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Conheça o trabalho em uma startup de gestão pública

equipe jovem em frente a parede de grafite no Núcleo Digital

O Núcleo Digital é uma startup da área de gestão pública que cria ferramentas para democracia digital, sistemas online que permitem à sociedade interagir em processos de governos, organizações ou empresas. Utilizam software livre para abrir o que conseguem das caixas pretas de governos, por exemplo, desenvolvendo canais que possibilitam a participação direta do cidadão em processos tradicionalmente inacessíveis. Um case emblemático é a plataforma Gestão Urbana, uma espécie de “guichê de dicas e reclamações virtual”, que desenvolveram para a prefeitura de São Paulo. A plataforma foi criada em 2013, dentro da própria prefeitura e este processo ajudou a consolidar o Núcleo Digital como empresa autônoma.

Eles assim se assumiram em 2014 e, desde então, crescem rápido. Já prestaram serviços para a Rede Sustentabilidade (a construção colaborativa do programa de governo do PSB-Rede), o Instituto Tecnologia e Sociedade (ITS), o Ministério da Cultura (MinC), os governos do Rio Grande de Sul e do Ceará, além de diversos outros serviços para a prefeitura paulistana.

A semente do Núcleo Digital, porém, foi plantada muito antes, lá em 2000, em uma área aparentemente improvável: os campeonatos de games digitais. Naquele momento, Vinicius Russo, o Vini, ainda era adolescente mas, além de se divertir com seu computador já sacava o valor de comunidades online (que experimentou em jogos como Quake e Unreal) dedicadas a desenvolver um tema por prazer. Reunir interessados em investir tempo para construir algo coletivamente é uma prática comum na cultura da colaboração que, anos depois, o Núcleo Digital iria adaptar para o debate de políticas públicas.

Além disso, aprendeu também a alterar os jogos programando novas possibilidades para o sistema original — prática que está na base da ética hacker. Hoje, aos 30 anos e formação em desenvolvimento de software, Vini é CEO do Núcleo Digital.

Motivação Enquanto estudava, ele trabalhou em empresas de tecnologia da informação (TI), em pequenas produtoras de internet e agências de publicidade. Onde mais se frustrou do que encontrou prazer. Em função disso, em 2008, começou a convocar amigos para reuniões em busca de uma produção autoral. Os encontros eram chamados de Jogo12 e tinham como objetivo usar o tempo ocioso do pessoal para desenvolver projetos com propósito e impacto social. Nessa fase, Vini se aproximou de Erica Atuso e Lucas Pirola, designer e programador que depois viriam a participar da fundação do Núcleo Digital.

O Jogo12 era uma espécie produtora independente, na qual os três trabalhavam remotamente em busca de projetos. Fizeram junto o tropicalia.com.br, um projeto cultural que abriu portas para os jovens, todos por volta dos 25 anos de idade à época. Ao longo dos próximos anos, eles se envolveram com diversos movimentos políticos e digitais, como o Partido Pirata, as Casas de Cultura Digital e a campanha #EuVotoDistrital, e desenvolveram várias plataformas participativas para esses grupos, o que lhes rendeu uma experiência que seria útil mais adiante.

A gestão pública de Gilberto Kassab (2009-2012) na prefeitura paulista, porém, oferecia pouquíssimo espaço para ideias colaborativas na cidade. O arranjo com os amigos arrefeceu e, em 2012, Vini decidiu se mudar para Porto Alegre, onde moraria por um ano. Lá, envolveu-se no Porto Alegre Como Vamos, um movimento social que qualificou as eleições da capital gaúcha. No mesmo ano, também participou da criação da Casa de Cultura Digital Porto Alegre, uma rede que ocupava um dos andares da Casa de Cultura Mario Quitana, principal equipamento cultural do Estado.

Vini foi, então, convidado a criar o gabinete digital do vereador Marcelo Sgarbossa (PT), que estava assumindo. Ficou três meses lá e desenvolveu a plataforma de participação online que até hoje baliza o trabalho de Sgarbossa. Depois disso, voltou a São Paulo, acreditando que a gestão de Fernando Haddad estaria mais disposta a debater transparência pública e participação social. Ele estava certo. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) buscava um assessor de coordenação digital do gabinete, e ele assumiu o posto. Ali surgiu a demanda pela Gestão Urbana, plataforma descrita no primeiro parágrafo deste texto.

A esta altura, a Jogo12 não tinha mais esse nome e o Núcleo Digital ainda não existia como empresa. O trabalho era assinado pela assessoria digital da SMDU, a partir de onde Vini conseguiu “hackear” a Prefeitura, como ele diz. Era preciso encarar as plataformas e sites como um serviço digital de governo (a Gestão Urbana é exatamente isso: um mapeamento colaborativo onde o cidadão pode acrescentar pontos no mapa e apontar problemas ou soluções). O gabinete de comunicação resistia à ideia, com medo de choverem críticas, mas a experiência mostrou o contrário — que o ambiente digital qualificado também leva à participação qualificada. Claro que não está imune a “trolls” (gente geralmente agressiva, geralmente anônima, que inunda a rede com comentários abusivos), porque é a internet, mas os resultados foram muito melhores do que o temor inicial fazia parecer.

Hackeando a metrópole A habilidade “hacker” (capacidade de desvendar e reconstruir códigos de um sistema, fazendo com que realize operações ainda não programadas) de Vini seria especialmente útil na prefeitura paulistana. A plataforma Gestão Urbana estava aprovada, mas não havia tempo hábil para a burocracia de contratação de programadores e designers. Vini, aproveitando sua experiência com comunidades de software livre, conseguiu subir um site provisório, já conectado com as redes sociais, lançando assim as bases para o desenvolvimento dos serviços digitais de governo, que foram produzidos depois.

A agilidade e os custos baixos da criação da plataforma são resultado do uso de softwares livres no trabalho. Diferentemente do software proprietário, o livre não é necessariamente vendido. É necessário investimento para o desenvolvimento inicial do software, sim, mas a partir deste ponto a realização de uma cópia custará zero reais – aliás, como todo software. O trabalho principal de uma empresa de software livre é customizar plataformas e programas para os objetivos de seus clientes.

O mecanismo foi usado na prefeitura de São Paulo, mas é parte do modus operandi do Núcleo Digital, que em seu site lista quatro vantagens do software livre:

1. Economia: o cliente só é paga pelo desenvolvimento ou adaptação do programa às suas necessidades. Não há venda ou aluguel de licença.

2. Independência: o cliente não fica atrelado à empresa que desenvolveu o software. Como o sistema é aberto, outros desenvolvedores podem também colaborar.

3. Eficiência: é comum o desenvolvimento de comunidades ao redor dos softwares livres. Normalmente, este grupo é mais ágil e criativo para encontrar e corrigir questões do que seria uma empresa com seus poucos programadores.

4. Segurança: o sistema pode ser auditado a qualquer momento, é possível entrar no cerne do programa e saber como ele funciona e por onde as informações circulam por ele. Isso é fundamental se falamos de transparência pública e dados abertos.

No caso da Gestão Urbana, foi relativamente simples encontrar plataformas base para o projeto. Mais difícil foi garantir a equipe necessária com pouquíssimo recurso. Começaram o Café Hacker para dar conta dessa demanda, novamente hackeando na lógica burocrática da prefeitura. A ideia consiste em abrir as portas da SMDU todo dia depois das 17h, convocando os interessados a participar de um laboratório de desenvolvimento da plataforma em formação. Isso criou uma comunidade de colaboração ao redor do projeto. A metodologia deu certo, a Controladoria Geral do Município gostou e passou a tocar o processo, mantendo até hoje o nome Café Hacker para uma série de encontros onde submete à contribuição social as plataformas em desenvolvimento pela prefeitura.

O Gestão Urbana foi um sucesso, ao todo, os canais criados para a participação receberam mais de um milhão de visualizações e quase 5 000 contribuições online, efetivamente orientando a realização do Plano Diretor atual. No processo, diversas outras secretarias se aproximaram do grupo, pedindo também plataformas e ferramentas para suas demandas. Realizaram cerca de uma dezena de ações para outros órgãos da prefeitura. A Secretaria de Planejamento (Sempla) gostou do trabalho e os convidou para criar um mecanismo dentro da gestão que desse conta da demanda das múltiplas secretarias. Toparam.

A princípio, seria um laboratório da Prodam, empresa pública de TI vinculada à Sempla. Tentaram alguns meses este trabalho, até que o conflito entre as lógicas do Digital e da TI ficou evidente. Grosso modo, os dois são ondas de inovação que transformaram a forma como lidamos com nossos computadores — a TI, mais antiga, foca principalmente na construção de tubos e conexões, enquanto o Digital se preocupa em o que é possível fazer com essa estrutura física.

“Um site TI é um fim em si mesmo”, diz Maria Shirts, escritora e articuladora do Núcleo Digital. Por exemplo, se a Secretaria de Cultura precisa expor suas ações e usa a lógica da TI, faz um página com dúzias de links, cheia de informação e sem priorização. O usuário iniciante fica perdido e precisa desvendar os caminhos necessários para encontrar o que busca. Comparativamente, numa iniciativa com a lógica Digital, os sites são mais enxutos e propositivos, apontando um caminho de navegação sem tantos links. O design é focado na experiência do usuário e não na necessidade de colocar tudo em um lugar só.

A tentativa de criar um braço digital dentro da Prodam apesar dessa, digamos, incompatibilidade de filosofias (digital e de trabalho) desgastou a relação do grupo com a Prefeitura. Paralelamente, convites para outros trabalhos foram aparecendo e eles decidiram, em  meados de 2014, sair da Prefeitura e começar um caminho próprio como empresa. Seriam, a partir dali, somente o Núcleo Digital, uma startup cívica.

Trabalho em uma startup cívica

Eles são uma empresa especializada em participação política através da internet. Eles estão instalados na Vilynda, um espaço de coworking que dividem com outras iniciativas em Pinheiros, São Paulo.

O primeiro cliente da recém assumida empresa foi a Rede Sustentabilidade, que depois se coligou com o PSB. O ano era 2014, antes do acidente que vitimou o então candidato à presidência Eduardo Campos. Os agora hackers-empreendedores desenvolveram para o novo cliente uma plataforma participativa, com a qual qualquer interessado em construir o programa político de Marina Silva e Eduardo Campos poderia contribuir, dando ideias e votando em questões específicas. Deu certo e eles seguiram com a parceria, construíram para a Rede uma plataforma de gestão do partido, sistema onde é possível acompanhar os processos necessários para a legenda, desde a aprovação ou rejeição de novos integrantes, passando pela comunicação das propostas até a cobrança online das contribuições dos membros.

Leia também: Sete maneiras de fazer a diferença trabalhando na esfera pública

Atualmente, o Núcleo Digital toca em média três projetos por vez. No momento, estão desenvolvendo a Rede Cultura Viva, uma plataforma para mapeamento cultural do MinC; o LoginCidadão, um software livre para integrar os serviços públicos (uma espécie de acesso único a todos os serviços online de um governo) que já é usado pelo Estado do Rio Grande do Sul; e a Plataforma Brasil, que discute a reforma política e foi encomendada pelo ITS.

O Núcleo Digital é formado pelos seguintes colaboradores (eles não gostam de se designar funcionários) e atuação: Vinicius Russo na articulação e CEO; Lucas Pirola na programação e CTO; Jessica Tarasoff em experiência de usuário e design; Maria Shirts em comunicação e articulação; Talita Bazetto em coordenação de projetos e finanças; Leonardo Ruffus em inovação e experimentação e Natascha Symanski, marketing e estratégia.

Além dessa equipe fixa, a startup conta com uma rede de freelancers para cobrir eventuais aumentos de demanda. Os serviços prestados pela empresa são: desenvolvimento de plataformas/aplicações de participação, controle social e transparência; desenvolvimento de software por demanda; desenvolvimento de sistemas de cobrança; formação em inovação tecnológica e política e elaboração de conteúdo digital.

Hackear Brasília Vini considera que o diferencial de sua empresa é tanto o acúmulo de diversas ferramentas em software livre, que lhes permite criar soluções em tempo curto e a um custo menor, quanto a proposição política progressista que, segundo ele, atrai clientes também em busca de inovações democráticas. Ele fala do papel social que acredita poder desempenhar com a sua empresa:

“O contexto atual de radicalismo e retrocesso, simbolizado pelo Congresso, está nos levando a buscar novos contrapesos. Queremos trabalhar por uma democracia melhor, desenvolver alguma solução para tirar nosso sistema político desse risco atual”

Para Vini e seu grupo, esse “o que queremos” já se transfigurou em trabalho real. Uma nova ideia começou a tomar forma nos chamados Encontrões Hacker, que já ocorreram no Rio Grande do Sul e no Ceará. Em um deles, este ano, foi lançado o Mapas Culturais, uma das principais plataformas desenvolvidas por estes laboratórios. Vini pretende ser um dos articuladores da rede Hackers BR, que reúne ativistas brasileiros visando articular políticas digitais, sempre com um pé na produção de novas plataformas. “O problema é o sistema político, certo? E o hacker é aquele que cria novas possibilidades em um sistema. Então, vamos tentar”, diz ele.

Ainda sem uma fonte estável de financiamento, a rede Hackers BR começa com o investimento de horas de trabalho do Núcleo Digital e do Hacklab, dois grandes laboratórios em atividade no país. “Algumas vezes parece super factível e outras bem utópico, mas essa é a graça. Estamos na etapa de ativar a comunidade e fazer as conexões necessárias para que ela alcance uma voz a altura do seu sonho”, afirma Vini.

A ideia é desmembrar as ações, deixar o Núcleo Digital focado na prestação de serviços e levar à rede o papel de luta política. Assim, cresce atrelando inovação tecnológica à inovação política. A startup quer ir, dessa forma, além do desenvolvimento de softwares para se tornar uma protagonista no desenvolvimento de uma democracia digital no país.

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

Dez ferramentas incríveis e gratuitas para empreendedores

caixa de ferramentas

Sabemos que você já leu muito sobre gestão de negócios, mas às vezes faltam aquelas instruções mais práticas, que vão te ajudar a transformar o que você aprendeu em ações no dia-a-dia na empresa. Por isso, a Endeavor separou dez ferramentas para empreendedores que precisam ir direto ao ponto: como eu aplico esse conceito para alavancar meus resultados?

1. Matriz de gestão de tempo para quem sente que 24 horas é pouco

Se você ainda é responsável por boa parte das atividades da sua empresa, das finanças à gestão de pessoas, essa matriz é feita pra você.

2. 5W2H: um plano de ação para quem quer colocar a mão na massa

Estar preparado para executar um novo projeto é tão simples quanto responder a essas 7 perguntas. Comece agora!

3. Guia de Definição de metas para PMEs

Toda empresa precisa ter metas para continuar crescendo. Se você já sabe aonde quer chegar, as metas seguem a linha de resultados que te leva até lá.

4. 8 passos para quem quer vender mais do que um produto

A ferramenta “Job to Be Done” te ajuda a enxergar seu produto como experiência de consumo e a transformar a noção de preço em valor.

5. Design Thinking para quem quer criar um negócio inovador

Siga essas quatro etapas e avance na construção de uma experiência de consumo desejada pelos seus futuros consumidores.

6. Mapa de Empatia para quem quer conhecer melhor seu público

Entender as verdadeiras necessidades e aspirações dos seus futuros consumidores é metade do caminho para criar algo relevante e desejável. Pegue esse atalho!

7. 10 Passos para Captar Clientes de Grande Porte
Direcionar seus esforços de captação aos clientes que mais vão te trazer retorno pode ser a melhor estratégia para empresas com um time de vendas reduzido.

Leia também: Dez cursos rápidos que mudam a vida de um empreendedor

8. Matriz BCG para quem quer apostar nos produtos que dão certo

Vaca-leiteira, estrela, abacaxi ou um grande ponto de interrogação. Classificar sua oferta de produtos com esses quadrantes vai te ajudar a melhorar suas apostas.

9. AIDALA para quem quer criar uma campanha de Marketing sem igual

Da conquista à fidelização, aprenda como criar uma estratégia consistente em cada etapa do seu planejamento de Marketing.

10. Técnica de 5S para quem sempre deixa a arrumação para depois

Seja em um escritório ou na garagem da sua casa, descubra como melhorar a organização do ambiente da sua empresa para aumentar a produtividade do time.

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

A experiência do estágio internacional na França e na Holanda

Jovem moça faz pose em frente a turbina de avião

Empresária júnior e estudante de administração empresarial da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), Carolina Michelutti teve a oportunidade de vivenciar duas experiência de estágio internacional em um mesmo ano: trabalhou na Airbus, na França, e na Philips, na Holanda. No relato a seguir, ela traz algumas informações sobre o trabalho realizado e o amadurecimento profissional:

Depois de me dedicar por três anos ao Movimento Empresa Júnior, em paralelo à minha graduação no curso de Administração Empresarial, da Universidade Estadual de Santa Catarina, decidi buscar um novo desafio que me trouxesse a combinação de desenvolvimento pessoal, profissional e, se possível, cultural: uma experiência de trabalho no exterior. Com essa aventura, tive a certeza de que a formação empreendedora que tive dentro do ambiente universitário foi decisiva para eu alcançar a experiência desejada.

O primeiro ponto que destaco é a iniciativa de tentar e de conseguir energia para participar dos processos seletivos de grandes multinacionais até o fim. Alguns passam por dinâmicas e testes online. Domínio da língua inglesa é fundamental e muito cobrado também. Mas a maior lição que tirei de todos os processos pelos quais passei foi a certeza de que garantir o estudo e preparo para cada etapa é, tão importante quanto, eu me manter fiel a quem eu sou e ao que acredito.

Desde o início eu tive claro os motivos que me fizeram buscar cada vaga, o que esperava, e o que poderia oferecer. Depois de muitas tentativas, acabei recebendo duas oportunidade de trabalho: seis meses na fabricante europeia de aeronaves Airbus, na França, e mais um semestre na Philips, na Holanda.

O segundo ponto que me ajudou a sair da zona de conforto foram as tarefas desenvolvidas em cada empresa, dentro de ambientes cheios de desafios e dificuldades. Na Airbus, pude observar de forma evidente aquilo que aprendemos durante a graduação e na empresa júnior: a compreensão de que toda empresa é um sistema interligado.

Estagio Airbus
Carolina no prédio da Airbus, na França [Acervo Pessoal]

Do início da produção de um avião até a sua entrega final ao cliente, há pelo menos quatro países envolvidos no processo, considerando suas particularidades legais, culturais e físicas. É gestão na prática dia após dia. Já na Philips, diante da tarefa de reestruturar o programa de coaching para funcionários de dez países diferentes, eu me lembrava constantemente do mindset de empresário júnior: em toda dificuldade, há espaço para uma oportunidade.

Em ambas experiências de estágio internacional, tive muita abertura para sanar todas as minhas dúvidas e curiosidades -apesar das diferenças culturais, de idade e experiência entre mim e os colegas da empresa. Arrisco dizer que o jeito europeu é diferente do jeito brasileiro de trabalhar. A recepção pelo fato de você ser novo no ambiente é mais objetiva, rápida e direta. Por meio de perguntas informais, consegui tutoras que me proporcionaram um crescimento e amadurecimento extra durante os meus estágios, além de me lembrarem a todo momento que sempre há espaço para aprender mais.

Leia também: Veja oportunidades abertas de estágio e trainee

Depois dos estágios concluídos, constatei que a formação empreendedora deve ser contínua e devemos estar sempre abertos a buscar novos desafios. Também tive a oportunidade de crescer em várias perspectivas. No quesito convivência com pessoas e culturas diferentes, certifiquei algo que li um dia: “todo mundo é capaz de se relacionar com qualquer pessoa de alguma forma, desde que estejamos abertos a deixar para trás as barreiras superficiais que nos separam”, às quais eu prefiro chamar dos nossos pré-conceitos, ou medos.

Percebi que lidar com a diferença de cultura, língua e ambiente já são situações que por si só tiram qualquer um da zona de conforto. Além disso, certifiquei que quando se trata de oportunidades profissionais, nem tudo depende de networking, e não adianta contar apenas com isso para alcançar o que se espera. Dedicação, compromisso e persistência são fundamentais.

Por falar em persistência, chego ao último aprendizado que destaco de toda a experiência, conselho do meu pai: “quando se trata de alcançar aquilo que se quer de verdade, paciência e perseverança são virtudes que costumam ser recompensadoras”. E de fato, elas são.

Para saber mais sobre oportunidades de estudo e trabalho no exterior, acompanhe o portal Estudar Fora, da Fundação Estudar.

Veja vagas na ONU para jovens profissionais

Bandeiras de países em frente a prédiio

Sonha em trabalhar na Organização das Nações Unidas (ONU)? Quer ter uma carreira internacional? A sua chance pode ter chegado. A ONU está com inscrições abertas para o seu Programa de Jovens Profissionais, que irá recrutar talentos em 54 países, incluindo o Brasil.

Neste ano, há vagas nas áreas de Finanças, Assuntos Sociais, Informação Pública e Direito. Para se candidatar, é preciso ter 32 anos ou menos até o final do ano, ter concluído o ensino superior e ser fluente em inglês ou francês.

A primeira fase de seleção consiste no envio de currículo e uma carta de motivação. Os aprovados nesta etapa farão um teste de conhecimentos gerais, que será realizado no dia 15 de dezembro.

Leia também: Confira os programas abertos de estágio e trainee

Por fim, os melhores passarão por uma entrevista. O prazo para inscrições varia conforme a área do candidato. Veja a seguir as datas para as vagas na ONU:

Até 26 julho: Finanças
Até 2 agosto: Estatística
Até 9 agosto: Informação Pública
Até 16 agosto: Assuntos Sociais
Até 23 agosto: Direito

Os selecionados terão um contrato de dois anos com a ONU, com possibilidade de renovação, e vão trabalhar em alguma das seguintes cidades: Viena (Áustria), Santiago (Chile), Addis Ababa (Etiópia), Nairobi (Quênia), Bangkok (Tailândia), Nova Iorque (EUA) e Genebra (Suíça).  Saiba mais sobre o programa e faça sua inscrição.

Este artigo foi originalmente publicado em Estudar Fora

O trabalho no Citi, um dos maiores bancos do mundo

Avião passa por prédio do Citi

“Na escola eu estava longe de ser um bom aluno em matemática”, lembra Eduardo Fernandes, 32 anos, formado em marketing pelo IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais). Curioso que ele tenha ido parar justo no mercado financeiro, atualmente responsável por uma das áreas de serviços para bancos parceiros do Citi, em São Paulo. Para chegar até lá, o caminho foi longo, claro. “Tive que aprender a fazer conta”, brinca.

O trabalho no Citi, um dos maiores grupos financeiros do mundo, começou como um primeiro emprego: Eduardo entrou, como prestador de serviço, para fazer atendimento de telemarketing em um projeto temporário do Citibank, em 2004. Nessa época, ele ainda estava na faculdade e tinha todo interesse em ser contratado como efetivo. “Eu pensava ‘quero fazer parte desse prédio’”, lembra. Ao término do projeto, ele foi efetivado como prestador de serviços e assim permaneceu por quatro anos, passando por diversas áreas: operações, atendimento, controle, auditoria.

O conhecimento que Eduardo tinha em tecnologia garantiu uma vaga efetiva e com contato próximo das grandes empresas.  Movido por desafios, passado um ano e meio ele começou a pensar em qual seria seu próximo objetivo na empresa. Surgiu o interesse em trabalhar em vendas, atendendo empresas, e Eduardo buscou conhecer o que o banco oferecia para investir nessa área. “Eu conhecia o produto e achava que era bom de relacionamento, então fazia sentido me candidatar à uma vaga”, lembra, bem-humorado.  Passar por vendas também fazia parte do seu projeto carreira, mas a posição a que ele se candidatou foi congelada. “Para trabalhar em mercado financeiro é preciso ter paciência também, porque há o timing pessoal e o da empresa”, explica.

Quando a posição voltou a estar disponível, era no Rio de Janeiro, sendo que Eduardo estava em São Paulo. Assim, foi necessário tomar a difícil decisão pela mudança. O momento não era o mais fácil, pois ele estava casado e com uma filha pequena, mas valeu a pena e a família passou quatro anos no Rio. Neste tempo, Eduardo desenvolveu sua habilidade na área comercial e se sentiu mais confiante como representante do banco. Há dois anos e meio de volta a São Paulo, ele saiu do front office (o contato com os clientes corporativos) e está gerenciando o time de relação do Citi com outros bancos.

Carreira, ética e competitividade Apesar da mudança de cidade não ser algo que Eduardo buscava, ela fez sentido para a trajetória de carreira que ele queria. Segundo ele, isso faz parte do balanço de interesses que existe na relação do funcionário com a corporação. “Acredito que a gestão da carreira seja do profissional. Se o seu empregador precisa de você na área x, veja se é parte do que você espera para a sua carreira e estar preparado para o próximo passo”, diz. Para Eduardo, é importante sempre comunicar o que se está disposto a negociar, como tempo e dinheiro, para que não existam frustrações de ambos os lados.

Em um jogo, como War, se todos os competidores do tabuleiro disputam o mesmo território, a competição é alta e as relações se acirram. Mas no ambiente corporativo, Eduardo explica, é comum que exista mais de uma vaga pro que se quer e a competição pode ser moderada. “Se você tem um objetivo de carreira, comunique ao seu gestor, ao gestor do gestor e ao RH, pois são as pessoas que vão te ajudar nesse processo e te orientar a desenvolver habilidades para o seu objetivo”, ele explica.

Leia também: O dia a dia de um profissional de research em um banco de investimentos

Ou seja, a competitividade existe, mas ela não precisa ser desleal. As equipes dependem umas das outras e, ao final do dia, os colegas vão compartilhar o happy hour, então o melhor é que as relações sejam amistosas e respeitosas. Ser ético é o mínimo que se espera na empresa, o foco do banco é o relacionamento. “Isso se aplica ao trabalho sempre: pode ser que não ganhemos um cliente por taxas, por exemplo, mas podemos ganhá-lo por uma questão de estrutura e de como oferecemos o serviço”.

Dia a dia e motivações O time de Eduardo é responsável por empréstimos em dólar no mercado interbancário brasileiro. Por exemplo: Uma grande empresa precisa antecipar um recebimento em dólar ou alongar um pagamento em dólar e pede isso um banco X, mas o banco X precisa captar este volume em dólar para acomodar esta operação, então ele consulta o Citi para esta captação, financiando assim o comércio exterior.

Como há outros serviços que envolvem interação entre bancos de países diferentes, o inglês é essencial e o espanhol vem se tornando também importante. Desde que está no Citi, Eduardo fez dois assignments fora do País, que o ajudaram neste aspecto. “É cultura do Citi investir no funcionário”, ele conta.  Quem entra como trainee hoje, pode passar por Nova Iorque para aprender mais sobre como é ser funcionário do banco global.

Se perguntado quanto custou pessoalmente a sua carreira no Citi, a resposta de Eduardo é: “O que eu estava disposto a pagar: não trabalhar além do horário com frequência e nem aos finais de semana”.

O dinheiro é importante, mas, para Eduardo, a partir de determinado momento deixa ser o elemento que faz diferença. As maiores motivações são os líderes inspiradores. “O vice-presidente tem 34 anos, o banco confia nele, acho isso demais! Me sinto realizado, e tenho duas pessoas, uma delas mulher, muito inspiradoras acima de mim”.

Como próximos passos, ele aponta a possibilidade de carreira internacional como um dos caminhos para consolidar conhecimentos. “Meus gestores e RH já estão informados sobre meus planos e timing, agora é uma questão de tempo” — afirma Eduardo.

Eduardo Fernandes participou do Imersão Mercado Financeiro, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira nesse mercado? Saiba mais aqui.

Jovens universitários ensinam crianças a programar em Goiás

Duas crianças aprendem no computador

Não ter um lugar onde crianças pudessem aprender programação incomodava um grupo de jovens da Universidade Estadual de Goiás. Por isso, Mateus Nascimento, Munike Lamounier, Silas Júnior e Túlio Vital, alunos do curso sistema de informação, criaram o Gênios de Turing. O projeto, elaborado em janeiro desse ano e inicialmente voltado somente para a faculdade, se transformou em um grupo de pesquisa de extensão, com o objetivo central de introduzir a programação como uma matéria curricular no ensino fundamental.

“Fazendo um estudo de caso, nós percebemos que as crianças dessa faixa etária – dos 8 aos 11 anos – querem algo diferente na escola. Mas tanto os professores quanto os pais não estão sabem como atender a essa demanda”, relata Silas Junior, um dos criadores do projeto. A ideia é que o grupo ensine os jovens não só a programar, mas também a entender o pensamento computacional e a desenvolver seus próprios aplicativos.

Para que os objetivos sejam atingidos, as crianças utilizarão o Scratch, uma ferramenta que ensina programação a partir da lógica do Lego e a ferramenta Code.org, com a qual os jovens programarão jogos sobre filmes infantis.

Desenvolvido com o apoio e supervisão do professor Elton César Silva Morais, o projeto conta com a participação da professora do Instituto Federal Goiano, Ramayane Bonacin, e da técnica de informática Talia Santana.

As aulas terão início no dia 10 agosto no colégio São Tomáz de Aquino, em Ceres (GO), e serão semanais, substituindo matérias tradicionais de forma alternada. O curso, que é gratuito, terá duração de 10 meses e os alunos serão avaliados a cada aula ministrada. O “termômetro”, como explica Silas, é uma forma de testar o que as crianças entenderam e de que forma aprenderam. “O termômetro servirá também como uma guia para que nós programemos as aulas”, diz.

Segundo ele, os alunos do colégio estão defasados na área de informática. Por isso, antes de começar o curso de programação, os Gênios de Turing irão ensinar como mexer no computador, como navegar pela internet e outras ferramentas da máquina.

Apesar da temática, os estudantes também terão aulas fora do laboratório de informática. “Nós ensinaremos jogos de lógica na biblioteca, como uma forma de incentivar o gosto por esse ambiente”, ressalta Silas.

Leia também: Antes dos 18 anos, Pedro e Henrique criaram sozinhos uma empresa milionária

Outro objetivo do projeto é incentivar as meninas a aprender programação. Segundo ele, o setor ainda é dominado pelos homens, o que acarreta certo preconceito perante o público feminino na área. “Quando nós começamos a pensar sobre o Gênios, já tínhamos essa ideia de despertar o interesse das mulheres pela tecnologia”.

Ele defende ainda que aprender a programar ajuda não só na informática, mas em todos os componentes curriculares. Segundo Silas, a programação para crianças é de extrema importância, apesar desse cenário se mostrar em estágio inicial no Brasil. “O movimento A Hora do Código apoia a programação para crianças e mostra que a atenção delas aumenta em cerca de 70%, preparando melhor para o ensino superior”.

Os Gênios de Turing planejam que, se receberem uma resposta positiva dos estudantes de São Tomáz Aquino, o projeto pode ser expandido para outras regiões do país.

Este artigo foi originalmente publicado em Porvir

As melhores universidades do Brasil em 2015

Jovens formandos vestidos com becas e capelos

O CWUR (Center for World University Rankings) acaba de publicar o seu ranking anual com as mil melhores universidades do mundo. Como foi no ano passado, o Brasil aparece representado por dezoito instituições.

A mais bem avaliada instituição de ensino superior do Brasil é a Universidade de São Paulo (USP), que na classificação geral ficou em 132º lugar, seguida por outras instituições públicas. Os três primeiros lugares são ocupados por universidades norte-americanas: Harvard, Stanford e Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A maior parte das instituições citadas pelo levantamento se encontra nos EUA, Reino Unido, Canadá, Japão, França e outros países europeus. As 4 melhores universidades do Brasil estão concentradas na região sudeste.

O ranking leva em conta critérios como qualidade de educação e do corpo docente, medida principalmente por meio prêmios internacionais recebidos por alunos e professores, e o número de egressos com carreiras de destaque, baseado na quantidade de ex-alunos que são presidentes de grandes empresas. Com menor peso, também contam número de publicações e citações sobre pesquisas. A nota final para cada instituição vai de zero a cem.

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Ranking das melhores universidades do Brasil

1. Universidade de São Paulo (USP)
Posição no ranking global: 132º
Nota final: 49,31

2. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Posição no ranking global: 322º
Nota final: 45,72

3. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Posição no ranking global: 404º
Nota final: 45,14

4. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Posição no ranking global: 526º
Nota final: 44,7

5. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Posição no ranking global: 583º
Nota final: 44,55

6. Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
Posição no ranking global: 589º
Nota final: 44,53

7. Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Posição no ranking global: 664º
Nota final: 44,41

8. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
Posição no ranking global: 826º
Nota final: 44,21

9. Universidade Federal Fluminense (UFF)
Posição no ranking global: 915º
Nota final: 44,12

10. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Posição no ranking global: 918º
Nota final: 44,12

11. Universidade de Brasília (UNB)
Posição no ranking global: 920º
Nota final: 44,12

12. Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Posição no ranking global: 934º
Nota final: 44,1

13. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Posição no ranking global: 939º
Nota final: 44,09

14. Universidade Federal de São Carlos (UfsCar)
Posição no ranking global: 941º
Nota final: 44,09

15. Universidade Federal do ABC (UFABC)
Posição no ranking global: 961º
Nota final: 44,07

16. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Posição no ranking global 974º
Nota final (máximo de 100) 44,05

17. Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Posição no ranking global: 992º
Nota final: 44,03

18. Universidade Federal do Ceará (UFC)
Posição no ranking global: 998º
Nota final: 44,03

MIT quer premiar os jovens brasileiros mais inovadores

Pastas do MIT inovadores com menos de 35 anos Brasil

A inovação tem sido destacada como a grande força propulsora do crescimento sustentável das nações, e resposta para muitos dos problemas sociais dos países em desenvolvimento. No Brasil não é diferente — a busca por inovações motiva cada vez mais pessoas a perseguirem uma carreira de alto impacto.

Mas quem são os jovens brasileiros mais inovadores? A revista MIT Technology Review, ligada ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), quer saber!

Por meio do prêmio Inovadores com menos de 35, com o apoio da Fundação Estudar e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a publicação vai elaborar uma lista dos mais destacados jovens pesquisadores, inovadores e empreendedores do país com menos de 35 anos.

Para concorrer, basta realizar sua candidatura até dia 27 de agosto por aqui. O requisito para participar é ser criador de uma tecnologia inovadora e de impacto, capaz de afrontar e dar solução às principais necessidades e carências da população brasileira.

Os selecionados farão parte da lista global dos jovens inovadores da Technology Review, que reúne os nomes mais promissores de cada país. Mark Zuckerberg já esteve nela, e também Sergey Brin, do Google.

Para Marcelo Cabrol, do BID, tratam-se de jovens que “vivem, repiram e irradiam inovação”.

“Através deste reconhecimento queremos destacar os jovens que estão transformando o futuro. Brasileiros que, com seu talento e esforço, desenvolvem projetos capazes de resolver problemas sociais e econômicos de forma inovadora e criativa. Cada um destes ganhadores poderia melhorar notavelmente milhões de vidas e nosso objetivo é ajudá-los a fazê-lo”, afirma Cecilia Nicolini, diretora adjunta da MIT Technology Review em português.

Leia também: O que fazem as empresas mais inovadoras da América Latina?

Ano passado, a publicação organizou pela primeira vez a premiação no Brasil, e reconheceu projetos que vão desde um programa informático para melhorar o diagnóstico de doenças genéticas raras até uma plataforma de ensino adaptativo para personalizar o ensino em escolas e universidades.

Entre os premiados, estavam Lorrana Scarpioni, bolsista da Fundação Estudar e na época com 23 anos, que criou a Bliive (rede social que permite que os usuários troquem, entre si, serviços que vão de pintura de casas a massagens e aulas de música), e Gustavo Caetano, então com 32, fundador da empresa Samba Tech.

Vale do Silício: como fazer parte, mesmo não estando lá?

embalagem de guardanapo do Vale do Silício

Segundo o CEO do SurveyMonkey, Dave Goldberg, o Vale do Silício hoje não se restringe a uma localização. É, na verdade, um estado de espírito, uma cultura que se dissemina pelo mundo.

E esta é uma ótima notícia para você. Porque, de acordo com Goldberg, que faleceu em um acidente em maio de 2015, sua empresa pode fazer parte do Vale do Silício, mesmo que esteja sediada em qualquer outro lugar que não lá. Em suma, o Vale do Silício é a concretização de uma cultura de empreendedorismo que, para funcionar, deve respeitar três pontos fundamentais:

1. A falha é aceitável: na verdade, na maior parte dos casos, a falha é inevitável; o essencial é tentar, uma vez que quase todos os empreendedores de sucesso erraram um tanto antes de acertar. Esse ponto é ainda mais importante para os empreendedores brasileiros, onde  a cultura do fracasso ainda é pouco valorizada.

2. O financiamento existe: a imensa maioria dos empreendimentos requer um investimento inicial. E, no Vale do Silício, boa parte dos investidores são os próprios empreendedores. Isto corresponde a um movimento de troca, de devolução, uma vez que os fundadores de uma startup que tenha se consolidado graças a investimentos muito provavelmente financiarão startups no futuro, em uma operação que, Godlberg acredita, é inerente ao empreendedorismo do local.

Como exemplo de empreendedores que colocaram esta filosofia em prática aqui no Brasil, podemos citar Hernan Kazah (fundador do Mercado Livre e que hoje tem um fundo chamado Kaszek Ventures, para investir em startups digitais da América Latina), Romero Rodrigues (fundador do Grupo Buscapé) e Marcelo Sales (co-fundador da Movile e da aceleradora de negócios digitais 21212).

3. Mecanismos de suporte à disposição: advogados, contadores, empresas de relações públicas, recrutadores. Uma estrutura com provedores de serviço especializados em empreendedorismo vai contribuir demais com o processo, uma vez que são profissionais muito bem informados, que já acompanharam o crescimento de várias empresas.

No caso atual do Brasil, entretanto, estes mecanismos especializados não são tão considerados, ainda. É comum o empreendedor contratar profissionais sem familiaridade com questões de empreendedorismo para elaborar um contrato de acionistas, por exemplo – o que pode trazer problemas mais à frente.

Goldberg conclui salientando uma outra questão capital: a mentalidade de que qualquer um pode chegar lá. Ele afirma que, no Vale do Silício, não há preconceito algum em relação à origem de uma ideia, de um empreendimento. Não importa qual a situação ou a nacionalidade do empreendedor; se a ideia tem potencial, ele deve encontrar o financiamento e o suporte necessário para concretizá-la.

Estes são fatores essenciais para que se institua a cultura do Vale do Silício fora do Vale do Silício.

Outra boa notícia para você: este pensamento de Goldberg vem se materializando na forma de investimentos realizados fora do Vale do Silício. Alguns fundos vinculados ao local vêm, inclusive, financiando cada vez mais startups no Brasil. São os venture capitalists – investidores que fazem aportes em empresas nascentes.

Um exemplo recente é o investimento de US$ 130 milhões feito pela Redpoint e.ventures em startups brasileiras. É um movimento que vem se tornando mais recorrente, e que cristaliza a ideia de que o Vale do Silício está ampliando mais suas fronteiras.

Leia também: Concurso levará estudante brasileiro ao Vale do Silício

Além deste, outros fundos vem investindo em negócios brasileiros, como Insight Partners, Accel Partners e Sequoia. Aqui no Brasil, temos exemplos de fundos e aceleradoras brasileiros que já adotaram a filosofia do Vale e a estão aplicando por aqui, como 21212, Aceleratech, Wayra, entre outras.

Como é, sua empresa está pronta para colocar em prática a cultura da inovação? Então, não custa nada tentar um contato com a moçada aí de cima. Quem sabe seu empreendimento não é o próximo a integrar o Vale mais famoso do mundo?

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Por que resolvi ser trainee da Riachuelo?

Fitas coloridas

Aline Costa Otávio é formada em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP) e está em vias de terminar sua segunda graduação – dessa vez em Administração de Empresas. Ela contou ao portal Seja Trainee como foram suas experiências  nos processos seletivos de que participou e por que resolveu ser trainee na Riachuelo, uma das maiores empresas de varejo de moda do país. Veja seu relato:

História

Nasci em uma cidade pequena do interior de São Paulo e vim morar na capital para realizar minha formação acadêmica e posteriormente me inserir no mercado de trabalho.  Meus três primeiros estágios foram na área de comunicação. Trabalhei na emissora Band e em duas agências de publicidade: RAI e Riot, onde fui efetivada.

Minha principal função em todos os empregos era manter contato com diversos tipos de pessoas. Nas agências, também tinha função de gerenciar pessoas e processos, organizar cronogramas e negociar. Ou seja, sempre vi o relacionamento com pessoas como principal objetivo a se buscar em uma vaga.

Entretanto, comecei a sentir um desejo de migrar para empresas. Em agências, principalmente as digitais, há muita rotatividade de clientes, então, quando começava entender um cliente já tinha que atender outro. Sentia falta de realmente me identificar e ter paixão por uma marca. Na publicidade, as pessoas são apaixonadas pela criatividade das idéias, porém eu procurava algo mais concreto.

Começo do trainee

Decidi ser Trainee pois não queria de começar do zero nessa transição. Aliado a isso, o trainee é diferente de todos outros empregos efetivos iniciais, uma vez que a empresa fornece um grande treinamento, acompanhamento e contato com lideranças. Sem falar que eu também almejava um desenvolvimento e crescimento profissional rápido que me levasse a um cargo de gestão. 

Processo seletivo

Na primeira dinâmica em que participei, tive a impressão que havia muita gente ali que não sabia o porquê estava participando daquele processo e quais eram seus objetivos profissionais. Ou seja, a maioria dos candidatos não conseguia falar de si mesmo, pareciam perdidos. Infelizmente, eu também não tive sucesso nesta fase, não pela apresentação pessoal, mas pela etapa seguinte. Na apresentação do case, deixei minha ansiedade tomar conta e demonstrei minha preocupação em falar  público, o que me eliminou. A própria consultoria me informou que apesar de conseguir me vender muito bem na apresentação pessoal, meu desespero ao apresentar o case foi notável.

A etapa que achei mais legal foi a entrevista pessoal. Fiz duas na Riachuelo, a primeira com um diretor mais o RH e a última com dois gestores.  Achei interessante o quanto a minha relação com a família, os amigos e minhas experiências pessoais foram importantes para demonstrar que tipo de pessoa eu sou hoje. Os entrevistadores estão interessados em saber quem é você e o que busca, então, é a melhor hora para ser sincera e conseguir se vender.

Leia também: Por dentro da sede da Riachuelo em São Paulo

A mais difícil para mim foi o Painel.  Antes das entrevistas, participei do Painel de Negócios da Riachuelo e tive que estudar muito sobre a empresa, fazer pesquisa de campo e realizar um projeto para apresentar. Geralmente a empresa não oferece muito tempo para tal, o que foi meu caso. Outro ponto é que seria a primeira vez que teria contato com um gestor da empresa, e isto realmente criou certo nervosismo e insegurança.

Um ponto interessante aqui é que tanto nesta fase quanto na dinâmica eu apresentei o porquê da minha escolha e como me identificava com a marca. Notei que fui a única que incluí esta parte em ambas as apresentações que participei.

Como relatei acima, participei do Painel de Negócios da Riachuelo. A experiência foi incrível, pois senti que me aproximei muito da marca e do dia a dia na loja.

Para apresentação do projeto, tive que visitar várias lojas da empresa e da concorrência, entrevistar funcionários e analisar os pontos positivos e negativos de cada unidade, para, assim, conseguir apresentar uma estratégia com bastante propriedade para o gestor.

Ensaiei bastante a apresentação para não correr o risco de dar branco ou travar na hora de falar. Também estudei muito sobre a Riachuelo, seus valores, estrutura, campanhas, posicionamento e objetivos no varejo.

O prazo era de uma semana, entretanto como tinha uma viagem marcada, tive que me virar em três dias. Como estava muito determinada, deu tudo certo!

Como o Seja trainee ajudou

Primeiramente, a Seja Trainee me ajudou muito a realizar uma grande análise de autoconhecimento.  Passei a entender quais de fato são meus pontos fortes e fracos e como eles podem me ajudar e atrapalhar.  Conseguir traçar uma relação dos pontos fortes que seriam mais vantajosos apresentar para cada tipo de empresa e ao mesmo tempo,  aprendi controlar meus pontos fracos, como a ansiedade, de forma a não deixar o nervosismo tomar conta da situação.

Por meio de ferramentas, consegui definir quais são meus objetivos e motivações profissionais, para assim, conseguir enxergar qual vaga iria oferecer tudo aquilo que buscava. Dessa forma, teria mais chances de me realizar profissionalmente.  

Em todas as etapas presenciais, reconheci que era muito importante demonstrar uma qualidade minha por meio de experiências profissionais, com contexto, ação e resultados obtidos. Porque falar apenas qual era minha característica não mostrava nada, caso não tivesse exemplos concretos. Também aprendi que é extremamente importante estudar a empresa e avaliar como me identificava com ela.  Assim saberia se meu perfil e meus atributos seriam grandes diferenciais para aquela vaga e se encaixariam dentro dos valores da marca. 

 

Este artigo foi originalmente publicado em Seja Trainee

Qual a melhor forma de dar (e receber) feedback?

Jovem executiva discute com homens de terno

Uma dúvida recorrente entre os jovens em início de carreira diz respeito ao esquema do trabalho em equipe nos ambientes corporativos. Um estudo realizado pela Universidade de St. Andrews, na Grã-Bretanha, e publicado na revista Science, aponta que é exatamente a capacidade de trabalhar em equipe o segredo para o sucesso do ser humano em todas as áreas, incluindo carreira.

Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo.

Ainda assim, nem sempre a dinâmica dentro de um time flui com facilidade. Entre as práticas que tornam o dia a dia mais fácil e produtivo, está o feedback que não só melhora o desempenho da equipe, mas também a confiança entre as pessoas. Em outras palavras, os resultados são melhores e as pessoas acabam se relacionando melhor. A seguir, o Na Prática reuniu algumas dicas para te ajudar a dominar a técnica do feedback  e não fazer feio no ambiente de trabalho.

Leia também: O que é liderança e por que ela é tão importante para uma carreira?

 

Mas, afinal de contas, o que é o feedback? Para Neuza Chaves, consultora da FALCONI e autora do livro Esculpindo Líderes de Equipes, trata-se do exercício de informar outra pessoa sobre como percebemos o seu comportamento e, ao mesmo tempo, dar abertura para que ela também mostre o seu ponto de vista. Ou seja, uma conversa.

O feedback ser feito tanto de forma estruturada, em momentos específicos estabelecidos pela empresa, assim como de forma mais informal e espontânea. Na verdade o feedback deve ser usado a qualquer momento, sempre que houver necessidade de propor melhorias para um colega.

Como dar feedback

Ao contrário do que muita gente pensa, é possível dar e receber feedback sem sofrimento e de forma natural. Mesmo o feedback informal torna-se mais eficaz se seguir os seguintes passos:

1. Quando ocorreu? Para falar sobre um comportamento que não foi bem percebido, você deve começar pontuando quando ele ocorreu: em que dia, em que momento, em que situação. Nunca dê o feedback imediatamente após o ocorrido, quando a cabeça ainda pode estar quente. Espere pelo menos um dia antes de ter essa conversa.

2. O que ocorreu? Especifique o fato! É importante falar isoladamente de um evento, para não correr o risco de generalizar e dar a entender que o comportamento da outra pessoa é sempre negativo, o que poderia comprometer a eficácia do feedback.

3. Qual foi o impacto? O comportamento em questão gerou algum prejuízo para a empresa ou para a equipe? Qual foi o impacto? Só as situações que tenham impacto pedem feedback.

4. Qual a consequência? Esse é o momento de mostrar que, se o comportamento persistir, haverá perdas para a pessoa e o ambiente no qual ela atua.

5. Proponha um acordo! Traga a outra pessoa para a conversa e pergunte a ela o que pode ser feito para mudar a situação. Esse é o momento de ouvir o outro lado da história, e é importante estar aberto e prestar atenção, procurando entender a posição da pessoa. Normalmente, quando o feedback está sendo passado por algum líder, chega-se a um acordo sobre mudança do comportamento ou atitude em questão. É imprescindível que os dois combinem uma data para conversarem novamente, avaliando o cumprimento desse compromisso de mudança entre eles.

 

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Vale lembrar que o objetivo do feedback é ajudar a pessoa a melhorar suas atitudes, e não julgá-la ou condená-la. Dessa forma, também pode ser dado como um elogio, para mostrar para o colega de trabalho algo positivo e de destaque que ele fez — e que deve continuar sendo praticado.

Como receber feedback

E na hora de receber? Primeiro de tudo, valorize esse momento. É a partir dessa avaliação que você saberá quais habilidades precisa melhorar e quais conhecimentos novos precisa adquirir. Ou seja, é uma oportunidade valiosa para se conhecer melhor.

Por isso mesmo, quando recebemos um feedback, não devemos ficar arrumando desculpas, e sim agradecer. É importante não se defender com frases como: “não é bem isso”, “você entendeu errado”, “não é isso que eu quis dizer”, “eu sou assim mesmo”, entre outras.

Dito isso, reflita sobre os pontos trazidos pelo seu colega de trabalho. O feedback sem análise posterior não adianta nada.

Leia também: Quer melhorar suas habilidades de liderança? Implore por feedback!

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