso criativo da tecnologia para gerar impacto social. Ao todo, a empresa de tecnologia vai investir 10 milhões de reais em dez organizações brasileiras.

Depois de analisar mais de 1000 inscrições de ONGs por todo o país, o Google selecionou dois finalistas de cada região para chegar a essas dez organizações. O Vetor Brasil, projeto criado por José Frederico Lyra Netto e Joice Toyota – ambos bolsistas da Fundação Estudar –, é uma das organizações representando a região Centro-Oeste do país. Partindo do princípio de que as transformações mais escaláveis no país partem do setor público, o Vetor trabalha com o desenvolvimento de lideranças dentro de entidades do governo. Em outras palavras, levam para os órgãos públicos jovens talentosos e que querem “fazer a diferença”!

“Estudei em escola pública no ensino fundamental e via as dificuldades do ensino público no país. Sempre tive vontade de trabalhar com o setor público para ajudar a transformar isso”, explica Joyce Toyota em entrevista ao Na Prática. Depois de trabalhar em projetos no setor pública como consultora, ela resolveu assumir a vocação de vez como líder do Vetor Brasil. José Frederico também tem experiência na área; ele fez parte do time liderado pelo então Secretário Thiago Peixoto na reforma educacional de Goiás, quando o estado passou de 16º a primeiro lugar no IDEB, índice que mede a qualidade da educação no Brasil.

bolsistas vetor brasil fundacao estudar

Atualmente, 45 profissionais selecionados para o Programa Trainee de Gestão Pública da instituição estão atuando em 11 governos do país, em todas as regiões do país e em gestões de cinco partidos diferentes (na imagem em destaque, alguns dos jovens que já passaram pelo Vetor participam de treinamento). 

O concurso

Nessa última fase da votação do desafio do Google, 3 dos dez projetos serão escolhidos para receber o prêmio de 1,5 milhão de reais, enquanto os demais ganharão 650 mil reais cada. Dos ganhadores do maior prêmio, dois serão eleitos por um juri especializado e um será escolhido por votação popular, que está aberta até o dia 13 de junho. Vote aqui no Vetor ou na iniciativa de sua escolha!

Com o valor do prêmio, o Vetor utilizará a quantia na criação de um portal para conectar jovens às diversas oportunidades de atuação no governo, propiciando espaços de aprendizado sobre a esfera pública brasileira e estimulando a percepção do jovem como agente de transformação do país. Focado em interatividade, o site oferecerá ainda testes de interesse e mapeamento de carreira, e chegará a mais de 30 mil jovens profissionais em seu primeiro ano. A iniciativa solucionaria um grande problema do governo brasileiro, que tem dificuldade em atrair jovens talentos para seus quadros. 

Vetor Brasil - Gestão Pública

A seguir, veja a lista dos dez projetos selecionados para o Desafio de Impacto 2016 do Google:

Arredondar
Uma solução que faz de toda compra uma oportunidade de doação para ONGs

A captação de recursos é um grande desafio para as ONGs no Brasil. O Arredondar pilotou uma solução para construir oportunidades de doação na vida cotidiana do brasileiro. Sua plataforma permite aos consumidores arredondar para cima os seus pagamentos em lojas, e doar até um real em cada compra para ONGs e projetos sociais. Com o nosso prêmio, eles vão construir uma rede robusta e expandir-se para mais de 10.000 pontos de venda ao longo dos próximos dois anos, apoiando mais de 100 organizações.

THEMIS

Um app que fornece conhecimento e ferramentas para trabalhadoras domésticas lutarem por seus direitos

Cerca de 70% das mais de 6 milhões de trabalhadoras domésticas no Brasil trabalham sem carteira de trabalho assinada. THEMIS vai ajudar essas mulheres, explicando seus direitos, proporcionando uma calculadora de salário, e conectando as trabalhadoras umas às outras. O projeto visa a atingir mais de 50% de todas trabalhadoras domésticas brasileiras até o final de 2019.

Centro de Valorização da Vida

Um app que torna o apoio emocional acessível a pessoas em momentos difíceis

A organização mundial de saúde (OMS) confirma que 90% dos casos de suicídio podem ser evitados. O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta apoio emocional atuando na prevenção do suicídio atendendo pessoas em situação de risco. O CVV oferece uma rede com mais de 2.000 voluntários que respondem a pedidos de ajuda 24 por dia, totalizando 1 milhão de atendimentos por ano. Com o prêmio, eles vão desenvolver um aplicativo para facilitar a conexão entre pessoas que precisam de ajuda com os voluntários, mais do que duplicando o número de atendimentos em dois anos.

Aliança da Terra

Uma ferramenta que conecta pequenos fazendeiros com as informações que eles precisam para melhorar seus negócios

De acordo com o último Censo Brasileiro, 25% das famílias rurais vivem em situação de extrema pobreza. Este projeto, Conectar para Transformar o Vale dos Esquecidos, vai conectar pequenos produtores através de uma ferramenta capaz de ajudá-lo a controlar melhor o seu gado e ao mesmo tempo potencializar sua capacidade de conservar a sua terra e o meio ambiente. Ao longo dos próximos dois anos, 500 pequenos produtores de 3 assentamentos rurais poderão coletar, analisar, gerenciar e compartilhar dados sobre a sua produção e meio ambiente para aumentar a renda de suas famílias e transformar a realidade local.

WWF-Brasil

Rastreamento coletivo para impedir a propagação de doenças como a Zika e a Dengue

Em 2015, foram registrados 1,6 milhão de casos de dengue no Brasil, mas apenas cerca de 30% dos municípios brasileiros monitoram as populações de mosquitos Aedes. O WWF-Brasil propõe uma armadilha de baixo custo e um aplicativo para smartphones chamado AeTrapp para o monitoramento comunitário destes dados. Isso contribuirá para o combate aos mosquitos e prevenção da dengue, zika e chikungunya. Com o nosso prêmio, eles implementarão o seu projeto piloto na Amazônia, inicialmente em 10 comunidades, e posteriormente difundirão o uso da tecnologia para todo o país.

Instituto INOVAGRI

Um sistema que orienta agricultores a não desperdiçar água

Apesar do Brasil ter cerca de 12% das reservas de água doce do mundo, a água ainda é muito escassa no Nordeste. Após 5 anos de chuvas abaixo da média, a situação está bem mais grave. Com a plataforma S@UA (Sistema de Assessoramento para o Uso da Água na Agropecuária), o Instituto INOVAGRI vai conectar os gestores de abastecimento com dados de agricultores para distribuir a água limitada de forma mais eficiente. Eles pretendem beneficiar mais de 80 municípios em dois anos com o prêmio.

Transparência Brasil

Um app que monitora a construção de escolas e garante a responsabilidade governamental sobre elas

Segundo dados de 2014 do Ministério de Educação, 20% das obras de escolas em andamento foram abandonadas ou paradas e 34% enfrentavam atrasos de 277 dias em média. A maioria dos alunos (83%) frequenta instituições públicas. O aplicativo Cadê Minha Escola permitirá que os cidadãos possam monitorar a construção de creches e escolas com fotos e relatórios, e verificar o status dos projetos. Em 4 anos, pretendemos aumentar a quantidade de obras entregues no prazo e reduzir em 30% o tempo médio de atraso.

Vetor Brasil

Um portal que liga jovens com grande potencial a cargos públicos de alto impacto

Apesar de empregar mais de 11 milhões de pessoas, o governo brasileiro tem dificuldade para atrair jovens líderes para posições de alto impacto. Para conectar os jovens com oportunidades no governo, Vetor Brasil usará o prêmio para construir o Portal Vetor Brasil, um portal abrangente e interativo – incluindo testes de interesse e mapeamento de carreira – que vai chegar a mais de 30.000 jovens profissionais em seu primeiro ano.

IPAM Amazônia

Uma plataforma que ajuda comunidades indígenas a se adaptarem às mudanças climáticas

As terras indígenas na Amazônia brasileira protegem 110 milhões de hectares de floresta, porém as mudanças climáticas ameaçam esse patrimônio nacional e os povos que nelas vivem: nos últimos anos, mais da metade dessa área passou por secas severas. Com nosso prêmio, o IPAM Amazônia desenvolverá um aplicativo que fornecerá alertas para os indígenas sobre alterações no clima, ao mesmo tempo que coletará dados fornecidos por eles. Em dois anos, 173 povos poderão se preparar melhor para o que virá – e juntos protegeremos seu modo de vida e a Amazônia.

ITS – Rio

Uma plataforma que empodera cidadãos no debate e na criação de políticas públicas

Desde 1988, apenas quatro leis federais foram feitas dessa forma pelo Congresso. Com o prêmio, o ITS Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro) vai ampliar a plataforma Mudamos.org, que promove a construção de políticas públicas colaborativamente. Vai também construir um aplicativo para obter assinaturas digitais certificadas, permitindo assim propor projetos de lei de iniciativa popular, conforme previsto pela Constituiçao. No primeiro ano, o objetivo é impactar 3 milhões de brasileiros e criar o primeiro projeto de lei de iniciativa popular feito pela internet.

Vote nas suas iniciativas preferidas aqui!

As 10 melhores universidades da América Latina

corredor de universidade

O Brasil segue no topo da elite acadêmica da América Latina, segundo a mais nova edição do ranking de universidades mais prestigiadas da região da revista Times Higher Education.

Cinco das 10 instituições mais admiradas são do país. USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ocupam, respectivamente, o 1º, o 3º e o 5º lugares. A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) também estão no ranking.

Apesar da predominância brasileira, ainda aparecem universidades de outros quatro países latino-americanos. Para Phil Baty, editor da Times Higher Education, a diversidade é positiva.

“Instituições do Brasil, México, Argentina, Chile e Colômbia estão todas entre as líderes do continente”, diz ele em nota. “É uma competição saudável entre as instiuições mais representativas desses países, o que pode elevar a qualidade tanto localmente quanto na região como um todo”.

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Para elaborar a lista, a Times Higher Education consultou mais de 10 mil personalidades do mundo acadêmico em 133 países. A seguir, veja em ordem as dez melhores universidades da América Latina:

1. Universidade de São Paulo (USP)

2. Universidade Nacional Autônoma do México

3. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

4. Universidade de Buenos Aires

5. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

6. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

7. Universidade do Chile

8. Pontifícia Universidade Católica do Chile

9. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

10. Universidade Nacional da Colômbia

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

 

 

12 jeitos de aprimorar suas habilidades interpessoais

desenho de pessoas conversando

Autor do novo The Art of People: 11 Simple People Skills That Will Get You Everything e do bestseller Likeable Social Media, Dave Kerpen é especialista em redes sociais e presidente e cofundador da Likeable Media, que cria conteúdo de marketing corporativo.

Recentemente, ele foi atrás de amigos do Young Entrepreneur Council (YEC), uma organização que une jovens empreendedores talentosos do mundo todo, para saber quais eram seus “truques” favoritos na hora de exercer as habilidades interpessoais, assunto de seu novo livro.

1. Descubra como cada pessoa quer ser conhecida
Temos uma vontade natural de ser conhecidos. Se você estiver atento, as pessoas te darão pistas que revelam como querem ser conhecidas ou quem querem ser. Uma vez descoberto isso, comece a tratá-las como se já fossem aquela pessoa (ou pelo menos no caminho para ser aquela pessoa). Poucas coisas são tão adoráveis para seres humanos como alguém que nos entende e genuinamente acredita em nosso potencial.
– Jesse Lear, co-proprietária, V.I.P. Waste Services, LLC

2. Preste atenção nos arredores
Entre responder emails, correr para reuniões e tentar se manter calmo no geral, há outra coisa que líderes empresariais incluem na lista de tarefas: escutar. Escutar pode ser a coisa mais valiosa do seu dia. Escutar pode ajudá-lo a ganhar insights sobre quem está feliz ou infeliz, o lado positivo de cada dia e que fatores podem ser melhorados no local de trabalho.
– Erin Meagher, fundador e chefe, Coconut, Beneficial Blends, LLC dba Kelapo

3. Seja honesto
Tento ser honesto, seja no trabalho ou fora dele. Ter relacionamentos honestos sustenta o respeito mútuo, especialmente quando é hora de ter conversas difíceis. Também tiro tempo para observar e entender o que motiva cada pessoa com quem interajo. Conhecer e honrar meus colegas e as fortalezas e fraquezas de meus clientes cultiva a parceria e garante que todo mundo tenha os mesmos objetivos gerais.
– Peggy Shell, CEO & fundadora, Creative Alignments

4.  Encontre conexões mútuas
Encontrar e falar sobre conexões mútuas não apenas cria uma conversa estimulante e fácil. Mais importante ainda, permite que se construa uma confiança imediata. As barreiras caem de maneira significativa e você se sente mais confortável, graças à triagem implícita feita por essa conexão mútua.
– Pratham Mittal, cofundador, VenturePact

Leia também: Cinco erros de currículo que o Google não deixa passar

5. Coloque-se em primeiro lugar
Se você está em busca de um segredo para fazer com que as pessoas gostem de você, está fazendo errado. Ser bom com pessoas começa com você mesmo. Se não tomar conta de si mesmo primeiro, então não pode estar presente com outros. As pessoas querem que você ligue para elas, mas sabem se você faz isso de maneira genuína ou não. Passe tempo consigo mesmo antes de passar tempo com os outros.
– Matt Wilson, cofundador e aventureiro, Under30Experiences

6. Peça feedbacks honestos
As pessoas amam quando você pede opiniões. Significa que você respeita o que elas pensam. Destaca seu relacionamento único com elas e o status que têm na sua vida. Certamente você não pede feedback para qualquer um: você escolhe a pessoa. Além de ganhar feedback valioso das pessoas em quem confia você também ganha apoiadores ávidos, que se sentirão envolvidos com o que te aconselharam a fazer.
– Matthew Capala, fundador e diretor, Alphametic

7. Enfatize a importância do propósito
Propósito é peça-chave no local de trabalho. A habilidade de adicionar transparência a uma tarefa esclarece a visão geral e o objetivo do projeto. O propósito não apenas alinha seus funcionários com a visão mais ampla, mas também os encoraja a fazer contribuições valiosas para conquistar os resultados desejados. Dar propósito às tarefas pode aumentar a moral dos funcionários, diminuir o turnover e melhorar a qualidade do trabalho.
– Andy Eastes, CEO, SkuVault

8. Esteja atento aos detalhes
Quando encontro pessoas novas, tento encontrar pistas sobre a pessoa. Perceba o que ela está bebendo, por exemplo, para começar uma conversa. Perceba quando alguém prefere vinho tinto, o que pode levar a uma discussão sobre uma vinícola local favorita, que então pode levar a uma conversa muito mais pessoal e memorável. Uma conexão pessoal te leva muito mais longe que simplesmente falar do tempo.
– Christof Chartier, CEO, C.M. Chartier Contracting

9. Tenha empatia
Um dos melhores jeitos que encontrei para me conectar com outras pessoas é mostrar empatia. A maioria das pessoas só quer se sentir ouvida e compreendida. Seja um bom ouvinte e coloque-se no lugar delas. Mostre que você está ativamente engajado, que está processando as informações e que liga para o que elas estão dizendo. Isso gera uma conexão muito mais próxima imediatamente.
– Sean Ogle, fundador, Location 180, LLC

10. Adote o linguajar do outro
Preste atenção ao tipo de linguagem que a outra pessoa está usando e adote-a em sua própria fala, como for possível. A familiaridade alimenta a confiança e este tipo de ‘espelhamento linguístico’ pode frequentemente ajudar a estabelecer terreno comum entre duas pessoas. Naturalmente, evite usar termos culturais inapropriados, mas garanta que no geral estejam falando do mesmo jeito.
– Ross Beyeler, CEO, Growth Spark

11. Aja de maneira deliberada e aberta
Num mundo em que trocamos de conversas e pessoas com o movimento dos dedos, nada é mais valioso que estar completamente presente no momento em que você se senta com alguém e fazer com que a pessoa se sinta como a única coisa na sua mente. Qualquer abertura e transparência que você puder trazer à conversa vai ajudar a deixá-la mais confortável e a criar uma conversa e uma conexão mais profundas.
– Fan Bi, CEO, Blank Label

12. Seja um conector
O autor Glennon Melton diz bem: “A coisa mais revolucionária que você pode fazer é introduzir as pessoas umas às outras”. Eu estava conectada com pessoas extraordinárias no começo da minha carreira e nunca me esqueci de quão grata eu me sentia em relação ao conector. Introduzir as pessoas é o melhor jeito de agir numa sala e o jeito mais fácil de construir uma rede – e ninguém esquece.
– Jennifer Mellon, cofundadora e vice-presidente, Trustify

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Este artigo foi traduzido pelo Na Prática e aparece originalmente no LinkedIn

Do Rio à Amazônia, ela criou uma organização social que gera milhares de reais em renda para artesãs brasileiras

seis mulheres sorrindo

Quando tinha 15 anos, Alice Freitas ficou um ano na Tailândia aprendendo o idioma local. Questionada sobre a escolha de um destino tão fora da caixa, ainda mais nos anos 1990, ela se surpreende. Não tinha pensado nisso antes. “Fui criada numa família muito livre, que me deixou desenhar minhas próprias ideias, e talvez isso tenha me encorajado a nunca ter medo do diferente”, diz. Um traço que veio a calhar quando decidiu tornar-se empreendedora social por profissão. “Meu apetite para risco é muito alto e para empreender você precisa disso.”

Ao voltar da viagem, interessou-se pela carreira diplomática. Dona de boas notas, estudou Direito na UFRJ e chegou perto de concluir o curso de Relações Internacionais na Universidade Estácio de Sá. Mudou de rumo quando trabalhava em uma multinacional e uma amiga lhe propôs uma viagem de três meses pela Ásia, com o propósito de pesquisar iniciativas sociais.

As duas venderam todas as roupas de executiva para bancar as passagens. “Visitei uma favela pela primeira vez na vida quando fomos fazer o projeto da viagem e foi assim que descobri o mundo social – não fazia o menor sentido eu ter estudado tanto para promover bem só para mim mesma”, lembra. Uma vez fora do país, passaram por Índia, Bangladesh, Tailândia e Vietnã. “Fiquei apaixonada por geração de renda e decidi que era aquilo que queria fazer.”

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De volta ao Rio, explorou as possibilidades do terceiro setor e passou dois anos no grupo cultural Afroreggae. No meio tempo, outra amiga, Rachel Schettino, teve uma ideia: criar uma maneira de vender produtos feitos à mão e gerar renda para os produtores.

Investindo dinheiro do próprio bolso, começaram a validar o modelo. Treinaram e viveram com 30 artesãs que confeccionavam artesanato com jornal em uma cooperativa de catadores, eventualmente conquistando a confiança da comunidade.

Depois foram abordadas por outros grupos, também interessados nas possibilidades d e venda. Para atendê-los, acabaram montando a primeira rede de venda direta de produtos artesanais do Brasil, que batizaram de Rede Asta.

Artesãs do grupo Fuxicarte com os produtos feitos por elas
[divulgação]

“Depois disso, nunca mais paramos”, resume Alice, que ocupa o cargo de diretora executiva. Citada como exemplo de negócio inclusivo pela ONU, a Rede Asta emprega mais 900 artesãs em 10 estados brasileiros e faturou R$ 2,2 milhões em 2015 – mais de R$ 900 mil em renda gerada para os produtores – vendendo roupas e peças de decoração.

Breakeven O caminho não foi uniforme. Nos primeiros dias, em 2005, Rachel enchia uma sacola, saltava do ônibus em Copacabana e batia de porta em porta oferecendo os produtos em lojas de decoração. “Começamos sacoleiras”, brinca Alice.

Com um pouco mais de tempo, montaram um quiosque no Shopping Tijuca. Não tiveram retorno financeiro por dois anos. Rachel vendeu o carro e as duas faziam pequenos trabalhos, ainda acreditando que daria certo. “Era muita tentativa e erro mas, para cada cinquenta nãos, ganhávamos dois sims que superavam tudo em questão de alegria”, lembra.

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As três sócias da Rede Asta- Rosane Rosa, Alice Freitas e Rachel Schettino em frente à loja de Ipanema
[divulgação]

Quando conseguiram investimento, contrataram uma consultoria para investigar o setor de venda direta, então algo novo no país. Muitos dos cenários analisados, no entanto, falharam na prática. “No papel todo mundo queria ser sócio do negócio mas, durante um ano, nada daquilo funcionou.”

Foi com Rosane Rosa, a terceira sócia, que a organização começou a entrar nos eixos em termos de business. Especialista em canais de venda e com experiência em empresas do varejo, como Ponto Frio e Casa e Vídeo, ela se apaixonou pela ideia e trouxe sua expertise.

Crescimento Hoje o modelo de negócios funciona em breakeven e tem receita diversificada, já que só a venda dos produtos – via e-commerce ou nos dois pontos físicos no Rio – não consegue bancar todos os projetos.

Além de oferecer para varejo e para atacado, que é seu maior foco, a Asta ainda capta recursos e vende serviços de capacitação para empresas. A Coca-Cola, por exemplo, pagou para que a organização treinasse um grupo a utilizar garrafas pet e latinhas na criação de artesanato na Amazônia.

“Negócios sociais, no Brasil e no mundo, ainda são experimentais, não dá para pensar dentro da caixa”, explica Alice, lembrando que não há ainda uma legislação nacional específica para esse tipo de empreitada.

Leia também: Negócio social… Você sabe realmente o que isso quer dizer?

Para que a Asta cresça mais, ela diz que um novo modelo de negócios será implementado em 2017. A prioridade será o público B2B: atualmente, seus 800 clientes corporativos correspondem a 56% do faturamento.

“Um empreendedor não faz nada sozinho e precisa reunir as pessoas certas na hora certa”, resume. “Precisa ter visão de gestão e uma noção de impacto social, especialmente em relação à base da pirâmide.”

Foi uma lição que ela sentiu na pele, lidando com a desconfiança das primeiras artesãs no começo da história. Ter boas habilidades de comunicação também ajuda nessa hora. “Quanto maior for sua capacidade de contagiar as pessoas, maiores serão suas chances.”

Feminismo Todos os meses, um grupo produtivo diferente faz uma visita às lojas físicas, em Ipanema e Laranjeiras, para acompanhar o movimento e a recepção aos produtos. “A gente se realiza demais, porque é muito bom ver que seu trabalho impacta não só a sua vida mas também as vidas de outras pessoas”, diz.

Construir um negócio social, para ela, serve como um legado para a sociedade ao realizar pequenas revoluções. Nessa linha funciona um dos focos da Rede Asta: o empoderamento feminino. Mulheres compõe a grande maioria dos grupos produtivos do negócio e 90% da renda da mulher é investida na família, explica Alice.

Dona Lili do grupo produtivo Pipa Carioca
[divulgação]

O efeito cascata de uma iniciativa positiva como a geração de renda é sentido pelos filhos, pela vizinha e, de certa forma, por toda a comunidade.

“O avanço que vejo em relação ao feminismo e ao empoderamento da mulher é que se começou a falar muito sobre isso, algo que não acontecia há dez anos”, lembra. “O assunto se tornou público e isso é positivo porque faz com que a gente consiga fazer o resultado acontecer mais rápido.”

Escolhas Como um negócio social visa reinvestir os lucros em si mesmo, pode ser uma escolha profissional inicialmente difícil de explicar para pessoas sem familiaridade com o tema. “Quando resolvi não ser diplomata, minha família não entendeu nada e ninguém sabia dizer o que eu fazia. ‘Você podia estar em Nova York mas está fazendo fuxico de tampinha nas favelas!’, me disse minha madrinha”, ri Alice, hoje motivo de orgulho da família.

É também uma escolha por um estilo de vida. “Não faz sentido ganhar setenta vezes mais que aquela pessoa que você apoia ganha”, resume. “Optamos por uma vida simples e por viver com o suficiente.”

É algo que ela já passa para a próxima geração. Ao ler um livro para o filho de três anos, ele apontou uma discrepância: as joias preciosas no braço da personagem não eram de lixo reciclável. “Ele dizia: ‘mamãe, é lixo!’, porque eu sempre uso colares de vidro de shampoo ou borracha de bicicleta”, diverte-se.

Procuram-se: empreendedores com ideias para melhorar o setor público

metro visto de cima

Até 2030, segundo o IBGE, seremos 223 milhões de brasileiros. Com o aumento da população, também cresce a necessidade de inovação para a solução de problemas sociais em larga escala – questões como abastecimento, locomoção, educação, saúde, empregabilidade, entre diversas outras preocupações do setor público.

Nesse contexto, o apoio de empreendedores e jovens com ideias inovadoras será essencial para ajudar o governo a lidar com esses desafios. Foi pensando nisso que o Centro de Liderança Pública (CLP) idealizou o Brazil Lab, programa que tem o objetivo de conectar empreendedores com o poder público.

Agora, imagine só se a sua iniciativa empreendedora recebesse seis meses de mentoria de especialistas e professores do MIT, Harvard, Stanford, INSPER e FGV? E se você concorresse a U$ 5 mil para começar a implantar sua ideia? Parece muito bom, né? Pois essa é exatamente isso que programa vai proporcionar.

Conheça o Imersão Gestão Pública, veja as datas e participe!

Na sua primeira edição, o Brazil Lab selecionará até dez iniciativas de empreendedorismo dentro de três eixos temáticos: educação, saúde e sustentabilidade ambiental. O objetivo é ajudar os empreendedores selecionados a desenvolverem suas ideias e aplicá-las junto ao poder público.

Os projetos escolhidos serão submetidos a seis meses de mentoria com uma rede de especialistas e professores do MIT, Harvard, Stanford, INSPER e FGV. Três finalistas serão escolhidos e o vencedor receberá um prêmio de 5 mil dólares para dar início a implementação de sua ideia. As inscrições podem ser feitas até dia 10 de junho, por aqui.

 

Consultoria: os desafios de liderança de quem chega a sócio

Mulher ensinando pessoas sentadas

Engenheira de produção por formação, Adriana Mota se encontra hoje dirigindo o escritório paulista da EloGroup, consultoria brasileira especializada em transformar gestão de processos, e é uma das responsáveis pela operação e pelos projetos na cidade. O convite veio em 2014, quando ela tinha 30 anos e quatro anos de casa, e trouxe a mudança do Rio de Janeiro para São Paulo a reboque.

Diariamente, ao lado de outros diretores, lida com a definição de abordagens metodológicas, define escopos comerciais de projetos, ajuda a vendê-los e a executá-los, define e enquadra entregas e ainda atua na resolução de problemas operacionais e estratégicos internos. É bastante coisa – e tem mais. Como gestora, ela se preocupa em conhecer a fundo os outros consultores, incluindo angústias e motivações, para ajudá-los em seu desenvolvimento profissional.

Quando você passa a ser uma liderança da empresa, está em uma posição de referência interna e deve se preocupar em ser uma fonte de inspiração”, diz. “Passei a me perguntar, por exemplo, qual característica inspiradora quero deixar para as pessoas com quem lido.”

Leia também: Consultoria estratégica – entenda o setor e o perfil profissional

A questão é especialmente importante para ela, pois está no cerne de sua ideia de liderança. “Um bom líder para mim é aquele que não impede que a sua equipe apareça e mostre o que tem de melhor”, resume. 

Em um mercado extremamente competitivo como o de consultorias, escritórios Brasil afora estão cheios de jovens altamente qualificados e empenhados. Dar-lhes uma chance de apresentar seus talentos, assim como ajudá-los a crescer, é algo benéfico tanto para o funcionário quanto para a empresa – e talvez vital para a última.

“Vemos hoje no mercado muitos casos de líderes que ficam receosos de perder suas posições e acabam blindando a própria equipe”, explica. “Porém, num contexto em que cada vez mais pessoas estão capacitadas e querem trabalhar com um propósito, esse tipo de mecanismo defensivo afasta os melhores profissionais.”

Estilo Aos poucos, Adriana proativamente construiu seu estilo de liderança, que mistura traços de sua personalidade, perfis de pessoas que a inspiram e características de pessoas com quem lida cotidianamente. A ideia é que todos podem ter algo a ensinar. “Sejam elas pessoas em início de carreira ou não, podemos aprender muito e aprimorar cada vez mais nosso próprio estilo.”

Viu de perto a tendência das colegas de transformar suas atuações com traços mais masculinos, fosse na forma de vestir ou de tratar os outros, achando que era uma boa maneira de adequar-se ao mundo profissional – e rejeitou a noção.

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“Na minha opinião, a mulher deve ser simplesmente ela mesma, fazer o que gosta, o que de fato mostra sua personalidade e valores. Com isso, o destaque profissional virá”, diz. Ela ainda destaca uma competência geralmente feminina, a capacidade de ser multitarefa, como um ponto de vantagem em consultorias, que atuam em diversas frentes ao mesmo tempo.

Perfil A consultora entrou na EloGroup dois anos após se formar na faculdade, onde teve contato com ex-alunos consultores e se encantou com a diversidade de assuntos da área. Começou atuando e gerindo grandes projetos relacionados à gestão de processos, estrutura organizacional e modelos de gestão.

Hoje, seu dia a dia é variado. “Mesmo que a atuação seja no mesmo projeto, as atividades que são feitas, as questões a serem solucionadas e o relacionamento com as pessoas são diferentes”, fala, frisando a importância da flexibilidade.

De insights críticos para um cliente a um problema operacional dentro da própria consultoria, é preciso conseguir resolver um problema seguido do outro, sem perder o ritmo. “Costumo dizer que nosso cérebro precisa estar acostumada a dar ‘shifts’ com muita rapidez”, diz.

No geral, diz Adriana, o trabalho de um consultor é intensamente intelectual e analítico. Como os contratempos são, além de vários, diversos, o bom profissional aprende a ter foco. Aprende também a ser inquieto, sempre buscando se aprimorar. “Mesmo que eu entre em um projeto ou cliente com quem já atuei várias vezes, penso no que posso fazer de diferente e melhor.”

Futuro Em possíveis funcionários, Adriana busca transparência, exigência na geração de produtos e entregas de qualidade e capacidade não só de trabalhar em equipe, mas de criar um clima harmonioso, para que todos se sintam envolvidos com o que estão construindo.

São traços que ela prevê que se acentuarão ainda mais no futuro. “Acho importantíssimo que consultores se tornem cada vez mais mão na massa, conheçam os assuntos com que estão lidando e proponham alternativas especializadas, que atendam a cultura e maturidade da empresa”, diz.

Ela quer ver “as bonitas apresentações bonitas de Power Point” se tornarem uma verdadeira parceria com clientes, capazes de de fato mudar a realidade das organizações com soluções integradas que envolvam diferentes áreas, como tecnologia, eficiência e gestão de pessoas.

São tantas as demandas – que só devem crescer – que Adriana prefere ser direta. “Não como não falar: consultor tem, sim, que trabalhar muito”, diz. “Trabalho não deve ser único objetivo de vida, mas sempre fui hardworking e isso é importante na vida de alguém que queira ter uma trajetória maior em consultoria.”

Leia também: Você é um ‘Líder Nível 5’?

Onde você se vê daqui a 100 anos?

menina segurando binóculos

Vou dizer o porquê. Por que por mais rápido que a gente corra todo dia, às vezes não estamos indo a lugar nenhum. Estamos tão ocupados tentando trabalhar duro que não olhamos para cima para ver exatamente para qual caminho estamos indo. Quero perguntar algo a você:

Onde você quer estar em um ano? Daqui a cinco anos? Nos estágios mais avançados de sua vida, quando é tarde demais para se arrepender?

Sempre pensei nisso e finalmente encontrei minha resposta. Trabalhei tanto quanto meus colegas, me escravizando em função do “sucesso”, seja lá o que isso signifique. Um dia me vi pensando sobre o que as pessoas diriam em meu velório. Quando estiver tudo acabado e eu já tiver usado todos os meus minutos neste planeta, como as pessoas resumiriam minha vida?

Então, me perguntei algo ainda mais importante. O que quero que eles digam? Levou algum tempo para pensar sobre o que importa mais para mim, o que eu realmente espero atingir com a minha vida. O que, para mim, significa realmente o sucesso, mas eu encontrei a resposta.

Leia também: “A AIESEC me ensinou a unir autoconhecimento e coragem”

Acredito que a verdadeira medida para o sucesso não seja quantas empresas você criou. Nem quantas “saídas” você teve. Nem quanto dinheiro você fez ou quantas casas você tem. Não, a verdadeira medida do sucesso diz respeito ao número de vidas que você transformou para melhor. O que você fez com sua vida que transformou para melhor a vida de outra pessoa? Quantas pessoas você comoveu de uma maneira significativa? Quantas pessoas você inspirou, elevou, carregou ou ensinou? Quando for a hora do meu velório, saberei que foi um sucesso caso as pessoas digam: “wow, o Jeff realmente teve um impacto positivo em mim”.

Então, por que estamos aqui, reunidos na comunidade do Unreasonable, pedindo a você que passe seu tempo precioso nesse site, lendo um artigo? Porque essa é nossa chance de tornar as coisas melhores. De dar as mãos e ajudar a tirar pessoas da pobreza. De ajudar quem está atrás da gente e impulsionar aqueles que estão na nossa frente. De educar, de inspirar, de assistir e de impulsionar. O melhor presente que podemos dar a uma pessoa que precisa não é simplesmente ajudá-la por um dia, mas ensiná-la a se ajudar para toda a vida. Saber disso quando ela estiver em um momento mais tranquilo vai fazer com que ela olhe para trás e repita a ação em benefício de outra pessoa.

Espero usar este tempo e espaço para acolher e reunir a comunidade e discutir formas de amplificar nossa habilidade de ensinar mais pessoas, de inspirar mais empreendedores, de libertar mais ideias. Vamos ter uma discussão profícua sobre o efeito multiplicador, da mesma forma que poderemos escalar nossos esforços para ajudar qualquer pessoa que sonhe em estar no controle de sua vida, de ser o designer de seu futuro. Então, um dia, quando todos olharmos para trás, encontraremos uma fileira de pessoas, desde a África, passando pela Ásia, até chegar à América do Sul – uma fileira de pessoas cujas vidas nós melhoramos.

Sim, sabemos que você está ocupado. Também estou. Mas verei você por aqui uma próxima vez, cheio de ideias, energia e disposto a encontrar formas de ajudar.

Leia também: Descubra como o autoconhecimento pode te ajudar em uma entrevista de emprego

 

Este artigo foi originalmente publicado em Unreasonable Institute e traduzido pela Endeavor

O que grandes executivos do mercado financeiro buscam na hora de contratar? Descubra em nossos vídeos!

Pessoas na Nasdaq

O mercado financeiro é um campo de atuação concorrido e que atrai estudantes e egressos de diversos cursos. Por mais que seja comum encontrar na área engenheiros e administradores, não são raros os casos de médicos, historiadores ou até mesmo químicos que fizeram carreira no mundo dos investimentos. Isso porque, por mais que cursos tradicionais em universidades prestigiadas acabem contando pontos, o que os recrutadores realmente buscam na hora de contratar é um perfil específico de profissional, sobre o qual o Na Prática já escreveu nesse outro texto.

Entrevistamos líderes das maiores empresas financeiras do país para descobrir com detalhes o que eles buscam nesse jovem profissional. Se você quer fazer parte do time dos grandes bancos, fundos e gestoras do país, confira as dicas a seguir. E se está em busca de um emprego na área, não deixe de participar da Ene Mercado Financeiro, conferência de carreiras gratuita da Fundação Estudar que ocorre em novembro, em São Paulo – as inscrições estão abertas até 9/10.

Pedro Moreira Salles, presidente do conselho administrativo do Itaú Unibanco
“Eu quero saber a história pessoal do jovem”

 

Florian Bartunek, CIO da Constellation Investimentos
“Só ler Valor e uma revista de negócios não é o suficiente”


Increva-se no Curso por Email: Como Iniciar a Carreira no Mercado Financeiro

 

José Berenguer, presidente do JP Morgan Brasil
“O currículo não é determinante”

 

Fersen Lambranho, diretor da GP Investiments
“Queremos o jovem com cabeça de velho, que pense a longo prazo”

 

Jorge Paulo Lemann, fundador do Banco Garantia e empresário do 3G Capital
“Eu sempre olho para o que a pessoa já fez de diferente, mesmo aos 20 anos”

Não ter passado no vestibular para Direito foi uma das melhores coisas que me aconteceram

homem palestrando

Não ter passado no vestibular para Direito foi uma das melhores coisas que me aconteceram após terminar o Ensino Médio.

No ano seguinte, não ter passado de novo no vestibular para Direito foi uma das melhores coisas que me aconteceram.

Mas, dessa vez, eu também havia prestado vestibular para Administração Empresarial na Universidade Estadual do Estado de Santa Catarina (Udesc). Comecei o curso e, logo no primeiro semestre, eu me identifiquei muito com e vi que aquele era meu lugar – e que não teria aptidão alguma para cursar Direito.

Aprendizado 1: Nem sempre o que você acha que quer é o ideal para você. Esteja aberto a mudar de rota.

Passei a gostar muito do curso quando comecei a estudar e entender mais sobre negócios e conhecer pessoas incríveis ao longo dos próximos semestres. “O administrador tem que sujar a mão de graxa, e não ficar com a barriga atrás da mesa”, disse um célebre professor da ESAG. Então, pensei comigo que tinha chegado a hora de procurar um estágio.

Durante o primeiro ano da faculdade, passei por dois estágios em empresas públicas. Nesse tempo, descobri que não queria ser funcionário público. Nada contra funcionários públicos – minha esposa é concursada – mas tive um grande aprendizado que hoje enxergo com mais clareza do que nunca:

Aprendizado 2: Procure um lugar cuja cultura esteja alinhada com o seu perfil

O perfil das pessoas com quem trabalhei nessa época não eram alinhados com o meu, tampouco o trabalho em si me oferecia desafios ou supria minha necessidade de crescimento profissional. Fui, então, para minha primeira experiência em uma empresa privada, prestadora de serviços de TI para redes de concessionárias.

A cultura era completamente diferente. Havia metas agressivas e profissionais com o tal do “sangue no olho”. Foi nesse momento que comecei a sentir um alinhamento cultural mais forte entre mim e a empresa, e decidi que meu lugar era em uma empresa privada.

Paralelo a isso, comecei a ler sobre Marketing Digital, assunto bem pouco explorado no Brasil até então – e nem sequer citado durante a faculdade. Comecei então um blog sobre assunto, vendo nele um ambiente para compilar e aplicar os aprendizados que tinha nessa área.

Aprendizado 3: Estude sobre um assunto que você goste e faça disso um projeto paralelo

Descobri minha paixão estudando algo que a faculdade não me ensinava. O blog crescia em acessos, eu crescia em aprendizado e, nesse momento, comecei a procurar um novo estágio, dessa vez focado em Marketing Digital.

Encontrei um em uma startup a 50km da minha casa. Gastava em gasolina e pedágio mais do que recebia no início do mês. Foram os nove meses de maior aprendizado que tive até então. Nessa empresa consegui aplicar e ver o resultado de muito do que lia em diversos blogs gringos.

Aprendizado 4: Trabalhe com algo que você realmente gosta e as dificuldades e barreiras não serão empecilhos

Gostei muito da experiência de trabalho em uma startup. É um ambiente completamente diferente de outras empresas, as coisas acontecem muito rápido e o aprendizado e crescimento são grandes. Eis que aparece então uma nova oportunidade. O foco dessa vez era em uma vertical do Marketing Digital (e mais perto de casa).

Aqui vale fazer um adendo: em muitas empresas, principalmente menores, as chances de você acumular funções fora do seu escopo inicial de trabalho são grandes. Se você não aprende a dizer “não” logo no início para as coisas que te fazem fugir do seu foco, logo estará ocupando a maior parte do seu tempo exercendo outras funções.

Nessa empresa consegui aplicar muito do que estava estudando sobre Marketing Digital, mas, quando percebi, me vi nessa situação: 70% do meu tempo era ocupado com outras funções e projetos fora da minha área e escopo iniciais.

Aprendizado 5: Aprenda a dizer não – e não tenha medo disso

Mas, como em muitas situações da vida, você “resolve um problema e cria outro”. Marketing Digital continuava sendo algo pouco explorado no Brasil e eram poucas as empresas que o faziam. Para não ficar parado, abracei uma oportunidade que apareceu e que desenvolveria uma habilidade que eu não tinha: atendimento ao cliente.

Comecei a trabalhar com consultoria na área financeira para construtoras. Isso foi um grande pivô na carreira que durou alguns meses.

Aprendi muita coisa nessa empresa e desenvolvi muitas habilidades que até então não tinha. Gostei de atender clientes e, mais ainda, de lidar com diferentes empresas e conhecer pessoas diferentes todos os dias, algo proporcionado pela consultoria.

Aprendizado 6: O sexto aprendizado é uma adição ao primeiro: mudou de rota? Abrace as oportunidades que aparecerem e tente colher aprendizados de cada uma delas

Esse aprendizado parece contradizer com o anterior, mas essa não é a minha intenção. A recomendação que deixo é encontrar o “caminho do meio”, algo que que se vai conquistando com a experiência mesmo.

Mas e quanto ao Marketing Digital? Estava recém-formado, o blog estava indo bem, e eu em direção contrária a ele.

Foi quando surgiu a chance de unir três paixões: trabalhar com consultoria em Marketing Digital em uma startup.

Por mais incerto que parecesse sair de um emprego com boa projeção de carreira para começar a trabalhar em uma startup “early stage”, eu acreditava muito no modelo de negócios dessa empresa e, mais ainda, havia um alinhamento muito claro sobre o que eu e a empresa acreditávamos e pensávamos sobre Marketing Digital.

Aprendizado 7: Mantenha o foco naquilo que você quer para a sua vida e não desista de procurar e correr atrás desse objetivo

Ao longo dos mais de 4 anos em que estou na Resultados Digitais, vi a empresa crescer de seis para mais de 300 pessoas e ir de dez para mais de 4 mil clientes (e aumentando). Hoje a empresa conta inclusive com um programa de estágio bastante robusto e estruturado, o Vale do Início, que eu gostaria muito de que existisse na época em que comecei minha carreira.

No mais, sinto uma grande felicidade sempre que vejo casos de sucesso ou converso com pessoas cujas empresas tiveram suas histórias mudadas pelo Marketing Digital e pela RD. Saber que, direta ou indiretamente, fiz parte dessa mudança para algumas delas é algo que me motiva e me mostra que o Marketing Digital é minha vocação e um caminho sem volta.

Abracei muitas oportunidades nesse tempo e foram muitos os aprendizados que tive nesses últimos anos, mas isso pode ser tema de outra conversa. Se não quiser esperar até lá e quiser entender mais da minha motivação em trabalhar em startups e os benefícios únicos que só esse tipo de carreira oferece, recomendo fortemente que você veja o ebook “Como é o trabalho em uma startup?

 

Ricardo Palma, que assina o texto, é formado em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e trabalha como Full-stack Marketer na Resultados Digitais, empresa de marketing digital sediada em Florianópolis. 

Como grandes líderes lidam com o fracasso?

Homem de terno segura pasta em frente a mulher executiva

Somente quem já passou por algum fracasso sabe como essa situação pode ser difícil. Se ainda não aconteceu com você, provavelmente ainda ocorrerá.

A ausência de fracassos, inclusive, pode ser algo preocupante, como retrata uma das anedotas de gestão do Google, que envolve o CEO Larry Page e Sheryl Sandberg, na época vice-presidente da empresa e hoje COO do Facebook. Na história, Sandberg conta para Page que cometeu um erro que custou milhões ao Google. Ele, para a surpresa da executiva, não fica decepcionado: se esse tipo de erro não ocorresse era sinal de que a companhia não estava se arriscando o tanto que deveria.

Então, se os fracassos são inevitáveis, também é importante saber como lidar com eles. A seguir, grandes líderes contam ao Na Prática como lidam com esse tipo de situação:

Christian Orglmeister
Sócio e diretor do Boston Consulting Group no Brasil

Christian, hoje diretor do escritório brasileiro da consultoria Boston Consulting Group (BCG), é exemplo disso. Ele tentou duas vezes entrar na empresa sem sucesso: enquanto recém-formado e novamente após dois anos. Foi só na terceira tentativa que foi contratado. “É duro quando você leva um não no início da carreira, mas o aprendizado é enorme”, ele defende. O importante é não desanimar e se preparar para as próximas oportunidades que aparecerão.

Jorge Paulo Lemann
Maior empresário do Brasil

“Nunca me arrependi de nada que eu fiz com muito esforço”, diz Jorge Paulo Lemann, atualmente considerado o empresário mais bem-sucedido do país. Diante daquilo que se tem paixão, ele recomenda persistência. Para ele, os fracassos devem ser encarados sempre como aprendizado, e contribuem para que o mesmo projeto (ou até mesmo outros!) deêm certo em próximas tentativas.

Luiza Trajano
Presidente da rede Magazine Luiza

Luiza Trajano é hoje uma das três mulheres mais poderosas do Brasil, segundo lista da revista Forbes. Para ela, ter muitos fracassos não deve ser encarado de forma negativa. “Eu não tenho medo de assumir meus erros”, ela explica. O que deve ser evitado, segundo ela, é insistir no mesmo erro. “Eu sei que vou continuar errando, mas quero dar espaço a novos erros” — e, consequentemente, novas lições.

Leia também: Dez frases sobre fracasso que inspiram Richard Branson

Luciano Coutinho
Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

Para o economista Luciano Coutinho, o importante é ter persistência e determinação para não se deixar abater. Formado em Economia pela Universidade de São Paulo e PhD pela Universidade Cornell, nos Estados Unidos, ele ocupa desde 2007 um dos cargos mais importantes no cenário econômico brasileiro à frente do BNDES — banco público que libera empréstimos para indústrias, empresas e grandes grupos.“Quem quiser fazer sucesso imediato, sem ralar, pode esquecer”, é o que ele diz. Para ele, é preciso enfrentar as dificuldades com lucidez e cabeça erguida.

 

Matéria originalmente publicada em 9/7/2014 e atualizada em 31/5/2016

Liderança Nível 5: o conceito de Jim Collins que mostra a importância da humildade em um grande líder

Jim Collins

Você sabia que existem níveis diferentes de liderança? Quem diz isso é o autor norte-americano Jim Collins em seu clássico Good to Great, publicado em português como Empresas feitas para vencer e considerado um dos melhores livros de negócios de todos os tempos. E o líder nível 5 é aquele que está no topo de sua classificação dos tipos de líderes.

O que é Liderança Nível 5

O conceito surgiu ao analisar a liderança das ‘empresas feitas para vencer’ que dão nome ao livro. Essas companhias, que foram estudadas em profundidade pela equipe de Collins, são aquelas que cresceram o triplo da média de seus concorrentes por pelo menos 15 anos – em outras palavras, empresas que se mantiveram como as melhores de seus segmentos, como Gillette, Kimberly-Clark, Wells Fargo e Abbot Laboratories. Quem são as pessoas por trás dessas empresas? Nesses líderes, Collins encontrou muito mais características em comum do que imaginava, e foi daí que surgiu o conceito de liderança nível 5.

Considerado excelente, o líder nível 5 reúne as habilidades dos outros quatro tipos de líderes que ele classificou: nível 1 (capacidades individuais), nível 2 (as de equipe), nível 3 (as de administração) e nível 4 (as de liderança). O líder nível 5 possui todas essas capacidades, e, além disso, tem humildade. 

Se você estava pensando em CEO’s celebridade como Jack Welsh, Steve Jobs, Ellon Musk ou Lee Iacocca… Bem, não é desse tipo de líder que estamos falando. O que é engraçado sobre os líderes nível 5 é que eles não estariam na ponta da sua língua, exatamente porque não costumam estar muito preocupados com suas biografias. Ao invés disso, deixam sempre a ambição pessoal de lado em nome do projeto que lideram.

Essa forma de liderar é marcada por pessoas que aliam humildade com uma enorme determinação. O maior objetivo desses líderes é criar projetos excelentes e que andem com as próprias pernas, deixando os holofotes para si de lado. Assim, são líderes preocupados em deixar um legado na empresa para que ela não seja sempre dependente da sua presença lá – que, afinal de contas, jamais poderia ser eterna. 

Além disso, esses líderem têm um enorme senso de time. Quando alcança ou supera o resultado esperado, o líder nível 5 faz questão de valorizar sua equipe, de dar o mérito a ela. E quando algo dá errado, chama para si toda a responsabilidade.

Para que ser um líder nível 5?

Os líderes com as características nível 5 foram aqueles que comandaram as melhores empresas dos Estados Unidos, e estiveram por trás dos melhores resultados corporativos dos últimos anos. Assim, não é difícil traçar a ligação entre a liderança nível 5 e a alta performance.

O conceito pode ser útil para você em qualquer projeto que desenvolva com uma equipe, desde o seu trabalho de faculdade até o comando de uma grande empresa. O líder nível 5 não mede esforços para comandar sua equipe ao topo, ainda que de maneira discreta. Isso trará excelência aos seus projetos e carisma com os envolvidos, já que você não levará fama de “convencido”.

Para se ter uma ideia de como esses líderes chegam a passar desapercebidos, em uma pesquisa de Collins com grandes empresas, o autor constatou que 99% desses líderes são desconhecidos do grande público.  

Como usar a Liderança Nível 5?

A liderança nível 5 é marcada pela humildade e determinação. Abaixo algumas atitudes no dia a dia que podem ajudar a formação de um líder excelente:

1. Escutar diversos pontos de vista antes de tomar as decisões

2. Valorizar a tarefa de cada membro da equipe para chegar aos resultados (e demonstrar essa valorização na empresa)

3. Chamar para si a responsabilidade de algum fracasso da equipe, mesmo que a “culpa” não seja do líder

4. Evitar falar de si próprio nas reuniões e palestras e utilizar exemplos de outras pessoas da equipe

5. Dar o exemplo de humildade em cada atitude

Você é um líder nível 5?

Alguns questionamentos que vão te ajudar a refletir sobre a sua forma de liderança, e se você é realmente um ‘líder nível 5’: Qual é sua maior motivação: ajudar a construir uma organização excelente ou sua própria carreira? O que você prefere: fama, fortuna e poder OU construir, criar e contribuir? Quando um projeto é um sucesso, você diz ‘eu’ ou ‘nós’? Quando o projeto é falho, de quem é a culpa? Você está servindo de mentor a alguém que vai substitui-lo?

Se você deseja se aprofundar no conceito, não deixe de assistir a palestra com Jim Collins no vídeo abaixo:

Já pensou em estagiar ao mesmo tempo na Ambev, Credit Suisse e McKinsey?

três jovens negros no escritório

Programas de estágio e de trainee são iguais desde que o mundo é mundo. Perto de terminar a universidade, um enorme grupo de estudantes se candidata a meia dúzia de vagas nas grandes empresas.

Aceitos, eles passam meses fazendo trabalhos burocráticos, tentando mostrar algum talento para serem contratados. Depois, como acontece com uma frequência cada vez maior, pulam fora na primeira oportunidade, em busca de novas experiências.

Os programas de estágio continuam um sucesso de público. Os últimos processos seletivos da cervejaria Ambev e da fabricante de bens de consumo Unilever atraíram mais de 50.000 candidatos.

Mas um grupo crescente de companhias está à caça de novas formas de atrair a molecada. O objetivo, obviamente, é garantir que os candidatos mais promissores fiquem na empresa, se possível para sempre.

Para isso, vale até abrir mão de um dos grandes diferenciais dos programas de sucesso — o sigilo.

Desde janeiro, a cervejaria Ambev, o banco de investimentos Credit Suisse e a consultoria McKinsey estão dividindo entre si uma turma de sete estagiários.

Funciona assim: em vez de cada companhia atrair seus próprios estagiários, elas decidiram, juntas, encontrar os estudantes mais promissores.

Cada jovem passa seis meses em cada empresa. Ao final do processo, as empresas fazem ofertas aos estagiários preferidos — e os próprios jovens têm a palavra final.

O objetivo é contratar jovens com bagagem em outras empresas e, ao mesmo tempo, tirar um pouco da ansiedade de “conhecer o outro lado” antes de se comprometer com uma carreira de longo prazo.

Conheça o Imersão, programa que te leva para conhecer empresas como Ambev, Credit Suisse e McKinsey

“Com esse programa, os jovens terão uma experiência única de contato com culturas empresariais distintas e em segmentos complementares”, diz Daniel Ribeiro, diretor de desenvolvimento de gente da Ambev.

“Se eles optarem por trabalhar com a gente, significa que encontraram uma empresa alinhada com suas expectativas profissionais.”

O modelo foi criado pela empresa de recrutamento Nexo, que dispensa os processos seletivos megalomaníacos.

A empresa envia pesquisadores a um grupo de faculdades selecionadas e faz convites a alunos específicos, apontados pelos próprios alunos como futuros líderes.

“Procuramos jovens que não entrariam ou não seriam selecionados nos processos tradicionais”, diz Andreas Auerbach, sócio da Nexo.

Um deles é Gabriel Cordaro, estudante de engenharia elétrica da USP e diretor da empresa júnior da faculdade. Em outubro, ele recebeu um convite da Nexo para participar do processo de seleção para o estágio compartilhado. “Achei ótimo porque estava justamente em dúvida entre consultoria, indústria e banco”, diz.

Desde janeiro, Cordaro divide seus dias entre a faculdade, a área de pesquisa do Credit Suisse e atividades complementares na sede da Nexo, como cursos de comunicação e de liderança.

Em julho, ele levará o terno e gravata para a McKinsey. Depois, em janeiro, trocará tudo pela calça jeans da Ambev. O plano — dele e de seus seis colegas — é conseguir os melhores resultados em todas as passagens para, lá na frente, poder escolher.

Nesse novo modelo, as oportunidades são maiores, mas a concorrência também é.

Leia também: Confira os programas de estágio e trainee abertos

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

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