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Diretor de startup de tecnologia para educação fala sobre os desafios de empreender na área

Marlon Souza - Diretor Executivo da startup PlayMove

A carreira de empreendedor de Marlon Souza começou cedo, aos 16 anos, quando já era um programador autodidata e criou uma empresa de editoração eletrônica. Foram as companhias de grande porte onde trabalhou por quase trinta anos, no entanto, como Ambev, Bunge e General Motors, que o prepararam para empreender novamente nos anos 2010. Hoje, ele é cofundador e diretor executivo da startup Playmove, criadora da primeira mesa digital com jogos educativos do Brasil.

“Naquele primeiro momento, eu estava experimentando tudo. Quando voltei a empreender, além de ser uma pessoa mais madura, já tinha estado do outro lado e sabia como funcionavam os processo internos, quais eram as expectativas de preço, como empresas queriam comprar”, conta. “Tive uma visão completamente diferente do negócio.”

Especial Na Prática: as diferentes possibilidades de carreira na área da educação

Esse é um de seus conselhos favoritos para jovens empreendedores: aproveitar empresas estabelecidas para conhecer um pouco do “caminho das pedras” que faz um negócio ir para frente.

“Encontro muitos jovens com startups que tem dúvida em basicamente tudo porque nunca tiveram nenhum tipo de experiência, e você paga esse preço com seu tempo e com seu dinheiro”, diz. “Se você puder ter experiência dentro de uma empresa grande, que seja para saber o que vai ou não fazer em seu negócio, tenha.”

PlayTable Marlon, que é formado em Comunicação Social e tem um MBA em Gestão de TI, se especializou em tecnologia e marketing digital, especialmente na área de negócios de desenvolvimento mobile e jogos.

Da convergência entre essas áreas e um nicho no mercado – um produto educativo voltado para crianças em espaços em que não eram público-alvo, como clínicas, shoppings e restaurantes, além de escolas – nasceu a PlayTable, principal produto da empreitada atual.

Conheça o Imersão Empreendedorismo, programa de carreira do Na Prática

Lançada na Campus Party de 2014 e comercializada desde maio daquele ano, o modelo evoluiu a partir da parceria com o sócio Jean Gonçalves, que trouxe a expertise em jogos educativos para combinar com a plataforma criada por Marlon.

Crescimento Em quase dois anos, já venderam 2.500 unidades pelo país. A expectativa é dobrar o número até o fim de 2016 e exportar tanto para a América Latina (as versões em espanhol já estão prontas) quanto para os mercados de língua inglesa.

A mesa digital funciona como um console de videogame com acesso à uma app store exclusiva, onde é possível comprar uma série de jogos educativos pensados para o desenvolvimento infantil. Do roteiro às ilustrações, quase tudo é produzido internamente – e quase tudo, exceto as vendas, supervisionado pelo diretor executivo.

“Há todo um ecossistema em torno do produto físico, que é a mesa em si”, explica. “Há 25 jogos digitais exclusivos e educativos que podem reforçar o conteúdo de sala de aula, como história ou matemática, ou o lado cognitivo, como desenvolver atenção e percepção.”

Gestão de pessoas Como diretor executivo de uma empresa de pequeno porte que pretende crescer (hoje são 30 funcionários), Marlon assume diversos papeis e põe em prática o que aprendeu ao longo dos anos.

O primeiro passo foi criar uma empresa dedicada à PlayTable, que os fundadores perceberam cedo que tinha potencial para ser um negócio próprio e não só um extra no portfolio.

Em seguida, foi preciso montar uma equipe sólida, algo que ele destaca como fundamental para que a empresa cresça de maneira sustentável. Para garantir que os funcionários eram os certos para aquele desafio, a dupla deslocou funcionários de seus outros negócios para liderar os diferentes departamentos.

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“Eu já tinha muito claro qual era o perfil que a pessoa precisaria ter para gerenciar cada dos departamentos e isso economizou muito tempo no crescimento, que acontece mais rápido se não precisarmos reinventar a roda”, diz. “Escolher pessoas que aprendem e absorvem responsabilidades ao longo do tempo e que queiram ficar a longo prazo é fundamental para a estabilidade do negócio nos primeiros cinco anos.”

Dia a dia variado Atualmente, Marlon divide seu tempo entre administração do negócio, gestão do produto e produção. (O sócio fica com a parte comercial.) “Acabo direcionando cada uma dessas áreas e também o desenvolvimento de novos produtos e planejamento estratégico.”

A mesa – que tem 60% dos componentes fabricados no Brasil – é montada pela própria empresa na sede, em Blumenau (SC). O processo fabril foi uma novidade para ele, que se inspirou no que já tinha visto em termos de logística e distribuição em fábricas da Ambev para se preparar. “Foi algo que me ensinou como eu teria que me preparar para quando precisasse montar ‘xis’ mesas por mês”, explica.

Para dar conta de tantas coisas diferentes, ele checa diariamente a situação financeira, do estoque, do marketing e do planejamento a longo prazo. Também prioriza o controle semanal de metas, com reuniões específicas para cada departamento, e procura feedback constante dos us00uários, tanto pequenos quanto adultos.

“O empreendedor não pode descuidar do dia a dia da produção e das finanças, mas se não pensar lá na frente o negócio não evolui e ele vai sempre fazer a mesma coisa”, aconselha. “É preciso ter um olho no peixe e outro no gato – um no futuro e outro nas contas do mês que vem.”

Pesquisa do BCG aponta o que faz o brasileiro feliz no trabalho

Pessoas na escada rolante

As opniões de mais 11 mil brasileiros compõe um novo relatório do BCG Perspectives, um braço do Boston Consulting Group. Intitulado “Understanding Brazil’s Workforce in a Troubled Time” (“Entendendo a força de trabalho do Brasil em tempos difíceis”, em português), o documento delineia o perfil profissional do brasileiro e como ele se reflete em um quadro instável de crise econômica.

No topo dos indicadores de felicidade no trabalho, por exemplo, estão a valorização do trabalho, aprendizado e desenvolvimento da carreira e um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Um bom relacionamento com colegas e chefes também é importante – e chama a atenção o fato de salário não figurar entre as 10 coisas mais significativas.

Ainda mais interessante é constatar que o brasileiro não está sozinho. Segundo o BCG, que conduziu pesquisas em outros 189 países, “com o valor que dão aos fatores ‘soft’ de trabalho versus aqueles relacionados à compensação, os brasileiros são um ótimo exemplo de uma tendência que tem surgido globalmente”.

Leia também: Passar por diferentes áreas e empresas mancha o currículo?

Em uma entrevista com os pesquisadores, o recrutador Aquileo Silva ecoa suas experiências, especialmente com jovens profissionais. “As perguntas eram algo como ‘quantas horas se trabalha aqui?’ ou ‘é preciso trabalhar de fim de semana?’”, lembra. Ele também diz que os millennials – faixa demográfica que inclui nascidos entre 1980 e 2000 –, aprecia (e espera) feedbacks e treinamentos, além de uma atmosfera menos formal.

Faz sentido com o que dizem grandes empregadores por aqui. “O brasileiro é mais gregário”, definiu Fabio Coelho, CEO do Google no país, em entrevista ao Na Prática. “Aqui, a gente gosta de ter mais tempo no ambiente de trabalho, trabalha mais horas, gosta de parar para tomar um café e somos felizes trabalhando assim. Tem que haver uma certa adequação para o Brasil dentro de um ambiente de trabalho no Brasil.”

Networking E quando as coisas não vão bem no trabalho, o brasileiro não tem vergonha de começar a procurar algo novo – e são muitos os que andam procurando.

De acordo com o BCG, 40% dos trabalhadores autônomos e 29% daqueles em empresas estão ativamente em busca de outro emprego, especialmente quem tem entre 0 e 3 anos de casa. E a falta de motivação no trabalho é motivo para 67% daqueles que buscam uma nova posição.

Leia também: 6 dicas dicas para otimizar o networking em eventos

Além de buscas em sites e classificados, uma das táticas mais populares entre os brasileiros para fazer isso acontecer é ativar a rede de contatos. O relatório frisa que é uma preferência de fato nacional, compartilhada por trabalhadores manuais e gerentes sêniores, que perguntam a amigos, redes de alumni e antigos colegas se há algo disponível.

Talentos Para estancar a sangria, o BCG recomenda que áreas de recursos humanos implementem algumas mudanças. Os conselhos são úteis para todos, de grandes empresas a jovens empreendedores – afinal, encontrar mão de obra qualificada segue sendo um desafio no país. (Mais de 60% dos gerentes de recursos humanos brasileiros ainda relatam dificuldades para preencher suas vagas.)

Trabalhar para atender os indicadores de felicidade pode tomar a forma de uma rotina de trabalho mais flexível, que permita dias de home office, por exemplo, ou um ambiente com mais feedbacks, desafios e promoções alinhadas com performance.

“Lidar com empregados de maneira habilidosa e profissional não é um ponto forte de todas as gerências”, escrevem os autores. “Mas é preciso que se torne uma fortaleza em tempos de desafios econômicos.”

Sugestões úteis para reter talentos quando ventos favoráveis voltarem a soprar.

Assista 10 vídeos rápidos que valem como um coaching de carreira!

Jovem falando

Hoje em dia, não é raro ouvir jovens dizendo que são infelizes no trabalho, que tem dificuldades em conquistar seus objetivos, medo de fracassar… São inseguranças comuns a quem está começando a carreira e que trazem uma série de questões: Como encontrar o lugar ideal para trabalhar? O que é preciso avaliar antes de decidir por uma carreira? Como evitar que os medos nos impeçam de agir?

Essas respostas, normalmente, podem ser encontradas por meio de um coaching de carreira – processo de autodescoberta e evolução guiado por um profissional treinado para esse tipo de função, o coach. Essa experiência, no entanto, costuma envolver bastante tempo e dinheiro, coisas que nem sempre temos disponíveis. Por isso, resolvemos reunir em dez vídeos rápidos alguns ensinamentos e dicas para te orientar rapidamente e que já podem te dar um gostinho das reflexões de um coaching de carreira.

Confira a seguir os conselhos de carreira dos principais especialistas do Na Prática, responsáveis por programas presenciais como Liderança Na Prática 32h, Liderança Na Prática 16h, Carreira Na Prática, Autoconhecimento Na Prática e o curso online de autoconhecimento, Autoconhecimento Na Prática Online.

1. Como tomar decisões de carreira mais assertivas?

2. Como lidar com seus medos?

3. Como ser protagonista da própria carreira?

4. O que é preciso avaliar antes de decidir por uma carreira?

5. Como usar o networking a seu favor?

6. Qual o momento certo para tirar sua ideia do papel?

7. Como influenciar o ambiente ao seu redor?

8. Como o conhecimento acadêmico pode ajudar na prática?

9. Como extrair o melhor das pessoas?

10. Como realizar suas ideias?

Endeavor oferece 18 cursos online gratuitos sobre empreendedorismo

Homem escrevendo e mexendo no computador

Para impulsionar um pouco mais os empreendedores brasileiros – e desmistificar, no caminho, a ideia de que ter dúvidas é ruim –, a Endeavor criou um canal gratuito de cursos à distância sobre a área.

As aulas, que duram entre duas e seis horas no total, abarcam temas como finanças básicas, direito para empreendedores, impacto social e ferramentas práticas de inovação.

Em geral, os cursos são ministrados por mentores Endeavor – um grupo eclético que inclui autores, empreendedores e professores brasileiros –, mas há também convidados internacionais, como Steve Blank, um empreendedor do Vale do Silício que fala sobre estratégia.

Para ter acesso ao conteúdo completo, basta se cadastrar no site e fazer a matrícula online. Aproveite!

Pedro Drevon, CEO da Kraft Heinz no Brasil, conta em entrevista exclusiva como chegou lá

Pedro Drevon

Entre os principais líderes de uma das maiores empresas alimentícias do mundo, o executivo Pedro Drevon não costuma dar muitas entrevistas. Por isso mesmo, seu nome não é m00uito conhecido fora dos círculos corporativos, meio em que construiu sua reputação. No entanto, ele acumula um currículo capaz de impressionar até mesmo quem não acompanha o noticiário empresarial: depois de fazer carreira no grupo 3G Capital, onde trabalhou ao lado do trio de investidores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, ele assumiu no ano passado, aos 33 anos, o comando das operações da Kraft Heinz no Brasil.

Como parte do enxuto time que toca o 3G, ele esteve envolvido na instalação do escritório brasileiro do grupo e fez parte da equipe que orquestrou a fusão da Heinz com a Kraft Foods – um negócio de 46 bilhões de dólares que acabou sendo umas das principais operações comerciais dos últimos anos.

Entrevista com Pedro Drevon

Como presidente da Kraft Heinz no Brasil ele afirma que, apesar da situação econômica, o momento da companhia no país é de expansão. “Mas não adianta crescer sem ter as pessoas certas”, continua. Em entrevista ao Na Prática, ele fala sobre sua trajetória de carreira, a transição do mercado financeiro para a indústria, cultura empresarial, e o processo seletivo da Kraft Heinz, que está com inscrições abertas para estágio e trainee até o dia 22 de maio

1. Como foi o seu começo de carreira no grupo 3G?

2. Como ocorreu o seu crescimento no grupo 3G e o convite para liderar a Kraft Heinz no Brasil?

3. O que você aprendeu trabalhando ao lado de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira?

4. Qual é o tipo de jovem que a Kraft Heinz busca e as oportunidades que a empresa oferece?

As inscrições para estágio e trainee na Kraft Heinz vão até o dia 22/5, por aqui.

‘Por que não levar para fora pessoas que queiram, como eu, viajar com um propósito?’

Mulher sorrindo abraçando crianças

O conceito de voluntourism, neologismo para turismo voluntário, ainda é novo no Brasil. Tão novo, na verdade, que a Volunteer Vacations é a única agência especializada em férias voluntárias por aqui. Comandada por Mariana Serra desde 2014, realiza cerca de 250 viagens ao ano e tem 12 mil interessados cadastrados no sistema – um sucesso construído com calma e perseverança.

“Isso é uma coisa que todo empreendedor deve saber: o caminho é duro, parece que fazem de tudo para te desestimular”, conta ela. “Mas o empreendedor nato gosta de desafio, entende que vai errar, aprende a crescer com o erro e sabe que vai ter que aprender para evoluir.”

Hoje com 30 anos, Mariana é formada em Relações Internacionais pela ESPM e voluntária desde jovem. É também uma viajante de longa data e morou três anos fora, no Taiti e na Nova Zelândia.

De volta ao Brasil e ainda na faculdade, começou seus quatro anos de trabalho como assistente do embaixador Luiz Felipe Lampreia, Ministro das Relações Exteriores no governo FHC. Depois, seguiu um caminho corporativo que terminou na área de Relações Institucionais da Andrade Gutierrez, gigante de seu segmento.

Durante este período, quando fazia um curso de criação de negócios inovadores no IBMEC e já pensava em empreender, Mariana participou da Jornada Warren Buffet e descobriu o conceito pelo qual se apaixonou. Com um pequeno grupo de colegas, ela viajou aos EUA para um jantar e uma sessão de perguntas e respostas com o investidor americano.

“Foi ali, com o mais famoso filantropo do mundo e alunos de diferentes faculdades americanas,  que descobri conversando que poderia viajar para ajudar outros durante minhas férias”, lembra, destacando que voluntourism já é uma noção bem estabelecida em outros países. 

Início Voltou ainda entretendo uma ideia de criar um portal sobre viagens, no qual poderia falar sobre coisas como trabalho voluntário. Quando André Fran, apresentador de dois programas de televisão sobre o assunto e hoje seu sócio, lhe apresentou um conceito similar – o volunteer vacations do título, que significa “férias voluntárias” –, tudo se encaixou.

“Viajar e ajudar era meu sonho e aquilo ficou na minha cabeça”, diz. “Então pensei: por que não levar para fora pessoas que queiram, como eu, viajar com algum propósito?”

Volunteer Vacations - Empreendedorismo Social - 4
[acervopessoal]

Abandonou a ideia do portal e, com André e Alice Ratton, começou a planejar o negócio. “Fizemos o beabá: business plan, modelo canvas, análise SWOT…”, lembra. Fizeram também uma pesquisa, para ter noção da demanda do mercado. “Afinal, estaríamos literalmente movimentando um novo segmento e nossas referências eram todas de fora.”

Enfrentando a burocracia e o ceticismo inicial, o trio investiu dinheiro do próprio bolso e escolheu um modelo de negócio social, que tem como finalidade o impacto social e reinveste os lucros para aumentá-lo.

Leia também: Negócio social: você sabe realmente o que isso quer dizer?

Surpreenderam-se com a recepção positiva do mercado, mas ainda enfrentam obstáculos, especialmente na hora de explicar o que é ser uma empresa social com fins lucrativos e conseguir novos investimentos. “O empreendedorismo social ainda é muito jovem, especialmente aqui, então conceituar e introduzir isso na cultura brasileira é um dos maiores desafios”, explica Mariana.

Como funciona Atualmente, a Volunteer Vacations planeja viagens para 13 países – Afeganistão, Tanzânia e França são alguns dos destinos – e tem mais de 20 instituições parceiras em cada um. As ONGs são escolhidas com base em critérios como impacto real, feedback de pessoas atendidas e transparência fiscal e financeira.

E para interessados, a experiência começa bem antes do embarque. É preciso primeiro preencher uma ficha com seu histórico, perfil e intenções. Em seguida, a equipe repassa as informações para as instituições parceiras, que respondem se têm vagas no período em questão e se precisam daquela ajuda.

Volunteer Vacations - Empreendedorismo Social - 2
[Na Tailândia – acervopessoal]

Com um OK em mãos e as taxas pagas, dá-se início a um processo extenso de preparação, que envolve curso de voluntariado, engajamento online e estudo da cultura local. Uma vez no exterior, com vistos e vacinas resolvidos, o voluntário é recebido no aeroporto. Durante a viagem, ele conta com suporte local e apoio online 24h, caso seja necessário. Na volta, ganha um certificado de voluntariado e capacitação.

A metodologia de preparação veio da necessidade que a própria Mariana sentiu em suas primeiras experiências no exterior, que incluiram países como Quênia, Índia e Tailândia.

Conheça o Imersão Impacto Social, programa de carreira do Na Prática

“Não é simplesmente comprar a passagem e ir”, resume ela, que visita pessoalmente cada um dos destinos e organizações parceiras antes de inclui-los no portfólio. “Nos preocupamos com todas as expectativas do voluntário e da ONG. Se ele não chegar preparado, nós levamos um problema e não uma solução.”

Motivação Para aumentar ainda mais a familiaridade dos brasileiros com a ideia de unir viagem e voluntariado, Mariana vive em aeroportos, voando de uma palestra para outra. É quando consegue um tempo para assistir TED Talks, um de seus vícios como empreendedora. (Dan Palotta, Bill e Melinda Gates e Peter Singer são seus favoritos.)

Ela também se ocupa com a criação de um curso de formação para empreendedores sociais coordenado por Thiago Almeida, professor do IBMEC e da ESPM, e com o desenvolvimento da Rede de Empreendedores Sociais Brasileiros. Será a primeira do tipo no país, com intuito de potencializar negócios sociais Brasil afora e influenciar políticas públicas.

Sua grande motivação, no entanto, ainda é o cerne de seu empreendimento: a paixão pelo voluntariado. “É algo que faz bem para si mesmo e ajuda o próximo”, diz. “Você sai da sua zona de conforto, trabalha em equipe, cresce, aprende. A experiência te transforma como ser humano.”

Engenheiro por formação, Igor foi de estagiário a trainee na Kraft Heinz

Jovem segurando ketchup

Enquanto concluía seu intercâmbio no Canadá, onde foi pelo programa Ciências sem Fronteiras, o engenheiro químico Igor Cardoso já se preparava para a volta ao trabalho no Brasil. Estava no fim da graduação na Universidade Federal de Goiás e, com experiência de anos na Federação de Empresas Júniores, uma iniciação científica e um estágio corporativo no currículo, buscava um desafio em uma empresa grande.

Aplicou para o programa de estágio da Kraft Heinz (oportunidade que ele encontrou no Mural do Na Prática e que está com inscrições abertas até 22/5) e já desembarcou no país aprovado para a etapa final da seleção, um café com diretores.

“Batemos papo na fábrica, em Nerópolis, e lá eles avaliaram os candidatos, que eram cerca de quinze”, conta Igor, que foi questionado sobre como já consertou seus erros e quais qualidades um líder deveria ter. “Foi importante ter minha história bem clara, tanto os pontos positivos que se encaixavam na cultura da empresa quanto conhecê-la muito bem, incluindo seus negócios no Brasil e suas outras unidades.”

Uma vez aprovado, aos 23 anos, Igor se surpreendeu ao ser enviado para a área de melhoria contínua, que trata do suporte à produção e ao controle de qualidade para reduzir perdas e melhorar a performance de linha. Pelo background com engenharia química, ele tinha apostado em produção. “Eu pensava: será que vou dar certo nessa área?”, lembra.

Leia também: Como se apresentar para a empresa dos seus sonhos?

Após dominar o básico, logo foi ganhando autonomia do gestor. “Descobri em profundidade como os processos funcionavam e ele começou a me dar asas para tocas as coisas.” Ao todo, ficou um ano como estagiário.

“O que todo estagiário desenvolve aqui é a capacidade de aprender a tratar os dados, praticar o problema, chegar nas causas e resolver”, explica. Ele também destaca aprendizados na área de gestão e supervisão, que vieram numa fábrica de atomatados com 1400 funcionários.

Trainee Impulsionado pelo sucesso no estágio e formado, Igor decidiu aplicar para o programa de trainees da Kraft Heinz, que também está com inscrições abertas. Como já estava na empresa, passou por um processo interno, auxiliado tanto por uma colega trainee que conheceu na área de melhoria contínua quanto pelo gerente.

“A diferença entre os dois processos é que espera-se mais do trainee que de um estagiário, como um perfil de liderança já mais desenvolvido”, explica. Passou pelas provas online e por duas entrevistas pessoais, uma online e outra presencial. Ao longo do processo, mostrou suas conquistas ao longo daquele ano dentro da Kraft Heinz e treinou (bastante) a apresentação pessoal, que acontece na última etapa e na frente de altos executivos. “Na hora que você chega lá na frente do presidente da empresa bate o nervosismo, então se controlar é o principal”, explica.

Leia também: Trainee – o que fazer e o que não fazer nos processos seletivos

Hoje trainee – o programa dura um ano e termina, para ele, em dezembro de 2016 –, Igor comanda o próprio time na área de produção. Cuida de todo o processo primário dos atomatados, do tomate que entra inteiro até o processamento da polpa. “É o coração da fábrica, e eu provo muito ketchup todo dia para ver se está bom”, ri. 

Diz também que se sente responsável, tanto pessoal quanto profissionalmente, pelo crescimento dos integrantes de sua equipe. “No estágio, meu papel era ajudar a melhorar. Agora, faço mais a engrenagem girar e ajudo os outros a crescerem. É uma visibilidade bem maior.”

Importante mesmo para quem cogita ser trainee, aconselha, é se identificar de verdade com os valores da empresa. O sentimento de dono e a ascensão meritocrática que fazem parte da cultura da Kraft Heinz (herdada do grupo 3G, dono da companhia) o atraíram, e para ele isso foi um ponto-chave.

“Muitas coisas só serão aprendidas na prática e todos aqui sabem que há um processo de aprendizado”, explica. “Mas sem o fit de cultura, o trainee não vai se adequar à empresa.”

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Como aplicar o método de Design Thinking no dia a dia? Aprenda em nosso vídeo!

coisas de arquiteto em cima da mesa - O que é design thinking

Em tempos de mudanças tecnológicas extremamente velozes, um dos maiores desafios de inovadores é criar algo que não se torne obsoleto – ou, pelo menos, não tão rápido.

Muito usada no Vale do Silício, onde se tornou popular nas mãos do professor da Stanford University David Kelley, a metodologia de design thinking não é por si só inovadora e tem raízes em movimentos de design do início do século 20.

Mas é uma forma de pensar eficaz, que pode ser aplicada em praticamente qualquer situação que exija uma ideia fora da caixa e facilita o fluxo criativo dentro do ambiente de trabalho.

Atual superintendente de inovação do Itaú Unibanco, Ellen Kiss sabe bem da importância de criar boas soluções para clientes. Em bancos, afinal, as pessoas não têm vergonha de reclamar de coisas que consideram mal feitas.

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O que é design thinking

Uma abordagem que foque no usuário e que possa melhorar com seu feedback, caso do design thinking, torna-se fundamental para uma profissional como ela – e o melhor é que o modelo pode ser replicado por qualquer companhia ou pessoa.

Utilizar este modelo mental permite que a criação de soluções mais desejáveis pelo no usuário justamente porque os envolve no processo de diversas maneiras.

“É ter o design como um ponto estratégico, que ajuda as empresas a entenderam mais as pessoas e criarem produtos mais relevantes para elas”, resume.

O método é baseado em três premissas. A primeira é a empatia, que exige compreensão do contexto e das necessidades do usuário. A segunda é a cocriação. “O principal stakeholder de uma empresa é seu cliente, então por que não traze-lo a mesa para dar sugestões e orientações?”, sugere Ellen.

A última premissa é a experimentação, para ver como a solução se porta na prática. “Dentro dessa abordagem, não se cria um produto como um todo”, explica. “É sempre uma versão beta, o mínimo possível.”

Leia também: A cultura do Vale do Silício explicada por quem vive lá

Em seguida vem a implementação, os pedidos de feedback, a evolução e refinamento da solução e uma nova rodada de lançamento. O ciclo pode se repetir várias vezes e manter um produto em “beta”, além de ser mais barato, facilita para criar soluções continuamente melhores.

Ferramentas

Para facilitar tanto o entendimento em equipe quanto o domínio do assunto, Ellen utiliza algumas ferramentas comuns de Design Thinking. São especialmente úteis no começo, quando é hora de organizar as ideias e traçar planos iniciais. Abaixo, ela lista cinco fases de seu processo cotidiano.

1. Matriz CSD (Certezas, dúvidas e suposições)


“Serve para que todo o grupo de trabalho possa entender o que já temos sobre o tema, no que temos dúvidas que valem a pena ser investigadas mais a fundo e quais são minhas hipóteses”, resume. A ferramenta consiste basicamente em dividir uma folha (ou cartolina, ou lousa…) em três colunas, e nelas organizar com a ajuda de post-its as suas certezas, dúvidas e suposições sobre o tema que deseja investigar ou o projeto que está prestes a começar.

2. Entrevistas


“É ir a campo e conversar com as pessoas. No nosso caso, significa é ir na fila do banco e conversar com quem está ali”, diz. “É incrível o quanto essa ferramenta nos dá insights.”

3. Desk research

Termo em inglês que significa a boa e velha pesquisa na internet. Ellen coleciona publicações, artigos e informações sobre o tema em questão.

4. Criação

“Uma iniciativa que usamos muito é um workshop, onde integramos pessoas de diversas áreas, formações e repertórios, muitas vezes com os próprios usuários”, diz. O grupo então gera possíveis soluções em conjunto.

5. Prototipagem

Para evitar os custos altos de tempo e dinheiro envolvidos com desenvolver um aplicativo, por exemplo, a equipe de Ellen muitas vezes usa criatividade, papeis post-it e canetas para criar interfaces na hora. “Construímos como seria a solução e os usuários dão seu feedback, dizendo se funciona e se ele entende”, conta.

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Conheça o Autoconhecimento Na Prática Online

mulher pensativa

Os momentos mais cruciais da vida são aqueles em que nos colocamos diante de decisões difíceis – e temos que escolher. Qual curso de graduação prestar? E depois, qual carreira seguir? Grande empresa ou startup? Vale a pena mudar de cidade e aceitar aquela proposta de emprego? Não só no campo profissional, mas também na vida pessoal, o autoconhecimento é a chave para tomar as melhores decisões.

Foi pensando nisso que o Na Prática acaba de lançar o seu primeiro programa online, o Autoconhecimento Na Prática Online. No formato de ensino à distância (EAD), foi desenhado para ajudar você a olhar para sua trajetória e extrair mais aprendizados sobre quem você é. Durante o programa, são propostas reflexões sobre o seu passado e o seu presente, usando essas experiências como ponto de partida para encontrar um caminho futuro que represente – de fato – quem você é.

“O objetivo era construir ‘o EAD que funciona’ e conseguir transpor para o digital a qualidade já reconhecida dos nossos programas presenciais”, resume Ailton Cunha, gestor do programa. Com vagas limitadas em cada edição, o Autoconhecimento Na Prática Online tem duas semanas de duração e conta com mentores e desafios para transformar seu modo de pensar e agir – e na hora que for mais conveniente para você, já que o conteúdo e as interações são todas por via digital. 

O programa é, essencialmente, uma oportunidade de reflexão sobre seu passado e presente para que você possa desenvolver um futuro que tenha a sua cara.

Estrutura

Com uma plataforma desenvolvida ao longo de seis meses, o curso apresenta videoaulas curtas, no estilo “aprendizado em pílulas” do microlearning, e expõe os participantes a atividades reflexivas, leituras e atividades práticas.

Também chamadas de “missões”, as atividades são divididas em dois níveis, básico e desafiador, e em geral realizadas fora do computador. “O mais interessante é que a maioria das pessoas que começa pelos desafios mais simples vai se sentindo cada vez mais confiantes para encarar os mais difíceis”, diz Ailton.

Há também interação constante, seja no fórum de discussões da turma ou com mentores, que estão a postos para tirar dúvidas, compartilhar experiências e provocar reflexões. “Os mentores são ex-participantes capacitados pela Fundação Estudar, que passaram pela mesma fase de dúvidas e incertezas e estão próximos o suficiente para ter maior empatia com o público”, explica ele.

Certificado

Aberto a todos os interessados, sem restrições de graduação ou idade, o Trilha oferece um certificado exclusivo para quem terminar o curso nas duas semanas estipuladas.

Leia também: Como as redes e comunidades podem ajudar na sua vida e carreira?

Para lembrar os participantes de que autoconhecimento é um processo contínuo, eles também recebem uma apostila de conclusão de curso para consolidar seus aprendizados e pensar nos próximos passos. “E por entendermos que a experiência online é tão impactante quanto a presencial, os alunos que concluírem o curso também estão aptos a fazer parte do Núcleo Na Prática, a comunidade de ex-alunos dos programas”, conclui o Ailton. Interessou-se? Visite o Trilha e inscreva-se!

Em parceria com Coursera, ITA oferece 11 cursos online gratuitos

ita

Poucas coisas assustam tanto estudantes em vias de se preparar para o vestibular quanto um exercício do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA. Tido como um dos melhores do Brasil – e mais difíceis de entrar –,  foi fundado em 1950 e pertence ao Comando da Aeronáutica.

É famoso pelos seis cursos de engenharia (Aeronáutica, Civil-Aeronáutica, Eletrônica, Mecânica-Aeronáutica, Engenharia de Computação, Aeroespacial) que oferece em São José dos Campos, num campus com projetos assinados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. De lá, já saíram nomes como Ozires Silva, primeiro presidente da Embraer, e Walter Schalka, hoje CEO da Suzano Papel e Celulose.

A novidade é que agora todo mundo pode saber como é estudar por lá. Em parceria com a plataforma Coursera, o ITA preparou 11 cursos online gratuitos, que serão ministrados por professores do próprio instituto. Entre os assuntos disponíveis estão Introdução ao Controle de Sistemas (que começa em julho), Desenvolvimento Ágil com Java Avançado (também em julho) e Arquitetura de Software em Projetos Ágeis (em novembro).

Interessados devem seguir a trilha padrão da plataforma: cadastrar-se, fazer a matrícula online e aguardar o começo do curso. Boas aulas!

Quer saber mais sobre negócios de impacto social? Participe do Choice Day

desenho choice day

Criado pela Artemísia, a aceleradora de negócios de impacto social que já articulou quase R$ 30 milhões de reais para 80 empreendedores, o Movimento CHOICE une jovens interessados na área para que possam trocar experiências, ideias e difundir ainda mais o conceito.

“Quando o CHOICE começou, com cinquenta jovens, pouca gente sabia o que era um negócio social ou sequer acreditava que era possível ganhar dinheiro e construir uma carreira a partir de uma ideia de transformação social”, resume Celso Santos, um dos embaixadores do movimento. “Hoje, quase não vejo mais essa mentalidade nas pessoas com quem converso: acho que elas entenderam que é possível conciliar rentabilidade e impacto social, e estão buscando meios de colocar em prática o que acreditam.”

Atualmente em sua oitava edição, o Choice Day quer crescer o número de impactados – até agora, foram mais de 7800 – e atingir interessados em diferentes cantos do Brasil, de Sorocaba a Maceió, com eventos simultâneos em 19/5. 

O dia é cheio de palestras e workshops gratuitos ministrados pelos próprios empreendedores em universidades e outros espaços, que incluem livrarias e até a Arena Pantanal, em Cuiabá. Mais informações sobre locais e horários podem ser encontrados na planilha da organização.

A rotina da presidente da Microsoft Brasil

Paula Bellizia

“Quando coloco meu iPhone e meu Windows Phone na mesa, a reunião para”, brinca Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil há um ano. É também uma mensagem sobre “a nova Microsoft”, que hoje se vê como um meio e não como um fim.

Ela explica: não se trata mais de colocar um PC em cada mesa e democratizar a tecnologia – a primeira intenção da empresa, quando ainda crescia dentro de uma garagem –, mas de empoderar pessoas e organizações a fazer mais com a tecnologia.

Ter um leque muito mais amplo que nos dias de startup ajuda. Além de software e hardware (que hoje incluem tablets e celulares), a Microsoft hoje oferece videogames, soluções para negócios, servidores, ferramentas de desenvolvimento e serviços de nuvem, entre outros. Em 2015, faturou cerca de US$ 93,5 bilhões.

Essa nova missão corporativa, que vem tomando forma nos últimos anos, foi parte do que fez Paula aceitar o cargo. “A empresa está abrindo sua plataforma e era o momento de viver a transição”, diz, destacando o uso crescente de open source.

Formada em Computação e Ciência da Computação na Unesp, Paula fez pós-graduação em Marketing na ESPM e MBA na FIA/USP. Começou trabalhando na área de Marketing da Whirlpool, onde ficou por sete anos. Em seguida, foi gerente de grupo de produtos na Telefônica por dois anos antes de se juntar à Microsoft.

Ocupou os postos de gerente de vendas para pequenas e médias empresas e diretora de marketing e operações, e saiu com uma década de casa. Após um breve período no Facebook, assumiu a presidência da Apple no Brasil e ocupou a cadeira por outros dois anos.

Planejava um período sabático quando recebeu o convite da Microsoft, com quem sempre manteve uma política de portas abertas. “Um dia, recebi uma ligação e me disseram: ‘Vem ser a líder no Brasil’. Não dormi!”, ri.

Juventude

Dentro do campo de responsabilidade social, os principais focos de Paula no Brasil são os setores de educação e empreendedorismo, que têm grande potencial de impacto e podem melhorar cenários em grande escala.

De projetos de apoio à qualidade do ensino e acesso facilitado a tecnologias nas escolas públicas às incubadoras e competições de startups como a Imagine Cup, a ideia da Microsoft é ajudar a juventude brasileira a se desenvolver usando as plataformas da empresa – e assim se consolidar cada vez mais no mercado.

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Ela também aponta que a maior parte dos empreendedores do país é jovem e que cerca de 60% dos universitários brasileiros querem ter seus próprios negócios no futuro.

Ou seja, não vão faltar clientes em busca das ferramentas tecnológicas corretas no futuro próximo.

Em código

Num mundo cada vez mais tecnológico, faz todo sentido propagar a importância da programação. Mais que importante, ela se torna na verdade fundamental. De acordo com empregadores como Paula, programar já é uma habilidade básica da força de trabalho atual.

A presidente conta que sua filha, de 8 anos, já demonstrou entusiasmo pela linguagem. Faz bem. “As instituições de ensino estão à frente de um grande desafio, que é formar jovens com competências específicas para o século 21”, diz. “E aprender a programar permite que os usuários se tornem criadores e desenvolvedores de tecnologia, além de acelerar o desenvolvimento de suas carreiras. É uma grande oportunidade para os jovens.”

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Fazer uso inteligente de tecnologia em salas de aula, como incluir programação na grade curricular, também pode preencher lacunas educacionais e potencializar cada vez mais os alunos.

“A linguagem de programação, por exemplo, contribui para desenvolver em crianças e jovens o raciocínio lógico e a habilidade para resolver problemas, uma vez que exercita capacidades cognitivas básicas para enfrentar a realidade complexa que os rodeia.”

Liderança

Para Paula, a capacidade de solucionar problemas lógicos é característica essencial de um bom líder, assim como criatividade, boa comunicação, abertura, foco no resultado e pensamento crítico.

E como é impossível acertar o tempo todo, aprender com os erros é fundamental. “Na Microsoft, nossa cultura é fundamentada na mentalidade de crescimento, que é a crença de que você pode aprender sempre”, resume. “Para isso, é necessário assumir riscos e mover rapidamente quando cometemos erros, reconhecendo que as falhas acontecem na jornada para a excelência.”

Ela garante que não faltaram erros e deslizes em sua própria trajetória. “Aprendi que as chances de dar certo com só um número, uma meta ou um jeito de engajar as pessoas são muito pequenas, porque as pessoas pensam: ‘ah, a meta é só dela’”, exemplifica. O que muda é como se encara, e o que se tira, de cada situação.

Paula Bellizia - Microsoft
[divulgação]

No dia a dia, Paula opta por uma rotina intensa e estima que passa cerca de 70% de seu tempo fora do escritório. Também é adepta do home office e da flexibilidade, que lhe permitem passar tempo com os filhos – e incentiva sua equipe a fazer o mesmo, desde que estejam online no Skype às 17h. “Acho que temos que rasgar os modelos tradicionais e estou tentando fazer isso, de colocar as cadeiras em círculos a analisar, caso a caso, os trajes de trabalho.”

A mentalidade aberta às mudanças se estende para todas as áreas. Para se manter à frente de uma indústria tão competitiva e disruptiva, é essencial buscar novas maneiras de pensar e produzir. A ideia principal, esclarece, é quem não faz gol leva um.

“As mudanças não só técnicas, mas conceituais, estão cada vez mais dinâmicas, e quem se prende a uma forma de pensar e trabalhar perde oportunidades”, explica. “Estar aberto para crescer e aprender constantemente é, para mim, a forma de se adaptar a esta nova realidade.”

Diversidade

Ter uma presidente mulher significa, na maior parte do tempo, colocar o tema da diversidade em pauta. Num mercado mundial onde as mulheres ainda ocupam apenas 9% das posições de liderança, há uma pressão crescente para aprimorar esse quadro.

“É importante que o líder seja um exemplo das atitudes que acredita e defende”, diz Paula. “Um líder precisa manter uma equipe diversa, e me refiro a experiência, gênero, perfil e idade, refletindo o mercado no qual atuamos para podermos entender melhor as demandas dos consumidores e clientes e gerar criatividade e inovação.”

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Em um país em que 50% das pessoas são mulheres e 53% se identificam como pardos ou negros, ela quer ver este espelhamento dentro da corporação. “Se você não tem essas pessoas representadas, não vai atendê-las bem”, fala. Para garantir que o quadro mude, já instituiu políticas novas no processo de recrutamento, como exigir que haja um homem e uma mulher entre dois finalistas.

Além disso, a Microsoft gerencia programas voltados especificamente para mulheres. Uma campanha de março, #MeninasPodemProgramar, buscou ensinar o básico da linguagem a jovens brasileiras com idades entre 13 e 29 anos.

É uma das maneiras que Paula e sua equipe encontram para tentar engajá-las com a profissão e assim incentivar o crescimento da presença feminina na chamada família STEM, que inclui ciência, tecnologia, engenharia e matemática e onde o gap entre os dois sexos é grande.

“Só quero que a gente traga oportunidades iguais”, resume.

Carreiras

Hoje com seu nome na porta mais importante do prédio, Paula diz que sonhou com o cargo pela primeira vez há muitos anos – e que não poderia ter chegado lá sem a ajuda de outros líderes, como a diretora que a promoveu quando ela estava grávida de sete meses. “Você encontra muita gente que pode transformar sua vida”, diz.

A diversidade de experiências, seja dentro de uma própria empresa ou em várias, é para ela, fonte importante de crescimento. “Não existem duas culturas iguais, mas há aprendizados em todas”, fala. “Isso contribuiu muito para minha visão de mundo e amadurecimento profissional. No mundo da tecnologia, a inovação é palavra de ordem e ela é impulsionada pela diversidade.”

Aos jovens, ela aconselha: assuma riscos e mergulhe de cabeça nas experiências, seja numa empresa, órgão público, ONG ou em seu próprio negócio. Se você mantiver a cabeça aberta, o aprendizado é uma consequência natural. E tome suas próprias decisões. “Sua carreira é 100% sua. Não diga depois que não cresceu porque a empresa não deixou”, resume.

Seja comentando sobre novas iniciativas educacionais, Big Data ou reconhecimento de íris, Paula sabe que ocupa um lugar privilegiado na revolução tecnológica.

Entusiasmada, ela sintetiza: “O futuro é demais”.

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