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6 erros que fazem um currículo ser eliminado

ilustracao de homem errando

De nada adianta ter uma trajetória extraordinária ou uma formação acadêmica de fazer inveja se você descuida de uma peça básica da sua vida profissional: o currículo.

Certos detalhes são sutis. Até um elemento tão singelo quanto a fonte do texto, como a clássica Arial ou a detestada Comic Sans, pode transmitir mensagens subliminares sobre quem é a pessoa por trás do documento.

Outras variáveis, mais evidentes, podem comprometer seriamente as suas chances de contratação. Veja a seguir 6 erros que os recrutadores não perdoam:

1. Ausência de informações para contato
Pode parecer óbvio, mas muitos profissionais se esquecem de incluir dados básicos sobre si mesmos no CV. De acordo com Marcelo Beltrame, gerente da consultoria Michael Page, no documento não podem faltar nome completo, bairro de residência, e-mail e telefone.

O headhunter ainda destaca a importância de colar o endereço do seu perfil no LinkedIn – uma ferramenta essencial, segundo ele, para conhecer as conexões do candidato e avaliar seu cuidado com a própria identidade na internet. Se você não incluir esse link, fica difícil encontrá-la na rede social, principalmente se ela tiver um nome comum, como João Silva, por exemplo.

2. Uso indevido do “control C, control V”
Nada é tão nocivo para a credibilidade de um profissional quanto demonstrar preguiça na confecção do próprio currículo. Uma prova cabal de desinteresse é trazer informações claramente copiadas e coladas em diferentes partes do documento.

Leia também: Este é o modelo de currículo ideal para quem está no começo da carreira

Segundo Beltrame, não é raro encontrar CVs com descrições de responsabilidades idênticas nas diversas empresas pela qual o candidato passou. O que se sente nessas repetições preguiçosas, diz ele, é que o profissional não tem cuidado com o recrutador e não está muito interessado na oportunidade.

3. Falhas graves de português ou redação
Erros gramaticais muito grosseiros são imperdoáveis – ainda mais com a profusão de ferramentas tecnológicas que permitem revisar um texto. “O mínimo que se espera é que o candidato passe um corretor ortográfico no documento”, diz Almeida.

Mas não são apenas as infrações à norma culta da língua que decepcionam os headhunters: o mesmo efeito é provocado por textos mal redigidos, confusos, ambíguos ou incoerentes. Se você sente dificuldade na hora de escrever, a dica é organizar as informações na forma de lista. “Use de 5 a 10 itens para descrever as suas passagens profissionais e atribuições em cada emprego”, sugere o especialista.

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4. Layout extravagante
A não ser que você trabalhe na indústria criativa, é melhor fazer um currículo com visual simples e comedido. Segundo Gabriel Almeida, gerente da consultoria Talenses, o CV precisa uma aparência sóbria porque é um documento formal.

Cores, fontes, logotipos ou imagens em excesso podem minar a atenção e até a paciência do recrutador. Para não errar, aposte em papel branco, poucas cores e fontes clássicas .“Currículos devem ser simples e limpos”, diz Almeida. “Eles devem ser chamativos pelo conteúdo, não pelo formato”. Veja aqui 12 modelos de diagramação de currículo para baixar e preencher.

5. Chavões e elogios a si mesmo
Outro problema grave está na prática – muito disseminada – de usar adjetivos desgastados e vazios como “dedicado”, “proativo”, “ágil” ou “perfeccionista” para descrever o próprio comportamento.

Além de nada agregarem ao conteúdo do documento, diz Beltrame, essas expressões não têm credibilidade alguma. Afinal, autoelogio é como publicidade: fica difícil acreditar piamente se a parte interessada é quem está falando.

6. Tamanho insuficiente ou exagerado
Ainda que um bom currículo deva ser conciso, ele não pode ser lacônico demais. As principais informações têm que estar presentes – pelo menos para formar um retrato básico de quem é o candidato por trás do documento.

“Um currículo com uma única página é sucinto demais, mas se passar de cinco laudas também está inadequado”, diz Almeida. O ideal é encontrar um meio termo para a extensão do documento. O princípio básico é simples: nada deve faltar, nem sobrar.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Exame.com

Rafaela Silva: ‘Batalhar é essencial’

rafaela silva atleta

O tatame não foi a primeira opção de Rafaela Silva. Aos cinco anos, quando precisou escolher uma atividade na associação de moradores, queria jogar futebol – mas não tinha espaço para meninas. Acabou acompanhando a irmã na aula de judô. Na Cidade de Deus, comunidade carioca em que nasceu e cresceu, não ficar na rua estava de bom tamanho para sua família.

“Eu só gostava de lutar no meio da rua”, lembrou ela, hoje com 24 anos. “Era bem agressiva e brigava por qualquer coisa. Não me dar bala era motivo de briga. Ainda bem que isso foi canalizado no esporte.”

Em 8 de agosto, Rafaela ganhou sua primeira medalha de ouro olímpica. Foi também a primeira do país no Rio de Janeiro. Além de comemorar a conquista, a alguns quilômetros da comunidade e num estádio cheio, a judoca espantou um fantasma: a traumática desclassificação nos Jogos Olímpicos de 2012, após um golpe irregular em sua segunda luta. Era sua primeira Olimpíada.

Em Londres, ela não apenas perdeu o prêmio como teve que lidar com comentários violentos e racistas. “Tinha [tweets dizendo] que lugar de macaco era na jaula e não nas Olimpíadas, que eu era vergonha para a minha família”, lembrou. Entrou em depressão e considerou abandonar o esporte.

Leia também: Atletas revelam lado da carreira esportiva que ninguém vê 

A crise exigiu uma preparação psicológica intensa com uma coach motivacional para que mudasse de ideia. Em 2013, já de volta, ganhou seu primeiro ouro nos Jogos Panamericanos. No mesmo ano, tornou-se campeã mundial de judô. Foi a primeira brasileira a conquistar o título.

Quatro anos depois e mesmo com a medalha olímpica em mãos, a lembrança dos ataques ainda machuca. Logo após a luta e muito emocionada, Rafaela desabafou na televisão: “Todo mundo me criticou e falou que judô não era para mim, que eu era a vergonha da minha família, e agora sou campeã olímpica na minha casa”.

Rumo ao pódio Aos oito anos, Rafaela passou a treinar no instituto Reação, do também campeão olímpico Flávio Canto e celeiro de talentos na modalidade. A organização faz parte da Rede Esporte pela Mudança Social, que tem o apoio da ONU, e usa o esporte como ferramenta de inclusão.

Foi lá que o treinador Geraldo Bernardes, que comandou a seleção masculina brasileira em quatro Olimpíadas, enxergou seu potencial. Pagou seu quimono e suas refeições e exigiu em troca, além de trabalho duro, bom comportamento, boletins escolares e respeito aos mais velhos. Se não apresentasse o necessário, Geraldo não lhe permitia mudar de faixa – castigo insuportável para alguém tão competitivo como Rafaela.

“Batalhar é essencial porque não é fácil chegar lá”, resumiu Rafaela sobre sua trajetória. “Principalmente se você tem um sonho, tem que batalhar bastante. Mas vai chegar a hora de conseguir realizá-lo.”

Aos 21 anos, dois anos depois do trauma londrino, o investimento finalmente rendeu: tornou-se a primeira brasileira campeã mundial de judô. Três anos depois, a judoca dedicou ao mestre – assim como os atletas Thiago Braz e Isaquias Queiroz – seu título de campeã olímpica.

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“Quando ela chegou, vi que tinha um diamante muito bruto, mas que eu poderia lapidá-lo e fazer com que ela se tornasse uma pessoa melhor, não somente no esporte como na vida”, disse o mestre. “O Reação promove o desenvolvimento humano e social através do esporte e nós estamos provando que isso dá certo. O binômio esporte-educação é muito importante. Hoje, Rafaela faz faculdade e é campeã olímpica.”

Inspiração A brasileira também destacou a importância de projetos sociais para que jovens brasileiros expandam seus horizontes. Ela se lembra do ambiente agressivo que a rodeava, como tiroteios à luz do dia, traficantes em fuga e assassinatos perto de casa, e diz que não sabe onde estaria se não tivesse encontrado o judô. A mesma comunidade, no entanto, ajudou a moldar seu caráter.

“No esporte temos que ter garra, determinação e superação a cada lesão, a cada treino”, falou. “Na comunidade vivemos isso: temos que nos superar e ser determinados para conquistar alguma coisa. Por sermos negros, às vezes não conseguimos viver bem em uma sociedade preconceituosa.”

É frequente ver pequenos judocas do Reação quererem chegar mais perto da heroína, e Rafaela espera ser um exemplo para muitos outros pelo país. “Ver que uma menina que corria de bala perdida agora corre de pessoas tirando fotos e entrevistas é muito importante para mostrar que uma criança que saiu da comunidade pode conquistar o mundo”, falou. “Espero que eu sirva de espelho para essas crianças – pode ser o diferencial para poder aparecer outra Rafaela no próximo ciclo.”

Se alguma brasileira muito talentosa surgir até 2020 em sua categoria, porém, vai precisar competir pela vaga. Ainda na primeira rodada com a imprensa, com as borrachas do aparelho fixo verdes e amarelas e a medalha no peito, Rafaela revelou que seu novo sonho passa pelo Japão, terra natal do esporte que tanto ama: já quer outra vitória.

“Empresas feitas para vencer”, por Jim Collins

Capa de Empresas feitas para vencer, de Jim Collins

Poucos livros que se tornam clássicos tão depressa quanto o bestseller de Jim Collins, que acompanhou mais de 1400 empresas em busca daquelas que mais valorizaram no longo prazo na bolsa de valores para descobrir como funcionam.

Para tanto, Collins selecionou onze delas para analisar ao longo de cinco anos e entrevistou seus CEOs e presidentes em busca da razão para o sucesso (ou fracasso). Como algumas empresas conseguem passar de boas para ótimas – e por que outras ficam no meio do caminho durante a transição?

“Alguns dos conceitos-chave nesse estudo vão contra a cultura de negócios moderna e vão, francamente, chatear algumas pessoas”, descreve o autor. Ao todo, os conceitos são sete e incluem o líder Nível 5 – que equilibra capacidades individuais, de gestão, administração, liderança e a importantíssima humildade – e a cultura de disciplina, em que empreendedorismo e disciplina convivem beneficamente.

A importância da equipe é outro fator importante e que toca todo o livro. (Um dos conselhos do autor é inclusive “se estiver em dúvida, não contrate e siga procurando”.) As melhores pessoas devem trabalhar com as maiores oportunidades e não com os maiores problemas, por exemplo, e todos devem encarar a realidade do mercado, mesmo que seja brutal, sem se desencorajarem.

Há ainda o conceito do porco-espinho, escolhido por se tornar uma bola quando atacado: uma defesa simples e extremamente eficaz. É preciso ser o melhor do mundo em uma coisa e descobrir o que ela é e, para tanto, Collins sugere que se criem três círculos: um para determinar no que a empresa pode ser a melhor do mundo e no que não pode, outro para determinar o que gera receita financeira e um terceiro para determinar uma paixão.

A prática acaba beneficiando a disciplina de trabalho dos funcionários, que se mantêm atentos às metas e objetivos determinados nos círculos – e esse foco transforma as chances de conquista de uma organização.  

“Empresas feitas para vencer” está disponível em português

“Aventuras Empresariais”, por John Brooks

Trata-se de “Aventuras Empresariais”, uma coletânea de 12 artigos sobre Wall Street e negócios publicados por John Brooks na revista “New Yorker”. Não é uma obra recente – a publicação é de 1969 –, mas as lições se mantêm relevantes.

A favorita de Gates fala da Xerox, que revolucionou a vida corporativa e dominou o mercado de fotocópias por anos. Confortável como líder, a empresa deixou de lado a inovação e não investiu em coisas incríveis que surgiram lá dentro, como cabos de Ethernet e interfaces gráficas de usuário. (A própria Microsoft usou essas pesquisas mais tarde.) Resultado: quando chegaram os competidores com suas próprias fotocópias, a Xerox perdeu milhões.

Outro capítulo trata de erros de comunicação na General Electric e lembra que, caso não sejam consertados, podem ter consequências desastrosas bastante depressa. Já a história sobre a Ford Motors trata do carro Edsel, tido como um bestseller em potencial e que se tornou um dos maiores fracassos da organização devido à decisão de executivos de agirem com base na intuição e não ouvirem feedback de usuários.

“O trabalho de Brooks é um ótimo lembrete de que as regras para comandar uma empresa forte e criar valor não mudaram”, resume Gates. “Não importa se você tem um produto, um plano produtivo perfeito ou um marketing perfeito. Ainda precisa das pessoas certas para liderar e implementá-los.”

E isso significa fazer reflexões difíceis: como escolher quem apoiar? Como saber se alguém está pronto para um novo papel na empresa? Como saber se a pessoa equilibra inteligência emocional e racional e quão importante é esse aspecto?

Graças a clássicos do nível de “Aventuras Empresariais”, pelo menos é possível aprender com os erros alheios.

“Aventuras Empresariais” está disponível em português

“A Startup Enxuta”, por Eric Ries

Tem quem diga que a maneira de criar um novo negócio, sempre algo arriscado, mudou após a publicação deste bestseller de Eric Ries. Aqui, a experimentação ganha de planos elaborados e feedback ganha da intuição. E talvez você não saiba, mas a influência de Ries é tão grande que termos como pivots e produto mínimo viável (em inglês, MVP) ficaram famosos em suas páginas.

Em sua definição, uma startup é uma organização que busca se tornar um negócio escalável e que surge em um contexto de extrema incerteza. Para que as decisões possam acontecer velozmente num ambiente desse tipo, é preciso que ela seja… Enxuta.

O autor delineia a diferença entre a visão de uma startup – sua direção – e seu produto ou serviço. Enquanto a visão se mantém, o produto está em constante transformação conforme a equipe descobre se está no caminho certo.

Como isso acontece na prática? Não basta só montar um plano de negócios e fazer seu pitch para investidores. É preciso validar constantemente suas ideias, manter-se flexível para mudar de planos e saber que você provavelmente vai errar, por exemplo – e aí ter a agilidade necessária para transformar a situação.

Construir um produto – mesmo que aquele minimamente viável –, mensurar seu sucesso ou fracasso com usuários e aprender com isso é o ciclo contínuo e principal pilar da startup enxuta.

A partir do teste de hipóteses com o consumidor final, o empreendedor não perde tempo ou recursos com algo que não tem futuro no mercado e se dedica a desenvolver o que de fato funciona.

O livro explica em detalhes como cada uma dessas etapas funciona e como aplicá-las em seu próprio empreendimento utilizando cases que vão da Toyota ao Dropbox. Também vale lembrar que, apesar do título, as ideias valem não só para startups mas para todo tipo de novidade, seja um pequeno negócio ou uma iniciativa dentro de uma grande empresa.

“A Startup Enxuta” está disponível em português

“Rápido e devagar: Duas formas de pensar”, por Daniel Kahneman

Capa de Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar

Ganhador do Nobel de Economia, o psicólogo Daniel Kahneman é um dos mais famosos pensadores do século 21. Neste bestseller internacional, é possível aprender de maneira didática a maneira que usamos nossos cérebros, que se dividem em dois sistemas.

O Sistema 1 é rápido, intuitivo e emocional. O Sistema 2 é mais lento, mais lógico e deliberativo. Ambos moldam nossos julgamentos e decisões e saber onde fica seu viés mental pode influenciar tudo em sua vida: sua felicidade, suas decisões no mercado de ações ou sua jogada de xadrez.

E enquanto ambos em conjunto trabalham muito bem para que os seres humanos funcionem no mundo, há sérios problemas a serem enfrentados. Kahneman explica que o principal deles é o fato de que Sistema 1 toma o lugar do colega quando não deveria e nos leva a confiar na intuição, que por sua vez nos leva às respostas e conclusões erradas, quando deveríamos pensar de outro jeito.

Ao longo do livro, o professor apresenta técnicas para pensarmos mais devagar e nos confronta com preconceitos e outros tipos de processos simplificadores que sendo prejudiciais, tanto pessoal quanto profissionalmente. Psicologia, percepção, irracionalidade, neurociência, estatística e economia comportamental são alguns dos temas tratados nas páginas. Ao final, o leitor pensa de maneira mais esclarecida – e devagar.

“O jeito de bloquear erros originados pelo Sistema 1 é simples, em princípio: reconheça os sinais de que você está num campo minado cognitivo, diminua a velocidade e peça auxílio ao Sistema 2”, resume o autor. O que falta é reconhecer o campo em questão.

“Rápido e devagar: Duas formas de pensar” está disponível em português

“De zero a um”, por Peter Thiel

Um livro recomendado e tido como realista por empreendedores bilionários como Mark Zuckerberg e Elon Musk não pode passar batido. O fundador do Facebook disse inclusive que as páginas entregam “ideais totalmente novas e frescas sobre como criar valor no mundo”.

E se alguém sabe como fazer isso é um colega de Vale do Silício: Peter Thiel, cofundador do PayPal. O autor defende que o mais importante não é crescer – passar do “1 para o n”, algo que todo mundo já sabe como fazer – mas sair do zero para o 1, para algo totalmente novo e singular. Ao criar um negócio único, defende Thiel, você escapa da competição.

Para isso, é necessário priorizar explorações, inovações e, principalmente, aprender a pensar sozinho. Entender o conceito é fácil. Você está lendo isso em um email, mas alguém precisou pensar na possibilidade da internet. Do computador. Do computador pessoal. Do telefone celular. Da tela touch screen. E por aí vai.

Invenções – além das muitas outras que foram necessárias para que estas se tornassem realidade – começam sempre com uma visão crítica da realidade: o que existe, o que poderia existir e por que.

É aí que entra a importância do pensamento independente, especialmente no mundo dos negócios. É preciso vislumbrar possibilidades mesmo que elas sejam contrárias ao senso comum. (Lembra-se da estratégia do oceano azul, em que uma empresa começa e domina uma determinada área ao invés de competir com os tubarões? É por aí.)

Thiel, que tem experiência majoritariamente na indústria tecnológica, considera monopólios benéficos. Para ele, são celeiros de inovação e que incentivam a competição a melhorar, o que gera benefícios também para o consumidor.

Chegar no ponto do Google, no entanto, exige foco absoluto, paciência e visão de futuro. Às vezes uma novidade capaz de transformar o mundo demora um pouco para encantá-lo ou exige passos lentos e deliberados – e é preciso oferecer sempre o melhor produto para não perder o lugar.

“De zero a um: O que aprender sobre empreendedorismo com o Vale do Silício” está disponível em português

“A Cauda Longa”, por Chris Anderson

Capa de A Cauda Longa

A cauda longa do título é a curva básica de demanda por um bem ou serviço, em que o eixo vertical se refere à popularidade de um produto e o eixo horizontal, aos produtos disponíveis. A cabeça da curva são os bens mais populares, os hits e bestsellers (poucos produtos com alto volume de vendas), enquanto a “cauda” é composta pelo resto do catálogo (diversos produtos de nicho com baixo volume de vendas).

E o subtítulo da obra, “Como escolhas infinitas estão criando demandas infinitas”, entrega. Para Chris Anderson, editor da revista “Wired”, o futuro do mercado está no nicho. Todo mundo pode achar de tudo – e consumir de tudo – e isso é bom para as empresas.

Nesse cenário, o sucesso tem uma cara diferente. Ao invés de vender milhões de unidades de uma única coisa, é possível vender dezenas de produtos diversos de maneira distribuída e, em conjunto, atingir uma grande quantidade de pessoas.

Para Anderson, essa transição se deve aos consumidores digitais e às novas tecnologias, que transformaram tanto o jeito de consumir – pense nos filtros ou sugestões de sites de compras – quanto de estocar produtos.

Ou seja, agora que podem encontrar itens cada vez mais afinados com seus gostos pessoais, sejam músicas na loja da Apple ou ladrilhos estampados na Amazon, as pessoas naturalmente se afastam do que é feito para as massas em busca de coisas que estejam em sintonia com suas preferências.

Entre as estratégias de Anderson para conseguir firmar o pé nesse novo mercado estão coisas que muitos hoje tomam por básicas na hora de fazer escolhas online, como permitir que os consumidores avaliem os produtos, oferecer tipos diferentes de preços e apostar em versões gratuitas e demos, por exemplo.

Também vale lembrar que na época em que o livro foi publicado, em 2006, as companhias que prestavam serviços personalizados citadas por Anderson eram a Quickflix e o Rhapsody. Hoje seriam, respectivamente, Netflix e Spotify. É sempre bom lembrar que coisas mudam – e depressa.

“A Cauda Longa” está disponível em português

4 dicas de carreira de José Olympio, presidente do Credit Suisse

jose olympio presidente credit suisse

Atual presidente do banco de investimentos Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira está entre os mais notáveis banqueiros do país. Ao longo de sua carreira, esteve à frente de diversas operações bem sucedidas que lhe renderam tal prestígio.

No seu currículo, constam transações épicas, como a compra da mineradora Inco pela Vale do Rio Doce, o IPO (oferta pública inicial) da Bovespa e a compra da GVT pela Telefônica, além das fusões da cervejaria belga Interbrew com a brasileira Ambev, da Bovespa com a BM&F, e da Americanas.com e o e-commerce Submarino.

Em depoimento gravado pelo Na Prática, ele compartilha quatro dicas de carreira com os jovens brasileiros:

1. Faça estágios

Forma de testar os trabalhos, já que é muito importante “achar a sua praia” – nas palavras do executivo. “As pessoas bem sucedidas encontraram a sua praia e gostam profundamente do que fazem”.

Leia também: 4 dicas de carreira de Flavio Rocha, CEO da Riachuelo

 

2. Tenha um crescimento embasado

Por mais contraditório que possa parecer, crescer rápido demais pode ser um problema na carreira. Não é algo necessariamente ruim, mas é preciso ter cuidado. Pelo menos é o que acredita José Olympio, baseado em sua experiência no lendário Banco Garantia e sua decisão de sair da organização. Entenda no vídeo abaixo.

 

3. Conheça o seu perfil

Apesar de diversos convites para abrir um negócio, José Olympio recusou todos. A justificativa é que ele, embora proativo, não é uma pessoa que gosta do risco. Assim, entender o seu perfil de trabalho também é essencial para decidir se você vai empreender, trabalhar em uma grande empresa ou seguir outro rumo na carreira.   

 

4. Sua reputação é seu maior patrimônio

No vídeo acima, José Olympio também reforça que a reputação é o único valor que jamais deve ser arriscado. Maus negócios, apostas erradas podem até te fazer perder dinheiro temporariamente, mas se ainda tiver sua reputação a empresa pode se recuperar. Por outro lado, a ética, o seu nome e a reputação da sua empresa são as galinhas dos ovos de ouro – uma vez destruídas, não tem mais volta.   

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Maior cientista brasileiro, Artur Avila explica como atingiu o sucesso

artur avila ganhador da medalha fields

Artur Avila se tornou conhecido entre pesquisadores por sua capacidade de resolver operações matemáticas de grande complexidade, o que lhe valeu a Medalha Fields, o “Nobel da Matemática”, a primeira para a América Latina e maior prêmio já conquistado por um cientista brasileiro.

Considerado prodígio desde o ensino fundamental, ele teve uma carreira meteórica. Ganhou sua primeira medalha de ouro aos 16 anos, na Olimpíada Internacional de Matemática. Um ano depois entrou e concluiu o mestrado no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa).

Ao mesmo tempo que obtinha o diploma de graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defendeu o doutorado, em 2001, quando pode validar os diplomas de pós-graduação. Tornou-se o profissional mais novo a assumir a direção de pesquisa no conceituado Centro Nacional de Pesquisas Científicas de Paris, aos 29 anos. O foco de seu trabalho é uma área da matemática conhecida como sistemas dinâmicos. Mais especificamente, ele usa equações para compreender sistemas quânticos.

Leia também: Conheça o brasileiro que pesquisa a cura do câncer em Oxford

Ao remontar a trajetória que o levou a ser considerado um dos maiores matemáticos do mundo, ele não tenta contar uma história linear. Muito do que deu certo, ele admite, não veio a partir de decisões muito conscientes ou embasadas. No cenário ideal, claro, teriam sido fruto de planejamento… Mas nem sempre funciona assim.

No fundo, a questão principal é estar pronto. “Você tem que ter se colocado em uma posição de aproveitar as oportunidades, estar preparado quando elas aparecerem”, conta.

Na entrevista a seguir, ele fala sobre o estereótipo da genialidade e o papel da sorte no sucesso, e dá sua opinião sobre a perspectiva de carreira para um pesquisador no Brasil. Confira:

1. Qual o papel da genialidade, do esforço e da sorte no sucesso?

2. Como você explica o seu sucesso?

3. Como você decidiu ser pesquisador e qual sua visão dessa carreira no Brasil?

Diretora do Social Good Brasil compartilha 5 dicas para empreender com impacto social

carolina andrade do social good brasil

Iniciar uma carreira no mundo dos negócios sociais é o objetivo de muitos jovens e estudantes universitários. Empreender, criando o próprio negócio, é uma das formas mais impactantes – mas também mais arriscadas – de participar desse ecossistema. Para ajudar quem está disposto a aceitar esse desafio, o portal DRAFT conversou com Carol de Andrade, diretora executiva da Social Good Brasil, uma organização sem fins lucrativos que inspira, conecta e apoia indivíduos e organizações para que tenham aspectos inovadores na solução de problemas sociais. 

Mestre em Tecnologia e Gestão da Inovação pela University of Sussex, na Inglaterra, ela é especializou-se em empreendedorismo pela FGV (Fundação Getúlio Vargas, em SP) e pela Babson College, nos EUA, e já trabalhou também como diretora da Artemisia e vice-presidente da Aiesec. A seguir, veja a sua dica aos jovens empreendedores:  

1. Apaixonar-se pelo problema

Você deve conhecer profundamente seu problema antes de propor uma solução. Quem tem um negócio de impacto social deve focar em melhorar a vida das pessoas e não em fazer sucesso com um produto. “Estude. Entenda o problema e apaixone-se por ele”.

2. Encarnar o público-alvo

Entenda bem as pessoas que se beneficiarão com sua solução. Existem duas ferramentas que podem ser úteis nessa missão: a elaboração de um mapa de empatia, que elenca os sentimentos, dores, ações e objetivos de quem será atingido por seu trabalho, e a criação de personas, um personagem que seja um retrato do seu público-alvo e que ajude o empreendedor a ver o que se passa na cabeça de outras pessoas.

Leia também: As oportunidades para quem quer empreender com impacto social

3. Criar um modelo de negócio viável

Apesar de ter o lucro em segundo plano, um negócio de impacto social continua sendo um empreendimento. Portanto, a empresa deve se sustentar sozinha. Não há problema em contar com ajudas externas como o crowdfunding, por exemplo. “É importante pensar em modelos de negócios com fontes de receitas mais amplas. O que importa é que a receita seja recorrente”.

4. Validar suas hipóteses

A empatia é importante para que o empreendedor se coloque no lugar do seu público-alvo. Mas esse exercício de empatia vai apenas formular hipóteses do comportamento e da preferência de quem desfrutará de sua solução. O próximo passo é validá-las. Para isso, converse com seu público. Vá para a rua. “Não fique planejando tudo de dentro do escritório. Construa uma solução junto com seus usuários e não para eles. Esta é a melhor forma de validar seu projeto”.

5. Não ter medo de errar e mudar

Na validação do negócio, você perceberá que o exercício de empatia é eficaz, mas que pode haver erros. Nessa hora, não tenha medo de mudar seu projeto e criar algo diferente. Lembre-se: o objetivo de um negócio de impacto social é solucionar um problema e não desenvolver uma solução. Aliás, mesmo após lançar seu protótipo, correções poderão ser feitas e isso é normal. “A fase inicial de uma startup é puro aprendizado. Não tenha medo de mudar, tente outros caminhos”.

Se pararmos para analisar, vamos perceber que um negócio sempre impacta pessoas. Você já analisou como sua empresa atua em relação aos seus fornecedores, clientes, funcionários ou até mesmo a comunidade que ela esta localizada? Mesmo que você não seja um empreendedor social, vale a pena verificar e rever continuamente os pontos de melhorias nesse cenário. Concorda?

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Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

Entrevista de emprego: como os conselhos entrevistam possíveis CEOs?

pessoas desfocadas conversando

As maiores lideranças de uma empresa são conhecidas como posições “C level”: CEO, CFO, CMO e por aí vai. O “C” do título se refere ao chief, ou chefe, e conseguir um posto do tipo costuma incluir um processo seletivo bastante misterioso: as entrevistas com o conselho.

Autor do livro “The Career Playbook”, James Citrin é um headhunter especializado na busca por altos executivos. Parte de seu trabalho é auxiliar os integrantes do conselho na preparação de guias para entrevistas. A ideia é que, na hora da conversa, ninguém ali esteja perdendo tempo.

Em uma publicação no LinkedIn, Citrin compartilha um guia recente para entrevistas com candidatos a CEO – e aproveita para dizer que nunca é cedo para começar a se preparar.

Confira a tradução do Na Prática abaixo:

Quando trabalho com conselhos de diretores para ajudá-los a se preparar para entrevistar candidatos a CEO, desenvolvemos um guia de entrevista que irá ajudar a organizar a conversa, que geralmente leva 90 minutos. As entrevistas são só um passo no processo de contratação de um CEO, assim como referências aprofundadas e avaliações executivas. Mas não um exagero dizer que são eixo central do processo.

Conselhos e comitês de busca sempre vão acreditar em analisar trajetórias e experiências relevantes, revisar relatórios escritos e conversar com as referências. Mas é na entrevista que a química se estabelece e traços intangíveis mas essenciais como paixão, energia e compatibilidade cultural são determinados. O resultado é que, num nível de CEO, assim como ao longo de sua carreira, ser um bom entrevistado é uma grande vantagem.

Leia também: O dia a dia de um headhunter no Brasil

Ao conduzir entrevistas com candidatos a CEO, muitas questões feitas pelo comitê são, claro, customizadas para cada situação de cada empresa. Mas muitas são baseadas em áreas essenciais em que o CEO precisa demonstrar capacidade: estratégia e visão, crescimento, gerenciamento operacional e financeiro, liderança e trabalho em equipe e cultura.

Aqui está o guia de entrevista que criamos recentemente para um conselho que buscava um CEO para sua empresa de capital aberto:

GUIA DE ENTREVISTA

A entrevista típica para CEO começa com o diretor do conselho dando as boas vindas ao candidato, agradecendo sua presença e convidando os membros do comitê a se apresentarem. A pessoa então começará com a pergunta que considero a melhor pergunta inicial:

“Você teve a chance de começar a conhecer a empresa. Por que acha que essa poderia ser a oportunidade certa para você nesse ponto de sua carreira e por que acha que seria o líder certo para nós?”

Os melhores candidatos responderão com uma narrativa limpa de 4 a 6 minutos sobre suas carreiras, experiências relevantes, interesses e aspirações profissionais e uma avaliação breve sobre a oportunidade. Muitas vezes esta é a mais importante das perguntas já que, como todos sabemos, as primeiras impressões ficam. São essas perguntas, assim como os cumprimentos, apertos de mão e introduções, que fazem essas importantes primeiras impressões.

A partir dali, cada uma das áreas de capacidades de um CEO são investigadas a partir de uma seleção das perguntas a seguir (cada uma precisaria de horas de discussão):

I. Gerenciamento de crescimento, financeiro e operacional
– Descreva um momento em que você levou a empresa ou negócio a acelerar crescimento, expandir lucratividade, aumentar eficiência e retorno aos acionistas. Qual era sua visão e o que precisou mudar? Como fez a organização responder? Qual foi o resultado?

Descreva sua experiência gerenciando orçamentos significativos e demonstrativo de lucros e perdas (P&Ls). Como priorizou seus investimentos? Que processos utilizou para ganhar apoio? Quais são suas experiências com a tomada de decisões difíceis quando se trata de cortes no orçamento, reestruturação ou realocação de recursos?

Com um ou dois exemplos, conte como você fez um negócio ou organização crescer ou mudar através de parcerias estratégicas, joint ventures ou aquisições. Quais foram os efeitos de longo prazo no negócio?

Você já criou e/ou apresentou um novo produto ou negócio que resultou em uma nova fonte de renda?

II. Estratégia e visão
Quais são as prioridades estratégicas mais importantes, em sua opinião, para nossa empresa nos próximos três anos? O que faria como CEO para ser bem sucedido em relação a essas prioridades?

Como desenvolveu estratégias quando seu negócio enfrentou novos competidores e ameaças no mercado? Quais foram os objetivos de curto e longo prazo que definiu? Como envolveu outros na concepção e implementação de mudanças? Quais foram os resultados?

 Descreva sua experiência administrando uma organização conforme ela cria novos modelos de negócios, produtos, conteúdo ou iniciativas que são essenciais para seu crescimento. Como desenvolveu uma visão e uma estratégia de apoio? Como comunicou e ganhou aquisições de componentes principais conforme a organização evoluía? Quais foram os resultados?

III. Liderança e trabalho em equipe
Como descreveria seu estilo de gestão? Como sua equipe e colegas lhe descreveriam? Na opinião deles, quais seriam suas principais forças e/ou fraquezas como líder ou gerente?

Onde acha que pode se aprimorar?

Explique alguns ambientes diferentes em que já trabalhou. Onde esteve em seu melhor?

Descreva o ambiente em que seu estilo de liderança é mais eficaz. Onde você esteve frustrado ou teve menos sucesso?

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Com um ou dois exemplos, conte sobre seu estilo de comunicação no trabalho. Como ele aparece em seus relatórios diretos, com superiores e sua equipe, de maneira geral? E com a comunidade externa, como clientes e investidores?

Fale sobre um momento em que você assumiu uma equipe que esteve sob outra liderança por um longo período. O que fez para construir apoio, comunicação, confiança e seguidores rapidamente?

IV. Tecnologia
Como muitas empresas, nós estamos passando por mudanças em nosso ambiente operacional devido às transformações digitais contínuas, diferentes padrões de consumo de conteúdo e competidores agressivos. O que já fez para implementar melhorias tecnológicas como integrações de plataforma ou novos sistemas de gerenciamento de empresas?

Pode compartilhar uma experiência em que teve que expandir um produto central através de inovação e, em particular, em um ambiente de tecnologia móvel?

Como traria mais inovação à nossa empresa? Quais inovações liderou em outros negócios que são pertinentes?

Qual empresa que, após adotar uma nova tecnologia e evoluir seu modelo de negócios, você mais admira? Por que?

V. Cultura
O que é mais importante e valioso para você? O que lhe serve como guia de vida?

Pense em sua trajetória e compartilhe uma história sobre uma experiência de vida pessoal que lhe define como pessoa hoje. Qual foi o valor ou lição?

Como mudou culturas para facilitar a inovação?

VI. Outras perguntas
Qual é sua avaliação de nossa empresa hoje? De seu ponto de vista, o que a empresa está fazendo certo e o que precisa mudar?

Quais seriam os maiores obstáculos para o próximo CEO, na sua opinião? Que falhas e necessidades em habilidades/experiência você precisa desenvolver mais e prestar atenção e como fará isso?

Pode nos dar um exemplo de uma lacuna de habilidade/experiência que o levou a ser menos eficaz do que gostaria? O que fez para garantir que não vá cair na mesma armadilha novamente?

Descreva uma ou duas conquistas específicas das quais você é especialmente orgulhoso em sua carreira. Por que?

Como seria sua abordagem nos primeiros 100 dias de trabalho? Como aprenderia sobre o negócio, construiria confiança, geraria aquisições e desenvolveria um plano?

VII. Finalmente, a pergunta de extrema importância no final
 Que perguntas você tem para nós?

Este artigo foi originalmente publicado no LinkedIn

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