Home Blog Page 236

Habilidades de liderança: como está o seu ‘capital psicológico’?

Pernas em cima da mesa com notebook e celular do lado

O desenvolvimento da liderança é essencial para a competitividade global e a sustentabilidade empresarial. Não à toa, multiplicam-se as teorias, cursos, receitas para se tornar um bom gestor. Em geral, todas essas ferramentas se baseiam em aprimorar basicamente duas frentes: as competências do executivo (ou habilidades comportamentais que ele tem) e suas  áreas de conhecimento, fundamentais para que toque bem o negócio. Do ponto de vista comportamental, concentrar-se apenas nas competências faz com que se despreze o papel fundamental que os recursos psicológicos de cada um desempenham na hora de exercer a liderança – especialmente no ambiente de negócios atual, que tem um ritmo acelerado e é cheio de incertezas.

O Center for Creative Leadership (Centro de Liderança Criativa), CLL, uma consultoria internacional especializada no desenvolvimento de executivos, tem se dedicado ao estudo do tal capital psicológico. Atualmente, a empresa investiga as melhores formas de enfrentar os desafios no ambiente de trabalho, a partir do desenvolvimento de recursos psicológicos como resiliência e otimismo. Esse trabalho agora é parte integrante do tradicional treinamento de lideranças desenvolvido pela consultoria.

No mês passado, o CLL lançou um levantamento que relaciona o resultado de pesquisas científicas sobre liderança ao desenvolvimento dos aspectos psicológicos do profissional. No estudo, é ressaltado que o capital psicológico não é o mesmo que os traços psicológicos, como extroversão ou capacidade cognitiva, comumente pesquisados em testes de perfis comportamentais, conduzidos por psicólogos. O capital psicológico é mais que uma característica natural. Trata-se de um conjunto de habilidades que, com treinamento e atenção, podem se desenvolver e ampliar a capacidade de avaliação e de ação dos gestores. Sua importância e eficácia, diz a pesquisa, fica clara em momentos em que o profissional precisa lidar com situações difíceis.

Leia também: Cargo a cargo, quais as habilidades necessárias para crescer na carreira?

De acordo com o estudo, o desenvolvimento do capital psicológico está associado a um menor absenteísmo no ambiente de trabalho, a um comportamento menos cínico dos funcionários em relação à empresa, a intenções de parar de fumar, a uma maior satisfação profissional e ao comprometimento com o que produz.Funcionários com o capital psicológico mais desenvolvido tendem, segundo o levantamento, a se tornar mais fortes emocionalmente do que aqueles com menos desenvolvimento. Também foi constatada uma relação entre o treinamento do capital psicológico, a ocupação de cargos melhores nas companhias e a iniciativa de apoiar colegas e subordinados, o que, consequentemente, significa melhorar a capacidade de se relacionar – algo tão valorizado atualmente pela diversidade de culturas, gerações, gêneros, entre outras, que convivem no ambiente profissional.

Embora cada empresa tenha suas peculiaridades, o estudo chama a atenção para quatro elementos universais, presentes em qualquer contexto de liderança. “Sempre haverá bloqueios, interrupções e desvios”, diz o artigo. “Os recursos psicológicos fornecem a energia interna necessária para atender às demandas de um ambiente em mudança.

A seguir, os quatro elementos do capital psicológico que, segundo o CLL, podem ajudar os gestores em qualquer contexto profissional. É um bom começo para desenvolver seu capital psicológico.

1. Eficácia: Trata-se da confiança para assumir tarefas desafiadoras  e da disposição de aplicar o esforço necessário para concluí-las com sucesso.

2. Resiliência: A capacidade de se recuperar de problemas ou adversidades, em alguns casos com potencial traumático, e ainda usar a oportunidade para amadurecer e melhorar seu desempenho.

3. Esperança: É a habilidade de perseverar e redefinir caminhos em direção a seus objetivos, mesmo quando os fatores externos não são animadores. Com esperança, um profissional enxerga o sucesso como uma soma de força de vontade e energia para agir.

4. Otimismo: Fazer avaliações positivas sobre o futuro tende a fortalecer um gestor – claro, se ele não tirar o pé da realidade em sua visão e assumir a responsabilidade da parte que lhe cabe para concretizar a previsão.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Época Negócios

Choice up: negócios sociais em fase inicial podem concorrer a pré-aceleração gratuita

Jovens estudando na sala de casa

Jovens empreendedores que tenham negócios de impacto social podem concorrer a uma pré-aceleração gratuita de startups, por meio da iniciativa CHOICE Up, organizada pela Artemisia — organização sem fins lucrativos que dissemina e fomenta o empreendedorismo social no Brasil.

O programa de pré-aceleração tem duração de duas semanas e é focado em empreendimentos que estão na fase inicial, ou seja, gente já tem uma ideia e um pouco mais: modelo de negócio, pesquisa de mercado ou primeiras vendas.

Leia também: ‘No CHOICE, vi que é possível trabalhar com o que amo e sobreviver disso’

“Passaremos dois finais de semana totalmente dedicados ao seu negócio. Falaremos sobre modelo, impacto social, proposta de valor, vendas, escalabilidade, formação de equipe, possibilidades de aceleração e tudo que sua startup precisa para decolar”, explica o site oficial. Durante o processo, mentores e empreendedores vão dar feedback sobre as empresas participantes, e também haverá um desafio com premiação financeira para os negócios de mais destaque.

Podem se inscrever para o programa empreendedores sociais de até 30 anos. Para participar, basta realizar a inscrição por aqui até dia 20 de setembro.

O programa acontece nos dias 26 e 27 de setembro, em São Paulo, já em 10 de outubro ocorrerá simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ainda em outubro, o Choice Up contará com edições em Salvador, Fortaleza e João Pessoa, destinadas a empreendedores do Nordeste.

Veja o ranking das melhores universidades do Brasil

Universitárias recebendo diploma

O Ranking Universitário Folha (RUF) é a mais ampla avaliação de qualidade de instituições de ensino superior do Brasil. Organizado pelo jornal Folha de São Paulo, o ranking classifica 195 universidades brasileiras a partir de indicadores de pesquisa, inovação, internacionalização, ensino e mercado.

O critério de maior peso é qualidade de pesquisa (42%), seguido de perto por qualidade de ensino (32%). A avaliação no mercado compõe 18% da nota, e internacionalização e inovação respondem, cada uma, por 4% da avaliação final.

Leia também: Veja as universidades do Brasil mais respeitadas no mercado internacional

Em 2016, a primeira colocada no ranking geral é a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A Universidade de São Paulo (USP), que liderava a lista desde o início da pesquisa, em 2011, ficou na segunda posição. Em terceiro está a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que foi considerada a mais produtiva em termos de publicação de artigos científicos.

Embora ainda lidere quando se trata de qualidade de pesquisa, avaliação do mercado e inovação, a USP também perdeu espaço no número de primeiras colocações em avaliações individuais dos 40 cursos de graduação considerados no ranking. Em 2016, liderava apenas 9, entre eles Engenharia Civil, Comunicação e Relações Internacionais.

Quando a análise do RUF leva em conta apenas qualidade de ensino, aparece em primeiro lugar a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), seguida pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade de Brasília (UNB), respectivamente.

No critério internacionalização, a liderança fica com a Fundação Universidade Federal do ABC (UFABC), seguida pela Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Baixe o ebook: O guia de como aproveitar melhor a faculdade

As 70 melhores universidades do Brasil

– Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
– Universidade de São Paulo (USP)
– Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
– Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
– Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
– Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)
– Universidade Federal do Paraná (UFPR)
– Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
– Universidade de Brasília (UNB)
10º – Universidade Federal do Ceará (UFC)
11º – Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)
12º – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
13º – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
14º – Universidade Federal da Bahia (UFBA)
14º – Universidade Federal Fluminense (UFF)
16º – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
17º – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
18º – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
19º – Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
20º – Universidade Federal de Goiás (UFG)
21º – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
22º – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
23º – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
24º – Universidade Estadual de Maringá (UEM)
25º – Universidade Estadual de Londrina (UEL)
26º – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
27º – Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
28º – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
29º – Universidade Federal do Pará (UFPA)
30º – Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
31º – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
32º – Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
33º – Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)
34º – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
35º – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
36º – Universidade Federal de Sergipe (UFS)
37º – Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
38º – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
39º – Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
40º – Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)
41º – Universidade Federal do Piauí (UFPI)
42º – Universidade de Caxias do Sul (UCS)
43º – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
44º – Fundação Universidade Federal do Abc (UFABC)
45º – Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
46º – Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
47º – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
48º – Universidade Estadual do Ceará (UECE)
49º – Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
50º – Universidade Católica de Brasília (UCB)
51º – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS)
52º – Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
53º – Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
54º – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
55º – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)
56º – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)
57º – Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
58º – Universidade Nove de Julho (UNINOVE)
59º – Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
60º – Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)
61º – Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
62º – Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)
63º – Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
64º – Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
65º – Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
66º – Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)
67º – Universidade de Pernambuco (UPE)
68º – Universidade Regional de Blumenau (FURB)
69º – Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
70º – Universidade São Francisco (USF)
71º – Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP)
72º – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
73º – Fundação Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
74º – Universidade Feevale (FEEVALE)
75º – Universidade Regional de Blumenau (FURB)
76º – Universidade de Pernambuco (UPE)
77º – Universidade Estácio de Sá (UNESA)
78º – Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)
79º – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
80º – Universidade de Passo Fundo (UPF)
81º – Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
82º – Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)
83º – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
84º – Universidade Tiradentes (UNIT)
85º – Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)
86º – Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)
87º – Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)
88º – Universidade Positivo (UP)
89º – Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
90º – Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP)
91º – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
92º – Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT)
93º – Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
94º – Universidade Metodista de São Paulo (UMESP)
95º – Universidade Veiga de Almeida (UVA)
96º – Universidade de Taubaté (UNITAU)
97º – Universidade Federal Dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
98º – Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO)
99º – Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
100º – Universidade Anhembi Morumbi (UAM)

Atualização: Matéria originalmente publicada em 15 de setembro de 2015 e atualizada para refletir o ranking de 2016 da RUF.

O que faz um mentor de startup (e como conseguir um)?

Dois homens discutindo sobre trabalho

O portal DRAFT continua a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é mentor de startup

O que acham que é

Pessoas necessariamente mais velhas que dão conselhos.

O que realmente é

De acordo com Rene Jose Rodrigues Fernandes, professor e gerente de projetos do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV-CENN), mentores de startup são pessoas experientes em diversos campos que irão guiar o empreendedor em necessidades específicas, em muitas fases do processo de startup – da validação de mercado ao lançamento e à condução da empresa, passando pelo planejamento (business planning). Ele conta que, dentro do conceito de mentoria, há muitas variáveis. “Uma empresa pode ter mentores específicos para cada área ou etapa e a mentoria pode durar de uma hora a toda a vida da empresa. O mentor pode ser alguém que está fazendo um trabalho pro bono, ou seja, sem remuneração, pago por horas de trabalho ou por meio de um acordo com a empresa em troca de participação societária”, diz. Apesar de haver cursos de mentoria, Fernandes acredita que mentores sejam, essencialmente, pessoas mais experientes e com bagagem para ajudar. “Técnicas, conhecimentos ou mesmo as redes de relacionamentos de um mentor estão ligados, na maioria das vezes, com seu trabalho ou área de estudo, algo que dificilmente seria aprendido em um curso de mentoria”, diz. Mentoria não é aceleração, embora processos de aceleração — como os da Aceleratech, Yunus Negócios Sociais, Baita e Artemisia, entre outros — compreendam mentoria. Mas vão além e, em alguns casos, envolvem até acesso a capital.

Quem inventou

A palavra “mentor” tem origem na Odisseia, de Homero, escrita no século VIII a.C. Resumidamente, e de acordo com este texto do site da Emory University, universidade de pesquisas da Georgia, nos Estados Unidos, Ulisses, rei de Ítaca, luta na Guerra de Tróia e confia o cuidado de sua família a Mentor, que serve como professor do filho de Ulisses, Telêmaco.  No contexto empresarial, a mentoria é algo presente desde sempre, segundo Fernandes, FGV-CENN. “É possível notar em textos que remontam ao período da descolonização das Américas e da África a vinda de mentores dos grandes centros comerciais para ajudar na condução dos negócios locais. Com a expansão do empreendedorismo, essa tarefa fica mais popular”, diz.

Quando foi inventado

Não existe uma data específica. Segundo Fernandes, as primeiras escolas de negócios começam a florescer apenas na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. “Por mais de 300 anos, a maior parte do que se fez para conduzir empresas foi na base da tentativa e erro, sem muita técnica. Esse cenário não é diferente para muitos empreendedores hoje. Comumente nos deparamos com pessoas com o desejo de criar novos negócios e com visão de oportunidade, mas a elas, muitas vezes, faltam técnicas de administração e conhecimentos em áreas específicas, como área financeira, de marketing, de operações, jurídica etc. É aí que entram os mentores nos negócios”, fala.

Leia também: Veja como a Endeavor pode ajudar o seu negócio a dar os primeiros passos

Para que serve

“Mentorias podem ter várias finalidades. Desde resolver um problema específico dos empreendedores em questões técnicas ou gerenciais até aconselhar na condução geral do negócio e mesmo da família”, diz o professor da FGV-CENN. Ele conta que a mentoria, às vezes, pode se assemelhar à consultoria (usada para resolver algum problema) e, até mesmo à terapia (quando ajuda uma empresa a descobrir seus problemas e entender como solucioná-los). “A mentoria pode assumir contornos bastante ambíguos”, diz.

Quem usa

Todo empreendedor, em algum momento, irá precisar de auxílio. E não apenas neófitos. “Às vezes, pensa-se que mentores são para empreendedores de primeira viagem ou pessoas menos experientes, mas isso não é verdade. Grandes empreendedores mantém seus mentores ao longo de toda a vida”, fala Fernandes. Em eventos de startups e empreendedorismo como Feiras de Empreendedorismo do Sebrae,Circuito Startup, Startup Farm, Meetup e, entre outros, é comum haver atividades de “mentoring”, onde o empreendedor pode encontrar o mentor certo para sua questão.

Efeitos colaterais

“Existem as pessoas que não entendem do assunto sobre o qual estão fazendo recomendações, seja por ingenuidade ou por má fé. Não são raras as oportunidades nas quais empreendedores firmaram acordo com pessoas que não estavam comprometidas com o negócio e estavam ali só em busca de remuneração e do prestígio que colocar o nome como mentor de várias startups traz”, diz Fernandes. Outros problemas recorrentes são pouca dedicação, manipulação da empresa para benefícios pessoais e falta de pulso para cobrar dos “mentorados”.

Quem é contra

Alguns investidores podem se opor ao uso de mentores. “Em muitas ocasiões, investidores desejam imprimir sua própria maneira de conduzir os negócios. Os fundos de investimento têm, para isso, a figura do gestor que acompanha as empresas e o mentor pode ser um empecilho neste processo”, conta Fernandes, da FGV-CENN.

Para saber mais

Leia, no site da Endeavor, o texto 4 dicas (e 2 segredos) sobre mentorias, escrito por Jane Miller, da Jane Knows, que tem mais de 30 anos de experiência executiva de gestão; assista ao TEDx The value of mentors in the startup ecosystem, de Hamish Hawthorn, CEO da ATP Innovations, hub de tecnologia que apoia a novos empreendimentos; e assista ao TEDx Mentors-The Entrepreneur’s Unfair Advantage, na London School of Economics (LSE), de Russell Buckley, conselheiro do governo britânico no suporte de investimento a startups, mentor de mais de 100 startups na TechStars  e investidor anjo.

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

Profissionais de TI precisam de muita ‘disposição e curiosidade intelectual’, diz CIO do BTG Pactual

Gustavo Roxo sentado no sofá

O desafio do Chief Information Officer (CIO) do BTG Pactual, Gustavo Roxo, é enorme. Há menos de seis meses no cargo, Gustavo tem a responsabilidade de implementar as estratégias de TI no momento de maior expansão global do banco de investimentos brasileiro. O BTG Pactual, que já possui escritórios em vinte países, está prestes a concluir a compra do BSI, um dos bancos mais antigos da Suíça, especializado em gestão de ativos e patrimônio.

Formado em Engenharia Elétrica e com MBA no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Gustavo começou a carreira em 1991. Antes de assumir sua posição no banco, passou por empresas como o Santander e as consultorias Booz & Company e McKinsey. Atualmente mora em São Paulo, onde o BTG Patcual tem seu principal escritório, e de lá lidera uma equipe de quatrocentas pessoas ao redor do mundo.

Tecnologia e mercado financeiro

Em conversa com o “Na Prática”, Gustavo dá dicas sobre como começar  a carreira de tecnologia em um banco, em um contexto em que as operações financeiras são majoritariamente feitas por computador e a tecnologia é cada vez mais determinante para o sucesso de uma empresa no mercado financeiro.

Quais motivos influenciaram sua escolha pela área de Tecnologia da Informação?

Estudei Engenharia Elétrica na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Durante o curso, estagiei no laboratório da USP e comecei a desenvolver software. A função exige criatividade e aptidão para trabalhar em equipe. Um aspecto motivador dessa atividade é a satisfação de ver outras pessoas usando um software que você criou. É uma sensação muito legal. Outro fator que influenciou minha escolha pela área de TI foi a experiência de ter liderado uma equipe de infraestrutura em Tecnologia. Também foi quando aprendi a desenhar Data Centers e grandes ambientes computacionais. Tudo isso contribuiu para eu superar os desafios profissionais e acompanhar a evolução da tecnologia.

Qual foi o maior desafio da sua carreira e o aprendizado provocado?

O maior desafio é sempre o último. No BTG Pactual, temos a oportunidade de operar com plataformas tecnológicas globais devido à essência do negócio. Isso demanda a liderança técnica de times em diferentes geografias, culturas diversas e entornos regulatórios muito particulares. Essa experiência de fazer parte de um grupo multinacional brasileiro tem sido muito interessante, pois tenho aprendido como o estilo brasileiro funciona bem quando é levado para outros países.  

Quais sugestões faria a um profissional de TI que está começando a carreira em uma instituição financeira como o BTG Pactual ?

O mais importante é não se acomodar. Desafiar-se o tempo todo para fazer o melhor. Estar sempre atualizado com a inovação tecnológica é outro ponto fundamental. Entender o negócio da empresa que você trabalha e como a tecnologia pode impactá-lo positivamente também é muito importante. O profissional em início de carreira deve buscar propósito para o seu trabalho. Hoje o meu trabalho me proporciona isso.  

Quais são as habilidades essenciais — comportamentais e técnicas — para um profissional de TI?

Muita disposição e curiosidade intelectual são essenciais. Experiências anteriores não são tão relevantes se o profissional tem vontade de aprender. TI é uma área que não suporta superficialidade. Tem que se aprofundar e se envolver no problema que está tentando resolver.

Como está o mercado de TI no Brasil e quais suas expectativas para os próximos cinco anos?

É um mercado muito relevante. Somente na indústria financeira, os investimentos com TI são superiores a R$ 20 bilhões por ano. Isso tem trazido grandes oportunidades de trabalho, seja nas grandes empresas como também para empreendedores. Hoje, uma das “buzzwords” no Vale do Silício são as empresas de FinTech (Financial Technology).O Brasil já tem, inclusive, uma série de start-ups com ideias muito inovadoras para essa indústria. Enfim, os próximos cinco anos prometem ser únicos pra quem estiver nesse setor.

Inscreva-se: Para quem se interessa em seguir carreira de tecnologia no mercado financeiro, o BTG Pactual está em busca de jovens talentos para atuar em TI nos escritórios de São Paulo e Rio de Janeiro. Se você é estudante de Tecnologia, Engenharia e Computação com graduação entre dezembro de 2015 e 2016, poderá participar do Technology Internship Program. Para mais informações sobre o programa de estágio do Banco, basta clicar aqui

Por que os jovens talentos preferem as startups?

Mulher digitando no notebook

Diego Martins, aos 22 anos, trabalhava como consultor em uma grande empresa brasileira. Mas desde cedo foi muito inquieto. “Sempre quis fazer algo diferente. Sonhava com uma empresa em que as pessoas fossem elas mesmas e a felicidade, um objetivo comum a ser atingido”, dizia. Soa um tanto utópica essa história de conciliar felicidade com trabalho duro, metas rígidas e a busca incessante por rentabilidade – sobretudo num ambiente macroeconômico desfavorável.

Para essa nova geração, contudo, a mistura desses quatro ingredientes representa não somente um objetivo profissional factível, mas uma filosofia de vida a ser defendida e perseguida diariamente. Com isso em mente, Diego largou a consultoria e se juntou a Ruy Jordão para montar a Acesso Digital, empresa que oferece tecnologia na gestão de processos e documentos. Desde 2011, a Acesso cresce mais de 70% ao ano. E foi considerada pelo segundo ano consecutivo a melhor empresa brasileira para se trabalhar, segundo o Great Place to Work.

Diego não é um caso isolado. Pesquisas demonstram que a maioria dos jovens que finaliza seu MBA em uma escola de prestígio prefere tentar o negócio próprio ou se juntar a uma promissora startup, em vez de buscar uma posição numa megaempresa já estabelecida. É um cenário bem diferente de 30 anos atrás, quando me formei. Lembro perfeitamente. Meu sonho, como o da maioria dos jovens daquela época, era entrar em um programa de trainee de um grande banco ou de uma multinacional de produtos de consumo. O que fez essa mudança acontecer? E quais as implicações para quem lidera essa nova geração?

Acredito serem vários os motivos da transformação, mas vou me ater a quatro reflexões, que considero fundamentais para quem quer aprender a lidar com essa turma:

1. Felicidade também tem a ver com “subir rápido”

Antes, para chegar a diretor, o camarada (se demonstrasse algum talento) teria de esperar uns 10 a 15 anos até assumir o posto. É tempo demais para os jovens de hoje. Por isso, a preferência pelas empresas menores, cuja ascensão pode ser mais rápida.

2. Eles querem impactar na estratégia

Essa história de ser trainee de um departamento e só se dedicar àquela determinada área deixa o jovem talento desestimulado. Ele quer saber para onde a empresa está indo e qual o seu papel nessa trajetória. Mais do que participar de inúmeros programas de treinamento, o jovem de hoje acredita no aprendizado prático, a velha história da mão na massa. Para ele, empreender dentro da empresa ou do próprio negócio é o melhor caminho.

3. Hierarquia mais informal ajuda um bocado

Menos burocracia, também. No início de minha carreira, a gente só encontrava o presidente da empresa no elevador, isso quando um assessor não pedia para sairmos para que o chefão chegasse mais rápido na cobertura. Jovens talentos querem ouvir, saber e até debater com o presidente os rumos do negócio e da sua área. E cobram decisões mais rápidas, sem dezenas de apresentações ou comitês para aprovar esta ou aquela medida.

4. Felicidade, para eles, é… valorização

Dê o crédito que o jovem talento merece e você terá um defensor da causa da empresa. Se o ambiente é legal e ele está deixando a sua marca na empresa, não terá motivos para deixar a companhia. Aquela história de infidelidade corporativa da nova geração só ocorre com empresas que não sabem valorizar esse “ativo”. O sentimento de pertencer é, para eles, mais importante do que carregar um cartão de visitas com o logo de uma grande empresa.

Leia também: Por que trabalhar em uma startup antes de começar a sua?

Muitos líderes mais seniores podem até achar que a nova geração está fora da realidade. Será mesmo? O avanço da tecnologia permitiu que, de um dia para o outro, surgisse uma série de empresas novatas quebrando barreiras e ameaçando a hegemonia de grandes companhias. Pense em Stubhub, booking.com, Drive Now, 99 táxis, Spotify…

Esse momento disruptivo é capitaneado justamente pela geração “fora da realidade”. Entender como utilizar esse potencial criativo, empreendedor e provocador passou a ser, portanto, fundamental para qualquer um que queria manter sua empresa em condições de competir. Algumas grandes companhias já estão se mexendo para usufruir deste talento sem, necessariamente, ter de reformular todo o seu quadro de funcionários ou os seus processos. É o caso da rede britânica de lojas de departamentos John Lewis, fundada há mais de 150 anos. Em 2014, a John Lewis lançou a  JLab, aceleradora que convida 10 startups para trabalhar durante o ano em suas instalações, com amplo acesso ao seu time executivo e com objetivo de melhorar produtos e serviços no varejo. Neste processo, a própria John Lewis pode se tornar o primeiro grande cliente dessas empresas inovadoras.

Trabalhar com talentos nunca foi fácil, em tempo algum. Com essa nova geração, ávida por mudar o mundo, o desafio é ainda maior. Mas acredito que – como quase tudo o que ocorre na vida – o melhor caminho é o do meio. Não devemos nem supervalorizar os jovens, assumindo o risco de se descolarem completamente da realidade, nem criticá-los por terem posturas que não foram as nossas, sob a ameaça de perdermos seu talento, energia e ambição pela inovação disruptiva. Um bom time sempre mistura o ímpeto e a experiência. A minha geração e a de Diego Martins podem trabalhar em harmonia. A criatividade está em buscar o melhor de cada uma.

Este artigo foi originalmente publicado em Época Negócios

Você pode empreender enquanto ainda está na universidade. Veja como!

Jovem escrevendo na lousa

Quando um aluno é aprovado no vestibular de uma universidade brasileira e tem acesso à grade curricular do seu curso, não é certo que ele encontrará disciplinas ligadas ao empreendedorismo. Mas há outras formas de ter contato com o tema durante o ensino superior.

Segundo os especialistas, é preciso manter uma interface entre as diversas possibilidades de empreendedorismo na universidade, além da difusão desse conhecimento para áreas como saúde e ciências humanas.

Segundo pesquisa realizada pela Endeavor em 2014, em parceria com o Sebrae, dos quase cinco mil universitários entrevistados, 48,7% já fez alguma disciplina relacionada ao empreendedorismo. Os responsáveis pela pesquisa acreditam que as universidades têm aumentado seu interesse pelo empreendedorismo nos últimos anos.

ESTÁ PENSANDO EM EMPREENDER?
BAIXE NOSSO GUIA COM APLICATIVOS, FERRAMENTAS E LEITURAS ESSENCIAIS

“O Brasil como um todo entendeu que o empreendedorismo é uma das principais alavancas do seu desenvolvimento econômico e social. As universidades, como centros de pesquisa e formação de talentos, seguem essa tendência, ainda que de maneira mais lenta, muitas vezes.

No lado positivo, empresas juniores e disciplinas de empreendedorismo não são mais novidade. Por outro lado, o ensino ainda está muito centrado em cursos como Administração e Economia, nas áreas de negócios, quando poderia ser totalmente transversal, juntando na sala de aula alunos de todos os cursos para resolver problemas da sociedade.

Além disso, a pesquisa acadêmica ainda é bastante distante do mercado, e essa aproximação é essencial para as empresas inovarem mais”, afirma João Melhado, que trabalha na área de pesquisa e políticas públicas da Endeavor.

Na USP, o NEU (Núcleo de Empreendedorismo da USP) foi criado em 2012 pelos próprios alunos e é quem organiza a oferta das 68 disciplinas ligadas ao empreendedorismo.

“O Núcleo surgiu a partir do interesse de alunos que queriam empreender. A aceitação da USP foi saudável, ainda mais quando começamos a gerar resultados expressivos com nossas ações. Muito embora não haja qualquer relação de dependência ou interesses institucionais”, afirma o presidente do NEU, Artur Vilas Boas.

Entre os resultados citados, destacam-se o surgimento de startups famosas, como 99taxis, Nubank, Kekanto, Ifood e Lean Survey.

Já a UFMG possui um Núcleo de Inovação Tecnológica que é responsável pela Gestão da Inovação na Universidade, a CTIT (Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica). Dentro da CTIT existe um setor responsável pelo fomento da cultura empreendedora entre os cursos.

“Prezamos pela multidisciplinaridade nos nossos projetos, então procuramos divulgá-los igualmente em todos os cursos. As empresas juniores, por exemplo, estão presentes em muitos cursos da UFMG e trabalham o perfil empreendedor através de uma formação diferenciada do aluno, com experiências complementares àquelas oferecidas pelas disciplinas dos cursos”, revela Gabriela Metzker, coordenadora do setor de empreendedorismo da CTIT.

Segundo o professor André Leme Fleury, que leciona disciplinas ligadas ao empreendedorismo nos cursos de Engenharia de Produção e Design na USP, a graduação é o momento ideal para trabalhar o tema com os jovens. “O empreendedorismo viabiliza ao aluno experimentação, reflexão e compreensão do processo de desenvolvimento de inovações em produtos, serviços e negócios.

Na universidade o aluno tem a possibilidade de vivenciar estas experiências de maneira lúdica e gradual, definindo de acordo com suas potencialidades o quanto deseja se aprofundar ou não no desenvolvimento deste tipo de inovação. Após a universidade essa experimentação se torna mais difícil”, pondera o professor.

Leia também: Como a Endeavor pode ajudar o seu negócio a dar os primeiros passos

Outras possibilidades para empreender

 
Além das disciplinas teóricas, os alunos podem entrar em contato com o empreendedorismo de outras maneiras na graduação. As empresas juniores, os laboratórios e as incubadoras de empresas também são caminhos possíveis. O presidente do NEU, que é pesquisador sobre o tema, destaca a necessidade de diálogo entre os diversos espaços de empreendedorismo na academia.

“Podemos destacar três espaços principais para o empreendedorismo nas universidades: sala de aula, laboratórios e incubadoras. As universidades devem oferecer disciplinas que dialogam com laboratórios e projetos de pesquisa relacionados às incubadoras, por exemplo. É preciso fomentar a oferta de disciplinas, mas, mais do que isso, fomentar as interfaces do ecossistema de empreendedorismo”, explica Artur Vilas Boas.

nucleo de empreendedorismo da usp
Integrante do Núcleo de Empreendedorismo da USP [NEU/divulgação]

Segundo ele, as pesquisas relacionadas ao empreendedorismo deveriam ser mais incentivadas. “Os principais ecossistemas de empreendedorismo do mundo apresentam ligação direta com universidades de ponta. Capital humano de alto nível é o que gera negócios de alto nível. Ninguém melhor que a universidade para desempenhar papel fundamental nesse sentido. O ambiente acadêmico e de pesquisa é o ambiente onde se chega à fronteira do conhecimento, sendo, assim, mais provável se chegar à fronteira da inovação”, afirma o pesquisador.

Dificuldade de difusão

  
Se o empreendedorismo faz parte da rotina de alunos dos cursos de Administração, Economia, Computação e Engenharia, não pode-se dizer o mesmo nas áreas de saúde e ciências humanas. Segundo a pesquisa da Endeavor, no curso de Administração, 65% dos entrevistados já cursaram alguma disciplina, enquanto na área de ciências da saúde, apenas 27,7%.

A pesquisa mostra ainda que um grande número de estudantes não fizeram disciplina nessa área pelo simples fato do curso não oferecer nenhuma. 32,4% dos universitários de Ciências Humanas demonstram interesse pelo tema, mas não encontram oferta.

“Considero este dos principais desafios atualmente. Apesar do empreendedorismo estar se difundindo rapidamente entre cursos como engenharia, computação e administração, os cursos de humanas ainda apresentam poucas iniciativas relacionadas. Acredito que esta difusão deve ocorrer nos próximos anos, conforme novas formas de empreendedorismo sejam criadas e difundidas nestes cursos”, ressalta o professor André Leme Fleury.

Quem já passou por esses cursos com menos tradição empreendedora encontra dificuldades na hora de montar seu próprio negócio. É o caso do empresário Calebe Asafe, que graduou-se em publicidade na UFMG e em design gráfico na UEMG. Atualmente ele é diretor de criação da “Calebe Design” e sócio-fundador do Prosas (plataforma que incentiva iniciativas na área social).

“Quando você vai empreender de fato, o buraco é muito mais embaixo. Você não precisa só de conhecimento em empreendedorismo, mas principalmente em gestão. Acredito que mais aproximação com o mercado é fundamental. Os alunos precisam conhecer alguns modelos de negócio dentro do campo que estão estudando.

Precisam ter a noção de como o mercado funciona e quais dificuldades eles vão encontrar se quiserem abrir seu próprio negócio. Também precisam entender melhor o que é valor, como gerá-lo e como cobrar por ele”, exemplifica o empreendedor.

ESTÁ PENSANDO EM EMPREENDER?
BAIXE NOSSO GUIA COM APLICATIVOS, FERRAMENTAS E LEITURAS ESSENCIAIS

As melhores agências de publicidade vão se parecer com as melhores consultorias de negócios

Porta de entrada da agência

Quando adolescente, Abel Reis, 53 anos, foi coroinha. “Eu estava encantado pela Teologia da Libertação, que tem como pilar a opção pelos pobres”, conta. Pouco tempo depois, Abel atuou no movimento estudantil pela União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas, a UMES. “O meu interesse em transformação me aproximou da esquerda”, diz.

Hoje, Abel é, ao mesmo tempo, CEO no Brasil da holding global de comunicação Dentsu Aegis Network e CEO na América Latina da agência global de marketing digital Isobar (braço da Dentsu Aegis). Entre os 11 negócios do grupo no Brasil, estão a agência de publicidade NBS e a empresa de performance digital iProspect. O coroinha virou cardeal.

Aos 18 anos, Abel começou a cursar Filosofia na UFRJ. Acabou estudando Tecnologia da Informação na PUC-Rio. Ingressou no mercado de trabalho como analista de sistemas. Voltou à UFRJ para fazer um mestrado acadêmico em Inteligência Artificial – nos primórdios dessa linha de pesquisa, em tempos pré-386 aqui no Brasil.

Abel trabalhou na área de computação educacional do Senac. Criou uma desenvolvedora de soluções de mídia interativa chamada ATR – um dos projetos mais significativos da empresa foi a criação do primeiro CD-ROM do Almanaque Abril – quando essa era uma tecnologia disruptiva.

Em 1992, Abel conheceu Pedro Cabral, atual CEO do fundo de venture capital Evolution Global Partners. “A ATR prestava serviços de consultoria multimídia para uma agência de propaganda chamada Propeg. O Pedro era diretor de informática da agência”, conta. Convidado por Pedro, Abel passou a trabalhar na Midialog, empresa de multimídia da Propeg.

Em 1997, o instituto de pesquisas Ibope comprou a parte da Propeg na Midialog. Dois anos depois, o Ibope saiu do negócio. Na sociedade, ficaram só Abel e Pedro. No mesmo ano, a Midialog recebeu um aporte do grupo de investidores NG9/Opportunity (uma parceria entre os publicitários Nizan Guanaes e Guga Valente e o banco Opportunity) e virou AgênciaClick. A internet comercial tinha dois anos de vida. “Nos definimos como a primeira agência de internet do Brasil”, diz Abel.

Depois de oito anos, a AgênciaClick foi vendida para a inglesa Aegis e ganhou o sobrenome Isobar – Agência Click Isobar. “Foi a primeira incursão do grupo Aegis no Brasil”, conta Abel. Em 2013, a japonesa Dentsu comprou a Aegis. Nessa época, Abel se tornou CEO da holding no Brasil e CEO da Isobar na América Latina.

As referências de sua vida pessoal e profissional são abrangentes – lê de The Economist a poesia, passando por filosofia e, claro, tecnologia e negócios. Fala de estratégia empresarial e das tendências em educação e em publicidade com a mesma propriedade. Transita por diversas áreas do conhecimento.

Abaixo, o papo que o portal Draft bateu com Abel sobre o futuro da internet, sobre o movimento unschooling e sobre a Nova Economia, entre outros temas:

Ainda há diferença entre o mundo digital e o mundo analógico, entre o online e o offline?

Eu acho que sim. As pessoas atuam e se movimentam numa clara separação entre o que é online e o que é offline. Para não falar de comunicação, negócios, empresas, eu falo de escola. Tenho duas filhas no Ensino Médio. A experiência de escola que elas têm hoje é a mesma que eu tinha há 40 anos, basicamente. As atividades, o modelo de ensino, a formação dos professores, isso tudo acontece como se não existisse mundo digital. Agora, a vida delas é muito mais intermediada pela presença do celular e do computador do que, evidentemente, era a minha.

Você construiu seu expertise – e uma agência – a partir dessa distinção. Você era digital enquanto os outros eram analógicos. Quando esse diferencial desaparece ou se torna commodity, como isso impacta a sua carreira e o seu negócio?

Eu me desapego de crenças e opiniões com facilidade. Desaprendo o que sei para poder aprender coisas novas. Eu planejo a minha obsolescência. Me sinto à vontade quando sou desafiado por novas fronteiras, por outras oportunidades, outras tecnologias, outra geração de talentos. Nunca tive problema em trabalhar com pessoas que me desafiam intelectualmente e que me obrigam a me reinventar. Hoje, meu trabalho é digital. Digital já é mainstream, não é mais alternativo. O desafio é que o digital virou mainstream subvertendo os modelos tradicionais de geração de receita e de criação de valor para os grupos de comunicação. O comissionamento de mídia costumava ser o principal elemento de remuneração e, hoje, em vários casos, não é mais. Ninguém pode imaginar que é possível para um grande anunciante prescindir do papel de uma agência, de um grupo de comunicação. Então, nós temos certeza de que somos importantes para os nossos clientes. Por outro lado, também sabemos que os formatos tradicionais de remuneração estão em crise. Qual é a saída? Qual é a reinvenção? Qual é o próximo passo? Não há uma resposta pronta nem para o nosso nem para os outros mercados.

Como é ser responsável por agências que têm tradição offline, você que sempre foi um dos campeões do online no Brasil?

As agências clássicas têm um expertise forte em técnica de mídia. Nós podemos concordar que, agora, os espaços naturais das marcas são as redes sociais. Mas quanto devemos investir? Mil reais, 1 milhão, 100 milhões? E como sabemos que estamos tomando a decisão certa, se estamos tendo retorno sobre o que investimos? Esse é o pensamento do anunciante – e isso envolve técnica de mídia, metodologia de pesquisa. As agências clássicas têm história, tradição e ferramentas nesse território. Por outro lado, as agências digitais têm um modelo de trabalho mais guerrilheiro, têm mecanismos de remuneração não-convencionais, têm um atrevimento ao contribuir e transformar o negócio do cliente. Há muita troca. Hoje, eu procuro estabelecer pontos e canais de comunicação entre esses dois mundos.

Leia também: Veja entrevista sobre carreira com VP de marketing da Heineken

A web realmente vai morrer?

Eu acho que a web site-centric, browser-centric vai morrer. A cada dia que passa, isso fica mais evidente. O mundo dos apps existe e opera nos mais diferentes dispositivos, celular, notebook, televisão, eletrodomésticos. A rede, como nós a conhecemos, morreu.

Qual é o futuro da internet? Para onde vai a revolução digital?

A internet está se tornando uma utility da vida, como a energia elétrica, o sistema de encanamento de água – e não estou dizendo aqui nada de novo. Isso significa que o valor não está em entregar conectividade, está no adicional. Não está no portador, está nos aplicativos que vão disputar a interface com o consumidor final. Aí é que está a batalha. Não no hardware – mas nos softwares que vão rodar sobre esse hardware.

Qual é o futuro da presença digital de uma marca?

As marcas vão se metamorfosear em conteúdo. A Red Bull é um bom exemplo. O conteúdo é mais importante do que a bebida em si.

Que outras tendências relevantes você vê definindo o futuro?

O que está piscando no meu radar, hoje, são dados. Ou seja, essa quantidade espetacular de dados que conseguimos capturar das pessoas interagindo com diversos devices, apps e propriedades digitais. Como é que monetizamos isso? Como damos sentido e utilidade para isso e, ao mesmo tempo, preservamos a privacidade das pessoas?

O mobile vai realmente suplantar todos os outros meios em importância? A tela pequena é a que vai emergir vitoriosa da convergência das mídias?

Essa ubiquidade de conexão à rede é uma tendência, é inevitável. Mas não necessariamente a pessoa interage com a rede pelo mobile, pode ser pelo relógio, pelos óculos, pela roupa, pelo próprio corpo. Então, essa ‘cibridização” – esse hibridismo entre o corpo das pessoas e as redes – não necessariamente vai depender de um smartphone.

A agência de publicidade, como negócio, é sustentável?

Como negócio de intermediação, não. Como negócio de consultoria de serviços profissionais, sim. No futuro, as melhores agências de publicidade vão se parecer com as melhores consultorias de negócios.

Como vai atuar uma agência de publicidade no Brasil daqui a alguns anos?

As agências digitais, as consultorias de negócio e as consultorias de design estão começando a convergir numa coisa só.  Empresas de consultoria clássicas como a McKinsey estão comprando empresas de digital, de design, de user experience. Agências digitais estão comprando consultorias de negócios. Essa tendência não é só no Brasil, é global.

O mercado de mídia vive uma crise de modelo de negócio. Como você vê o futuro dessa indústria?

Eu realmente acredito que a criação, a curadoria, o papel do jornalista e do editor são elementos cruciais para o sucesso das marcas no espaço digital. Agora, acho que os megagrupos de publishers vão enfrentar grandes desafios. O modelo de negócio tradicional de venda de inventário de mídia intermediado por agências de propaganda está em crise. Esses megagrupos vão precisar se reinventar para não serem extintos – e eu torço para que não sejam. A reinvenção tornaria essas organizações mais leves, mais dispostas em rede, mais fragmentadas. Essas empresas poderiam de fato oferecer para as marcas o que elas precisam, que é suporte, consultoria, orientação sobre como produzir grande conteúdo para o consumidor. Isso uma marca não sabe fazer, quem sabe fazer são os curadores, quem atua na mídia.

Que recado você daria para os novos publishers?

Quando nós pensamos em conteúdo, ainda estamos pensando no suporte do texto. Acho que vamos ter que passar por uma mudança de linguagem. O texto não necessariamente vai ser a linguagem dominante. Então, desde já, devemos planejar a obsolescência dessa hegemonia da palavra escrita e encontrar novos jeitos de falar com as próximas gerações de consumidores.

Onde concentrar a verba – na TV Globo ou na dobradinha Google/Facebook?

Essa é uma pergunta sacana. (Risos.) Quem fizer a distribuição ótima dos investimentos provavelmente vai descobrir que a Globo continua tendo um papel importante.

Essa resposta também foi sacana. (Risos.) Quais são as suas fontes de informação prediletas?

Além da obrigação profissional de ler os conteúdos que saem nos mais diversos meios – da The Economist ao Draft, passando pelo universo da blogosfera –, eu também procuro me abastecer de referências que não são óbvias. Estou saboreando, agora, um livro sobre as viagens de Marco Polo. O livro é uma delícia, me dá muitosinsights. Marco Polo foi um inovador que conseguiu identificar numa cultura muito distinta da dele oportunidades de diálogo.

Livro em papel ou livro digital?

Eu leio livros técnicos no digital. Literatura e poesia, eu prefiro ler no papel.

O livro de papel vai durar para sempre?

Para sempre é muito tempo. Mas eu não vislumbro nas próximas décadas – cinco, seis, sete décadas – o fim do papel ou do livro de papel. No longuíssimo prazo, provavelmente o livro de papel vai ser um item exótico e raro.

Como você vê a emergência da Nova Economia? O que isso significa para as empresas – a maioria – que ainda atuam na lógica da economia industrial?

Nós estamos transitando de uma economia de propriedade de bens para uma economia de serviços. Não vai ser preciso possuir um purificador de água, uma geladeira, um carro. Vai ser possível assiná-los. O Jeremy Rifkin, economista e jornalista americano, escreveu há mais de dez anos um livro sobre isso, chamado “The Age of Access”. Então, para mim, a Nova Economia é a economia do acesso, em que o consumo de bens, serviços, conteúdo, entretenimento se dá numa lógica econômica que não é a da propriedade, é sob demanda.

É mais fácil operar um negócio próprio ou ser CEO de uma holding que tem várias empresas?

A minha resposta pode me render problemas, mas vou ser transparente e sincero. Quem está na direção de um negócio próprio só tem um ego para gerenciar: o seu próprio. Quem está liderando dez negócios tem dez egos para lidar. Todos nós temos ego. Quando falo de ego, falo de expectativas, de ambições, de frustrações, de conflitos. Então, o manejo das pessoas é provavelmente mais difícil do que fazer a transição do analógico para o digital. No fim do dia, é um trabalho de gestão de expectativas, de psicologia dos humanos. Liderar líderes não é fácil. Nessas horas, eu prefiro a psicologia das máquinas.

O que você acha do unschooling, o movimento de desescolarização que afirma que não é necessário passar pelo sistema formal de educação para se educar?

Uma das coisas admiráveis da cultura grega antiga era a difusão do saber em locais que não eram espaços formais de ensino, educação ou formação. Essa liberdade faz bem à oxigenação da mente das pessoas. Por outro lado, não sou tão cético quanto ao papel das estruturas e dos dispositivos formais. Acho que a produção do conhecimento científico precisa seguir certos protocolos, certos padrões. As escolas e universidades investem em uma escala que os modelos informais ou não-institucionalizados têm dificuldade de acompanhar. Eu entendo perfeitamente o poder, o significado, o valor do movimento do unschooling em prol da difusão do conhecimento na sociedade. Mas acredito que tanto o unschooling quanto a escola e a universidade institucional têm papéis a desempenhar.

Se você não estivesse em sua posição atual, o que gostaria de estar fazendo?

Eu gostaria de estar na vida acadêmica. Quem está na academia tem a oportunidade de estabelecer a própria agenda, de escolher os próprios temas de investigação. Talvez um dia eu ainda reencontre esse caminho – que foi por onde comecei.

 

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

Elas nas Exatas: edital busca projetos que combatam desigualdade de gênero em tecnologia

Mulher usando computador

No mercado brasileiro de tecnologia da informação — área tradicionalmente abreviada como TI, e que inclui engenheiros de sistemas, programadores, desenvolvedores, entre outras funções — os números ainda parecem refletir um estereótipo a ser superado: a ideia de que os homens são de exatas e, as mulheres, de humanas. Por aqui, as mulheres são apenas 25% das pessoas que trabalham com computação. Entre os programadores, 17% são mulheres. 

De certa forma, essa discrepância também é consequência do perfil que entra e se forma nos cursos de Exatas, de onde vêm a maior parte da mão de obra de TI. Na maioria das universidades, o sexo masculino predomina nas engenharias e cursos de computação enquanto o feminino continua dominando pedagogia e áreas correlatas. Assim, para atacar o problema com uma solução a longo prazo, são necessárias ações voltadas para a faixa etária onde nasce a desigualdade entre meninas e meninos: a juventude — que, durante os ensinos básico e médio, vai decidir o caminho profissional que deseja seguir.

Leia também: Por que há menos mulheres no setor de tecnologia?

Buscando verificar o que pode ser feito nas escolas para corrigir essa distorção de gênero, o Instituto Unibanco e o Fundo de Investimento Social Elas, em parceria com a Fundação Carlos Chagas, lançaram o projeto Elas nas Exatas.


.

Trata-se de um edital focado em selecionar projetos de gestão escolar que reduzam o impacto das desigualdades de gênero na hora de escolher a profissão. Podem ser tanto iniciativas de boas práticas escolares, ações de comunicação em redes sociais ou qualquer outra estratégia. Dez propostas serão selecionadas e cada uma receberá 30 mil reais para ser desenvolvida. As inscrições podem ser realizadas até dia 3 de outubro, por aqui.

“Não vamos resolver o problema histórico da sociedade brasileira. Queremos descobrir o que uma gestão orientada para os resultados pode fazer nesse caso específico”, afirma Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, em depoimento à Folha de São Paulo.

Para se inspirar, vale conhecer o projeto Technovation, iniciativa de Camila Achutti que incentiva meninas no colégio a se interessarem por programação e engenharia, e o Code Girl, um grupo ensina a garotas de escolas públicas técnicas de programação e design.

‘Em ano de crise, há mais oportunidades para startups atuarem’, diz Vitor Andrade, do Startup Brasil

Vitor Andrade do Startup Brasil palestrando

Em abril deste ano, Felipe Matos, que era COO do Startup Brasil, deixou o programa. Em seu lugar, quem assumiu foi Vitor Andrade, que estava lá desde o início, em 2013. No último mês, em entrevista para o Draft, o gestor falou sobre sua visãodo programa e o que deve mudar daqui pra frente. A empolgação de Vitor é notória ao falar dos planos do governo federal e da Softex, gestora do programa, para o futuro.

A conversa aconteceu no escritório do Startup, em um antigo prédio no centro de São Paulo. O espaço físico é econômico: seis pessoas dividem a única mesa disponível.  “Nós estamos sempre viajando, então é bem difícil a mesa ficar cheia”, diz Carolina Morandini, responsável pela comunicação do programa, e que acompanhou o bate-papo.

Com seu sotaque recifense, ele relembrou sua trajetória, desde os tempos em que estudava Administração na  Universidade Federal de Pernambuco, entre 2001 e 2005, e já pesquisava sobre empresas de base tecnológica. Depois de formado, trabalhou alguns anos com auditoria, mas não gostou. Em 2007, ele ingressou no Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, para preparar empresas à captação de investimentos públicos e privados. Ficou lá dois anos até que, em 2009, fez um pequeno estágio no Inter American Development Bank, em Washington, nos Estados Unidos.

De volta ao Brasil, trabalhou por alguns anos como consultor nas áreas de Gestão, Inovação e Desenvolvimento Local. Neste mesmo período, começou seu mestrado, com foco no cluster de games em Recife. Em 2010, atuou no Porto Digital, um parque tecnológico de Recife. Lá ajudou a criar duas incubadoras: uma para empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e outra para Economia Criativa.

Na Campus Party de 2012, quando Vitor viu Felipe apresentando o Startup Brasil, resolveu se aproximar. “Só o conhecia de nome, mas sempre tive boas referências dele. Brinquei que iria participar da equipe e eles acabaram me chamando”, diz. “Percebi que a oportunidade era boa, fazia sentido para a minha carreira. Continuaria a fazer o que gostava, mas agora em escala nacional”, conta.

De lá para cá, o programa cresceu, investiu mais de 35 milhões de reais em 179 empresas. “Agora, começamos a coletar os resultados desses esforços. O ecossistema amadureceu e está na hora de olhar para frente”, diz Vitor. E é justamente sobre isso que falamos na entrevista abaixo:

Quando você assumiu, quis mudar algo ou apenas manter o legado que o Felipe deixou?
Faço parte da equipe desde maio de 2013, fui a segunda pessoa a entrar no Startup Brasil. Ajudei o programa a ser o que é hoje. Então, minha intenção é manter o que fazíamos, mas também quero ampliar algumas coisas. Queremos aproximar as startups de grandes empresas porque percebemos que há interesse mútuo e nós somos um bom meio para fazer essa ponte.

Outro ponto é ajudar empresas que acabaram de ingressar no programa a se sentirem parte de um grupo maior, com outras startups que participaram lá atrás e agora podem compartilhar conhecimento e experiência. Por fim, queremos direcionar o mindset para pensar os negócios globalmente. Estamos organizando algumas missões para levar startups a outros países. Há pouco tempo selecionamos alguns negócios mais evoluídos para irem a Londres e conhecerem o ecossistema de lá. É importante, desde o início, o empreendedor pensar em sua empresa como algo global, olhar para os seus concorrentes lá fora.

Como vocês estão aproximando startups e grandes empresas?
Fazemos ações pontuais, apresentando negócios que fazem sentido para as grandes. Também trazemos executivos das maiores companhias para nossos Demodays.

Mas os executivos das grandes empresas vêm como possíveis clientes ou como investidores?
Essas grandes companhias exercem diferentes papéis. Um deles é servir de plataforma para a startup testar a recepção do seu produto. Se der certo, a empresa poderá se tornar cliente. Também há uma tendência que estamos vendo lá fora e, aos poucos começa a acontecer no Brasil, de grandes negócios se tornarem investidores e futuros compradores de startups. É o chamado corporate venture.

Você disse que pretende trazer empreendedores que já passaram pelo Startup Brasil para ajudarem os novatos. Eles voltam como investidores?
A mentalidade de empreendedor de startup é, naturalmente, a de retornar ao ecossistema. Incentivamos isso de algumas formas. Em alguns dos nossos eventos, trazemos os empreendedores mais veteranos para serem mentores. A vontade dos caras em ajudar é tão grande, que algumas vezes eles até pagam a passagem, fazendo questão de estar lá. Também incentivamos que as startups da turma 1 criem seus grupos de alumni, no qual treinam os novos empreendedores. Nós estamos apoiando, mas quem está estruturando tudo e tocando o modelo são os próprios executivos. Somos feeders, não líderes.

Sobre internacionalização, vocês conversaram com agentes públicos de governos de outros países?
Nosso papel é conectar as nossas startups mais evoluídas a instituições parceiras, levando elas para eventos específicos fora do Brasil.

Então, vocês funcionam como uma espécie de curadores de startups?
Também. Nosso grande ativo é que estamos acompanhando diversas startups ao longo do ano e não temos interesse específico em nenhuma. Conseguimos olhar de forma imparcial para a evolução que elas têm.

Como vocês fazem para acompanhar a evolução das startups?
Temos uma pessoa só para isso. A cada três ou quatro meses fazemos uma reunião com todas as empresas que estão participando do programa. Conversamos com os empreendedores, pedimos alguns indicadores-chave como receita, investimento captado etc. Cada negócio tem uma particularidade, que chamamos de one metric to matter, que é a métrica mais importante para ele. Junto com o empreendedor, estabelecemos metas pensando nessa métrica: “em tanto tempo, você terá tantos clientes”. E, de tempos em tempos, vemos como eles estão avançando. Além disso, também avaliamos quais são as dificuldades específicas de cada negócio e, em alguns casos, tentamos ajudar o empreendedor a superá-lo com o que temos em mãos.

Falando em crescimento, a evolução das startups corresponde às expectativas iniciais do programa?
Hoje até supera. Em média, as startups dobram seu faturamento ao longo de sua participação. Há algumas que triplicam, quadriplicam.

Quais são os critérios que vocês utilizam ao selecionar novas startups?
São quatro: a solução/produto/serviço; equipe; modelo de negócios; e aderência ao programa (esse último é o menos relevante).

Leia também: Como a Endeavor pode ajudar o seu negócio a dar os primeiros passos?

Quando o programa surgiu, muita gente criticou o fato de vocês terem abraçado startups que nem tinham produto, não estavam rodando no mercado. Hoje vocês continuam a fazer isso?
Tecnicamente, aceitamos negócios em qualquer estágio, desde que tenham no máximo quatro anos de existência e que trabalhem com software ou hardware. No entanto, naturalmente o mercado amadurece. Sabemos que, se pegarmos uma empresa em estágio muito inicial, ela vai passar muito tempo desenvolvendo o produto e não conseguirá aproveitar nosso capital para acelerar seu negócio. Então, naturalmente, no processo da seleção, priorizamos startups que já estão rodando bem no mercado. Cada vez mais, o nível dos projetos contemplados sobe.

O que mais amadureceu no ecossistema empreendedor brasileiro?
Muita coisa. A cultura brasileira, apesar de ainda não estar perfeita, mudou. Hoje as pessoas querem ser empreendedoras, elas percebem que não é para todos, mas que é um caminho a se seguir. Atualmente, hámuito mais fonte de informação. Aquilo que estava só em Stanford, hoje chega ao Brasil. O interesse pelo empreendedorismo está bem maior. O Startup Weekend é vital nesse processo por ajudar a despertar a faísca – principalmente em pequenas cidades do interior do país. O estágio de ideação também melhorou. Há diversos programas regionais, como os do Sebrae, de pré-aceleração, que ajudam a ideia sair do papel. Diversos governos estaduais, como os do Rio de Janeiro, Acre e Minas Gerais, também começaram a lançar programas para fomentar o ecossistema local. As aceleradoras amadureceram e se espalharam. Em 2011 eram quatro. Hoje temos mais de 20 no país. Estamos amadurecendo o ecossistema em todas as etapas de formação e suporte a startups.

Sendo um programa federal, qual a articulação de vocês em relação a ecossistemas locais?
Estamos ganhamos braços de diversas formas. Uma delas são as aceleradoras (contamos com 17), que estão presentes em sete estados. Também conversamos muito com players regionais, porque queremos mais opções para investir.

Mas, como um programa federal, vocês não têm uma ação institucional com os governos regionais?
Não, apenas conversamos. Mas achamos esse modelo saudável, muita gente nos procura, trocamos ideias. Outro dia o Sebrae de Espírito Santo fez um evento, me chamou para dar palestra etc. Nos articulamos assim.

A Associação Brasileira de Empresas Aceleradoras de Inovação e Investimento, a ABRAII, diz que 23% das startups aceleradas já se pagam e 15% fecharam.  Como vocês, parceiros dessas aceleradoras, avaliam esse número?
Estamos começando a registrar os números agora, então precisamos ver como isso vai evoluir com o tempo. Mas avalio esse número de fechamentos como baixíssimo, considerando o risco que é criar uma empresa. Menos de uma a cada cinco deu errado. Isso é bom! Em relação às empresas que se pagam, acredito que o número é natural porque elas ainda estão levantando capital e ganhando mercado.

Em quanto tempo você acha que essas empresas poderão ser grandes?
No geral são seis ou sete anos para uma startup fazer o exit. Nossas aceleradoras são novas, ainda têm quatro anos. Então é natural que os resultados comecem a aparecer nos próximos três. Falando em investimento, percebemos que há muita atração de capital externo. Há muitos investidores anjos e fundos de investimento colocando dinheiro nos negócios em que nós apostamos.

Estamos em um ano de retração econômica. Vocês temem que esse volume de investimentos também recue?
Todo ano é um ano de desafio, principalmente para startup. Estamos falando de empresas que são criadas para fazer muito com pouco. A startup existe para resolver problemas reais. Então, em ano de crise, há mais oportunidades e mercado para startups atuarem. Ainda vamos apresentar nossos novos números, mas posso te adiantar que eles estão muito positivos – inclusive os índices de faturamentos.

Ainda sobre política, esse ano Aldo Rebelo, que é conhecido por ter uma mentalidade protecionista, assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pelo Startup Brasil. Isso traz mudanças para o programa?
Aldo Rebelo bate muito na tecla da inovação. Estamos dentro da Secretaria de Política de Informática, onde somos um dos programas prioritários. A ideia é continuar e até expandir nos próximos anos. O momento agora é de evolução, estamos discutindo quais são os próximos problemas que podemos resolver e ajudar ainda mais.

Qual o grande impacto que o Startup Brasil traz para o País?
Acredito que conseguimos jogar luz na importância de políticas públicas para fomentar startups. Vários programas que vieram depois de nós surgiram em um terreno mais fértil graças ao trabalho do Startup Brasil. Estamos fomentando 15 setores diferentes, como Educação, Saúde e Energia. O mercado de aceleradoras também mudou radicalmente com a ajuda do Startup Brasil. Nossos role models são outros. Antigamente os grandes exemplos eram Bill Gates ou Steve Jobs. Depois era o cara do Buscapé, e mais outros brasileiros. Hoje, você olha para o empreendedor do seu lado e vê ele chegando lá e fazendo. A imprensa evoluiu muito. A qualidade das matérias sobre startups melhorou. Em 2007 ninguém sabia o que era uma empresa de base tecnológica, era quase coisa de cientista. Hoje, com os smartphones, as startups estão muito mais próximas do mundo real. As pessoas vêm o impacto quando ouvem música por streaming ou pedem táxi pelo celular. Elas veem essas empresas mudando o mundo.

Mas, de forma mais geral, na macroeconomia brasileira, qual foi o impacto?
Conseguimos gerar empregos mais qualificados, com pessoas muito capacitadas trabalhando nessas startups. Só para você ter uma ideia: fizemos uma avaliação das oito startups mais evoluídas da primeira turma e percebemos que elas geraram 80 empregos – uma média de dez empregos por empresa. Isso em um ano. Imagine agora que pegamos 100 empresas por ano. E são empresas que criam soluções verdadeiras para problemas reais. As pessoas comuns são diretamente beneficiadas por esses serviços inovadores que são criados.

Quais foram os maiores fails e aprendizados do programa?
Um caso de fail foi nosso primeiro edital. Um dos erros foi aceitar empresas que já estavam sendo aceleradas. A partir do segundo, passamos a exigir que a startup ainda não tivesse sido acelerada. Queremos incentivar novas empresas a surgirem. No começo só tínhamos aceleradoras do Sudeste. Na segunda turma já mudamos isso e passamos a aceitar aceleradoras de sete estados diferentes. Por fim, no segundo edital passamos a deixar mais explícito que queremos startups de hardware.

Quais são os maiores desafios do programa daqui para frente?
Hoje, com o ecossistema de startups mais maduro, precisamos pensar nas próximas etapas. Nos vemos muito como conectores entre os caras que estão começando e os que já estão avançados. Queremos que as startups cheguem ao programa mais preparadas. Além disso, estamos trabalhando para reforçar o mindset global. Queremos que os empreendedores entendam que eles podem começar seu negócio no Brasil, mas não precisam ficar só aqui.

E, por fim, há o desafio natural de criar cases de sucesso. Queremos conectar nossas startups a mais investidores e a grandes empresas. A tendência global é de corporate venture. Também queremos alimentar isso aqui no Brasil.

 

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

Advogado hoje deve provar sua ética todo dia, diz professor

Homem digitando no computador do trabalho

A crise econômica de 2008 e os recentes escândalos de corrupção no Brasil mudaram a vida do advogado de empresa. A afirmação é de Carlos Portugal Gouvêa, professor de Direito Comercial na USP (Universidade de São Paulo) e sócio fundador do escritório PGLaw, e de Caio Henrique Yoshikawa, advogado e mestrando em Direito na USP.

Conheça a Ene Jurídico, nova feira de carreiras do Na Prática voltada para os estudantes de Direito

Autores de um artigo da coletânea A formação da advocacia contemporânea, publicada no começo do ano pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Direito Rio, eles defendem que, hoje, o advogado é muito mais cobrado em matéria de ética do que no passado. Desde a crise de 2008, a preocupação com os riscos trazidos pelo trabalho dos escritórios de advocacia também aumentou – bem como a exigência dos clientes por produtividade.

Veja a seguir os principais trechos da entrevista que os autores concederam a EXAME.com, em que analisam o cenário da profissão frente às mudanças econômicas e políticas dos últimos anos:

Qual foi a responsabilidade dos advogados de empresa na crise financeira de 2008?

Caio Yoshikawa: A origem da crise de 2008 foi jurídica por duas razões principais. A primeira é que um dos principais fatores para que ela acontecesse foi a expansão desenfreada do mercado de derivativos de balcão, que teve uma origem legal. O segundo motivo é que a moldura contratual dos derivativos foi construída por sofisticados advogados empresariais. Tudo começou com uma lei promulgada por Bill Clinton em 2000, que liberalizou o mercado dos derivativos de balcão. Outras mudanças legislativas nos Estados Unidos, que concederam certas vantagens a credores de contratos derivativos, também contribuíram para que isso acontecesse.

Carlos Gouvêa: O interessante é notar que as grandes crises econômicas da história foram causadas por grandes fomes, doenças e desastres naturais, ou por uma crise industrial, no caso da Grande Depressão de 1930. Já em 2008, o centro do desarranjo econômico foi um instrumento jurídico. Os escritórios de advocacia estavam tão ligados ao problema quanto os bancos.

De que forma esse acontecimento afetou a profissão?

Carlos Gouvêa: Diretamente, percebeu-se que a profissão jurídica também cria riscos. As inovações desenvolvidas por escritórios de advocacia têm um impacto na vida das pessoas. Hoje, quanto você pensa num novo modelo de contrato ou estrutura societária, deve pensar nas consequências que isso terá para a sociedade de forma geral.

Houve também outro impacto, indireto. Com a crise econômica, as empresas passaram a ter menos recursos para pagar os honorários dos advogados, e então começaram a exigir mais eficiência e produtividade dos escritórios. Isso levou a um aumento no uso de tecnologias, como softwares para preparar petições e contratos, por exemplo. Houve uma separação entre o trabalho que podia ser feito com recursos tecnológicos e aquele que só poderia ser feito por pessoas.

Caio Yoshikawa:  A crise financeira de 2008 criou um ambiente hostil à advocacia empresarial, de modo geral, pois as empresas afetadas passaram a cortar custos com advogados. Dentro desse cenário, ou as empresas pagam caro para ter um serviço de advocacia empresarial de alto nível para a resolução de casos complexos e que exigem conhecimento especializado, ou cortam custos ao contratar escritórios mais baratos para lidar com demandas massificadas.

Qual era, no passado, a formação ideal do advogado empresarial? Qual é hoje?

Caio Yoshikawa:  No passado, a formação generalista era a prioritária. Em especial no Brasil, a advocacia contenciosa historicamente sempre teve muito mais significado do que a consultiva, mesmo na área empresarial. Por isso, o foco do ensino jurídico sempre residiu mais no ensino do direito civil, processual civil, penal e processual penal, sempre com base em doutrina e lei. A advocacia empresarial mudou de formato no Brasil, sobretudo por novidades dos últimos 20 anos, como o desenvolvimento do mercado de capitais e da regulação em diversos setores da economia. Ao mesmo tempo em que se hoje requer mais especialização, a formação do advogado empresarial deve incluir o domínio de ferramentas jurídicas básicas das diversas áreas do direito para resolver casos complexos.

Carlos Gouvêa: Hoje, o advogado é cobrado pela sua capacidade de análise de risco. No passado, bastava você saber se a sua proposta estava de acordo com a legislação ou não, era uma análise limitada. Hoje, a sociedade exige que as empresas e seus advogados considerem as consequências a longo prazo das suas atividades. Além disso, o perfil exigido hoje é muito mais multidisciplinar. O advogado deixa de aplicar uma técnica simples de interpretação da legislação. Ele precisa analisar esse texto em relação à tecnologia, à economia, à psicologia social, à História. A expectativa sobre os conhecimentos do advogado cresceu muito.

Como a investigação e o debate sobre os escândalos de corrupção no Brasil afetam a profissão do advogado empresarial?

Caio Yoshikawa:  O profissional passa a ser mais cobrado em matéria de compliance, pois não só os escândalos, mas a própria lei anticorrupção exige a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria, incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética. Os escândalos de corrupção recentes, que motivaram a criação de uma diretoria de governança na Petrobras, têm indicado uma vontade política maior para o enfrentamento destas questões por parte dos órgãos de investigação. Por isso, sem dúvida, a cobrança dos advogados para informar os responsáveis acerca dos riscos envolvidos em atos de corrupção ou condutas anticompetitivas, tende a se intensificar.

Carlos Gouvêa: No passado, a profissão de advogado tinha a ver com uma ética pressuposta, que não era questionada na prática cotidiana. Antes, se você era advogado, era esperado que agisse de forma ética. Acontece que, com a complexidade do mundo contemporâneo, quase nada sobrevive com base apenas em pressupostos. Hoje, o advogado não pode mais se sustentar com base no seu título, ele tem que provar sua ética todo dia, na prática. Ele precisa refletir sobre isso o tempo todo. É algo que o advogado precisa ser treinado para fazer.

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Veja quais são as melhores faculdades de direito do mundo

Biblioteca

Todos os anos, os principais rankings internacionais publicam uma lista com as melhores universidades do mundo. No entanto, para algumas disciplinas específicas – como é o caso do Direito – é bom observar que esses rankings já podem vir de forma individualizada. Com isso, os candidatos conseguem identificar com muito mais facilidade quais são as principais escolas em sua área de estudo.

Inscrições abertas para a Conferência Na Prática Jurídica de 2019!

Seguindo esta tendência, o grupo QS publicou recentemente uma relação com as melhores instituições do mundo para 36 áreas. A análise teve como base três principais indicadores: reputação acadêmica, reputação do empregador e o impacto produzido pelas pesquisas.

As melhores faculdades de direito do mundo estão em universidades norte-americanas e inglesas. Harvard lidera, seguida da Universidade de Cambridge, Universidade de Oxford, Yale e NYU. A surpresa ficou no 8o lugar, com a australiana Universidade de Melbourne. O ranking completo pode ser acessado aqui.

Vale lembrar, no entanto, que o processo de admissão para uma law school é bastante diferenciado, a começar pelo fato de que, no exterior, fazer um curso de Direito significa realizar uma pós graduação.

Veja, a seguir, detalhes das cinco escolas melhor classificadas e entenda por quê elas estão no topo:

Harvard Law School: localizada em Cambridge/MA, a HLS foi fundada em 1817 e é a mais antiga escola de direito dos EUA. Seu portifólio oferece mais de 400 cursos, seminários e grupos de pesquisa. A força da instituição é visível no dia a dia, na qualidade dos professores (são mais de 100 titulares e outros cerca 150 que anualmente visitam a escola) e na internacionalização de seus estudantes, que vem de mais de 70 países. Na última década, aproximadamente ¼ dos ministros da Suprema Corte Norte Americana se formaram na HLS.

Universidade de Cambridge/UK: localizada em Cambridge/UK, a University of Cambridge Faculty of Law conta com 24 professores titulares, seis professores assistentes e mais de 70 professores visitantes vindos do mundo inteiro. A instituição oferece cursos jurídicos que abrangem quase todas as áreas da legislação do Reino Unido, bem como leis de outros países (especialmente europeus). Isso sem falar no direito europeu comunitário, direito internacional público e privado, direito romano, filosofia jurídica e criminologia. Os egressos da Faculty of Law tendem a se tornar figuras proeminentes no cenário acadêmico, no Judiciário, e na advocacia. Dentre seus ex-alunos de destaque estão dois ex-presidentes do Tribunal Internacional de Justiça, dois ex-juízes do Tribunal de Justiça Europeu e vários membros do Supremo Tribunal do Reino Unido.

Oxford University/UK: Com dois cursos no mestrado (Bachelor of Civil Law e Magister Juris), a Oxford Faculty of Law tem alunos de diversos países, o que propicia um enriquecimento social e de opiniões bastante intenso. Na instituição estão alguns dos melhores professores e pesquisadores do mundo.

Yale University: é um ambiente de excelência educacional graças a seus renomados professores, às suas turmas pequenas, às diversas oportunidades durante a prática jurídica e ao vínculo estreito com os vários níveis de governo ao redor do globo. Embora pequena, seu impacto é medido pelo sucesso de seus ex-alunos: Presidentes dos Estados Unidos e juízes da Suprema Corte, docentes em escolas de direito ao redor dos EUA e no mundo, CEOs de indústrias variadas, fundadores de organizações não-governamentais e outras entidades sem fins lucrativos, empresários, funcionários de governos federais, estaduais e municipais do sistema judiciário.

NYU Law School: a NYU Law é uma potência intelectual. Em seu quadro encontram-se 103 professores, 329 cursos, 11 áreas de estudo, mais de 30 centros e 85 organizações estudantis. A instituição teve um papel de liderança na introdução de mudanças que redefiniram a educação jurídica e serviu, muitas vezes, como modelo para outras escolas. Recentemente, a faculdade lançou iniciativas, dentre as quais se destacam: NYU no Exterior; um núcleo de prática jurídica localizado em Washington/DC, um curso de orientação profissional que tem como objetivo tornar os alunos ainda mais competitivos no mercado de trabalho e um programa de liderança financeira.

 

Este artigo foi orinalmente publicado em Estudar Fora, o portal de estudos no exterior da Fundação Estudar

Leia