Grupo apontando para papeis

Os Nanodegrees – ou “nanocertificados” – prometem ensino online e intensivo de habilidades requisitadas pelo mercado, com certificação válida. Eles se diferenciam ainda mais da formação tradicional pelo foco em um assunto e duração limitada. Mesmo que ainda não tenham o peso de uma graduação, estes cursos ultra-centralizados podem agregar valor ao currículo dos profissionais.

Uma pesquisa realizada pelo Coursera, site que oferece cursos onlines gratuitos, mostrou que 72% dos seus estudantes considera que a modalidade proporcionou benefícios profissionais, como eficiência, novos cargos e aumento de salário. Além disso, cerca de 65% dos participantes também afirmou ter percebido melhora educacional.

Idealizadora do termo “Nanodegree”, a plataforma de ensino online Udacity, startup do Vale do Silício que começou a operar no Brasil em 2016, procura conectar “educação e mercado, oferecendo aos estudantes as habilidades que precisam para se preparar para as profissões do futuro”, explica seu diretor-geral para a América Latina, Carlos Souza.

Seus programas de Nanodegree foram desenvolvidos porque os criadores da Udacity perceberam que poucos estudantes concluíam os cursos online. Estruturados em cima da produção de projetos e com apoio de empresas de tecnologia, os Nanodegrees da Udacity atraem, principalmente, quem quer mudar de carreira, avançar profissionalmente ou empreender, segundo Carlos.

Cursos online que oferecem “nanocertificados”

Atualmente, na Udacity, os cursos Nanodegree mais populares entre os 27 oferecidos são de Marketing Digital, Fundamentos de Data Science, Fundamentos de Deep Learning, Introdução à Programação e Engenheiro de Machine Learning.

De acordo com o diretor-geral, os principais diferenciais da plataforma são a parceria com importantes empresas de tecnologia – como Google, Facebook, Amazon e Nvidia – e o “aprendizado por projetos”. “Todo estudante realiza diversos projetos durante o seu Nanodegree, aplicando os conceitos aprendidos. Estes projetos serão revisados, linha por linha, por especialistas na área”, conta Carlos.

Apesar de ter criado o termo Nanodegree, não é só a Udacity que oferece a possibilidade de formação online, curta e com certificado. Os chamados MOOCs – Massive Open Online Courses (em português, Cursos Online Abertos e Massivos) – são disponibilizados por diversas plataformas.

O site Coursera, um dos mais famosos no ramo, trabalha com universidades do mundo todo, inclusive instituições da Ivy League (grupo formado por oito das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos). Em geral, seus cursos são gratuitos e o usuário paga pelo certificado.

Outra opção é o edX, que tem colaboração de grandes instituições de ensino e empresariais, como a Harvard University, Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a gigante Microsoft. Assim como o Coursera, a maioria dos seus cursos é grátis, mas os certificados são pagos.

Além destes, outra plataforma reconhecida é o FutureLearn. Baseada no Reino Unido, o FutureLearn também tem convênio com universidades e cobra pela certificação.

Ainda há a possibilidade de formação complementar, mais compacta, em habilidades que promovem desenvolvimento pessoal e que também alavancam a carreira. O Na Prática, por exemplo, disponibiliza cursos que fornecem certificado em Liderança e Autoconhecimento, entre outros.

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Impacto profissional 

Sócio de consultoria que atua no recrutamento de executivos financeiros, André Abram considera que os “nanocertificados” podem aprofundar a formação dos graduandos, principalmente se a faculdade trata os temas de modo superficial.

O recrutador também vê grande potencial nos cursos compactos para quem quer mudar de carreira. Segundo ele, os Nanodegrees no currículo constatam interesse e aptidão. “Eles demonstram que o profissional se esforça e tem vontade sincera de estar atualizado no assunto e, mais do que isso, confirmam que ele parou para pensar sobre a área”, diz.

Carlos, diretor-geral da Udacity, concorda quanto à eficácia dos Nanodegrees para quem quer fazer uma transição profissional. “Mesmo sem experiência na área, o aprendizado por projetos faz você perceber que possui os conhecimentos buscados para aquela oportunidade”, diz ele, que também vê nos Nanodegrees chance de evolução na profissão. “Um Nanodegree costuma ajudar a conquistar desafios maiores dentro da organização”, explica.

A simplificação da formação característica dos “nanocertificados”, no entanto, faz com que eles ainda não substituam uma graduação, alerta André. Isso porque “o que o mercado valoriza em uma formação é que ela tenha sido intensa, que tenha desafiado o estudante em vários níveis de dificuldade”. 

No futuro, o recrutador vê a possibilidade de Nanodegrees sucederem a formação tradicional, mas, para isso “a marca por trás” será importante. Para ele, a rigidez do curso também será critério: “se for um curso fácil de começar e terminar, não vai ter o mesmo respaldo”.

Nanodegree para carreira internacional

Os Nanodegrees da Udacity proporcionam reconhecimento internacional, segundo Carlos. “Temos alunos em mais de 160 países e todos recebem o mesmo certificado”, conta. Ele ainda completa dizendo que a característica de validade no mundo todo “pode ajudar muito” quem busca oportunidades fora do Brasil.

Para carreiras em companhias globais, o recrutador André apoia a ideia de investir em “nanocertificados”. A modalidade de cursos demonstra eficientemente “a capacidade de aprendizado que uma pessoa tem”, diz. O único risco que aponta quanto aos Nanodegrees é, possivelmente, revelarem “falta de foco” do profissional. “Se o curso de graduação for em uma área e os estudos complementares em outra e você busca emprego em uma quarta, vai mostrar que é alguém que gosta mais de aprender do que de construir uma carreira”, explica.

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