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Como um engenheiro empreendeu em educação

Jovem Sorrindo

Cada ser humano é um indivíduo. Parece óbvio, mas no campo da pedagogia este é um tema cada vez mais em voga. Já que todos são diferentes, aprendem de maneira diferente também. Alguns estudantes são mais visuais, outros preferem ler. São mais rápidos ou mais lentos, tímidos ou extrovertidos. As combinações são inúmeras.

Identificar tais traços e acompanhar a absorção do conteúdo é um desafio para professores em sala de aula e, para um engenheiro e professor voluntário, o insight foi usar a tecnologia para ajudar.

O objetivo atual de Thiago Feijão é implementar em dezenas de milhares de escolas sua plataforma QMágico, que consegue identificar estilos de aprendizagem de cada aluno, criar programas adaptativos e personalizados e melhorar a vida de estudantes e mestres.

Cofundado por ele em 2012, o QMágico já tem 1500 instituições, entre públicas e privadas, de ensino fundamental e médio cadastradas. Os docentes podem inserir seu conteúdo online, chamado de Caderno de Aprendizagem Inteligente, e fazer ali mesmo a gestão de cada aluno, que tem acesso à plataforma de onde estiver.

A aposta é no ensino híbrido, seguindo a grande tendência educacional que mistura aulas presenciais e online. O software por trás do negócio capta e analisa todos os dados que circulam. Eles se transformam em recomendações, sugestões e estatísticas que podem ser usadas pelos professores tanto para aprimorar suas aulas quanto para auxiliar pupilos individualmente.

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Os algoritmos, que evoluem constantemente, são capazes de identificar o “nível” de cada aluno, apontando quais são suas facilidades e dificuldades nos exercícios, e oferecer conteúdo customizado para a fase em que se ele encontra por meio do professor.

Graças à análise de dados, os docentes também podem compartilhar entre si seus cadernos e descobrir quais são melhores práticas ou sequências de ensino. “Empoderar professores e criar um ambiente colaborativo de conteúdos e práticas pedagógicas entre escolas e professores do Brasil é o nosso foco”, resume o empreendedor ao Na Prática. “Acreditamos que a educação vai mudar se todos estivermos juntos. Nós estamos criando essa rede.”

Oportunidades O QMágico, que começou com como uma plataforma de vídeos e exercícios, é uma missão de cunho pessoal para Thiago. “Minha família sempre me motivou pela educação e desde cedo eu já acreditava que ela poderia me ajudar a realizar meus sonhos”, lembra.

Aos 12 anos, o cearense ganhou seu primeiro mentor quando estudava no Colégio Militar de Fortaleza. Era o professor de matemática Geraldo Macedo que, entre outras atividades, convidou o aluno para ajudar em sua tese de mestrado e moldou sua noção da profissão. “Ele me trouxe clareza sobre como a educação é capaz de melhorar nossa qualidade de vida e resolver desafios sociais”, diz.

Sempre atento à realidade social de um dos países mais desiguais do mundo, Thiago, hoje com 27 anos, se sentia sortudo por ser tão incentivado e queria que outros tivessem as mesmas chances.

“Queria retribuir as oportunidades que tive, como de ter uma família que acredita que a educação é o elemento transformador e ter um professor que me ensinou muito mais que só o conteúdo de matemática”, lembra.

Trajetória O caminho que encontrou foi se tornar empreendedor social. Começou aos poucos, dando aulas como professor voluntário e tirando dúvidas de quem pedisse. Em 2008, quando fez as malas para São José dos Campos, onde fica o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ampliou o leque de atuação.

Lá, o futuro engenheiro mecânico-aeronáutico se pôs a pensar no que seria seu grande projeto profissional: como um bom professor, como seu amigo Geraldo, poderia ajudar todos os alunos brasileiros? Ou seja, como escalar a educação de qualidade?

“Escolhi o ITA pois sabia que, quanto maior fosse o desafio, maiores seriam as oportunidades”, diz ele, que também é bolsista da Fundação Estudar. “Além de toda a formação acadêmica, durante cinco anos fiquei ao lado de pessoas que admirava e que eram muito melhores que eu em muitas coisas. Crescer junto delas é uma grande oportunidade.”

Ainda calouro, começou a investigar as possibilidades. Foi professor em escolas da região e no antigo Curso Alberto Santos Dumont (CASD Vestibulares), iniciativa pré-vestibular do ITA com mais de 700 alunos. Empolgado, Thiago foi professor, diretor e presidente antes de cofundar o CASDinho, com foco no ensino básico. 

Ao todo, foram quase quatro anos de trabalho nas ONGs, que recentemente se uniram para formar o Centro Educacional Santos Dumont. “Aprendi e refleti sobre como uma escola de excelência funciona”, resume. “E com essa experiência de educação e a formação do ITA, surgiu o QMágico. Os pontos se conectam com o tempo e quando você olha pra trás.”

Thiago Feijão e Gabriel Melo, do Q Mágico
[Com Gabriel Melo, cofundador do QMágico e colega de ITA/Foto de Guto Oliveira]

Ainda antes de se formar, Thiago teve outra ideia. Após ouvir diversas histórias de vestibulandos que não conseguiam aproveitar vagas que haviam conquistado nas melhores faculdades do país – por falta de dinheiro para se sustentar ou de apoio emocional e psicológico, por exemplo –, cofundou com três amigos o Instituto Semear, em 2010, em que atua até hoje.

O instituto apoia jovens que buscam resolver desafios sociais e oferece bolsas de estudo, mentorias e uma rede de contatos. A organização seleciona cerca de 40 jovens por ano e hoje apoia mais de 300 universitários pelo Brasil.

Mentores são um ponto de destaque para Thiago, que teve os seus tanto no ITA quanto na Fundação Estudar. “Eles sempre me fizeram boas perguntas para que eu pudesse refletir bem sobre minhas decisões, investiram tempo em fazer com que eu me conhecesse mais e me inspiraram a ser melhor.”

Passado e futuro Foi num evento promovido pela própria Estudar, há seis anos, que Thiago descobriu o conceito de empreendedorismo social e negócios sociais com que trabalha hoje. De passagem pelo Brasil, o professor da Harvard Business School Michael Chu apresentou as noções básicas de um modelo de impacto na base da pirâmide social, sua especialidade.

Algo sustentável, escalável e capaz de melhoria contínua? As peças começavam, aos poucos, a se encaixar.

Thiago também atua como consultor ocasional e já trabalhou para a Confederação Nacional da Indústria, onde desenvolveu uma tecnologia para o ensino técnico brasileiro, e para o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Questionado sobre a possibilidade de seguir na área, ele é prático. “Penso que todos devem seguir seu ‘sonho grande que traz brilho no olho’, o velho clichê”, brinca. “A carreira é só o ‘meio’ para esse ‘fim’. Eu seria consultor se me ajudasse a chegar lá.”

Lá, no caso, é ajudar professores e alunos do Brasil inteiro e, eventualmente, do mundo. “O futuro de nossos jovens está nas mãos deles e das famílias. Se o QMágico fizer esses professores crescerem, eles vão mudar nossa educação.”

Geração Y: no final das contas, o que significa ser um milennial?

Homem olhando para o deserto

O Portal DRAFT contin ua a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é… Geração Y

O que acham que é: A geração surgida a partir do filme “Curtindo a Vida Adoidado”.

O que realmente é: A geração dos nascidos entre 1979 e 1993. Esta definição segue a mesma linha do tempo utilizada no Verbete sobre a Geração X, publicado anteriormente, e adotada pela maioria dos especialistas.

Luiz Arruda, consultor sênior da WGSN Mindset, diz que os Y são popularmente conhecidos como Millennials, ou ainda, Geração do Milênio ou da Internet. “Essa geração teve um convivência já muito cedo (bem antes que os X) com a tecnologia avançada. Por isso, são tidos como sempre conectados, multitarefas, vidrados em mídias sociais, empreendedores e donos das ferramentas para produzir e espalhar suas criações.”

Gustavo Pessoa, psicólogo, mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela USP e cofundador da Talent Matching, conta que uma das características mais marcantes (e controversas) da Geração Y é ser refratária a regras hierárquicas. “Os Y veem menos valor na rigidez de normas e procedimentos, pouco sentido na hierarquia inflexível e pensam mais em como alcançar seus sonhos de uma forma individual em vez de conquistá-los via empresa, como ocorreu na Geração X.”

A Geração Y, segundo Arruda, é primeira verdadeiramente global e seus jovens possuem um desejo constante pela busca de novas experiências e são ávidos por mudança, movimento, liberdade, inovação, informalidade. “Desejam isso na sua vida pessoal e profissional e buscam um propósito em tudo o que fazem, principalmente no trabalho e no relacionamento com marcas e produtos. Além disso, são otimistas em relação ao futuro, têm grande capacidade de lidar com a diversidade e possuem consciência social e ambiental.”

Outra característica marcante dos Millennials é a proximidade com seus pais que, para alguns autores, são excessivamente permissivos, criando Y mimados, sem noção de limites. Hoje, os Y têm entre 23 e 37 anos o que permite que possam ser filhos de pessoas X. “Os pais X criaram os filhos Y de forma mais livre, com mais foco no autoconhecimento e incentivo aos talentos individuais, criando a cultura que observamos hoje no mercado”, diz Pessoa.

Leia também: Empresas ainda não compreenderam a Geração Y, diz estudo

Quem inventou: Nile Howe e William Strauss, autores emblemáticos do movimento nomeador das gerações, no livro Millennials Rising: The Next Great Generation. Em entrevista para o NPR, Howe conta sobre escolha do nome: “Foi o primeiro que nos veio à mente já que aqueles jovens seriam os primeiros se graduar no colégio no ano 2000.” Já o termo Geração Y foi usado, pela primeira vez, em um editorial do Ad Age para falar sobre a geração que vinha depois da X.

Quando foi inventado: O editorial do Ad Age foi publicado em 1993 e o livro de Howe e Strauss é de 1999.

Para que serve: Classificar gerações tem diversos fins. “Para entender os funcionários e administrá-los, para entender os consumidores e assegurar mais vendas”, diz Pessoa. Para Arruda, classificar e definir gerações é uma parte importante do cotidiano da rede que envolve marketing, agências de propaganda e consultorias de negócio e tendências. “Elas balizam uma série de escolhas estratégicas e criativas e são relevantes para a definição mais acurada dos públicos-alvo, além da adequação das estratégias de mercado, produto e comunicação”, diz. Uma vez conhecidas as principais características, desejos e demandas de cada target, fica mais fácil traçar um “caminho” assertivo e relevante até eles.

Quem usa: Profissionais de marketing, agências de propaganda, consultorias de negócio e tendências. Governos também, nas áreas educacionais e de saúde, por aplicarem estratégias de acordo com a faixa etária do público atendido.

De acordo com Pessoa, a Geração Y, hoje, é a que mais interessa ao mercado: “Trata-se da próxima geração a ocupar cargos de diretoria e presidência a curto e médio prazos. Todo planejamento estratégico de uma empresa, seja externo, olhando para o comportamento de seus consumidores, ou interno, olhando para seus próprios funcionários, requer um profundo entendimento de quem são essas pessoas”.

Efeitos colaterais: São considerados mais ansiosos, tanto na vida pessoal quanto na carreira; buscam gratificação e resultados instantâneos; possuem raciocínio não linear, em rede, “com hyperlinks”; possuem uma certa fobia de comprometimento, que pode afetar sua relação com política, economia, educação, carreira, religião e até mesmo amor e família. “Por isso, temos visto muitos Millennials casarem e terem filhos mais tarde que as gerações anteriores”, diz Arruda. Ele ressalta que as características listadas acima não são, necessariamente, ruins ou negativas mas, sim, generalizações que devem ser analisadas dentro de um contexto.

Para Pessoa, a Geração Y destrói as barreiras inflexíveis (local, horário, forma etc.) das empresas sem ter clareza do que quer colocar no lugar: “Ela fica um pouco perdida e confunde seus interlocutores, que também não têm as respostas. A construção de instituições e empresas mais fluidas começa a ocorrer, mas de forma muito incipiente. Por enquanto, convivemos com essa contradição”.

Quem é contra: Grupos conversadores, sejam da sociedade ou do mercado de trabalho. Os Y são mais inclusivos em relação a minorias sociais. “A Geração Y promove discussões cruciais sobre liderança feminina, benefícios para cônjuges LGBTQ, igualdade de gênero, feminismo e outras lutas”, conta Pessoa. Em relação ao mercado, os Y almejam ter experiências, dando ênfase ao uso em detrimento da posse. Os Y são tanto criadores como consumidores da Nova Economia e seus serviços — como Uber, Airbnb, Netflix, Whatsapp — e não querem mais comprar para, sim, alugar, assinar, compartilhar. Empresas tradicionais automotivas, hoteleiras e de telefonia perderam nos Y os consumidores certos das gerações anteriores e trabalham para mudar ou adaptar estratégias.

Para saber mais: Leia, no New York Times, The Why-Worry Generation, de 2010. O texto cita pesquisas e diz que os Millennials eram tidos, no começo da década, como “a próxima grande geração” mas, na verdade, são narcisistas e covardes. Leia, no Salon, We are the lamest generation!, texto de 2013 em que uma millennial defende, ponto por ponto, as críticas e acusações pelas quais passa sua geração. Assista ao TEDx Millennials: Who They Are & Why We Hate Them, de Scott Hess, vice-presidente da empresa de pesquisa TRU e uma das autoridades em juventude americana. Leia (ou ouça), no NPR, Why You Should Start Taking Millennials Seriously. O texto, de 2014, começa com duas informações: há mais de 80 milhões de Millennials nos Estados Unidos e eles não apenas utilizam mídias sociais como foram eles que as criaram. Segue por outras áreas na mesma linha.

USP dará aulas gratuitas de idiomas; veja como se inscrever

Post its com a palavra obrigado em diversas línguas

Boa notícia para quem quer se aperfeiçoar em línguas estrangeiras: a Universidade de São Paulo (USP) abriu inscrições para cursos de diversos idiomas. Se for selecionado, você poderá aprender línguas como inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, chinês, grego e árabe — tudo sem pagar um centavo.

As aulas serão ministradas por alunos-estagiários da Faculdade de Educação (FE). O benefício é aberto tanto à comunidade USP, que inclui alunos, funcionários e docentes, quanto a pessoas sem qualquer vínculo formal com a universidade.

Não serão cobradas taxas de inscrição nem mensalidade. Ao final das aulas, o aluno terá direito a um certificado, com informações sobre aproveitamento e frequência.

Baixe o Ebook: O Guia de como aproveitar melhor a faculdade

As inscrições devem ser feitas até o dia 9 de setembro na página da FE-USP. Para quem não tem acesso à internet, o processo pode ser feito presencialmente no dia 8 de setembro, na Faculdade de Educação, bloco B, ala B, LET, das 9h às 11 e das 13h às 16h.

Para garantir a sua vaga, você também precisará ter um pouco de sorte. No dia 12 de setembro, a faculdade fará um sorteio entre os inscritos. No dia 13, será divulgada a lista dos ganhadores.

As aulas começam no dia 19 de setembro e  serão oferecidas no prédio da Faculdade de Educação, na Avenida da Universidade, 308, Bloco B, no campus da cidade de São Paulo. Veja mais detalhes no regulamento e na página oficial da FE-USP.

Leia também: Os idiomas mais exigidos pelo mercado de trabalho no Brasil

 

Este artigo foi originalmente publicado em Exame.com

Design de serviços: no mundo do trabalho, a atenção aos detalhes faz toda diferença

CEO do Starbucks assina copo

Sabe quando você chega ao quarto do hotel e encontra a ponta do papel higiênico dobrada em formato de triângulo? E quando você está na fila de espera de um restaurante e pode degustar algum aperitivo enquanto ouve um pianista que acalma o ambiente? Esses são exemplos de alguns simples cuidados (que agradam bastante) tomados por empresas que já compreenderam a importância do chamado Service Design – ou design de serviço, em português.

Como o próprio nome sugere, o Service Design é muito usado para o desenvolvimento de serviços, e tem por objetivo dar ao consumidor a melhor experiência possível. Sua característica elementar é colocar – sempre – as pessoas em primeiro lugar. Assim, para colocar em prática essa ferramenta, entender as necessidades e desejos das pessoas é fundamental. No final, a ideia é garantir que todos os serviços e produtos oferecidos estejam em consonância com o que as pessoas que o consumirão precisam e gostariam de receber. 

Essa lógica pode parecer óbvia, mas muitas empresas/pessoas acabam se fechando demais em seus processos internos e se esquecem que existem outras pessoas na ponta final dessa relação. Quem se atenta ao que os outros precisam (sem somente tentar empurrar um produto ou uma ideia) larga na frente na lista de preferência dos consumidores. Em cenários de concorrência acirrada, são esses pequenos detalhes que podem trazer credibilidade e aceitação para o seu projeto.

Leia também: Como aplicar o método de Design Thinking no seu dia a dia? Aprenda em nosso vídeo!

Como surgiu? Um dos primeiros trabalhos relacionados ao Service Design foi de autoria de G. Lynn Shostack, uma alta executiva americana do setor bancário e filantropa. Em 1984 ela escreveu o texto “Designing Services That Deliver”, publicado na Harvard Business Review, em que explicava sobre service blueprint (ferramenta gráfica de visualização que mapeia os processos e especifica toda a funcionalidade de um serviço). Nessa época, Design de Serviço era considerado parte das disciplinas de gestão e marketing.

Em 1991, o Service Design se tornou oficialmente uma disciplina, por meio de um projeto de Michael Erlhoff, professor da KISD (Köln International School of Design), na Alemanha. Em 2001, foi criada, em Londres, a Livework, primeira consultoria de inovação e design de serviço que, desde 2010, opera também no Brasil.

Para que serve? Para atender as reais necessidades das pessoas é preciso ter um olhar atento e minucioso para todo o processo de entrega do seu produto. E isso envolve perceber e melhorar cada detalhe que possa trazer prazer, atento à satisfação ao consumidor – ou a quem quer que vá receber o seu projeto. Ao compreender isso, você passará a observar cuidadosamente todo o caminho que deve percorrer até o seu objetivo, quais os atores envolvidos e poderá identificar empiricamente as falhas que estão deixando as pessoas insatisfeitas com o seu produto final. 

No mundo do desenvolvimento de produtos e serviços, a ferramenta para mapear a experiência do usuário chama-se Customer Journey, ou Jornada do Consumidor. A seguir, veja o exemplo dessa jornada para os consumidores do Starbucks:

starbucks service design
Service Design no Starbucks [Pinterest] 

Agora, veja algumas práticas do dia a dia de empresas que se importam com  o service design: investir no aperfeiçoamento do pós-venda (SACs, ferramentas para receber feedback, etc.); interagir com público-alvo (realização de eventos festivos, distribuição de amostras gratuitas do produto, brindes de final de ano, etc.); deixar claro para o seu público que você (ou seu produto) se aperfeiçoou diante de um feedback (Ex: “Essa nova opção de pagamento foi uma sugestão da Fulana, que não conseguia arcar com os custos no início do mês”); melhorar os serviços oferecidos no call center contratado por sua empresa; etc.

Dessas práticas, surgem insights e ações que, quando adotados, fazem toda a diferença. Pense, por exemplo, no acesso wifi gratuito, nas poltronas e nos sofás macios que você encontra em uma loja Starbucks. Diante de uma outra cafeteria, ao lado, que vendesse o mesmo café pelo mesmo preço, esses detalhes é que determinariam sua decisão, certo?

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Na carreira! Por mais que, a princípio, a ferramenta pareça fazer sentido apenas no contexto empresarial de criação ou aperfeiçoamento de um serviço, ela também pode ser muito útil na carreira e em diversas outras situações do dia a dia profissional. Lembre-se: a ideia central é oferecer – sempre – a melhor experiência, não deixando os detalhes passarem despercebidos. Por exemplo: se vai apresentar um projeto importante em uma reunião, preocupe-se em chegar no horário, garanta que o projetor está funcionando corretamente, que os slides estão bem editados, e que o ar-condicionado não parou de funcionar. Se vai receber um cliente importante, certifique-se de que terá café para oferecer a eles, busque-os e leve-os até a porta… E assim por diante.

A seguir, veja algumas perguntas que vão te ajudar a refletir se você tem aplicado o Service Design no seu dia a dia: 

1. Você está preocupado com o que as pessoas realmente precisam?

2. Você conhece cada detalhe e pessoa envolvida no projeto que está liderando?

3. Você procura conversar com as pessoas para receber um feedbacks ou já fica satisfeito por elas terem comprado sua ideia/produto?

4. Quando recebe críticas, você procura trabalhar para aperfeiçoá-las com sua equipe ou julga que as outras pessoas reclamam demais?

5. Você se mostra disponível aos membros de sua equipe para esclarecer dúvidas sobre o que estão fazendo?

6. O bem-estar dos demais está presente em cada uma das etapas dos seus processos internos?

De estagiária a gerente de projeto estadual no governo do Mato Grosso do Sul

Gisele Fiori e Hosilene - Vetor Brasil

Aprender ou aprender – não há outro caminho para quem quer fazer a diferença na gestão pública. A frase é da engenheira ambiental Gisele Fiori, trainee do Vetor Brasil na Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização do Mato Grosso do Sul. “Minhas capacidades de networking e de comunicação melhoraram muito”, fala. “Sou introvertida e sempre me escondi, mas agora estou muito tranquila para falar sobre meu trabalho.”

Há seis meses em Campo Grande, ela é formada pela Unesp e trabalhava como estagiária de políticas públicas de educação ambiental em Sorocaba quando foi selecionada pelo programa, que está com inscrições abertas até 19/9.

“Sair da esfera municipal para a estadual foi o ponto que mais me atraiu”, explica. No Vetor, jovens de alto potencial são treinados e inseridos na gestão pública por dois anos, onde criam boas práticas e se desenvolvem pessoal e profissionalmente.

Em sua jornada, Gisele tem tido a ajuda da gestora, Hosilene Lubacheski. Chefe de assessoria de gestão estratégica e desburocratização do órgão, ela atua no setor público há doze anos e conhece bem os meandros. Quando a trainee chegou, ofereceu-lhe a chance de gerenciar a implementação de um novo escritório central de processos para o governo sul mato-grossense.

“Precisávamos de alguém que tivesse dedicação e interesse em aprender, porque atendemos todo o governo estadual e gerenciamos todos os projetos da secretaria”, diz. “Como trabalhar com gestão de processos no setor público era o objetivo de Gisele, caiu como uma luva.”

Gisele Fiori - Vetor Brasil
[Em Campo Grande / acervo pessoal]

Hosilene considera o programa uma proposta inovadora, capaz de oxigenar a gestão pública e ao mesmo tempo colocar novos profissionais no mercado. “Precisamos de jovens com gás e atualizados, donos de pensamentos mais modernos”, fala. “A estabilidade nos prejudica demais porque as pessoas se acomodam.”

Num ambiente mais aberto às mudanças – afinal, a missão de “desburocratizar” está no nome –, Gisele já conseguiu introduzir novidades, como reuniões semanais de feedback, e se tornou colaboradora próxima da gestora.

“Sempre recebo e-mails sobre dinâmicas para melhorar relações interpessoais e formas de administrar nossa equipe, e até algumas leituras”, explica Hosilene. “Eu precisava de alguém com esse olhar atento porque, quando só há uma pessoa para monitorar, acompanhar e gerenciar, você acaba deixando algumas coisas escaparem.”

Cotidiano Já no primeiro dia, Hosilene levou Gisele e outros três trainees para uma tour da sede e seus funcionários. “Tomamos o cuidado de ter essa recepção porque é uma pessoa sozinha, numa cidade nova, com um trabalho novo e uma expectativa bem alta. Queríamos recebe-los bem.”

Deu certo. “Sabia que seria – e é – um grande desafio, mas aqui estou numa posição de liderança”, diz Gisele. “De que outra forma eu conseguiria algo assim? Na assessoria, eu respondo diretamente para o secretário.”

No dia a dia, a engenheira usa a capacidade analítica que afinou na universidade para criar inovações em seu projeto, que tem como objetivo modernizar processos como compras governamentais e gestão de pessoas para torná-los mais econômicos, perenes e padronizados.

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No meio tempo, descobriu que um grande desafio é convencer líderes que a mudança de cultura vale a pena. “As pessoas compram assim porque é como tem sido feito há muitos anos, mas dá para simplificar!”, fala. “Quero que comprem minha ideia de algo mais prático, eficiente e descomplicado.”

A ideia é que o escritório atinja seu nível de maturidade até 2018, ano em que acaba o programa de trainee. Depois de implementado, ele seguirá aumentando sua capacidade e eventualmente fará a gestão de processos de todo o governo. “Acho que vou ter que segurá-la aqui”, brinca a gestora.

Desenvolvimento Para se preparar, Gisele pesquisou estruturas públicas, o governo do Mato Grosso do Sul e a prática de gestão de processos. Contou também com o treinamento oferecido pelo Vetor. “A preparação inicial é importante para que todos tenham uma base mais nivelada de conhecimentos. O Vetor não delimita formações na hora de escolher os trainees, então são todos muito diferentes”, explica.

Nos treinamentos presenciais, que acontecem duas vezes ao ano, a troca de ideias entre trainees e referências no setor é um ponto alto para Gisele. No resto do ano, assim que surge um questionamento, ela pode recorrer à rede de contatos da organização. “Seja de orçamento público, direito administrativo ou Excel, podemos mandar qualquer dúvida vinte e quatro horas por dia no grupo e resolver o problema.”

“Ela é uma menina exageradamente disciplinada”, ri Hosilene. Foco, atenção ao detalhe e perfeccionismo são algumas das características destacadas. “Demos a ela uma responsabilidade muito grande como gerente do projeto e isso pode assustar um pouquinho, mas faz parte. Como gestora, cabe a mim direcionar seu trabalho para o resultado e dar o apoio que ela precisa.”

Gisele concorda com a avaliação. “Ainda tenho dificuldades em gerir meu tempo e falar ‘pronto, acabei’”, conta. “Mas admiro muito a forma como a Hosilene lidera e tenho com ela uma relação muito aberta, tanto para dar ou para pedir feedback. Qualquer coisa que eu queira entender, mesmo que seja boba, posso perguntar para ela.”

A experiência tem sido muito positiva, mas quase não começou. Gisele se lembra de um dia, duas semanas antes da viagem a Campo Grande, em que se sentiu desnorteada. “Pensava que desburocratização não tinha nada a ver comigo”, lembra.

Desabafou ao telefone com Tâmara Andrade, head de seleção e desenvolvimento do Vetor Brasil, e se acalmou. “Ela disse: ‘Participa do treinamento e, se continuar achando que não dá, desiste’. Óbvio que não desisti! Depois que você começa, não tem como largar mais.”

“Acho que ela vai ser uma excelente profissional”, orgulha-se a gestora. “Ninguém segura a Gisele.”

Inscreva-se no processo seletivo do Vetor Brasil até 19/9

Empresa alemã investirá até R$ 80 mil em projetos socioambientais

Pessoas atravessam ponte sobre rio em parque brasileiro

O programa Conectar para Transformar, organizado pela gigante alemã de produtos químicos BASF, oferece até R$ 80 mil em investimentos para cada proposta selecionada. A seleção será feita através do edital publicado no site da empresa e o prazo para inscrições termina em 10/9.

Para concorrer, os projetos devem focar primordialmente em educação ambiental e científica, empregabilidade ou proteção de recursos naturais. Projetos culturais ou esportivos que se enquadrem nas leis de incentivos fiscais nacionais e tenham impacto social também podem se inscrever.

O edital é aberto a todas as organizações não-governamentais e civis, desde que tenham pelo menos dois anos de existência. Para avaliar as propostas, a BASF usará uma série de critérios, como criatividade & inovação, impacto gerado na comunidade, continuidade do projeto após o financiamento e capacidade de replicação.

Os projetos devem ser realizados durante 2017 e majoritariamente em Guaratinguetá e São Bernardo do Campo. Se pertencerem ao grupo que rende incentivos fiscais, empreendedores podem ter suas ideias realizadas em outras cidades brasileiras onde a empresa atua.

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Contratempos na faculdade ensinam lições importantes para todo o resto da carreira

Professor dá aula em faculdade

Metas, prazos e pressão existem desde a época dos estudos. Estar na faculdade é uma chance de aprendizado para toda a vida. Alguns aspectos e exigências são semelhantes aos que serão encarados no mercado de trabalho. A Business Insider selecionou depoimentos de cinco estudantes ao site Levo. Eles provam que contratempos universitários ensinam a lidar com problemas reais na carreira.

1. Colegas de trabalho 

É um desafio que tem início ainda na faculdade. Você esbarra com pessoas que não aparecem em reuniões ou que não lidam bem com prazos. E o grande problema disso tudo é que acaba sobrando mais trabalho para você. Por outro lado, acaba se acostumando a realizar as tarefas necessárias sozinho, sem depender de ninguém.

Shannon, de 22 anos, teve de assumir a responsabilidade por todo um projeto na faculdade ao perceber que não teria ajuda dos demais membros de seu grupo. “Isso me preparou para trabalhar com pessoas com as quais você não pode contar.”

2. Doenças de última hora

Quando você acha que não tem como piorar, as provas finais vêm acompanhados de uma intoxicação alimentar — ou mesmo outro imprevisto que o impeça de estudar.

Conseguir uma boa nota, então, passa a depender do que acumulou durante o semestre.

A lição que se pode tirar de tal problema é que nem sempre você terá controle das situações à sua frente e deve estar preparado para obstáculos que surgem de forma inesperada. “Você tem de continuar trabalhando e lidar com os problemas conforme eles aparecem”, diz Lindsey, de 22 anos.

Leia também: Saiba quais são os 100 melhores cursos de administração do país

3. Falhas

Nem sempre vem o resultado que se espera. Pode ser que uma disciplina que você mal via a hora de cursa renda notas bem ruins no começo. O negócio é não desistir. Ao dar de cara com uma dificuldade, o que você tem de fazer pe se preparar melhor e encontrar diferentes meios de adquirir conhecimento na área em questão. Uma nota 5 pode virar um 10.

Erica, de 24 anos, queria ser editora de uma revista, mas tirou uma nota ruim logo em sua primeira prova na faculdade. “Eu passei a trabalhar mais, não por crédito extra, mas de forma que eu pudesse praticar e me tornar melhor”, diz ela, que pouco tempo depois conseguiu atingir nota máxima em uma tarefa.

4. Chefe extremamente exigente

Os professores pode parecer exagerados ao exigirem de você um trabalho minuciosamente cuidadoso. No entanto, ao se acostumar com a pressão para a boa execução de uma tarefa, você aprenderá a encarar sua profissão de forma mais séria.

“Tive uma instrutora de enfermagem durante a faculdade que era muito dura durante minhas análises clínicas no hospital”, afirma Christina McCourt, de 24 anos. “Eu só percebi após a faculdade, quando tive meu primeiro emprego como enfermeira, que ela estava apenas tentando ser uma boa educadora.”

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5. Rejeição

Você se prepara para algumas atividades ao longo de sua vida que são consideradas realizações pessoais e, muitas vezes, imagina que poderá atuar por um longo período na área em questão. O grande desafio, no entanto, é saber lidar com as rejeições que podem existir em seu percurso e ser capaz de encontrar alternativas dentre as opções disponíveis. Isso vai ensiná-lo a lidar com a decepção quando as coisas não vão como planejou.

Tara, de 22 anos, tentou praticar esportes durante a faculdade, mas se machucou. Ela viu em um grêmio estudantil sua oportunidade de participar de algo durante o período em que ali esteve. “Hoje, eu lembro a mim mesma de sempre estar aberta a novas possibilidades, mesmo que isso signifique desviar de meu plano original.”

 

Este artigo foi originalmente publicado em Época Negócios

Está se preparando para OAB? Veja questões para testar seus conhecimentos de Ética!

livros antigos em estante

Em breve, bacharéis em direito começam (ou recomeçam) a trilha até a tão sonhada carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O exame tem duas fases e a aprovação nele é obrigatória para o exercício da profissão de advogado.

A prova da 1ª fase do Exame de Ordem, organizada pela FGV, traz 80 questões objetivas das disciplinas obrigatórias no currículo dos cursos de direito no Brasil. Também são cobrados temas de Direitos Humanos, Código do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, Direito Internacional, Filosofia do Direito, Estatuto da Advocacia e da OAB, seu Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB.

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A matéria que traz o maior número de questões é Ética. “As perguntas de Ética equivalem a 25% da prova da 1ª fase, já que são 10 entre as 80 do total do exame”, diz o professor Arthur Trigueiros, da Rede LFG.

Ou seja, quem gabaritar as 10 questões de Ética só precisará acertar mais 30 questões para marcar presença na 2ª fase da prova da OAB. Outra vantagem de reforçar a leitura dos temas desta disciplina é que sua complexidade jurídica é pequena, segundo o professor.

“São três textos que o aluno tem que estudar efetivamente: Estatuto da OAB, seu Regulamento Geral e o Código de Ética e Disciplina da OAB”, diz Trigueiros. Muito por isso, começar pelas perguntas de Ética é sua sugestão. “É interessante iniciar a prova por uma matéria menos complexa”, diz.

O estilo das questões, segundo o professor, é voltado à aplicação funcional. “A FGV gosta de apresentar histórias de casos práticos e os alunos precisam responder de acordo com as regras”, diz.

Direitos dos advogados são tema frequentes das perguntas. “Cai em 99% das provas.” Infrações e sanções disciplinares têm, igualmente, destaque na prova. “Um advogado precisa conhecer o que não pode ser feito na prática jurídica”, diz Trigueiros. Por fim, questões ligadas a honorários advocatícios também são rotineiras nas provas da 1ª fase.

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Veja questões
de Ética para 1ª fase da OAB

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Os idiomas mais exigidos pelo mercado de trabalho no Brasil

diversos idiomas

Além de inglês e espanhol, de longe os idiomas mais frequentes nos requisitos para oportunidades profissionais, outras línguas também podem fazer diferença em processos seletivos.

Pesquisa realizada pela Catho, em sua base de anúncios de empregos abertos, identificou que francês é a língua mais pedida, depois do inglês e do espanhol. E apesar de muito se falar sobre as vantagens de aprender chinês, a língua mais falada no mundo, conhecer japonês tem aberto mais portas aqui no Brasil. Confira na tabela, os cinco idiomas que mais surgiram nos requisitos de vagas de emprego.

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Veja a seguir os idiomas e o respectivo número de vagas com essa exigência:

Francês: 1.074
Japonês: 160
Alemão: 153
Italiano: 112
Chinês: 37

A Catho também monitorou as línguas estrangeiras, além de inglês e espanhol, mais presentes nos currículos dos usuários do site. De novo o francês aparece em destaque. Veja a lista a seguir:

1. Francês
2. Italiano
3. Alemão
4. Japonês
5. Chinês

 

Este artigo foi originalmente publicado em Exame.com

Mudança de carreira: de designer de revista ao empreendedorismo com moda

Mesa de costureira com itens de trabalho

Quem visita o site e adquire uma blusa ou um vestido da Malgosia pode perceber como a marca possui um estilo característico. Talvez pelo fato das peças possuírem em seu “DNA” muito da trajetória da empresária Juliana Scapucin, que deixou a carreira de designer em portais e agências para abrir sua estamparia. Mais livre, ela encontrou no próprio negócio a oportunidade de mostrar o seu verdadeiro estilo.

Juliana Scapucin formou-se em publicidade e propaganda pela UFPR e fez pós-graduação em Design Gráfico pela Universidade de Belas Artes de São Paulo. Assim que terminou a graduação, mudou-se para São Paulo para trabalhar no maior mercado do país.

Foi web designer em alguns grandes portais e agências até que, em 2004, teve a oportunidade de trabalhar na marca de roupas “amp amulherdopadre”, onde tinha mais liberdade para exercitar seu estilo próprio. De lá foi chamada para a equipe da Revista Capricho, da Editora Abril.

“Minha rotina como designer era bem corrida, mas tinha muito prazer em desenvolver os projetos. O que mais me incomodava era a falta de liberdade para exercitar meu estilo, pois quando você trabalha com comunicação, é necessário se expressar com a alma do cliente, e não com a sua. Mas não acredito em conhecimento em vão, tudo o que aprendi está sendo usado no meu dia a dia e faz parte do que sou hoje”, analisa ela.

juliana scapucin
Juliana Scapucin [AcervoPessoal]

Depois da experiência na Revista Capricho, resolveu colocar em prática um sonho de infância: ter sua própria marca de roupas. Ali nascia a Malgosia, marca de roupas de perfil contemporâneo e urbano, que usa uma base de modelagem simples e minimalista com estampas exclusivas criadas por Juliana Scapucin.  Os modelos estão disponíveis em uma loja virtual na internet, onde os clientes fazem os pedidos que chegam pelos correios.

“Decidi colocar esse projeto em prática em 2012, pois, desde a infância, flertava com a área. Mas, por algum bloqueio, não tinha tido coragem de encarar a vocação. Em todos os anos que trabalhei como designer gráfica nunca fui realmente realizada, sempre faltava alguma coisa. Na época em que trabalhei na “amp amulherdopadre” tive contato com a área de estamparia e vi que era mais meu perfil, de um trabalho mais solto, até mais artístico, e sem tantas expectativas de comunicar uma mensagem explícita”.

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Multitarefas Para criar sua própria marca de roupas, Juliana necessitava aprender mais sobre corte e costura. E foi à luta. “Em 2013 tirei alguns meses para fazer vários cursos relacionados à área. Fiz cursos de férias na Central Saint Martins, em Londres, em diversas disciplinas que achei que me ajudariam (ilustração, pintura, gravura, estamparia). De volta a São Paulo, cursei um básico Corte e Costura e Modelagem no SENAC e depois continuei estudando sozinha, com cursos online e livros. Ainda estou evoluindo em todas as áreas, tenho um longo caminho pela frente”, afirma.

O aprendizado é diário, acompanhado de muito trabalho centralizado em suas mãos. “Eu montei e administro a loja virtual, fotografo as peças, trato as imagens. Para desenvolver as estampas eu uso os mesmos programas que usava quando trabalhava como designer gráfica, então nisso não comecei do zero. A parte mais complicada está sendo a que não tinha conhecimento nenhum, de modelagem e costura, que ainda estou evoluindo”, pondera.

O próximo desafio é contratar alguém que possa ajudar na parte mais operacional do negócio, deixando sua mente livre para criar os modelos. “Como ainda não tenho alguém fixo para me ajudar, a cada dia vou resolvendo as tarefas de acordo com sua urgência. Vai desde entregar as encomendas no correio a criar a próxima série da Malgosia. O desafio agora é encontrar alguém que possa me ajudar nas tarefas de produção para que eu possa me dedicar mais à criação e à comunicação da marca”, projeta a empresária.

Apesar da certeza de muitos obstáculos pela frente, ela se sente feliz como nunca à frente de sua própria marca, onde dita as regras e os caminhos.  

“A parte boa é que sou eu quem define quando e como as coisas serão feitas, e esta liberdade é muito importante para mim. Pela primeira vez na vida me sinto realizada profissionalmente. Tenho tido orgulho de mostrar meu trabalho e observar a sua evolução de tempos em tempos. Tenho alguns amigos que já tiveram este tipo de negócio e já fecharam. Não me influenciou, mas é óbvio que me dá uma pontinha de medo. Mas, nessa etapa da vida, eu já entendi que se você quer tentar realizar algo, você corre o risco do fracasso. E o fracasso não me assusta mais, pois finalmente eu entendi que ele, no mínimo, traz experiência de vida”, conclui.

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Aluna do ITA explica como tem se preparado para empreender

Menina atrás de cidade

Embalsamado e sob a custódia do Museu da Academia da Força Aérea, no Rio de Janeiro, fica o coração de Alberto Santos Dumont. Apaixonado pelo ar, o brasileiro voava de balão diariamente por Paris como se fosse uma bicicleta. Em casa, almoçava nas alturas, em cadeiras tão altas que precisavam ser fixadas por cabos no teto. Em 1906, a bordo do avião 14 BIS, por fim deixou de ser visto como uma figura excêntrica para se tornar um dos maiores inventores da história.

Sua aventura também fez nascer, nos compatriotas brasileiros, um orgulho nacional relacionado à aviação. Cansada de buscar seus profissionais no exterior, a Aeronáutica resolveu investir na formação de engenheiros especializados no Brasil e, em 1950, criou o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos.

Até hoje administrado pelos militares, o ITA tem um dos vestibulares mais concorridos do país. Em 2016, foram cerca de 12 mil inscritos para 140 vagas de graduação, divididas nas especialidades engenharia aeronáutica, mecânica, civil, eletrônica, de computação e aeroespacial. Quem passa enfrenta uma rotina puxada de estudos e laboratórios, com dedicação praticamente total.

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“A sensação é de que se está no lugar mais disputado de todos, então você está cercada por pessoas diferenciadas e isso faz muita diferença para mim”, diz Jaqueline Dias, atualmente no segundo ano de engenharia aeronáutica e bolsista da Fundação Estudar. “É gente muito boa, que faz coisas muito legais e te estimula a fazer coisas muito legais também.”

Tamanha intensidade acadêmica já produziu grandes nomes, como o astronauta Marcos César Pontes – que levou até um chapéu panamá como aquele de Santos Dumont para o espaço – e Ozires Silva, fundador da Embraer.

Alberto Santos Dumont

Inspirações

Não seria exagero dizer que Ozires inventou a aviação verdadeiramente brasileira. Através de muita persistência e trabalho duro – e uma ótima sacada no começo, quando o foco eram aviões menores e praticamente não havia concorrentes –, a Embraer, que ainda tem sede em São José dos Campos, se tornou a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo.

Hoje com 85 anos, Ozires é uma constante inspiração para ela, que também admira os empresários Jorge Paulo Lemann, Abílio Diniz e André Street. Em comum, todos têm uma forte veia empreendedora, que criou disrupção em mercados já estabelecidos.

O sonho profissional de Jaqueline é de fato grande. Tão grande, na verdade, que cabe num hangar. “Nunca pensei em ser engenheira de empresa de aviação”, conta. “Quero empreender em aviação ou no setor de aeronáutica, provavelmente em turbinas aéreas, uma área em que vejo futuro.”

A paixão pelo tema surgiu pela primeira vez no ensino médio em Coronel Fabriciano, no interior de Minas Gerais. A escola surpreendeu os alunos com provas da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Aeronáutica (OBA) e, para alegria dos professores, ela saiu medalhista.

Jaqueline Dias e Ozires Silva
[acervo pessoal]

A mineira é a primeira da família a ter ensino superior e está acostumada a grandes responsabilidades. Ajudava na colheita de café na infância e, aos catorze anos, quando sua mãe faleceu, passou a ter papel fundamental na casa. Ela já estudava engenharia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) quando decidiu se dedicar ao vestibular do ITA, sua faculdade dos sonhos.

Não passou de primeira, então deixou a casa do pai para estudar. Foram quatro anos de esforço até que fosse finalmente aprovada. “Estudar numa universidade federal já era uma coisa inimaginável na minha vida e, quando comentaram por lá que eu tinha muito potencial, coloquei na cabeça que queria estudar no ITA”, lembra. “Nunca pude estudar onde eu queria e isso foi uma motivação muito forte. Eu pensei: ‘Eu escolho, eu quero e eu vou’.”

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Desafios


Na indústria aeronáutica, onde tudo é grande e custa caro, é preciso se manter atento aos motores internos de um negócio. Por isso, entre estudos – o ITA oferece oito tipos de aulas de cálculo, aliás – e sempre que possível, ela se dedica a aprender noções de empreendedorismo tanto em atividades complementares quanto em estágios nas férias.

Em 2015, chegou até a trancar sua matrícula para dedicar-se ao estágio na startup de pagamentos online pagar.me, fundada por outros bolsistas da Fundação Estudar

“Todos os meus estágios são voltados para entender mais sobre empreendedorismo”, fala ela, que já passou pela Stone Pagamentos e pela Somos Educação. Atualmente, trabalha na Núcleo Capital. “Quero aprender como funciona uma startup: como surge, como cresce, como devemos lidar com as pessoas para que acreditem em seu sonho e evoluam com você.”

Os conhecimentos que angaria no ITA durante a graduação serão de grande valia na hora de montar o negócio – “Vou entender tudo sobre o funcionamento interno de um avião e vai ser bem difícil me enganar”. Mas ela já traça planos profissionais que também incluem outro setor: o mercado financeiro.

“Não tem como começar uma Embraer do zero e, para me alavancar financeiramente, o mercado financeiro é a melhor opção”, diz. Há seis meses, tornou-se diretora de estratégia da ITA Invest, uma iniciativa estudantil na área. Gostou tanto do tema que já pensa num MBA no exterior.

Jaqueline Dias e ITA Invest
[acervopessoal]

“Você entende o mundo e, querendo ou não, um empreendedor responde para seus acionistas”, explica. “Se você quer entender como gerar valor de verdade dentro de uma empresa, precisa fazer finanças.”

Ela aproveita para explicar a situação atual aeronáutica e o nicho que enxerga. A maior parte da matéria prima usada pela Embraer é importada, então por que não fabricar as peças principais ou relacionadas aqui mesmo?

É possível, mas os desafios são grandes. Taxas altas de licenciamento, falta de apoio governamental e enormes investimentos iniciais são alguns dos exemplos. (Vale lembrar também que, por muitos anos, a Embraer foi uma empresa estatal.) Há, no entanto, indícios positivos. Ela cita a Polaris, fabricante de turbinas brasileira fundada em 2014 por um ex-iteano, como exemplo de que é um sonho possível.

Pragmática, Jaqueline simplesmente mantém os obstáculos em mente enquanto se prepara. Durante seu primeiro ano, em 2014, trabalhou como gerente de projetos e assessora presidencial na ITA Júnior, empresa júnior da instituição e que tem grandes companhias, como a Microsoft, entre seus clientes. Da época, destaca a importância de entrar em contato com o mercado assim que possível.

“Se você demora muito para sair da universidade, vai ser um profissional defasado. Numa empresa júnior, você visita o cliente, enxerga e descreve o problema, age como um canal entre o cliente e o consultor e monta uma solução”, diz. “É uma aceleração profissional.”

Leia também: Por que investir em olimpíadas científicas importa

Quando descobriu o ITA Invest, criado em 2008 e retomado recentemente, decidiu apostar em sua importância. “Foi algo criado para suprir a necessidade de um conhecimento básico”, explica. “Queremos que os membros entendam as diferenças entre asset, valuation e investment banking, descubram que existe todo um universo.”

A ideia inicial é preparar eventos e ensinar aos interessados mais sobre a área, para que eles possam largar na frente após a formatura. No futuro, o ITA Invest quer também gerenciar o fundo de endowment da instituição, que seria abastecido com doações de ex-alunos, como acontece nas grandes universidades americanas.

Sempre cheia de ideias, Jaqueline já pensa num novo projeto, que a levaria de volta a Minas Gerais. “Quero voltar à Escola Estadual Doutor Joaquim Gomes, a minha escola, para fazer olimpíadas de exatas e plantar uma sementinha na cabeça dessas crianças”, fala. “Em cidade pequena, as pessoas simplesmente não pensam em estudar numa federal. Quero chegar lá e falar que existe, que é possível e que eu consegui.”

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80 questões para quem vai encarar a prova da OAB

homem escrevendo

Na primeira fase da prova da OAB, bacharéis em Direito de todo Brasil começam o caminho rumo à aprovação, obrigatória para o exercício da profissão de advogado. A prova objetiva traz 80 questões com as disciplinas obrigatórias do curso de Direito.

Vale lembrar que o exame da OAB tem uma novidade: a partir deste ano os candidatos vão responder questões com base no novo Código de Processo Civil (CPC), em vigor desde março de 2016. Pensando nisso, o professor da LFG, Renato Montans, compartilhou com EXAME.com 10 dicas sobre o novo CPC. Confira:

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1 – A incompetência relativa agora é alegada em preliminar de contestação (e não mais em exceção).
2 – O juízo de admissibilidade da apelação é feito diretamente pelo Tribunal (na pessoa do relator) e não mais pelo juízo de primeiro grau.
3 – O recurso pode ser indeferido por falta de fundamentação e pode-se fixar honorários advocatícios em fase recursal.
4 – Nenhuma decisão poderá ser proferida no processo (mesmo aquelas matérias que podem ser conhecidas de ofício) sem que a parte seja previamente ouvida.
5 – O réu, em todos os processos que admitam autocomposição, será citado não para se defender, mas para comparecer à audiência de conciliação e mediação. Essa audiência é obrigatória e somente não ocorrerá com a negativa de ambas as partes.
6 – Ao contrário do regime anterior, nem todas as decisões interlocutórias são agraváveis. Para estas decisões que não cabem agravo a parte somente poderá recorrer quando da prolação da sentença, em preliminar de apelação.
7 – Todos os prazos processuais (apenas estes) correrão somente em dias úteis.
8 – Ministério Público e Fazenda Pública terão prazo em dobro para todas as suas manifestações no processo.
9 – O CPC agora adota expressamente como forma de intervenção de terceiros a desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae. A oposição se tornou procedimento especial e a nomeação autoria agora se aplica em qualquer situação de ilegitimidade de parte (e não apenas em casos específicos).
10 – Não há mais o procedimento especial de Usucapião. Assim o autor poderá optar em propor a medida pelo procedimento comum ou por cartório (extrajudicial).

Agora, teste seus conhecimentos com o simulado da LFG já com questões sobre o novo CPC:

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Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

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