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‘Tolerância ao erro é essencial para inovação’, diz Leila Velez, do Beleza Natural

Maria Silvia e Leila Velez

Excesso de otimismo: esse é o maior erro que um empreendedor pode cometer, na opinião de Leila Velez, cofundadora e sócia do Instituto Beleza Natural. “O otimismo é importante, mas essa dose precisa ser regulada. Os erros que eu cometi foi por não conseguir dosar nos momentos certos o pé no freio versus o acelerador no máximo.”

Por outro lado, ela destaca que errar é natural. O desafio do empreendedor é conviver com as consequências dos seus erros e rapidamente se refazer e não se paralisar. “Às vezes você fica tanto tempo olhando para o prato quebrado que você esquece que a vida continua. É contabilizar os erros e seguir em frente, porque todo dia é um novo desafio”, diz.

Maria Silvia Bastos, que fez carreira tanto no setor público quanto no privado e hoje preside o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também destaca a importância de ser solidário ao erro no contexto profissional. “Se você não for solidário ao erro, ninguém da sua equipe vai fazer nada, com medo de errar”, afirma.

Nos vídeos a seguir, gravados em evento comemorativo de 25 anos da Fundação Estudar, Leila e Maria Silvia compartilham algumas lições de carreira. Assista!

Tolerância ao erro

Leila Velez: “Ao longo do caminho, é normal o empreendedor ter tropeços. Mas, culturalmente, no Brasil, quando você erra é massacrado. A tolerância ao fracasso é baixíssima, sendo que muitas vezes o erro é o caminho para se chegar a uma inovação e outro patamar de sucesso.”

Maria Silvia: “Para minimizar a chance de grandes erros acontecerem, costumo formar um time bastante diverso. Procuro ter uma pessoa que é muito ousada, e outra que é muito conservadora. E dá muito certo.”

O que te move?

Leila Velez: “O que move é a transformação. Empreender é você fazer seu sonho virar o sonho de muita gente. Quando você olha para trás e vê que não é só você que depende daquele sonho, você não pode mais parar. Você é a mola que vai levar muito mais gente para frente.”

Maria Silvia: “Em diversas ocasiões na minha vida eu me defrontei com coisas que pareciam impossíveis, mas eu nunca aceitei isso. Tem sempre uma forma de você chegar lá, mesmo que não aconteça da forma como imaginava. As pessoas têm uma tendência muito grande de desanimar diante das dificuldades. E a dificuldade me instiga muito. Realizar, conseguir fazer é minha grande motivação. Eu cresço na dificuldade e sempre empurro as pessoas para que façam mais do que elas acham que podem fazer.”

Liderança feminina

Leila Velez: “Sou mulher, negra, vim de uma classe social bastante humilde. Então, muitas vezes as pessoas me perguntou se isso me ajudou ou atrapalhou. Eu acho que isso me blindou, me fez ficar mais forte e eu vejo isso como uma grande vantagem. Não podia de dar ao luxo de usar isso como muleta. Essa condição foi minha forma de mostrar que é possível independentemente do que os outros digam. Minha empresa é formada por uma ex-faxineira, um ex-taxista e dois ex-atendentes de lanchonete como sócios. Quem olhava de fora pensava: isso nunca vai dar certo.”

Maria Silvia Bastos: “Eu tive uma experiência muito marcante na CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Quando eu fui convidada para trabalhar lá, eu estava grávida de gêmeos, há quatro meses. Sou economista e administradora, com mestrado e doutorado em Economia. A CSN é uma empresa de engenheiros e eu, como sempre falei que sou movida a desafios, eu nunca tinha tido uma experiência no setor privado e aceitei. Na primeira vez que eu cheguei na usina eu pensei: ‘o que estou fazendo aqui?’. Só tinha homem, menos de 0,5% dos funcionários eram mulheres. Foi um choque cultural incrível. Fiquei lá por seis anos e foi uma escola. E eu usei muito o fato de ser mulher para conseguir fazer a mudança da empresa.”

Planejamento e disciplina

Leila Velez: “Se você não sabe para onde você vai, qualquer caminho está bom. As oportunidades são muitas e, se você não tem clareza dos porquês, acaba não conseguindo realizar nada com profundidade e qualidade. É melhor você ter nota 10 em algumas poucas coisas do que um bando de 6,5. O planejamento te serve como guia para depois você fazer as adaptações necessárias.”

Maria Silvia: “Distração faz parte da vida, mas a gente combate os excessos com planejamento. Você precisa ter horizonte. Isso não quer dizer que você não possa mudar o planejamento, mas não ter é estar sempre improvisando. Depois, você precisa ter metas concretas. E disciplina e foco. Mais importante de dizer o que você vai fazer é dizer o que você não vai fazer. A tendência é querer abraçar tudo.”

Brasil: desafios e oportunidades

Leila Velez: “É muito difícil você conseguir crescer sendo tratado como se fosse um malfeitor. No Brasil, são tantas as barreiras, as dificuldades enfrentadas pelo empreendedor todos os dias. Mas a gente tem que se alimentar da oportunidade. Olhar para o nosso país com uma população gigantesca, com muita deficiência ainda na qualidade de produtos e serviços, e pensar em como a gente pode se reinventar para fazer dessas oportunidades a gasolina.”

Maria Silvia: “Eu não acredito em mudança que venha do governo. O Brasil só acabou com a inflação quando a sociedade entendeu que era melhor viver sem inflação. O Brasil vai acabar com a corrupção quando a sociedade ficar intolerante a isso. Um Estado forte não é um Estado grande. Um Estado forte é aquele que fiscaliza, controla, provê os serviços essenciais. Hoje temos um Estado fraco, e a sociedade precisa querer essa mudança e trabalhar por um bem maior.”

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Ser grosseiro no trabalho é como um vício: contagiante e difícil de parar

Desenho de mulher falando palavrão

A maioria das pessoas entende a experiência de ter um colega que as trate inexplicavelmente de maneira grosseira no trabalho. Você não é convidado para um reunião. Um colega pega café para todo mundo – menos para você. Ri ou ignora sua ideia. Você pensa: de onde veio isso? Eu fiz alguma coisa? Por que ele me trata desse jeito? A grosseria do nada pode ser muito estressante e frequentemente não entendemos sua razão.

Um amplo e crescente conjunto de estudos sugere que incidentes do tipo, chamados de incivilidade no trabalho ou grosseria no trabalho, não são apenas muito comuns, mas muito prejudiciais. A grosseria no trabalho não é limitada a uma indústria, mas foi observada em diversos cenários e países com diferentes culturas.

Definido como comportamento anormal de baixa intensidade com a intenção ambígua de machucar, tais comportamentos – falar pequenos insultos, ignorar alguém, levar o crédito do trabalho alheio ou excluir alguém da camaradagem do escritório – parecem estar em todos os lugares no ambiente profissional. O problema é que, apesar de terem uma natureza de “baixa intensidade”, os resultados negativos associados com a grosseria no trabalho são tudo, menos pequenos ou triviais.

Seria fácil acreditar que a grosseria não é “nada de mais” e que as pessoas têm que “superá-la”. Porém, mais e mais pesquisadores dizem que isso não é verdade. Experimentar grosseria no trabalho já foi associado com performance reduzida, criatividade reduzida e intenções de turnover maiores, para nomear alguns dos resultados.

Em certos cenários, esses resultados negativos podem ser catastróficos – por exemplo, um artigo recente mostrou que quando equipes médicas escutam mesmo pequenos insultos antes de operar um bebê, a grosseria decima suas performances e leva à mortalidade (na simulação). Sabendo quão nocivos esses comportamentos são, a pergunta se torna: de onde vem e por que as pessoas fazem isso?

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Enquanto há muitas prováveis razões para comportamentos grosseiros, pelo menos uma que eu e meus colegas exploramos recentemente é de que a grosseria parece ser “contagiosa”. Quer dizer que sofrer grosseria faz na verdade com que as pessoas sejam elas mesmas mais rudes.

Muitas coisas podem ser contagiosas – de gripe ao sorriso, bocejo e outras ações motoras simples, além de emoções (estar ao lado de uma pessoa feliz tipicamente te deixa feliz). E ao que parece, estar com uma pessoa rude pode te fazer rude. Mas como?

Há duas maneiras de comportamentos e emoções se tornarem contagiosos. Um é através do processo consciente de aprendizado social. Por exemplo, se você recentemente chegou num trabalho novo e nota que todo mundo carrega uma garrafa de água, provavelmente não vai levar muito tempo até que você carregue uma também. Este tipo de contágio é tipicamente consciente. Se alguém perguntar: “Por que você carrega essa garrafa?”, você responderia: “Porque vi todo mundo fazendo isso e pareceu uma boa ideia”.

Outro caminho para o contágio é inconsciente: as pesquisas mostram que quando outra pessoa está sorrindo ou batendo um lápis, a maioria imita esses comportamentos motores simples e sorriem ou batem um lápis também. Se alguém perguntasse por que você está sorrindo ou batendo um lápis, você provavelmente diria: “Não faço ideia”.

Em uma série de estudos, meus colegas e eu encontramos evidências de que a grosseria pode se tornar contagiante através de um caminho inconsciente e automático. Quando você sofre uma grosseria, a parte do seu cérebro responsável por processar a grosseria “acorda” um pouco e você fica mais sensível às grosserias.

Isso significa que você provavelmente vai notar mais deixas rudes em seu ambiente e também interpretar interações ambíguas como grosseria. Por exemplo, se alguém disser: “Ei, sapatos bonitos!”, você normalmente interpretaria isso como um elogio. Se sofreu uma grosseria recente, tem mais chances de pensar que aquela pessoa está te insultando. Ou seja, você “vê” mais grosseria ao seu redor, ou pelo menos acha que vê. E porque acha que os outros estão sendo rudes, tem mais chances de se comportar de maneira rude.

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Você pode estar imaginando quanto tempo isso dura. Sem mais pesquisas é impossível ter certeza, mas em um de nossos estudos vimos que sofrer grosseria causa comportamentos grosseiros até sete dias depois. Nesse estudo, que aconteceu em um curso de negociação em uma universidade, os participantes negociavam com diferentes parceiros. Descobrimos que quando os participantes negociavam com alguém rude, seu parceiro da negociação seguinte achava que ele tinha sido rude.

No estudo, algumas das negociações aconteceram sem intervalo de tempo, outras com um intervalo de três dias e às vezes com um intervalo de sete dias. Para nossa surpresa, descobrimos que o intervalo parecia desimportante e que pelo menos numa janela de sete dias, o efeito não parecia estar diminuindo.

Infelizmente, porque a grosseria é contagiosa e inconsciente, é difícil parar. Então o que pode ser feito? Nosso trabalho aponta para a necessidade de reexaminar tipos de comportamentos tolerados no ambiente profissional. Comportamentos anormais mais severos, como abuso, agressão e violência, não são tolerados porque têm consequências claras. Enquanto uma grosseria de uma natureza menor torna suas consequências mais difíceis de observar, não é menos real ou nociva e por isso pode ser tempo de questionar se deveríamos tolerá-la no trabalho.

Você pode estar pensando que será impossível eliminar grosseria no trabalho. Mas culturas organizacionais podem mudar. Funcionários costumavam fumar em suas mesas e eles mesmos diziam que era uma parte natural da vida de escritório, que não poderia ser eliminada. Mesmo assim, fumar no ambiente de trabalho é proibido em todos os lugares agora. Estabelecemos o limite em cigarros e discriminação – e grosseria deveria ser a próxima eliminada.

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O autor Trevor Folk é um doutorando em administração de empresas da Universidade da Florida. Ele se interessa por comportamentos profissionais negativos, dinâmicas de grupo, tomada de decisões e esgotamento/recuperação.

Artigo originalmente publicado no portal Aeon e licenciado via Creative Commons

O que um consultor McKinsey aprendeu atravessando a Austrália de motocicleta

Homem andando de moto no deserto

Um dos líderes globais do time de Prática Estratégica da consultoria McKinsey, Chris Bradley é naturalmente um especialista em estratégia. É também fã de motociclismo e do livro “Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas”, em que Robert Pirsig transforma uma viagem em uma reflexão sobre a vida.

Quando fez 40 anos, inspirado pela obra, o consultor decidiu comprar uma moto e atravessar o território australiano. Em um post recente no LinkedIn, ele explica o que aprendeu na tentativa em uma versão contemporânea do clássico. Confira abaixo a tradução do Na Prática:

Ano passado, ao completar 40 anos, fiz algo que pode ser um pouco previsível: comprei uma motocicleta com a intenção de levá-la para a estrada e atravessar toda a Austrália, de leste a oeste. A primeira tentativa foi um grande fracasso (não é o assunto desse post!), mas eu subi novamente na gigante de aço e voltei esse mês de uma aventura épica com alguns amigos próximos, que me levou de Darwin a Sidney, evitando asfalto quase totalmente. Um total de 6030 quilômetros em 13 dias.

Na faculdade, um de meus livros favoritos era “Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas”. Na famosa obra de Robert Pirsig, de 1974, o personagem autobiográfico Phaedrus usa a manutenção de motocicleta como um jeito de falar sobre o significado de qualidade. Comprometido com essa ideia maluca de motocicleta e aventura, num país tão grande e árido como a Austrália, precisei aprender o suficiente sobre minha moto para solucionar problemas e fazer uma manutenção básica já que as coisas inevitavelmente quebram.

Conforme eu lutava para subir a curva de aprendizado íngreme (que frequentemente envolvia desfazer meus erros involuntários), vi muitos paralelos com meu trabalho numa consultoria estratégica. Juntei essas reflexões aqui – lições do mundo de manutenção de motocicleta que devem ressoar com outros estrategistas. Foram todas adquiridas à moda antiga: com dificuldade.

consultor mckinsey conserta moto

1. Diminua a velocidade e assegure-se de que está resolvendo o problema certo
Quando sua moto quebra no meio do nada, você pode entrar em pânico. Isso te leva a utilizar a primeira solução imaginada de maneira impulsiva conforme você tenta ser rápido e eficiente. O problema é que ir rápido é com certeza o jeito mais lento de consertar uma moto. Pior ainda é tentar consertar a parte errada ou com a ferramenta errada porque você “não tem tempo” de arranjar a certa. Ao correr para mudar uma embreagem (a primeira embreagem que eu via e mudava na vida), quebrei totalmente uma junta e isso me atrasou em uma semana.

2. Trabalhe a partir da fonte do problema
Imagine que seu pneu está murcho e não está enchendo (bikers fora da estrada constantemente ajustam a pressão dos pneus para lidar com terrenos diferentes, especialmente quando se trata da temível areia). Muitas pessoas pulam para o fim do problema (“Preciso trocar os tubos”, um trabalho difícil que envolve tirar o pneu e colocá-lo de novo manualmente). Isso é um erro. Você precisa começar do começo, que nesse caso é compressor de ar, então partir para a válvula e depois para o tubo. Como eu disse, aprendi do jeito difícil. Imagine como nos sentimos ao ficar em pé naquela estrada de terra após 45 minutos de esforço trocando um tubo que no fim estava bom! Claro, era a bomba que estava com problema. (Teste simples: teste a bomba do seu amigo.)

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3. Seja empírico
Um mecânico de interior coberto de tatuagens com cerca de quatro dentes, uma barba longa e nenhuma camiseta era o candidato menos provável a me ensinar o valor do empirismo. Encontramos-nos numa estrela remota em Arnhem, um território aborígene no extremo norte australiano. Eu tinha feito algo burro: tentado cruzar um riacho sem ver o fundo. O que aconteceu em seguida foi ficar com água até as coxas e com a moto enguiçada. Depois disso, ela não ligava mais. O mecânico estava passando por ali, nos viu no rio, deu uma risada e, como se faz por aquelas partes, foi nos ajudar.

Tínhamos muitas teorias sobre qual era a fonte do problema, mas esse cara (lembre-se da lição #2) focou em testar a fonte do problema. Primeiro: o ar estava passando pelo motor ou a água tinha entrado na caixa? Teste: ver se um pouco de ar passa pelo escapamento quando a moto liga. Sim. Segundo: a eletricidade estava chegando à vela de ignição? Teste: puxar o cabo da vela para fora, colocar um cabo novo e ligar o motor. Não ligou. Solução: esperar uma hora enquanto secava e tentar novamente. Funcionou perfeitamente!

O ponto é o seguinte: o mecânico de interior não perdeu tempo com teorias e pulou direto para angariar dados. Mas não de maneira aleatória: ele tinha uma série organizada de hipóteses e concebeu os testes mais simples possíveis para eliminá-las sistematicamente.

Leia também: Consulting Clubs ajudam na preparação para processos seletivos de consultoria estratégicas

consultor mckinsey atravessa rio de moto

4. Mantenha a dúvida viva
Seu maior inimigo ao tentar consertar uma moto é autoconfiança excessiva. Isso cria um olhar estreito e te cega para soluções melhores. Fique de olho naquele pensamento inicial que se torna uma âncora para seu raciocínio. Passei um dia muito frustrante guinchando a moto para consertar “bobina do estator” (parte da estrutura interna do sistema elétrico), que soava cara, quando o problema real era combustível insuficiente chegando à mangueira (um conserto de cinco minutos). Por que? Porque alguém disse: “Ah, já vi isso antes, é definitivamente a bobina do estator”, que se tornou então a hipótese dominante.

Hipóteses dominantes como essa são contagiosas, especialmente quando vem de alguém que soa confiante. É uma boa ideia ter pessoas que duvidem e contestem, mesmo que sejam chatas!

5. Distancie-se do problema
Em algum momento, você vai ficar preso numa rotina. Tome um chá, desça da moto e pense sobre o que está fazendo. Um loop rotineiro de entrar no problema e então sair dele parece ser a chave para a eficiência. As coisas que o impedem de sair são a confiança excessiva (veja acima), a pressa, a raiva ou o pânico. Mantenha a calma!

6. Seja organizado
Ao contrário de mim, bons mecânicos mantém sua área de trabalho limpa. Acho que isso acontece porque, quando confrontados com a ambiguidade de uma moto que não funciona, você precisa estar cercado de ordem. Quando o mecânico passa tanto tempo procurando ferramentas quanto consertando o problema, você sabe que está na presença de um amador. Uma analogia para estratégia: não pegue atalhos num processo disciplinado.

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7. Planeje-se para o melhor mas se prepare para o pior
Você nunca planeja quebrar, mas precisa estar preparado para qualquer coisa. Motociclistas de aventura experientes têm kit portáveis de ferramentas e peças comuns extras, colas e cordas que podem ajudá-los a sair de uma encrenca em qualquer lugar. Esse pequeno kit evolui com cada acidente e se torna mais sofisticado, mantendo-se o mais leve possível e maximizando a preparação.

Só porque você planeja para casos de falha não significa que deva planejar para falhar. Mas muitos planos de negócios, numa tentativa de projetar uma aura de confiança, não deixam espaço para o chamado “estepe”. Também acho que a busca sem fim por eficiência pode reduzir a habilidade de lidar com chateações – esses estepes parecem ser desnecessários quando não são usados!

Meu empurrão de meia idade rumo às motocicletas me tirou da minha zona de conforto e me jogou em novas circunstâncias com novos professores. Há algo em se tornar novato de novo que, pelo menos para mim, traz uma grande sensação de renovação. E lá fora, na paisagem aberta do outback australiano, você tem tempo para refletir.

Artigo originalmente publicado no LinkedIn e traduzido pelo Na Prática

Baixe nosso Ebook: Tudo que você precisa saber sobre Liderança Feminina

Liderança Feminina

Liderança feminina está em pauta. De altas executivas, como a diretora do FMI Christine Lagarde e a COO do Facebook Sheryl Sandberg, a profissionais nas mais diversas áreas e países, as mulheres (e também os homens) estão batalhando pela causa no dia a dia, discutindo desigualdade de gêneros na carreira e propondo soluções que vão desde ações de recrutamento e seleção até políticas de promoção e crescimento profissional. 

Ainda há muito a ser feito, é verdade. Apenas 9% das posições de CEOs do mundo são ocupadas por mulheres e o gap de gêneros, causado por uma série de fatores, ainda é significativo em todos os níveis hierárquicos. No Brasil, segundo relatório da McKinsey, as mulheres representam em média apenas 6% da equipe de altos executivos.

Conhecer as histórias de mulheres que venceram esses desafios é uma forma de se inspirar e ganhar fôlego para reverter o cenário desigual.

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No nosso primeiro Ebook sobre Liderança Feminina, trazemos algumas dessas histórias, como a trajetória da tenente Carolina Reis, primeira mulher na Diretoria de Obras de Cooperação do Exército brasileiro; Paula Bellizia, presidente da Microsoft no Brasil que lidera uma gigante tecnológica em uma das indústrias com menor inclusão feminina; e Fernanda Bastos, advogada e sócia do escritório Souza, Cescon, Barrieu & Flesch, que lida no dia a dia com fusões e aquisições bilionárias.

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Como é trabalhar com investimentos no BNDES, um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo

Filipe Bordalo Di Luccio

Fundado em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem como principal objetivo financiar a longo prazo a realização de investimentos em todos os segmentos da economia – de âmbito social, regional e ambiental. Hoje é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo, com bilhões de reais para investir e cerca de três mil funcionários. Um deles é Filipe Bordalo, que já atuou com estaleiros, navios e plataformas de petróleo e hoje acompanha a gestão das empresas em que o banco tem participação estratégica.

Formado em engenharia tanto pela UFRJ quanto pela École Centrale Paris, onde estudou como bolsista da Fundação Estudar, ele não teve dificuldades na hora de escolher sua graduação. “Sempre gostei de exatas e me pareceu um caminho natural, que dava boas oportunidades de colocação no mercado”, explica. “E eu sabia que um duplo diploma poderia me abrir portas no futuro, porque não é uma experiência com uma meia dúzia de matérias.”

Quer trabalhar no mercado financeiro? 
Participe da Conferência Ene, da Fundação Estudar

De volta ao Rio de Janeiro e ainda na universidade, tomou gosto por finanças e passou a estudar matérias que lidavam com o mercado financeiro. Queria aumentar seus conhecimentos sobre a indústria – e já estava de olho no setor público. Cogitou outros órgãos, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários, mas o BNDES despontou como sua opção preferida.

“Eu queria trabalhar no setor público porque, ao contrário daqueles que pensam que é um lugar para amarrar seu bode à sombra, se você quiser, é possível fazer algo legal”, explica. “Minha motivação é achar meu trabalho muito interessante – e é um lugar que permite que eu tenha qualidade de vida, porque dificilmente saio daqui à meia noite.”

A vontade veio de suas experiências anteriores em consultorias, onde as jornadas costumam ser longas. Para ter certeza de que aquele era o ambiente ideal tanto em termos de horas quanto em termos de autonomia profissional, Filipe pesquisou a estrutura e conversou com funcionários. “Eu não queria ser cerceado e não conseguir trabalhar [por ser um banco público]”, fala.

Estudou para o disputado concurso público focando também no conteúdo que poderia não cair. “Não tem fórmula mágica: destrinchei todos os itens do edital do concurso, busquei a literatura recomendada em cada assunto e fiz um curso de preparação”, lembra. “Mas sempre tem uma questão improvável, que diferencia os candidatos. Para o óbvio, todo mundo se prepara.”

Passou a integrar o quadro do BNDES um ano depois de formado, em 2012. Foi alocado no departamento de gás e petróleo, onde financiava plataformas. “Há a plataforma de petróleo e os navios que a suprem com alimentos, âncoras, dutos submarinos. O que eu fazia era financiar a construção tanto dos navios quanto das plataformas de perfuração”, conta.

Não foi parar ali por acaso. O setor naval crescia no portfólio do banco desde 2003, quando o governo federal passou financiar mais armadores e estaleiros nacionais. Depois que as bacias de pré-sal foram descobertas no Brasil, em 2006, o quadro de investimentos se intensificou.

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Plataforma de exploração do pré-sal da Petrobrás
[Plataforma de exploração do pré-sal no Brasil]

Em seu segundo ano de BNDES, Filipe começou a atuar em projeto específico e de grande escala: o financiamento de uma grande empresa de construção naval, diretamente envolvida com a exploração do pré-sal. Apesar de dois anos de trabalho e um apoio de bilhões por parte do banco, ele não conseguiu ver o projeto se concretizar por motivos externos, mas vê a época como um momento de grande crescimento profissional.

“Era uma modalidade de project financing, ou financiamento de projeto, em que você monta toda a estrutura de garantia e de metas baseada no projeto propriamente dito e não na empresa em si – é o contrário de um financiamento corporativo”, explica.

Na prática, significava analisar muitos contratos complexos e customizados, além de manter contato com outros bancos e agentes do mundo inteiro. Era uma carga grande de responsabilidade. “Assumi frentes de negociação com um ano de banco e aprendi muito sobre as partes jurídica e de engenharia naval”, lembra ele. “Era uma estrutura financeira muito mais complexa e cheguei a ter mesas de negociação com cinquenta pessoas.”

Papeis e papeis Por estar no setor público, Filipe precisou se acostumar com o controle rígido exigido pelas políticas de transparência. Além de auditorias internas e externas – que também existem no setor privado –, é preciso estar preparado para apresentar seus papeis prontamente ao Tribunal de Contas da União e à Controladoria-Geral da União, além de explicar decisões para a imprensa e para a sociedade.

“Você está sendo auditado praticamente o tempo todo por todo mundo, o que gera uma burocracia muito grande”, fala. “Por mais simples que seja o processo, ele precisa ser registrado e aprovado por posições hierárquicas altas e passar por comitês. Tudo precisa ser previamente justificado.”

É uma posição complexa para quem faz investimentos financeiros, mas também instigante. “Apesar de toda a burocracia, você encontra a maioria das pessoas muito motivadas para fazer um trabalho excelente.”

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Troca Quando o projeto no setor naval se encerrou, Filipe voltou ao financiamento de navios de plataforma. Um pouco desmotivado, pediu para mudar para o departamento de renda variável e atuar no mercado de capitais, onde está atualmente.

(Além de ter acesso à mobilidade interna, funcionários do banco podem crescer concorrendo a promoções anuais ou buscando cargos de confiança, que são limitados e envolvem, entre outras responsabilidades, representar o BNDES junto a outros bancos e instituições.)

No começo de 2016, ele passou a acompanhar as participações estratégicas do BNDES através da subsidiária BNDESPAR. Aqui, o banco entra como sócio e visa apoiar o desenvolvimento, consolidação e capitalização de empresas brasileiras nas mais diversas áreas. “É uma visão completamente diferente”, resume. “A visão do credor vira a visão do sócio: muda da busca pela minimização de riscos para a busca por riscos controlados com retorno.”

Filipe entrou acompanhando empresas de infraestrutura. Depois da troca na presidência, quando as prioridades e a diretoria do banco mudaram, foi transferido para o setor elétrico. Hoje, acompanha três empresas. 

Seu trabalho começa após as empresas já terem sido selecionadas pelo braço de investimentos do banco. É quando se inicia o processo de acompanhamento da participação no capital da empresa: “Muitas vezes temos um acordo de acionistas e, nesses casos, precisamos aprovar mudanças, como uma reestruturação ou a venda de uma subsidiária. É legal fazer parte desse processo”.

Na rotina estão análises das pautas diárias, criação e encaminhamento de relatórios propondo votos e muito estudo. Ele exemplifica: se uma empresa decide adquirir outra, encaminha essa decisão para seus acionistas e espera os votos. Filipe então atualiza o negócio, disseca o fluxo de caixa, os custos e as dívidas e incorpora os achados no valuation, o processo de estimar o quanto vale uma companhia.

“Boa parte do trabalho é acompanhar as notificações e as ordens do dia de conselhos e assembleias, fazer o valuation dessas empresas e a modelagem financeira para calcular qual seria o valor justo das ações dessa empresa”, resume.

Num setor muito regulado como o elétrico, ele estuda continuamente o regulamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mecanismos de leilão e regras de tarifa, entre outras coisas. Está aprendendo. “Meu gerente recomenda leituras de livros e artigos, que estudemos a estrutura do setor e estratégia dos concorrentes. Tudo isso para que na hora que fizermos as propostas de ação para a diretoria elas sejam mais embasadas.”

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Gente boa Durante a crise política brasileira, o banco passou a enfrentar desconfiança por parte da sociedade, assim como muitas outras instituições do setor público. Com seus quase cinco anos de casa, Filipe não hesita em defender os sistemas de segurança criados para coibir o mal uso de recursos públicos.

“Eu de fato acredito que os processos do banco são muito rígidos e passam por uma série de alçadas, comitês e colegiados”, tranquiliza. “É muito difícil ter um furo nesse sistema, que já tem uma série de redundâncias.”

O impacto do escrutínio externo adicional transparece atualmente no crescimento de exigências por órgãos como o TCU e o CGU, que exigem montanhas de documentos para analisar. “Ao comparar meus dois primeiros anos com os dois anos seguintes, vejo que cheguei a passar 30% do meu tempo respondendo esse tipo de questionamento”, calcula. É uma das poucas mudanças na rotina.

O cerne da preocupação social – o que fazer e mudar para criar um Brasil melhor –, no entanto, é compartilhado por ele. “Um dos principais motivos que me trouxe até aqui foi gostar de finanças e acreditar no país”, fala. “Queria contribuir de alguma forma para seu desenvolvimento e, apesar de estarmos num momento que não é muito otimista, sei que temos muitos recursos naturais, muita gente inteligente e tudo pra dar certo.”

Conheça os empresários juniores que representaram o Brasil na JADE, em Bruxelas

Brasil Júnior - JADE Meeting, em Bruxelas

Qual a relação do nosso país com a Bélgica? Para muitos essa pergunta pode ser um pouco difícil de ser respondida, mas para nós da Brasil Júnior ela vem sem dificuldade à cabeça. Todos os anos, quatro universitários brasileiros – e empresários juniores – são enviados à Bruxelas com o objetivo de serem embaixadores do Movimento Empresa Júnior Global (MEJ). Cada dupla deles passa um semestre morando na sede da JADE, a Confederação Europeia de Empresas Juniores.

Entre muitos desafios, que vão desde o choque cultural até o trabalho no dia a dia com pessoas do mundo todo, a organização ajuda a potencializar esse tipo de iniciativa ao redor do globo, integrar os principais agentes do países que possuem esse modelo de organização e a fomentar o surgimento de novas empresas juniores (EJs).

Em agosto, foi a vez de Ana Clara Iglesias e Marcos Salles. Alunos de Administração e Engenharia de Produção das universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Santa Catarina (UFSC), respectivamente, deixaram amigos e famílias para trás para viver a experiência de suas vidas pelos próximos seis meses.

“Eu sempre gostei muito de viajar, mas acho que nenhuma experiência que eu tive se compara em termos de propósito com o que eu estou vivendo aqui na Bélgica. Trabalhar em tempo integral como embaixador da Brasil Júnior na JADE, as duas maiores confederações de empresas juniores do mundo, é muito desafiador”, conta Marcos.

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Brasil Júnior - Marcos e Ana na Summer JADE Meeting
[Marcos e Ana / Acervo pessoal]

A Ana e o Marcos não podiam estar mais animados, mas já sabem que possuem muito trabalho pela frente. Durante o último Global Forum, que aconteceu em julho deste ano durante o encontro mundial de empresas juniores (JEWC), foram definidas metas ambiciosas para toda a rede e a criação de um conselho que inclui os países da Europa, a Tunísia, o Canadá e o Brasil, que desde o último censo realizado em 2015 passou a ser considerado o lugar com mais EJs do mundo, superando o número da soma de todas presentes no território europeu. A última edição do evento havia acontecido em 2014, em Genebra.

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Desafio global Os planos de levar o modelo de empresas juniores para mais localidades segue a todo vapor, sendo cada confederação responsável por atuar em uma frente. A Brasil Júnior tem trabalhando na expansão na América do Sul e países como a Argentina e o México já vem apresentando resultados bastante interessantes. Na rotina do dia a dia dos dois, há contato com pessoas de diversas nacionalidades e de grandes organizações do mundo todo, como o World Bank.

Douglas Souza, que agora é trainee na Ambev, viveu a oportunidade de ser embaixador da Brasil Júnior em 2014 e garante que a experiência fez tudo valer a pena. Entre as coisas que viveu lá ele cita o JEWC em Genebra, o primeiro Global Forum e a possibilidade de entrar em contato com grandes organizações e até com o parlamento europeu.

Todo esse trabalho é motivado pelo nosso entendimento da importância do desenvolvimento do empreendedorismo universitário como um grande gerador de oportunidades para jovens do mundo todo, impactando os ecossistemas empreendedores de diversos países e capacitando as gerações que vão assumir as grandes funções em um futuro muito próximo – como chefes de Estado, CEOs de grandes corporações, empreendedores sociais e docentes, entre outras. Os desafios para as próximas décadas são enormes, mas nós nos mantemos confiantes. É possível construir um mundo cada vez melhor.

“O tempo passa muito rápido, é impressionante. Já tem quase dois meses que a gente está aqui e parece que chegamos ontem. Quando isso acontece, é sinal de que as coisas estão valendo a pena”, finaliza Ana.

Pedro Rio Verde Brasil Junior
Pedro Rio Verde
, colunista do Na Prática, é estudante de Engenharia na Universidade Federal da Bahia e presidente da Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresa Juniores), organização que tem por objetivo potencializar o movimento de empresas juniores como agente de formação de empreendedores capazes de transformar o país

Teste de estilo de trabalho: entenda o seu jeito de trabalhar

Mulher usa laptop em mesa de trabalho

Na década de 1990, um trio de acadêmicos americanos mapeou organizações e indivíduos em busca de um teste que pudesse medir alinhamento cultural. Chegaram a basicamente oito atributos, entre eles estabilidade, informalidade e orientação para resultados, que criam a cultura e o estilo de trabalho corporativo.

Saber se você está em harmonia com o estilo de trabalho de um lugar (e qual é o seu estilo de trabalho no geral) é bastante importante. Um funcionário alinhado se ambienta rapidamente no curto prazo e tem maior felicidade no trabalho – e também é um fator que diminui a rotatividade dentro da empresa.

 

Leia também: Plano de desenvolvimento individual

 

Para conectar jovens com empresas que compartilham os mesmos valores, a Fundação Estudar envia os mesmos testes para uma amostra representativa de funcionários de diferentes áreas e níveis hierárquicos em cada uma das companhias que participam de seus eventos.

Através da média de respostas do teste de estilo de trabalho, é possível entender quais são os atributos mais importantes em cada lugar e recomendar aqueles que estão mais alinhados com os perfis de cada jovem, com base em suas próprias respostas.

Não significa que este teste seja útil apenas para processos seletivos da organização. Ao se conhecer melhor – e para isso há também os testes de valores, interesses e personalidade –, o jovem ganha insumos para tomar decisões profissionais mais acertadas e se desenvolver continuamente.

Fazer testes como esse de maneira honesta, sendo genuíno e sem pensar num funcionário “ideal” rende resultados melhores. E manter a cabeça aberta também, já que decisões de carreira envolvem não apenas sonhos e aptidões mas uma série de escolhas, como áreas de atuação, funções, atividades e culturas corporativas. Melhor tomá-las bem informado.

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5 livros para desenvolver (e melhorar) habilidades de liderança

Livros sobre liderença

Psicólogo formado pela PUC-Campinas, João Cordeiro tem muita experiência como coach de altos executivos. Começou a atuar na área em 1985 e defende, entre outros temas, o autodesenvolvimento contínuo e os benefícios da tomada de responsabilidade para si como boas medidas de liderança, que ele discute em livros como “Desculpability” e “Accountability”.

Em entrevista ao Na Prática, ele recomenda que interessados em liderança desenvolvam uma biblioteca especializada aos poucos e deem atenção também à miríade de opções online, como TED Talks. “Podem ser muito úteis em seu desenvolvimento”, diz. 

Leia também: Accountability, o valor que não pode faltar em um líder

Para começar a coleção, ele indica cinco pensadores essenciais para aprimorar seus conhecimentos. Confira abaixo:

1. “A cabeça de Peter Drucker”, de Jeffrey Krames
Considerado inventor da administração moderna, o austríaco Peter Drucker, que viveu entre 1909 e 2005, cresceu rodeado por grandes mentes, como Sigmund Freud e Albert Einstein. O autor Jeffrey Kames resume suas lições mais importantes – que influenciaram empresários como Bill Gates e Jack Welch – de maneira acessível e direta. “É talvez o mais importante de todos”, fala João. “Você se impressiona com como muito do que ele dizia ou pensava sobre administração é atual.”

2. “Empresas feitas para vencer”, de Jim Collins
Tido por alguns como sucessor de Peter Drucker, Jim Collins elegeu um caminho baseado em estudos e pesquisas científicas para pensar administração, sucesso e fracasso. Em seu livro mais famoso, ele mapea as empresas que mais valorizaram na bolsa de valores no longo prazo e entrevista seus CEOs e presidentes em busca das razões para o sucesso. A chave, descobre, é ser um líder nível 5. “Que liderança é essa? É quando o CEO ou presidente consegue balancear alta competência técnica com humildade”, explica João. “Ao invés de ter um espelho, ele tem uma janela para ver seu time.”

3. “Paixão por vencer”, de Jack Welch
Um dos empresários mais famosos do mundo, Jack Welch ganhou fama à frente da General Electric (GE). “Ser presidente de uma empresa de capital aberto por um ou dois anos é uma coisa. Por vinte e um anos é outra”, fala João. Ao longo desse tempo, Welch revolucionou a multinacional, focou e investiu em áreas específicas e criou uma nova cultura corporativa, fundada numa visão mais crítica dos negócios. No livro, voltado para pessoas em todos os níveis organizacionais, ele apresenta seus princípios básicos de negócios, gestão e liderança, entre outros temas.

4. “Blink: A decisão num piscar de olhos”, de Malcolm Gladwell
Um dos grandes bestsellers do jornalista Malcolm Gladwell, traz uma série de histórias e trata da tomada de decisões e dos fundamentos da chamada intuição. Baseado em estudos científicos, o livro defende que a tomada de decisões importantes não precisa necessariamente se basear em muito tempo de deliberação. “A intuição é algo que menosprezamos muitas vezes, mas é impressionante”, diz João. “E está disponível para todos, não é privilégio.”

5. “Quiet leadership: Six steps to transforming performance at work”, de David Rock
Os avanços da neurociência fazem mais do que fascinar: são úteis para muita gente. O neurocientista David Rock, da Universidade Columbia, especializou-se encontrar maneiras de aprimorar a capacidade de liderança através da observação da mente. Neste livro, que vem em formato de guia, ele apresenta mudanças que influenciam performance, produtividade e satisfação no trabalho.

“Recursos como ter água na sala, janelas com luz natural, alimentos que fazem bem como frutas e nozes fazem do que as pessoas se engajem melhor e retiram a tensão do ar”, exemplifica João. Ele aproveita para falar que Rock organiza um evento anual em novembro, em Nova York, onde discute novidades na áreas. “Se puder, vá e dê um grande salto na sua carreira como líder.”

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Quer participar de evento com Jim Collins, Steve Wozniak e Oliver Stone? Confira os desafios da HSM!

jim collins

Até 12 de outubro, jovens formados ou em vias de se formar entre dezembro de 2014 e dezembro de 2020 poderão se inscrever em desafios propostos pela HSM Educação Executiva para participar gratuitamente do maior evento de gestão da América Latina, a HSM Expo – famoso por já trer trazido ao país alguns dos mais influentes pensadores contemporâneos.

A edição de 2016, que já teve sua programação divulgada, contará com nomes de peso como Steve Wozniak, cofundador da Apple; Jim Collins, autor de “Empresas feitas para vencer” (que participará por transmissão via satélite); Oliver Stone, diretor ganhador de dois Oscars; Thomas Friedman, jornalista vencedor de três prêmio Pulitzer a autor do bestseller “O Mundo é Plano”; e Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil. O evento reúne cerca de seis mil executivos e acontece entre 7 e 9 de novembro, em São Paulo.

Leia também: O que impede as grandes empresas de inovar? Eric Ries explica!

Enquanto o ingresso para o evento custa alguns milhares de reais, dependendo do plano escolhido e da quantidade de compras, este ano a HSM resolveu dar a oportunidade de jovens talentos terem uma experiência exclusiva (gratuita ou com altos descontos) na feira. Os sortudos serão selecionados por meio de dois desafios, realizados em parceria com a Eureca:

Desafio 1: Business Lab Experience 

O primeiro desafio, intitulado “Business Lab Experience”, selecionará 16 pessoas das áreas de design, publicidade e propaganda, desenvolvimento, TI ou business. Para participar, é necessário se inscrever no site Jovens Transformadores HSM até o dia 12 de outubro e passar por uma série de desafios online. 

Além de ganhar livre acesso aos três dias de evento, os vencedores também serão divididos em quatro equipes para criar propostas inovadoras para o futuro da plataforma de conteúdo HSM Experience. O time vencedor garante um passe integral para a HSM Expo do ano que vem e espaço para apresentar seu trabalho para o público de cerca de 6 mil executivos.

Desafio 2: Redes Sociais

O segundo desafio é aberto para todos os cursos e exige um vídeo de até dois minutos postado com hashtags específicas no Facebook, como #eunahsmexpo2016, sobre qual é sua forma de liderar para transformar o país e como a HSM Expo 2016 pode ajudar. Ao todo, sessenta jovens serão selecionados e ganharão até 80% de desconto no preço da entrada. Para saber mais sobre o desafio, visite o site Jovens Transformadores HSM.

hsm expo 2015

A seguir, confira mais alguns nomes que estarão presentes no evento:

Phil Libin: Cofundador e ex-CEO da Evernote, recebeu US$ 250 milhões em aporte de capital e concluiu parcerias estratégicas com grandes marcas. Libin levou a Evernote à lista das empresas com valuation acima de US$ 1 bilhão, em 2012. 

Martin Reeves: Diretor mundial do Instituto Bruce Henderson do Boston Consulting Group, Reeves se dedica a gerar novas ideias em estratégia e gestão para a empresa. Já publicou mais de 15 artigos na Harvard Business Review.

Thomas Friedman: Consagrado autor, jornalista e colunista do The New York Times, vencedor de três prêmios Pulitzer e autor de seis best-sellers. Foi o 2º colocado na lista de “pensadores de negócios mais influentes” do The Wall Street Journal.

Jeremy Bailenson: Pioneiro no campo da virtualidade, Bailenson tem ajudado empresas e pessoas a navegar pelo furacão da realidade virtual. É fundador do Virtual Human Interaction Lab, da Stanford University.

Ronald Heifetz:  Fundador do Centro de Liderança Pública da John Kennedy School of Government, de Harvard, Heifetz é considerado uma das maiores autoridades mundiais em liderança. É conhecido por desenvolver métodos transformadores de desenvolvimento e formação de líderes.

Cláudio Galeazzi: Eleito como o maior reestruturador de empresas do País, é fundador da consultoria Galeazzi & Associados. Ao longo da sua carreira, reergueu várias organizações em dificuldades, entre elas, Lojas Americanas, Azaleia e Cecrisa.

Roger Martin: Referência em estratégia e design thinking, Martin é autor de 11 livros e ocupou a 3ª posição no ranking dos maiores pensadores de gestão. É consultor em estratégia de marcas globais, como P&G, Lego e IDEO.

Rebecca Henderson: Diretora da Business & Environment Initiative de Harvard, Henderson tem como objetivo aprofundar o conhecimento de líderes corporativos sobre os desafios do meio ambiente. É consultora de estratégia de sustentabilidade das maiores empresas do mundo.

Márcio Fernandes: Líder mais admirado do Brasil em 2014, com recorde de 99% de satisfação e engajamento de seu time, pela Você S/A. Aos 36 anos, foi presidente da Elektro, onde reduziu 22% dos custos e melhorou em 15% a qualidade dos serviços. Propõe a felicidade no ambiente de trabalho.

Tim Leberecht: Um dos principais pensadores de marketing da nova geração, ele foi diretor de marketing da NBBJ, que ajuda organizações como Amazon, Fundação Bill & Melinda Gates, Boeing e Google a criar experiências significativas.

Tom Peters: Considerado pelo Los Angeles Times o “pai” da empresa pós-moderna, Peters é um dos principais nomes da gestão mundial e autor de alguns dos maiores best-sellers da história da administração, com mais de 6 milhões de livros vendidos.

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O que grandes executivos do mercado financeiro buscam na hora de contratar?

Pessoas na Nasdaq

O mercado financeiro é um campo de atuação concorrido e que atrai estudantes e egressos de diversos cursos. Por mais que seja comum encontrar na área engenheiros e administradores, não são raros os casos de médicos, historiadores ou até mesmo químicos que fizeram carreira no mundo dos investimentos. Isso porque, por mais que cursos tradicionais em universidades prestigiadas acabem contando pontos, o que os recrutadores realmente buscam na hora de contratar é um perfil específico de profissional, sobre o qual o Na Prática já escreveu nesse outro texto.

Entrevistamos líderes das maiores empresas financeiras do país para descobrir com detalhes o que eles buscam nesse jovem profissional. Se você quer fazer parte do time dos grandes bancos, fundos e gestoras do país, confira as dicas a seguir. E se está em busca de um emprego na área, não deixe de participar da Ene Mercado Financeiro, conferência de carreiras gratuita da Fundação Estudar que ocorre em novembro, em São Paulo – as inscrições estão abertas até 9/10.

Pedro Moreira Salles, presidente do conselho administrativo do Itaú Unibanco
“Eu quero saber a história pessoal do jovem”

 

Florian Bartunek, CIO da Constellation Investimentos
“Só ler Valor e uma revista de negócios não é o suficiente”


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José Berenguer, presidente do JP Morgan Brasil
“O currículo não é determinante”

 

Fersen Lambranho, diretor da GP Investiments
“Queremos o jovem com cabeça de velho, que pense a longo prazo”

 

Jorge Paulo Lemann, fundador do Banco Garantia e empresário do 3G Capital
“Eu sempre olho para o que a pessoa já fez de diferente, mesmo aos 20 anos”

5 atitudes para conseguir um bom estágio

Mulher aperta a mão de homem

A criação da plataforma Wall Jobs, que teve sua história contada aqui, começou com uma dificuldade familiar para muitos jovens: a dificuldade em encontrar emprego. Henrique Calandra tinha no currículo uma graduação em Relações Internacionais pela ESPM e dois cursos de extensão na Universidade Harvard e mesmo assim mal passava da primeira fase dos programas de trainee, sempre restrito às opções engessadas pelos processos de recrutamento.

“Você pensa que jogou quatro anos de faculdade fora”, lembra. Resolveu agir no que via como a raiz do problema: os sites de vagas em si. “As plataformas só pensam num lado, que é a empresa, e prejudicam a vida de milhares de jovens”, conta, lembrando de um processo em que foi obrigatoriamente encaminhado para a área de recursos humanos mesmo querendo trabalhar com marketing. “Nós pensamos nos três: na empresa, na universidade e, principalmente, no estudante.”

Leia também: Confira os programas abertos de estágio e trainee

No caso do universitário, a experiência vem principalmente através do estágio. Hoje, há cerca de 800 oportunidades e quase 1 milhão de usuários no site, que inaugurou recentemente um sistema próprio de currículos para padronizar e facilitar a busca por parte dos recrutadores. (Quem já tinha cadastro, aliás, pode visitar o site e atualizar suas informações para entrar no novo banco de dados.)

“Vimos que ninguém sabia fazer currículos”, resume ele. Além de colocar dados pessoais e experiências de qualquer tipo, é possível selecionar de uma lista que habilidades que você possui e baixar o resultado em PDF para utilizar também fora da plataforma. “É algo muito legal e que as empresas procuram, então se você deixou seu currículo no Wall Jobs, suas chances serão muito altas.”

Como o Wall Jobs também atua como agente intermediário entre companhias e possíveis estagiários, Henrique tem algumas dicas de como se destacar – e que erros não cometer. Confira abaixo 5 conselhos para conseguir o estágio que quiser:

1. Seja proativo
“O que faz um estagiário se destacar é a atitude: querer fazer, correr atrás e ouvir os outros para tentar fazer as coisas”, fala Henrique. “Se você chegar no horário, cumprir suas tarefas e for proativo, você vai se destacar de verdade. É um feedback que eu recebo e que dou pra todo mundo.”

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2. Busque mentores
As pessoas costumam ser mais abertas à ideia de ajudar o outro do que se pode imaginar. “Muita gente já pediu para mim e eu já pedi para os outros”, lembra ele. “Então vá atrás de um mentor, busque no LinkedIn, mande uma mensagem! Faltam guias para todo mundo.”

3. Pense em desenvolver alguma habilidade em alta
Não faltam listas com as habilidades em ascensão hoje ou num futuro próximo. Henrique destaca marketing digital – “Mas de verdade, estratégias e ferramentas! Não é só postar no Facebook” –, conhecimento sobre bancos de dados, desenvolvimento de software e Microsoft Excel. “Não precisa saber muito, mas as empresas cobram e é importante ter uma base.”

4. Não mande qualquer coisa para qualquer um
“Ficar mandando currículo para tudo quanto é coisa não funciona porque quem quer tudo não quer nada”, fala. Ele sugere que se crie uma lista por áreas de interesse e pesquise com cuidado cada etapa, tipos de programa e empresas antes de se candidatar – quem são as pessoas chave da organização e como ela seleciona, por exemplo? “E tente tudo que tem em uma área antes de passar para outra”, conclui ele.

5. Saia de casa
Em tempos de internet onipresente, o contato em pessoa vai longe. Por isso, Henrique sugere que o jovem pesquise eventos em sua área de interesse e comece a frequenta-los. “Numa época em que ninguém corre atrás de nada, muitas pessoas ficam esperando ser indicadas e faz sentido ir atrás. Isso vai transformar sua vida profissional inteira”, garante. Quando questionado sobre se um cartão de visita pessoal seria uma boa ideia, ele riu: “É uma ideia nova e é uma ideia boa. Corra atrás!”

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Esqueça essa história de que estagiários tem que fazer cafezinho. Muito menos servir cafezinho. Um estágio é, por definição, um período de aprendizado. É a melhor maneira de começar a descobrir o mundo profissional, quando é possível testar (e errar) na prática.

Neste material, reunimos algumas dicas sobre como você pode potencializar ao máximo o seu estágio, driblando as principais armadilhas deste tipo de emprego e aproveitando essa experiência da melhor forma possível. 

Começamos com a escolha do melhor estágio para você e terminamos com indicações do que fazer quando um estágio acaba, passando por todo o resto que você precisa saber saber para ser um bom estagiário.  

Para chegar nos conselhos e dicas reunidos neste ebook, ouvimos não só especialistas em carreira mas também os próprios estagiários das mais variadas empresas, como Ambev, Kraft Heinz, BR Malls, Fundação Estudar e BCG (Boston Consulting Group)

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