Foto por Külli Kittus via Unsplash

Ouvir o que as pessoas têm a dizer, colocar-se no lugar delas, treinar a escuta e ser capaz de “calçar os sapatos do outro” são algumas das atitudes mais básicas quando se descreve a empatia. Mas o que, afinal, define alguém empático? Quais são os benefícios da empatia para o exercício profissional? E como, de fato, colocá-la em prática no dia a dia? Veja a seguir!

CONCEITO DE EMPATIA: COMO SURGIU

A raiz da palavra “empatia” está no grego “empatheia”, que está ligado à paixão e também costuma ser traduzido como “ser muito afetado”. Em inglês, “empathy” está diretamente relacionado ao termo alemão “Einfühlung”, conhecido por ter sido usado pelo psicólogo e teórico alemão Theodor Lipps no início do século XX para falar sobre, segundo o autor, “a relação entre o artista e o espectador que projeta a si mesmo na obra de arte”. Já na psicologia e na neurociência contemporânea, a empatia é muito associada à inteligência emocional. 

Como podemos ver, não faltam definições e associações da palavra, mas uma das melhores maneiras de descrevê-la é dizer que a empatia é “achar a humanidade compartilhada”, conforme explicação do filósofo australiano Roman Krznaric, autor de O Poder da Empatia. O próprio autor já afirmou, em entrevista ao Na Prática, que a empatia “não é apenas sobre calçar os sapatos do outro com os seus próprios preconceitos e estereótipos”, mas sobre desafiar as ideias pré-concebidas e estar aberto a fazer conexões inesperadas.

TIPOS DE EMPATIA

A ideia de se colocar no lugar do outro é a chave para compreender a empatia do tipo cognitiva, que também pode ser chamada de tomada de perspectiva. Esta primeira forma de ser empático é importante para motivar outras pessoas, além de ser eficaz para desenvolver bons comunicadores, já que a percepção mais ampla do ser humano se traduz em maneiras mais eficientes de comunicar, de fato. Há, ainda, um segundo tipo, que é a empatia emocional, também chamada de empatia afetiva. Neste caso, está ligada ao compartilhamento de sentimentos capaz de gerar uma conexão emocional – ou, na definição do psicólogo americano Paul Ekman, é como uma sensação de contágio emocional, que nos torna sintonizados ao mundo interno de alguém com quem estabelecemos conexão. Por fim, o terceiro tipo é a empatia compassiva, também chamada de preocupação empática, que se refere a perceber que o outro precisa de ajuda – e, a partir disso, se colocar à disposição. 

PASSOS PARA COLOCAR A EMPATIA EM PRÁTICA

#1. Praticar o autocuidado

De nada adianta querer ser mais empático – e até desenvolver certas características para tal – sem, em primeiro lugar, olhar para si. É a velha máxima de que é fundamental cuidar de si mesmo para, só então, conseguir cuidar bem do outro. Nesse sentido, autoconhecimento e autocuidado são indispensáveis.

#2. Estar disposto a não julgar

Quando nos despimos de nossos preconceitos, nos tornamos capazes de olhar o outro pela ótica dele, não por nosso próprio olhar, contaminado por uma perspectiva que só a gente tem. Também é muito importante deixar de lado comentários que invalidem a experiência alheia, como “isso não é nada” ou “não sei por que você está tão chateado com isso”.

#3. Querer conhecer outras culturas

Aquela história de ir além do próprio umbigo nada mais é do que um exercício prático de empatia, já que nos permite ampliar a visão de mundo e entender que existem outras atividades, religiões, línguas, culinárias… enfim, outras culturas além da que conhecemos. 

#4. Ouvir com atenção

Uma escuta atenta é aquela em que o ouvinte está plenamente interessado no que o interlocutor tem a dizer. Vale, por isso mesmo, evitar falar no momento em que o outro está falando, a menos que seja para demonstrar interesse a partir de expressões como “eu te entendo”.

POR QUE A EMPATIA É IMPORTANTE PARA O AMBIENTE DE TRABALHO

A empatia no dia a dia profissional estimula os colegas de trabalho a entenderem seus pares e, principalmente, os líderes a compreenderem seus times de maneira heterogênea e não estereotipada. A empatia profissional, inclusive, está entre as 25 soft skills (ou habilidades interpessoais) que serão – ou melhor: já estão sendo – demandadas no mercado. A competência é destacada por pesquisas como a anual State of Workplace Empathy Study, cuja edição de 2020 demonstrou que 90% dos profissionais consideram que a empatia é fundamental dentro das empresas.

DICAS DE LIVROS SOBRE EMPATIA

#1. O poder da empatia

Como já destacamos, esta obra de Roman Krznaric tem sido uma das mais indicadas sobre o tema. Nela, o autor ensina a prática da empatia a partir de hábitos de pessoas extremamente empáticas. Cabe acrescentar que o filósofo criou, em 2014, o projeto Empathy Library (“a biblioteca da empatia”), justamente para reunir livros sobre o assunto.

#2. Comunicação Não-violenta

Neste livro, o famoso psicólogo americano Marshall Rosenberg fala sobre o aprimoramento das relações interpessoais como forma de diminuir a violência no mundo. Por sua própria descrição, trata-se de um “manual prático e didático, que apresenta a metodologia criada pelo autor” da CNV (comunicação não violenta) de forma aplicável em centenas de situações, como em conflitos políticos graves e em comunidades carentes.

#3. Empatia Todo Dia

O educador pernambucano Jaime Ribeiro descreve a empatia como “um verbo” neste livro, em que convida o leitor a ir além da mera observação e das boas intenções. Trata-se de uma obra com reflexões sobre situações cotidianas, que é um desdobramento do primeiro livro de Ribeiro, intitulado Empatia: por que as pessoas empáticas serão líderes do futuro?

 

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