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16 adjetivos que você jamais deveria usar no currículo

Lápis sobre folha em branco

Jeff Haden vive da escrita há mais de 15 anos, é colunista do Inc.com e cinco de seus livros de negócios já foram parar no topo da lista dos mais vendidos da Amazon. Ele é especializado em ghostwriting, o “escritor fantasma” contratado para colocar no papel as ideias de outros.

Ao longo da carreira, ele acumulou muitos conhecimentos sobre liderança, gestão e o poder da palavra certa. Em um post recente no LinkedIn, ele lista 16 termos para evitar a todo custo na hora de se apresentar profissionalmente.

Confira abaixo a tradução do Na Prática e atualize seu currículo:

Você descreve a si mesmo de maneira diferente em seu site, materiais promocionais ou especialmente nas redes sociais do que faz em pessoa? Usa clichês cafonas e superlativos enormes e muitos adjetivos? Você escreve coisas sobre si mesmo que nunca teria a coragem de falar?

Aqui estão algumas palavras que são ótimas quando usadas por outros para te descreverem – mas que você nunca deve usar para se descrever:

1. “Inovador”

A maioria das empresas diz que é inovadora. A maioria das pessoas diz que é inovadora. Na verdade, a maioria não é. (Eu definitivamente não sou.) Não tem problema, porque inovar não é um pré-requisito para o sucesso.

Se você for inovador, não diga: prove. Descreva os produtos que desenvolveu. Descreva os processos que modificou. Dê-nos algo real para que sua inovação não passe em branco mas fique evidente… Que é sempre o melhor tipo de inovador.

2. “Nível mundial”

Usain Bolt: atleta de nível mundial com medalhas olímpicas como prova. Lionel Messi: jogador de futebol de nível mundial com quatro troféus Ballon d’Or como prova. Mas o que é uma empresa ou um profissional de nível mundial? Quem define esse nível? Nesse caso, provavelmente é só você.

3. “Autoridade”

Como disse Margaret Thatcher: “Ser poderoso é como ser uma lady. Se você precisa dizer que é, não é”. Mostre sua expertise no lugar. “Palestrante do TEDxEast ” ou “Previu 50 de 50 estados na eleição de 2012″ (Olá, Nate Silver!) indica um nível de autoridade. A não ser que você consiga provas, “autoridade em marketing de mídias sociais” pode só significar que você passa muito tempo pensando em sua nota no Klout.

4. “Atenção aos resultados”

Sério? Algumas pessoas focam no que foram pagas para focar? Não tinha ideia.

5. “Fornecedor global”

A maioria dos negócios pode vender bens e serviços mundialmente. Os que não podem são bastante óbvios. Use “fornecedor global” apenas se essa capacidade não for suposta ou óbvia. De outra forma, só parece que você está tentando fazer sua pequena empresa parecer maior.

6. “Motivado”

Nunca leve crédito por coisas que você deveria fazer – ou deveria ser.

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7. “Criativo”

Leia certas palavras com muita frequência e elas perdem o impacto. “Criativo” é uma delas. Outras incluem “extenso”, “comprovado”, “influente”, “trabalha bem em times”… Alguns desses termos podem realmente descrevê-lo, mas como estão sendo usados por todo mundo não são mais impactantes.

8. “Dinâmico”

Se você também é “vigorosamente ativo e enérgico”… Fique longe.

9. “Guru”

As pessoas que tentam ser espertas só para serem espertas são qualquer coisa menos isso. (Como no número 8.) Não seja um ninja, sábio, conhecedor, sabichão autointitulado… É ótimo quando clientes lhe descrevem assim afetuosamente. Refira-se a si mesmo assim e vai ficar óbvio que você está tentando impressionar os outros – ou você mesmo.

10. “Curador”

Museus têm curadores. Bibliotecas têm curadores. Links no Twitter que levam a coisas que você acha interessantes não te tornam um curador… Ou uma autoridade ou um guru.

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11. “Apaixonado”

Sei que muitos discordam, mas se você diz que é incrivelmente apaixonado por, sei lá, incorporar estéticas elegantes de design em objetivos cotidianos… Para mim parece um exagero. O mesmo é verdade se você é apaixonado por desenvolver soluções de longo prazo para clientes. Tente colocar as palavras “foco”, “concentração” ou “especialidade” no lugar.

12. “Único”

Impressões digitais são únicas. Flocos de neve são únicos. Você é único – mas seu negócio provavelmente não é. Não tem problema, porque clientes não ligam pra singularidade. Ligar para “melhor”. Mostre que você é melhor que a competição e na mente de seus clientes, você será único.

13. “Incrivelmente”

Folheie alguns currículos aleatórios e vai encontrar uma série de outros descritivos modificados: “incrivelmente apaixonado”, “profundamente esclarecedor”, “extremamente cativante”… Não basta ser esclarecedor ou cativante? Tem que ser profundamente esclarecedor? Confie que já entendemos.

14. “Empreendedor em série”

Algumas pessoas começam múltiplos negócios bem sucedidos de longo prazo. Eles são os empreendedores em série. O resto começa um negócio que fracassa ou dá certo, tenta outra coisa, depois outra coisa e segue nessa repetição até encontrar uma fórmula que funcione. Essas pessoas são empreendedores. Tenha orgulho se for “apenas” um empreendedor. Você deveria.

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15. “Estrategista”

Eu às vezes ajudo fábricas a melhorar na qualidade e na produtividade. Há estratégias que uso para identificar áreas que podem ser aprimoradas, mas não sou de jeito nenhum um estrategista. Estrategistas olham o presente, enxergam algo novo e desenvolvem abordagens para tornar essa visão uma realidade. Eu não crio algo novo. Aplico minha experiência e alguns métodos comprovados para criar melhorias.

Pouquíssimas pessoas são estrategistas. A maioria dos “estrategistas” são coaches, especialistas ou consultores que usam o que sabem para ajudar os outros. É o que o cliente precisa 99% do tempo – ele não precisa nem quer um estrategista.

16. “Colaborativo”

Se seu processo é desenhado para usar meu input e feedback, diga-me como funciona. Descreva o processo. Não diga que vamos trabalhar juntos – descreva como vamos trabalhar juntos.

 

Artigo originalmente publicado no LinkedIn e traduzido pelo Na Prática

O que aprendi com Sheryl Sandberg, a mulher mais poderosa do Facebook

Sheryl Sandberg

A segunda pessoa mais importante do Facebook, ícone da liderança feminina, defensora da igualdade de gênero, autora de bestsellers. Não faltam apostos para descrever Sheryl Sandberg, que se tornou uma das executivas mais conhecidas do mundo com o sucesso do livro “Faça Acontecer” e do subsequente movimento feminista Lean In.

Mais especificamente, tornou-se conhecida do grande público. No mundo dos negócios, Sheryl sempre foi apontada como exemplo a ser seguido. Em uma postagem recente no LinkedIn, Ed Bastian, CEO da Delta Airlines, uma das principais companhias aéreas dos EUA, falou sobre o que aprendeu com ela.

Confira abaixo a tradução feita pelo Na Prática:

Pode não parecer, mas a Delta e o Facebook têm muito em comum. Ambos são empresas que conectam pessoas. Ambos fazem o mundo menor e trabalhamos com a quebra de barreiras que nos separam.

Por isso foi emocionante ver Sheryl Sandberg, Chief Operating Officer do Facebook e fundadora do LeanIn.Org, visitar a sede mundial da Delta em Atlanta para uma reunião com funcionários esse mês. Sheryl compartilhou uma anedota sobre ter encontrado um amigo de vida toda quando ela tinha 7 anos, a bordo de um voo da Delta. Um grande exemplo das muitas relações que começam em nossas aeronaves todos os dias.

Aprendemos muito com sua perspectiva sobre negócios, tecnologia e sua paixão por inspirar mulheres a conquistar suas maiores ambições, incluindo:

Um compromisso para apoiar diversidade é ótimo para os negócios – e bom para todo mundo na empresa

Como uma companhia aérea global, a Delta floresce quando pessoas, ideias e culturas se unem. Nossos clientes e funcionários são cada vez mais de diversos lugares do mundo e representam cada etnia, religião, background e estilo de vida. Abraçar essa diversidade amplia o horizonte de ideias, impulsiona a inovação e nos dá uma vantagem competitiva real.

É similar à missão do Facebook de dar o poder do compartilhamento para as pessoas e tornar o mundo mais aberto e conectado. Eles nos unem virtualmente, enquanto a Delta fisicamente move as pessoas ao redor do planeta, mas o resultado é o mesmo.

Leia também: Infográfico interativo mostra a realidade das mulheres no mundo corporativo 

Temos a responsabilidade de ativamente apoiar as mulheres em nossa empresa

Não basta dizer a elas que deveriam aspirar a ser líderes na Delta – precisamos oferecer apoio real. Embora já tenhamos a rede e os grupos de apoio para construir conscientização e apoio para mulheres líderes na Delta, anunciamos durante a visita de Sheryl que a Delta está lançando uma nova seção de círculos Lean In, pequenos grupos que se encontram com regularidade para compartilhar ideias e apoio, para aprender e crescer juntos.

Círculos do Lean In, que são abertos para homens e mulheres, têm sido um grande sucesso – já há 28 mil círculos em 145 países e 85% dos membros creditam os círculos com mudanças positivas em suas vidas. Temos esperanças de que os círculos terão um impacto parecido na Delta.

Abrace a geração emergente

Na Delta, passamos muito pensando sobre como podemos nos tornar a companhia aérea número 1 para a próxima geração de passageiros e funcionários. Facebook e Instagram estão imersos nessa geração já há bastante tempo. Sheryl aconselha: um jeito de ressoar com a força de trabalho da geração emergente é dar a ela uma sensação de pertencimento à uma missão maior. Esperamos que o entusiasmo e a paixão da geração dos millennials possa servir de combustível para nosso objetivo de transformar a Delta na companhia aérea global do futuro.

Mesmo uma empresa madura pode ter a mentalidade de uma startup

A Delta tem mais de 90 anos enquanto o Facebook tem 12, mas Sheryl destaca que toda companhia pode – e deve – adotar a mentalidade flexível de uma startup. Embora isso possa ser desafiador às vezes para uma companhia aérea global com 80 mil funcionários, trabalhamos duro para aplicar esse conselho na prática – um de nossos slogans é “velocidade ganha”. Uma das ferramentas para atingir isso é empoderar nossos funcionários para que possam ser inovadores ao resolver problemas para nossos clientes. Queremos ser a empresa que sempre encontra um jeito de dizer “sim” aos seus clientes.

Leia também: ‘Procure por impacto, procure por missão’: o discurso de Sheryl Sandberg para os formandos de Harvard

9 conselhos do CEO do Waze para startups inovarem de verdade

Noam Bardin

A palestra, marcada para 14h30, começou com alguns minutos de atraso. A caminho do Google Campus, Noam Bardin ficou preso nos engarrafamentos de São Paulo. “Aqui há muito trânsito e isso é uma coisa linda – é nosso negócio”, brincou.

A capital paulista está no topo das cidades metropolitanas que mais utilizam o Waze, o aplicativo israelense que domina o mercado de mapas para motoristas no mundo. O Brasil como um todo, aliás, é o segundo maior mercado da empresa, atrás apenas dos Estados Unidos.

Formado em economia pela Universidade Hebrew e com mestrado em administração pública pela Harvard University John F. Kennedy School of Government, Bardin viu tudo acontecer desde 2009, quando assumiu o cargo de CEO.

O Waze foi adquirido por US$ 966 milhões pelo Google em 2013 – uma ironia que ele gosta de apontar, já que o Google Maps havia quase arruinado o aplicativo quatro anos antes – e hoje fica na sede da empresa, na Califórnia, embora opere de maneira independente.

“Quando o Google Maps veio e aquilo aconteceu, chorei muito. Foi um grande trauma e nos jogou numa época negra, não conseguíamos captar dinheiro”, lembrou Bardin. No fim, porém, seguir em frente foi questão de escolha. “Você pode fazer algo que não é interessante ou algo que vai te colocar em conflito com algumas das maiores empresas do mundo.”

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Com cerca de 65 milhões de usuários em 185 países, o aplicativo coleta tantos dados relacionados à mobilidade urbana que criou o projeto Connected Citizens, aberto também à participação municipal. A prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo, otimizou a rota dos caminhões de lixo com as informações. Boston sincronizou seus semáforos. E a capital americana fez um intensivo de fim de semana para tapar todos os buracos sinalizados no Waze durante um fim de semana.

“Estamos vendo o empoderamento do usuário, que fornece a informação e vê a ação sendo tomada”, resume Bardin. Hoje, ele aposta fortemente no desenvolvimento de um sistema de caronas e na diminuição do número de carros rodando.

“No futuro, as pessoas não vão ter carteira de motorista e as crianças vão perguntar, impressionadas, se as pessoas de fato tinham um veículo próprio”, falou. “O que você quer é transporte, não um carro. Nosso próximo grande passo será remover carros das ruas e diminuir o trânsito em até 13% –  é o que quero na minha lápide.”

Leia também: Entenda o que realmente significa inovação radical

Confira abaixo os melhores conselhos que o CEO deu aos jovens empreendedores na sala:

1. Pense a longo prazo
Em 2009, a equipe do Waze se viu forçada a escolher entre dois sistemas: Blackberry, então o telefone mais popular, ou iPhone? “A única razão pela qual estamos aqui hoje é porque tomei a decisão certa”, ri.

“Tenha muito cuidado ao desenvolver coisas para o incumbente atual e o próximo incumbente”, continuou. “Quando as coisas estão estáveis, é mais difícil para uma startup. Mas quando mudam depressa, você pode usar sua habilidade de se mover depressa também e fazer as coisas de um jeito diferente.”

2. Aproveite sua liberdade
Apesar de toda a liberdade que desfruta no Google, o Waze faz parte de um enorme conglomerado e tem uma série de responsabilidades financeiras, corporativas e jurídicas. Saudoso, Bardin declarou: “Você não sabe quão boa é a situação numa startup: há um sentimento mágico quando você pode fazer o que quiser”.

3. Escolha seus investidores com cautela
Após a destruição do plano de negócios inicial – de que adiantava um mapa médio barato quando havia um Google Maps de graça? –, a equipe do Waze viu diversos investidores sumirem. “Quando eu estava no canto chorando, muitos esqueceram meu nome. Não subestime o quanto você vai precisar dessas pessoas”, adverte. “Sua relação com eles será mais próxima do que com seus cofundadores e a primeira rodada é a mais importante. Preste atenção em onde e com quem você captará recursos. Confie em mim: faz diferença.”

4. Proteja sua cultura
Na época da aquisição, o próprio Larry Page garantiu a independência da empresa dentro do conglomerado. A equipe achou que era um blefe, mas ficou feliz em constatar o contrário. “Temos orgulho da cultura que construimos e amamos ir trabalhar”, falou Bardin. “Então os aspectos de integração com o Google são guiados pelo usuário: isso o ajudará de alguma maneira ou não?”

5. Mantenha o foco
“Quanto maior for seu foco, maior será a chance de sucesso”, resumiu. “Sonhe muito grande e execute de maneira muito pequena – seja o melhor de todos naquela coisa pequena.”

Pensando nas diferenças entre começar um negócio em um mercado pequeno, como o israelense, ou num país do porte do Brasil, Bardin destacou o que considera um aspecto crucial. “Em lugares grandes, há uma faca de dois gumes: você quer ser uma empresa local ou global?”, questiona. “Essa decisão precisa ser feita já no início. Se quiser ser global, precisa satisfazer o cliente americano e não seu vizinho. Mesmo que ele reclame, não tire seus olhos do prêmio.”

6. Não pense na competição
“Ninguém nas grandes empresas está pensando sobre você, então você não deveria pensar neles. Se construir o melhor produto, os usuários virão.”

7. Preste atenção no usuário
Bardin bate insistentemente na tecla do foco no usuário. Para ele, muitos aplicativos criados hoje em dia não levam em consideração sua verdadeira utilidade para o cliente final. “Está cada vez mais difícil fazer alguém instalar algo no telefone”, diz. “Não tenha clientes infelizes e faça o que é importante para eles.”

8. Seja apaixonado pelo produto
Quando se mudou para os EUA, em 2010, Bardin decidiu morar a 20 minutos do escritório. Assim, poderia dirigir e usar o aplicativo diariamente. “Todos na empresa usam o app, têm opiniões, procuram bugs”, conta. “Ser apaixonado pelo seu produto é crítico. Se você não liga para ele, ninguém precisa ligar.”

9. Aos CEOs: tenham prioridades
Mesmo numa empresa do porte do Google, não é possível realizar todas as ideias – e prioridade acaba virando a palavra-chave. No Waze, ela muda de tempos em tempos: começou com o número de usuários registrados, passou para número de motoristas, de quilômetros rodados, uso de funcionalidades específicas e por aí vai.

Na hora de definir os objetivos, clareza é fundamental. “Se sua equipe é ótima, as ideias serão ótimas. Qual é a métrica ou fase em que você está agora que deve se tornar o benchmark?”, pergunta. “O trabalho do CEO, especialmente numa startup, é saber qual é a coisa mais importante naquele momento, comunicá-la e focar todos os recursos nisso. Acertar que coisa é essa é a pergunta de um bilhão de dólares.”

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Liderança ou autoridade? Professor de Harvard explica a diferença ao Na Prática

Ron Heifetz

O professor Ronald Heifetz ministra um curso (bastante disputado) de liderança na universidade mais reconhecida do mundo: Harvard. Por essas e outras, pode ser considerado um expert no tema.

Foi ele que fundou o Center for Public Leadership da Universidade de Harvard nos anos 2000, quando já tinha quase vinte anos de experiência no assunto e já havia publicado Leadership without Easy Answers (sem edição em português, pode ser traduzido como Liderança sem respostas fáceis), um dos 10 livros mais recomendados da universidade. Desde então, tornou-se referência na “prática da liderança”, frase que ele emprega com frequência.

Para o professor – que é médico, físico e músico – ser um líder não basta. É a prática contínua, em todo e qualquer nível organizacional, que faz a liderança existir. É esse o raciocínio por trás do conceito de ‘liderança adaptativa’, de sua autoria. “Fundei o centro para aprimorar a qualidade e a quantidade da liderança praticada ao redor do mundo para torná-lo melhor”, resumiu. “Meus cursos são de liderança, não apenas sobre liderança.”

Leia também: A importância da humildade em um grande líder

Entre seus muitos ex-alunos estão o secretário-geral da ONU Ban Ki Moon, o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos, premiado em 2016 com o Nobel da Paz, e Tsakhiagiin Elbegdorj, atual presidente da Mongólia. Um deles, Luiz Felipe d’Ávila, trouxe a metodologia ao Brasil e implementou o Centro de Liderança Pública, em São Paulo. “É um centro maravilhoso – você não precisa vir a Boston!”, empolga-se.

Heifetz estará no Brasil no dia 7 de novembro para participar do HSM Expo, maior evento de gestão da América Latina, e conversou com o Na Prática sobre liderança, natureza, eleições e a crise de confiança no cenário mundial.

Na Prática: O que um grande líder tem?

Ronald Heifetz: Coragem, um profundo senso de propósito e a capacidade de aprender publicamente. Isso significa não ter vergonha de aprender em público e entender que o trabalho adaptativo exige tentativa e erro. É como na tecnologia: há a versão 1.0, 1.1, 1.2…

Precisamos ter autoconfiança suficiente para admitir que estamos aprendendo na frente dos outros sem precisar fingir que temos as respostas o tempo todo. É a habilidade de aprender no trabalho e encorajar outros a fazerem isso também.

O sr. vê isso acontecendo? Se uma figura pública muda de ideia, a reação dos outros costuma ser bastante negativa.

Acho que você está descrevendo uma grande limitação que impede pessoas em posições de liderança e autoridade de praticar a liderança. Há uma pressão enorme para agir sempre como o gorila dominante, que bate no peito e sempre sabe onde encontrar comida.

Isso funciona belamente em um ecossistema estável, mas não num ambiente em evolução onde o gorila não sabe o que fazer. Ele precisa então mudar o contrato social e as expectativas dos outros para que eles não apenas confiem no líder ou na líder por não saberem, mas por dizerem que não sabem. E isso exige educar as pessoas para que apreciem as grandes diferenças entre resolver um problema de rotina e um que exige inovação, descoberta e aprendizado social.

Leia também: 5 livros para desenvolver (e melhorar) habilidades de liderança

Então deveríamos ensinar liderança na escola?

Sim, poderíamos começar até no ensino fundamental. Queremos que as crianças aprendam não apenas competências sociais de comunicação, resolução de conflitos e negociação, mas também que liderança não é igual a ser a criança dominante – que é possível praticá-la sem isso. Tendemos a crescer equiparando liderança e autoridade e as pessoas que não são dominantes supõe que não é para elas. Assim, muitos cidadãos ficam esperando outros assumirem a liderança. Não acham que é seu trabalho ou que são capazes.

A liderança é uma prática e há muitas pessoas em posições de autoridade que não a praticam e muitas, muitas que a praticam sem autoridade. Pessoas que não esperam ser convocadas, eleitas ou indicadas: elas vêem um problema e assumem a responsabilidade.

Que características terá o líder do futuro?

Há algumas capacidades e habilidades estáveis: coragem, a capacidade de parar para refletir no meio da ação – que exige disciplina psicológica e emocional – e uma paixão por fazer a diferença no mundo, não apenas avançar nele. O que vai mudar serão as habilidades de diagnóstico necessárias para avaliar a natureza dos desafios adaptativos. Os desafios em si evoluem e as comunidades também.

 

O medo aparece com força em muitas das mudanças que estamos passando, como quando se fala das consequências de mudanças climáticas. Como ele influencia o cenário?

O medo, claro, gera suas próprias defesas regressivas e temos visto isso nos EUA em nosso sistema político. Temos um anseio forte pelo arquétipo primitivo do homem forte que pode salvar o dia e salvar a nação das mudanças – seja construindo um muro ou insistindo que não precisamos aceitar uma sociedade multicultural.

Essas mudanças criam um mercado para que as pessoas surjam e falhem em praticar a liderança, mesmo que tenham tudo sucesso na hora de obter uma posição de autoridade.

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E autoridade não necessariamente significa liderança.

É fundamental distinguir entre liderança e autoridade e isso nos dá vantagens para pensar sobre pessoas em posições altas de liderança que falham na hora de liderar.

Assim podemos explicar porque um papel de autoridade lhe dá muito poder e recursos, mas também limita a prática de liderança. Às vezes é mais fácil liderar sem o trabalho do chefe: há mais espaço para fazer as perguntas difíceis e menos pressão.

Podemos também desenvolver pessoas, jovens ou não, para que pratiquem a liderança sem autoridade. Não são apenas os empreendedores que liderarão ao começar novas organizações, mas pessoas que começarem do lado de dentro ou de fora para que a mudança suba pela hierarquia e se espalhe nas quatro direções.

Ou seja, um líder precisa empoderar os outros?

Exatamente. Uma das principais fontes da adaptabilidade que vemos na natureza é a inteligência distribuída. A natureza trabalha tendo uma população diversa, que aumenta as chances de um membro de sua espécie inovar ou começar uma inovação que permitirá que a espécie prospere num novo ambiente.

O trabalho adaptativo, que é diferente da resolução de problemas técnicos, exige a inteligência coletiva. E isso significa que autoridades em posições alta devem fazer as melhores perguntas ao invés de oferecer todas as respostas – e encorajar e proteger as pessoas que fizerem as perguntas difíceis antes que sejam neutralizadas.

O sr. mencionou a importância do equilíbrio emocional e mental e temos visto um número crescente de executivos falarem sobre meditação. O que acha desse tipo de método?

Aplico esse e outros métodos. As pessoas têm muitos jeitos diferentes de administrar o estresse da liderança e manter sua capacidade de distinguir o “eu” do seu papel, de não personalizar as coisas mesmo quando estão sob ataque. Algumas meditam ou rezam, outras vão para a academia ou tomam café com amigos na mesa da cozinha.

Não recomendo nenhuma forma em especial, mas acho muito importante ter algum tipo de santuário e protegê-lo. Se você fosse para Boston, compraria um casaco de inverno! Então, quando praticar a liderança, precisa estar preparado para não ser levado pela correnteza e manter um senso de equilíbrio.

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O Brasil ainda passa por uma grande crise de representação, em que há enorme falta de confiança pública em figuras de liderança política. Como um país pode trabalhar para recuperar essa confiança?

É uma pergunta relevante também nos EUA, quando tanto Donald Trump quanto Hillary Clinton não têm a confiança da sociedade. Tive a oportunidade treinar, ensinar ou aconselhar diversos políticos e eles tem o trabalho muito difícil de renovar a confiança do público. Há enormes tentações relacionadas à corrupção e vivemos num tempo em que o público não tolera mais esse tipo de corrupção – e ao mesmo tempo a alimenta, porque quer tratamento especial para isso ou aquilo.

Então eliminar a corrupção e se tornar uma autoridade digna de confiança é uma das tarefas mais sagradas para líderes nos próximos 20 anos, e isso é muito difícil. Conheço pessoas que não são promovidas no meio político ou corporativo porque não aceitam ou não permitem propina. Acho que é criticamente importante se comportar de maneira íntegra, mas também aconselho as pessoas a fazerem uma transição gradual de um conjunto de normas culturais corruptas para um conjunto mais honesto.

É um grande debate que tenho tido ao longo dos anos e uma grande razão para preparar as pessoas para a liderança desde cedo – para que possam desenvolver as habilidades e se imunizarem contra as muitas tentações que acompanham as altas posições de poder ou riqueza. Precisamos de pessoas que cheguem ao topo e digam: ‘OK, finalmente cheguei aqui e vou mudar as regras do jogo’. E elas precisam ter habilidades para mudar as regras e se manterem vivas politicamente.

Stanford, Harvard, Columbia… O que os alunos de MBA das melhores faculdades estão lendo?

Sem algum tipo de guia, uma visita à livraria pode ser uma frustração. São tantas as opções de livros – sobre estratégias, liderança, investimentos, economia, história econômica, psicologia, para ficar só na seção de negócios – que fica difícil escolher.

Pensando nisso, o Na Prática conversou com alguns bolsistas da Fundação Estudar que atualmente se dedicam a aprender mais sobre o setor em MBAs nos Estados Unidos, em faculdades renomadas como Stanford, Harvard e Columbia. Confira as dicas abaixo:

1. “Competition Demystified”, por Bruce Greenwald
“É um livro sobre estratégia”, diz Gilberto dos Santos Giuzio, que estuda na Columbia Business School. “É importante para entender quais são as vantagens competitivas que uma empresa pode desenvolver para ter sucesso. Trata de maneira simples a teoria e exemplifica muito bem em cases como Wall Mart, Apple e IBM, entre outros.”

2. “O Investidor Inteligente”, por Benjamin Graham
“Um dos livros mais importantes para quem quer atuar na área de investimentos”, continua. “Embora antigo, continua válido por abordar de maneira atemporal os comportamentos que fazem um investidor de sucesso.”

3. “Os Ensaios de Warren Buffett”, por Warren Buffett e Cunningham
Warren Buffett segue como uma grande inspiração para muitas pessoas no mercado financeiro e suas cartas abertas se tornaram lendárias e podem até nortear a indústria. Este título, que reúne algumas delas, é outra indicação de Gilberto.

4. “Rápido e devagar: duas formas de pensar”, por Daniel Kahneman
Indicado duplamente por Gilberto e João Gabriel Costa Pinheiro, que estuda na Stanford Graduate School of Business, foi escrito por um psicólogo premiado com o prêmio Nobel e explica como o cérebro humano processa informações. “Mostra como pensamos e tomamos decisões”, resume Gilberto. “É muito útil para entendermos como evitar certos vieses que temos durante a tomada de decisões.”

5. “Um novo jeito de trabalhar”, Laszlo Bock
“Laszlo Bock é o chefe de Operações Pessoais do Google”, explica Fernanda Muzzio, atualmente na Harvard Business School. (“Operações pessoais” é o nome da empresa para o departamento de recursos humanos.) “O livro compartilha alguns princípios que ajudam a explicar porque o Google é consistentemente considerado um dos melhores lugares e procura mostrar como encontrar um equilíbrio entre criatividade e estrutura para atingir o sucesso em termos de qualidade de vida e market share.”

Ela descobriu o título em uma de suas aulas sobre gerenciamento de capital humano. “É relevante para refletir sobre como recrutar, desenvolver, motivar e reter talentos que irão contribuir para manter uma empresa prosperando”, conclui.

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6. “Mindwise”, por Nicholas Epley
Outra indicação de João, que hoje também trabalha como consultor do Boston Consulting Group (BCG), o psicólogo social Nicholas Epley fala sobre as relações interpessoais, os erros mais surpreendentes cometidos no dia a dia e como pensar sobre interações para deixá-las mais claras e eficazes.

7. “O cérebro e a felicidade”, por Rick Hanson
Nosso cérebro aprende mais devagar com as experiências boas do que com as experiências ruins – e é tudo questão de entender a estrutura neural envolvida. Indicado por João Gabriel, o livro ensina quatro passos para se ter uma experiência mais feliz e pacífica, equilibrando o viés negativo do cérebro.

8. “Who gets what and why”, por Alvin E. Roth
Vencedor do Nobel de economia em 2012, o autor fala sobre os matching markets menos óbvios ao nosso redor (pense em candidatar-se a um emprego ou chamar alguém para sair), em que vendedores e compradores se escolhem e levam em conta outras coisas além do preço – algo cada vez mais em alta em tempos de Uber e Airbnb. A ideia principal do livro, outra indicação de João Gabriel, é aprender que é importante reconhecer as escolhas disponíveis para tomar decisões melhores.

9. “How we know what isn’t so”, por Thomas Gilovich
Um guia para as falácias do cotidiano: quando confiar no que acreditamos e quando desconfiar dessas crenças? É assim que se resume a obra de Gilovich, indicação de João Gabriel. Baseada em pesquisas científicas, ela discorre sobre processos motivacionais, cognitivos e sociais que enviesam pensamentos, crenças, julgamentos e decisões.

10. “O sinal e o ruído”, por Nate Silver
Nate Silver ganhou fama em 2012, quando previu perfeitamente os números da eleição presidencial dos EUA. Fundador e editor-chefe do site FiveThirtyEight.com, tornou-se símbolo da eficácia das probabilidades e processamento de dados. Neste livro, ele explica como enxergar um sinal verdadeiro no meio do barulho – e como diferenciar previsões confiantes de previsões acertadas.

11. “Como chegar ao sim”, por Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton
“É um livro fácil de ler mas que sugere uma estrutura muito interessante ao processo de negociação, já que muitas vezes negociamos com base em emoções, números e nossa lógica pessoal – e nos esquecemos de usar técnicas e entender exatamente o que está por trás do posicionamento do outro”, diz Tatiana Rezende, que estuda na University of Chicago Booth School of Business.

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O que o ministro Henrique Meirelles pretende fazer para facilitar a vida de jovens empreendedores?

Henrique Meirelles

Há catorze anos o Brasil amarga péssimas classificações no ranking do “Doing Business”, relatório do Banco Mundial que mede a facilidade de empreender e fazer negócios em 190 países. Na edição de 2017, aparecemos na 123a posição – infelizmente, nenhuma surpresa.

Mas uma novidade foi anunciada por Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda, que pode mudar esse cenário. No CJE, evento para jovens empreendedores organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), ele contou que durante sua visita recente aos Estados Unidos foi firmado um convênio com a diretoria do Banco Mundial para aprimorar o ambiente de negócios no país, que é uma de suas metas no cargo.

A ideia é usar os indicadores já desenvolvidos pelo banco – que medem um pouco de tudo, como a burocracia para obter alvarás e licenças, proteção do registro de propriedades e peso de impostos, entre outros – e criar reformas que tornem as coisas mais fáceis para jovens empreendedores colocarem de pé novos negócios no país. “Eles já têm muitas informações sobre o assunto”, explicou o ministro no evento, em que o Na Prática esteve presente.

Segundo acompanhamento do Banco Mundial, as reformas atualmente em curso incluem a facilitação do processo de abertura de empresas (atualmente, o Brasil ocupa o 175o lugar), de comércio internacional (149o) e de execução de contratos (37o).

A parceria faz parte do pacote de medidas adicionais desenvolvida pelo governo para melhorar a economia nacional. Olhando para a sala lotada de jovens, o ministro concluiu com uma mensagem otimista: “No futuro, vocês poderão usar sua criatividade não só para enfrentar os problemas, mas para prosperar e criar”.

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Executivos do Snapchat participam de evento da Fundação Estudar no Brasil

No começo de outubro, para liderar seu esperado IPO – a oferta pública inicial das primeiras ações de uma empresa na bolsa de valores –, o Snapchat escolheu dois grandes bancos do mercado financeiro: Morgan Stanley e Goldman Sachs. A disputa foi acirrada em Wall Street: estima-se que o valor arrecadado no primeiro dia de vendas alcance os bilhões de dólares, tornando-o um dos maiores IPOs dos últimos anos.

A animação tem motivo. Criado em 2012, o aplicativo é hoje avaliado em US$ 20 bilhões, famoso mundialmente e tem mais de 100 milhões de usuários ativos.

Interessado em saber mais sobre como funciona um dos mais famosos “unicórnio” do Vale do Silício? Então inscreva-se e garanta seu lugar em um encontro exclusivo organizada pela Fundação Estudar com um grupo de executivos da empresa que estarão em São Paulo!

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Durante o encontro, os participantes poderão conversar com o diretor de parcerias do Snapchat, Ben Schwerin, e o Juan David Borrero, gerente de parcerias. Ambos têm o desafios de criar e manter parcerias estratégicas entre marcas e a rede social, gerando conteúdos e promovendo ações capazes que de criar fãs, engajar os usuários e maximizar o lucro da plataforma.

Encontro da Fundação Estudar
com executivos do Snapchat
Quando: sexta-feira, 4 de novembro, 8h30
Onde: São Paulo (SP)
Quanto: gratuito
Inscreva-se aqui

Importante: O evento será em inglês e não haverá tradução simultânea. A inscrição não garante a vaga, já que existe um número limitado de lugares disponíveis, portanto é necessário aguardar confirmação por email.

Você está escutando música do jeito errado no trabalho

Você mal chega ao trabalho e já coloca os fones de ouvido? Muita gente gosta de ouvir música durante o expediente porque acredita que o som elimina os ruídos do ambiente, melhora a concentração e, de quebra, deixa o dia mais leve.

Porém, segundo o neurocientista norte-americano Daniel Levitin, autor do livro A música no seu cérebro – A ciência de uma obsessão humana (Civilização Brasileira, 2010), esse hábito pode estar jogando contra a sua produtividade — pelo menos se você passa o dia inteiro agarrado aos fones.

Enquanto se diverte com as suas playlists favoritas, você apenas sente que o seu trabalho está rendendo mais, afirma o pesquisador ao site “Business Insider“. Mas não está.

Cada vez mais pesquisas científicas demonstram que o desempenho em qualquer atividade intelectual, como a leitura ou a escrita, é prejudicado pela “disputa” por atenção trazida pela música, principalmente se ela for de um estilo tipicamente pop, diz a estudiosa norte-americana Joanne Cantor em artigo para o site “Psychology Today”.

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Um experimento publicado em 2010 por pesquisadores do País de Gales revelou que as pessoas têm um resultado pior em exercícios de memória quando escutam música do que quando trabalham em silêncio.

A melhor forma de ouvir música no trabalho, diz Levitin ao Business Insider, é escutar as suas canções preferidas durante 10 ou 15 minutos antes de começar as atividades do dia — e não ao longo de todo o expediente.

Segundo o neurocientista, essa sessão de relaxamento fará com que o cérebro libere neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, que trarão uma sensação de prazer e bem-estar. Resultado: você começará o dia bem humorado, o que pode facilitar a sua concentração e impulsionar a sua produtividade.

Como o objetivo é a motivação para o trabalho, o ideal é escolher um repertório animado. Uma pesquisa com estudantes canadenses mostrou que seu desempenho numa prova era muito melhor depois de ouvir uma seleção de peças alegres e vibrantes de Mozart do que após escutar adágios melancólicos de Albinoni.

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Exceções 

Levitin diz que ouvir música durante o trabalho sempre vai prejudicar os seus níveis de atenção, mas com uma exceção importante: ela será uma aliada caso você esteja executando tarefas repetitivas.

É fácil entender. Como essas atividades podem ser aborrecidas e entediantes, a música ajudará você a se manter alerta e atento ao que está fazendo.

O pesquisador ainda diz que aplica seus princípios à própria vida: quando está estudando ou escrevendo, ele trabalha em silêncio e faz algumas pausas para escutar música. Já durante atividades mais monótonas, ele aproveita para curtir seus artistas favoritos.

Embora possa parecer estranho, outra possibilidade interessante é usar fones de ouvido ao longo do dia, mas não escutar nada.

Segundo especialistas em meditação consultados pelo jornal “The New York Times”, usar fones silenciosos ajuda a sinalizar aos demais que você não quer ser perturbado e “faz com que você preste mais atenção ao seu mundo interior” — um estado mental indispensável para mergulhar nos seus próprios pensamentos e atividades.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Exame.com

O que Jout Jout pode ensinar sobre carreira para a Geração Y

jout jout prazer

‘Ninguém está imune’, ‘Faz parte…’, ‘Não tira o batom vermelho’… Foi em meio a vídeos com títulos curiosos (e cheios de tiração de sarro) que milhares de brasileiros conheceram, no começo do ano passado, a jornalista Julia Tolezano, 25 anos, e seu canal de vídeos Jout Jout Prazer. Hoje, Jout Jout já virou uma espécie de nome artístico de Julia e ela tonou-se uma das representantes de uma geração de brasileiros que tem feito (bastante) sucesso no YouTube.

Nos seus vídeos, ela faz careta, dança, canta e fala palavrão. E com isso impacta milhões de pessoas, falando de assuntos sérios e necessários que têm muito apelo com o público jovem. Autoaceitação, liderança feminina, insegurança, confusão e decisão profissional são alguns dos assuntos recorrentes. O sotaque carioca é forte, embora hoje ela se divida entre Rio e São Paulo por conta das parcerias comerciais do canal e do recém-lançado livro Tá Todo Mundo Mal. Em temporada na capital paulista, a youtuber visitou o escritório da Fundação Estudar e falo com o Na Prática. Veja a seguir os melhores trechos dessa conversa:  

A Julia antes do canal

Movida a metas, Julia sempre precisou delas para estipular objetivos a médio e longo prazo como forma (ou seria tentativa?) de organizar a vida. Antes de sentar na frente de uma câmera e gravar seu primeiro vídeo, ela vivia um momento que todo jovem conhece bem: a fase ‘O que eu faço na vida?’. Nessa época, veio a meta de passar na faculdade, e depois conseguir um emprego em editora. Quando perdia uma de suas metas, vinha o desespero. “Durante quatro ou cinco anos você é uma estudante, aí de repente acaba a faculdade e você é uma pessoa DE-SEM-PRE-GA-DA. Do nada. É horrível isso.”

“Apostei na ousadia”

Depois de algumas experiências profissionais frustradas, o raciocínio que levou Julia a tornar-se a JoutJout no Youtube foi tanto simples quanto ousado: fazer vídeos proporcionava muito mais satisfação que qualquer outra coisa. Valeu a aposta, em um mês o canal já estava gerando receita.

Propósito e felicidade profissional

Embora atualmente some 1 milhão de inscritos – a autodeclarada família Jout Jout – e vídeos com mais de 3 milhões de visualizações, o canal JoutJout Prazer surgiu como um projeto de desenvolvimento pessoal. Na época, Julia imaginou que seria uma boa ideia para perder o medo de críticas. “Eu deixava de fazer as coisas para não ter nem a possibilidade das pessoas não gostarem”, ela conta.

Mas o que era, segundo a própria Julia, “super egocêntrico”, durou pouco tempo. Já com os primeiros comentários – mulheres que passavam a aceitar o próprio corpo, entender relacionamentos abusivos, etc… – a youtuber se deu conta do potencial de impacto do que tinha nas mãos. “O propósito virou outro”.

Hoje, tocando o canal de forma profissional – ela se dedica full time aos vídeos e parcerias comerciais do projeto – ela tem clareza de que chegou a uma espécie de objetivo tácito da Geração Y: provoca mudanças positivas trabalhando com o que gosta e ganhando dinheiro no processo. Mas também enxerga essa utopia de forma crítica: “Você pode mudar o mundo sem trabalhar em uma ONG”. Sua próxima meta, agora, é em termos de escalabilidade; o sonho grande de JoutJout é superar a dificuldade que a falta de acesso a internet representa hoje, nos rincões do país, e levar seu conteúdo a cada vez mais gente.

A seguir, veja mais trechos da nossa conversa com a youtuber JoutJout:

Qual foi sua maior dificuldade e como a superou?

Qual a importância da autoaceitação para você?

Quais foram seus maiores aprendizados no canal?

Como você encontrou o seu estilo próprio?

Quais os desafios de ser uma youtuber mulher?

Estudantes de medicina podem fazer intercâmbio? Descubra como!

Jovens intercambistas de vários países

Nem todo estudante de medicina sabe, mas há diversas oportunidades na área para se desenvolver no exterior ainda na graduação. Escolher passar as férias desenvolvendo conhecimentos médicos em outro país, por exemplo, é realidade para os estudantes de medicina associados à IFMSA – ou Associação Internacional de Estudantes de Medicina, na sigla em inglês.

Sou representante da IFMSA no Brasil e gostaria de apresentar um pouco do que fazemos. Nosso trabalho está dividido em quatro grandes áreas de saúde: saúde pública, saúde sexual e reprodutiva, educação médica, direitos humanos e paz. A cada ano, organizamos mais de 13 mil intercâmbios de pesquisa e clínico-cirúrgico para que os alunos possam explorar inovações na medicina, sistemas de saúde e prestação de cuidados de saúde em outros ambientes. A IFMSA une as pessoas para trocar, discutir e iniciar projetos para a criação de um mundo mais saudável, dando aos seus membros as habilidades e os recursos necessários para serem líderes de saúde.

Leia também: Devo escolher Medicina? Veja as vantagens e desvantagens da carreira

A IFMSA-Brazil está presente em 23 estados e reúne mais de 2000 estudantes de medicina. O intercâmbio oferecido pela organização, que pode ser nacional ou internacional, tem duração de um mês, durante o qual o estudante realizará um estágio em um hospital local e participará de um programa social. Além do crescimento profissional, o jovem também tem contato com outros estudantes de diferentes nacionalidades, com os quais poderá trocar experiências e viajar pelo país de destino.

Além do intercâmbio, o estudante de medicina associado também pode participar da General Assembly – um evento anual que reúne as associações de 122 países, além de instituições como a Organização Mundial de Saúde, a ONU, a Unesco, WMA e outros. São 7 dias de treinamentos sobre Saúde Pública, Saúde Sexual e Reprodutiva, Direitos Humanos e Paz, Educação Médica, Intercâmbios, além de outros treinamentos sobre temas pertinentes à vida do médico e que normalmente não estão no currículo obrigatório, como liderança, advocacy, educação financeira e falar em público. Além da reunião mundial, há também a Regional Assembly, que ocorre no âmbito continental e a Assembléia Geral que ocorre nacionalmente reunindo os estudantes de medicina do Brasil.

Felippe em seu intercâmbio cirúrgico no Cairo
Felippe em seu intercâmbio cirúrgico no Cairo, Egito

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Para ter acesso a estas e outras oportunidades, o estudante de medicina precisa se informar se sua faculdade é filiada à Federação e procurar o estudante responsável. Caso não seja, qualquer estudante também pode filiar sua universidade à IFMSA-Brazil. Saiba mais sobre a organização no site oficial e descubra como se filiar através da página do Facebook.

A International Federation Medical Students Association’s (IFMSA) foi fundada em 1951 e é uma das maiores e mais antigas organizações geridas por estudantes do mundo. Ela representa, conecta e envolve uma rede de 1,3 milhões de estudantes de medicina de 122 países ao redor do globo.

 

IFMSA
Felippe Carlos é colunista do portal Estudar Fora, onde o texto foi publicado originalmente. É estudante de Medicina em Teresópolis pela UNIFESO, Fellipe é presidente local da International Federations Medical Students Association’s of Brazil e fundador do seu comitê local na universidade. Através da IFMSA participou de um intercâmbio cirúrgico no Cairo, Egito, de uma General Assembly em Puebla, México, e Assembléia Geral em Juiz de fora, MG. Nasceu no Maranhão e por isso vê a importância de programas que, como a IFMSA, oferecem oportunidades para todos, independentemente da barreira geográfica.

O que são as empresas B, que unem lucro e impacto social

Botton com logo da empresa B

Há dez anos, um trio de empresários americanos reparou que a valuation de seu negócio, o valor de uma empresa para investidores, não levava em conta a consciência social e ambiental dos fundadores. No papel, eles valiam tanto quanto um concorrente qualquer.

Seguiram em frente com a venda – a rede de artigos esportivos lhes rendeu US$ 250 milhões –, mas a semente estava plantada. Jay Coen Gilbert, Bart Houlahan e Andrew Kassoy passaram a se dedicar à criação de um selo de identificação para companhias que tivessem um impacto positivo, algo que permitisse que elas fossem reconhecidas e valoradas não só por lucrarem, mas por cumprirem metas sociais, ambientais e de transparência.

Com o objetivo de criar um movimento concreto, fundaram o B Lab e desenvolveram uma metodologia própria que inclui o índice Global Impact Investing Rating System (GIIRS) e um processo de avaliação composto por 160 indicadores.

“Os padrões importam porque uma boa empresa é diferente do bom marketing”, resumiu Gilbert em uma TED Talk de 2010. “E importam para muitas pessoas diferentes. O consumidor usa certificações quando procura marcas e os investidores precisam de classificações para avaliá-las.”

Mais de 1900 empresas de 130 indústrias em 50 países já foram aceitas pela organização, entre elas Natura, Ben & Jerry’s, Etsy e até fundos de investimento, como os bilionários Capricorn Investment Group e Generation Investment Management, do ex-vice presidente americano Al Gore. Outras gigantes estão em diferentes estágios de certificação: a promessa da Unilever é adequar-se ao longo de dez anos, enquanto a Danone está no processo de adequar 11 subsidiárias brasileiras.

Rose Marcario, CEO da marca Patagonia, uma B corp, diz que é um dos movimentos mais importantes do momento. “É construído sobre o simples fato de que negócios impactam e servem mais pessoas que apenas acionistas – e têm a mesma responsabilidade em relação à comunidade e ao planeta.”

Como funciona Uma B corporation em potencial precisa estar disposta a mudar práticas e modelos de negócios com base nos indicadores, o que pode exigir investimento de recursos e tempo. Empresas de grande porte, por exemplo, levam em média entre 6 e 12 meses para ganhar a certificação. (A Natura levou nove.)

O que importa, no entanto, é o compromisso e não o tamanho dos participantes. “Há empresas com zero funcionários e outra com 45 mil”, conta Ana Sarkovas, do Sistema B, representante do movimento na América Latina. “A certificação não é um fim em si, mas um meio de mensuração de impacto.”

No Brasil, o selo chegou em 2014, dois anos depois da criação do Sistema B na região, e tem 63 empresas certificadas, entre elas Avante, Geekie, Vox Capital e Rede Asta.

O caminho começa com uma avaliação gratuita, chamada de B Impact Assessment, que inclui perguntas em cinco áreas: governança, meio ambiente, trabalhadores, comunidade e modelo de negócios.

Leia também: Mercado financeiro e impacto social? Entenda o trabalho com finanças sociais

A pontuação resultante, que vai de zero a 200 pontos, é a primeira parte do processo seletivo. As companhias que conseguirem mais de 80 pontos avançam para as próximas fases, que incluem conference calls e envio de documentos comprovatórios.

O processo de certificação em si, que pode incluir auditorias presenciais, é conduzido pela equipe de standards americana. Para garantir a durabilidade do compromisso, toda empresa B deve integrar as “cláusulas B” ao seu estatuto, tornando tais preocupações parte da missão corporativa, e se recertificar a cada dois anos.

Caso a companhia tenha menos de um ano de operação, é possível “nascer” B mesmo sem atingir a pontuação mínima e passar pelo processo completo depois. “É algo que as startups estão procurando muito”, diz Ana. Para tanto, é preciso incluir no contrato social as mesmas cláusulas obrigatórias que exigem a consideração de efeitos e interesses relacionados não só à companhia e seus acionistas, mas também aos empregados, fornecedores, consumidores, comunidade e meio ambiente.

Futuro Uma vez oficialmente convidada, a empresa passa a integrar uma comunidade global. Grupos são unidos por propósitos ao invés de segmentados por indústria, o que gera novas oportunidades de negócios e compartilhamento, e é possível conectar-se com outras empresas através de plataformas de discussão e eventos presenciais.

“E obviamente há o reconhecimento por parte do consumidor”, diz Ana. Conforme cresce o número de pessoas preocupadas em consumir de maneira consciente, especialmente jovens, um selo do tipo B pode fazer toda a diferença na hora da tomada de decisão – tanto nas prateleiras quanto na hora de assinar um contrato de trabalho.

“Em breve, todas as externalidades terão que ser incorporadas aos valores e valuations de uma empresa e mostrar que ela gera um impacto positivo será um ganho muito grande”, finaliza ela.

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Produtividade: o que aprendi ao supervisionar cada minuto do meu dia por um mês

Relógio de ponteiro

É um fenômeno global: o tempo parece voar cada vez mais rápido. Para muitos, mudar esse quadro é uma questão de organização e conscientização. É o caso de Sam Shank, CEO do HotelTonight, um dos aplicativos mais utilizados da indústria hoteleira.

Após receber uma dica para aumentar sua produtividade de um colega, ele decidiu testá-la – e se surpreendeu com o resultado, que ele compartilhou com a comunidade do LinkedIn.

Confira o post traduzido pela equipe do Na Prática abaixo:

Há alguns meses, eu estava em um jantar de networking do First Round (outro benefício de escolher os investidores certos) quando outro CEO sugeriu um hack de produtividade para ajudar a otimizar a agenda e garantir que você está fazendo mais do que quer e menos do que não quiser.

É simples: acompanhe e segmente como você passa seu tempo. Depois, use os dados que angariar para ver se seu temp realmente é gasto alcançando seus objetivos.

Embora parecesse um pouco trabalhoso gravar tudo que eu fizesse, sabia que os benefícios de longo prazo valeriam a pena. Como tenho a maior parte da minha vida no calendário, acabou sendo mais fácil do que eu imaginava acompanhar como gasto meu tempo. Então, ao longo de quatro semanas, eu acompanhei o tempo que gastei em cada reunião, cada ligação e cada interação improvisada que tinha com minha equipe.

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Ao final desse período de acompanhamento, fiz um gráfico que mostrava exatamente como meu tempo era dividido semanalmente e outro para todas as quatro semanas. Criei categorias que refletiam meu trabalho no momento (que serão obviamente diferentes para todo mundo, as minhas evoluem com o tempo conforme meu papel evolui).

Observar esse mês que passou abriu meus olhos. Em uma semana particularmente desafiadora, mais de 80% de meu tempo foi gasto em reuniões. Apenas 4% do meu tempo naquela semana foi passado com a equipe de produtos (a parte do HotelTonight de que gosto de participar) enquanto 17% foi gasto em reuniões “externas”, como entrevistas informacionais e networking.

Mesmo que eu goste e valorize bastante essas reuniões, não parecia o equilíbrio certo para mim. Não estava deixando tempo suficiente para as coisas que eu realmente queria estar fazendo mais, como ouvir conselhos de investidores, construir relações com parceiros estratégicos, conversar com o time de produtos, com a imprensa e estar disponível e acessível para a equipe.

Então resolvi ser mais proativo sobre como eu passava meu tempo ao invés de reativo e descobrir como poderia cortar coisas ou fazer diferente. De cara, comecei a bloquear e liberar meu calendário e ativamente marcar coisas que eu gostaria de estar fazendo ao invés de assistir enquanto minha agenda apanha.

Leia também: Como manter a produtividade no ambiente informal de uma startup?

Digo “não” aos pedidos externos com mais frequência. Priorizo construir “espaços brancos”, ou tempo sem nada programado, para que eu possa estar totalmente engajado quando tiver algo programado.

Agora reservo 15% do meu tempo para trabalhar com a equipe de Produto e 25% do meu tempo para emails, conversas de escritório (temos um plano aberto no escritório e as pessoas frequentemente param na minha mesa para conversar ou perguntar algo, uma prática que gosto e encorajo), pedidos do conselho e os inevitáveis incêndios. E, como eu esperava, os últimos meses foram bem mais produtivos e menos estressantes.

É muito fácil ser reativo em relação à sua agenda, especialmente conforme você fica ocupado. Mas quando você trabalha desse jeito, seu tempo se enche de coisas que não são realmente relacionadas ao seus objetivos e isso pode parecer um dreno ao invés de ser produtivo.

Não importa qual é seu papel na empresa ou quais são suas propriedades, eu recomendo fortemente que você olhe como está distribuindo seu tempo e quanto é gasto na direção da conquista de seus objetivos. Se não for tanto quanto você quer, fazer algo em relação a isso está nas suas mãos.

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Artigo originalmente publicado no LinkedIn e traduzido pelo Na Prática

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