dicas para trabalhar com impacto social

São muitas as possibilidades de atuação com impacto social, por isso conhecer a trajetória de quem já teve a oportunidade de tomar diversas decisões em direção a esse objetivo é válido – e recomendado. A história de Lucas Giannini, membro da Rede de Líderes Estudar, tem uma especificidade: com um foco claro, ele trabalhou no setor privado, público e no terceiro setor.

Lucas Giannini
Lucas Giannini / Acervo pessoal

 

Não só isso, mas se dedicou academicamente de forma a se desenvolver ao máximo para o fim que almeja. Formado em Economia pela USP, recentemente, acabou seu mestrado em Administração e Artes na Educação, em Stanford, por meio de bolsa da Fundação Estudar e Fundação Lemann. Antes, concluiu intercâmbio no Sciences Po, em Paris, em Economia e Política Pública e também de Economia na Universidade Autónoma de Madrid.

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Hoje, morando nos Estados Unidos, trabalha na ONG Upstream USA, que se dedica a “reduzir os casos de gravidez não planejada como uma forma de fomentar oportunidade econômica e mobilidade social”.

Já na graduação, obteve resultados impressionantes: junto com alguns colegas, fez um projeto de apoio à uma feira solidária de trocas em Santo Amaro, em São Paulo, que acabou sendo reconhecido como um dos melhores projetos sociais do ano na faculdade.

Conheça mais da sua trajetória e ensinamentos – incluindo suas dicas para trabalhar com impacto social.

O caminho para as oportunidades

À vasta gama de experiências que teve, o jovem atribui a vários fatores: uma mistura de se preparar com buscar oportunidades, acrescidas de sorte. Porém, considera que, na maioria dos casos, realmente procurou as oportunidades que se alinham com seu propósito.

Quando estava na consultoria estratégica Boston Consulting Group (BCG), por exemplo, se preocupou em ser “bastante vocal” sobre seus temas de interesse. Inclusive, organizou um projeto de trabalho voluntário para os consultores, dos quais fazia parte, apoiarem negócios sociais.

Aos poucos, as pessoas foram reconhecendo sua afinidade, até que o chamaram para um trabalho em que o foco era, exatamente, com projetos sociais.

A partir daí, teve a oportunidade de atuar no Instituto Natura – “uma consequência do projeto no BCG, acabei conhecendo bastante pessoas do setor educacional”. Lá, ajudou a estruturar o que é (e o que faz) hoje o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), organização sem fins lucrativos mantida pelo Instituto Natura, entre outros parceiros.

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Por que “impacto social”?

“Crescendo no Brasil, acabei me sensibilizando bastante com pobreza e desigualdade”, relata. À medida que foi amadurecendo  interesses de carreira, estabeleceu a vontade de causar impacto social como um guia de suas decisões – políticas, profissionais e pessoais.

Nesse cenário, passou a ver a educação como uma das principais alavancas de transformação social. Por isso, se envolveu voluntariamente com a Crea. A organização, presente na América Latina, promove atividades educativas e de reforço em escolas públicas.

No começo dando aulas, Lucas passou a apoiar o grupo de professores voluntários, até que se tornou coordenador pedagógico. “Decidia com eles o plano de aula, como queriam avaliar os alunos, fazia o acompanhamento do projeto pedagógico”, resume.

Integração entre os setores: como cada um pode contribuir?

Interessado em se engajar mais formalmente e entender a função da sociedade civil na formação de políticas públicas, Lucas se candidatou – e foi eleito – para uma vaga no Conselho Participativo, instância de participação popular implementada em 2013.

“Eu senti, pessoalmente, e também observei, como nós, como sociedade civil ainda não sabemos, não temos uma cultura de participar ativamente”, conta. Ao mesmo tempo, complementa ele, o poder público também não tem as estruturas e a cultura de saber escutar as vontades da sociedade civil. “Gostei bastante de ter feito parte de uma tentativa de aproximar mais esses dois mundos.”

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Com a experiência prática no setor, Lucas destaca o “papel primordial” que a esfera pública tem na transformação social. Seja pela possibilidade de efeitos em escala, por características dos problemas e até pela população que afeta (que, muitas vezes, não gera “interesse” no setor privado).

Ao mesmo tempo, considera que a interação entre esfera pública, setor privado e terceiro setor seja também fundamental. Se de um lado o setor público pode ter uma capacidade de escala, o privado, muitas vezes, tem agilidade para promover mudanças. O terceiro setor, por sua vez, tem muita possibilidade de experimentar caminhos, afirma Lucas.

Por exemplo: o terceiro setor testa, o setor privado entende como essa inovação pode se desenvolver, o que dá para melhorar e tentar fazer uma aplicação em vários casos e, depois, a esfera pública escala o projeto para todo o país.

Dicas para trabalhar com impacto social

#1 Descubra o que “te move”

“Entender o que te move seja porque tem um apelo emocional muito grande, ou porque intelectualmente você percebe a importância daquele tema, acaba sendo uma fonte de energia, motivação e resiliência.”

Energia, motivação e resiliência, por sua vez, são bastante valiosas em trabalhos sociais, segundo o jovem. Isso porque a complexidade dos problemas sociais – e a frustração de não enxergar o impacto – podem desanimar. “Se você está trabalhando com uma causa que te chama a tal ponto, que você não consegue abrir mão de trabalhar com ela, isso traz uma resiliência às pedras no caminho”, explica ele.

#2 Entenda onde (e como) você agrega mais valor

Tente compreender a “forma única” com que você conseguiria colaborar para a resolução da questão que “te move”. O objetivo, aqui, é identificar buracos, lugares e alavancas onde você, com sua experiência, afinidades, objetivos, etc., tem uma capacidade única de contribuir.

Por exemplo, um jovem estudando Administração de Empresas, e mirando a saúde pública do país, pode perceber sua maior contribuição em ajudar entidades públicas ou privadas a fazerem uma gestão melhor.

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#3 Desenvolva as habilidades e competências necessárias

A terceira das dicas para trabalhar com impacto social é garantir que esteja se desenvolvendo de forma a agregar tal valor para a solução da causa.

Embora tenha tido diversas experiências internacionais, Lucas não vê o estudo no exterior como aspecto indispensável. No entanto, há benefícios, como sensibilizar e dar uma visualização privilegiada de como outra sociedade lida com X problema, explica ele. Além disso, uma universidade de ponta, com bons professores e recursos pode ajudar no desenvolvimento de habilidades cruciais.

De qualquer forma, o Líder da Fundação Estudar destaca que é importante ter clareza sobre o que se quer tirar da experiência.

Procure a melhor possibilidade que você tem de se desenvolver em direção a ser o agente de mudanças que busca.

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