Deedee Trotter

Observe a vida de qualquer atleta premiado e um ponto em comum logo vem à tona: a resiliência. Num mundo competitivo, em que necessariamente há vencedores e perdedores, suas trajetórias são cheias de obstáculos físicos, circunstanciais e emocionais.

Quem vence, especialmente a nível olímpico, o mais difícil de todos, costuma se tornar defensor da superação e da dedicação extrema aos seus objetivos. É o que torna atletas palestrantes motivacionais tão cativantes: eles são prova viva de que a resiliência funciona.

O caso da velocista americana DeeDee Trotter não é diferente. Esse mês, ela esteve em São Paulo como embaixadora da empresa de intercâmbio Education First e contou sua história a uma sala cheia de estudantes fascinados do Colégio Bandeirantes. O Na Prática também esteve presente no evento.

Após se destacar na juventude e ganhar um ouro aos 22 anos na corrida de revezamento nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, ela trilhou um caminho de vitórias nacionais e internacionais. Entre 2005 e 2007, disse, era impossível pará-la.

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“Eu tinha assinado um contrato de cinco anos com a adidas, um outro ponto marcante. Eu era uma atleta profissional e as coisas estavam indo muito bem”, disse. “Todos diziam que eu seria a próxima grande campeã e comecei a me preparar para ser grande.”

Com a autoconfiança nas alturas, ela previa novas vitórias nos Jogos Olímpicos seguintes, em Pequim – até fragmentos de osso no joelho entrarem no caminho.

Entre uma operação arriscada e buscar uma vaga na equipe olímpica sem tratar totalmente o problema, DeeDee escolheu a segunda opção.

“Tenho um mantra poderoso”, disse. “Eu posso, eu preciso e eu vou. O quanto você aguenta determina quão longe você vai. É um jogo mental de resiliência.”

Lição 1: Mude com as mudanças

Mesmo se dedicando ao máximo, DeeDee viu sua performance sofrer: ela chegou em último lugar duas vezes e não conseguia entender o que estava fazendo de tão errado.

“Só entendi quando minha treinadora me disse: ‘Você não tem a mesma perna e não é a mesma pessoa. Então pare de correr como se tudo estivesse igual e encontre um novo jeito de vencer. Não tenha medo de mudar com as mudanças.’”

Lição 2: Progresso é progresso

O conselho chegou um pouco tarde e ela já não tinha uma prova para correr, algo necessário para que seu tempo de chegada fosse marcado e DeeDee tivesse uma chance de competir por uma vaga na equipe.

Acabou encontrando uma prova fora do circuito, que incluía uma jovem de 16 anos e duas senhoras na faixa dos 50, e terminou a corrida de 400 metros em 51.9 segundos.

O tempo não era perfeito: era quase 2 segundos a mais do que costumava ser. Mas também era quase 2 segundos a menos do que vinha correndo nos últimos meses.

“Não era um tempo que me levaria à equipe olímpica, mas era progresso. E qualquer progresso é progresso, nunca o desrespeite”, empolga-se.

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Lição 3: Acredite que é possível

Quando finalmente chegou à prova de seleção oficial, com outras atletas de ponta, ela sabia que precisava terminar no pódio para se classificar.

No meio da corrida, se viu em sétimo lugar. Determinada, conseguiu aumentar o ritmo e terminou em terceiro.

“Não acho que resiliência é algo que você constrói intencionalmente, mas parte de suas experiências de vida. Como você lida com elas determina quão forte você pode ser no futuro”, resume. “Uma pessoa pode fortalecer esse traço ao não fugir do que é difícil. Não tenha medo de ir em frente.”

Lição 4: Use a pressão a seu favor

Uma vez em Pequim, os planos de vitória foram por água abaixo. DeeDee não conquistou nenhuma medalha.

Na volta, perdeu uma série de corridas e patrocinadores ao longo dos três anos seguintes. A pressão para que desistisse do esporte era imensa.

“Foi quando me lembrei de mudar com as mudanças”, fala. Refletindo sobre a pressão ao seu redor e que exercia sobre si mesma, se viu pensando sobre as leis da física.

“A pressão pode achatar as coisas mas, se vem por trás, ela te impulsiona para frente”, explica. “Passei a projetar a pressão como algo positivo e retomei meu mantra. Eu posso, eu preciso e eu vou.”

Mesmo nos dias particularmente ruins, ela persistia, pensando nos Jogos Olímpicos de 2012. “Esses são os dias em que você realmente precisa se esforçar e que realmente fazem campeões.”

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Lição 5: Cerque-se com seu objetivo

O primeiro passo foi literalmente escrever seu objetivo – ser a melhor velocista do mundo – em três pedaços de papel e espalhá-los pela casa para vê-los diariamente.

Quer fazer como uma campeã olímpica? “Então afirme seu objetivo em frente ao espelho, fale para o maior número de pessoas possível e coloque pressão sob si mesma”, aconselha DeeDee.

Ela retomou os treinos e comemorou cada milissegundo eliminado das corridas. “Com cada um, eu me tornava mais confiante e poderosa.”

Num momento surpreendente para todos exceto para a própria atleta, que tinha então 30 anos, conseguiu um lugar na equipe que viajaria para Londres.

Nesse momento da palestra, ela retirou do bolso a medalha olímpica de bronze que ganhou na modalidade individual dos jogos.

“Essa medalha me mostrou que o que define um campeão é mais que a linha de chegada: é a pessoa que nunca desiste, não importa o que esteja acontecendo em sua vida”, emociona-se. “No fim, é tudo perspectiva. Eu dei tudo que tinha e, por isso, esse bronze é só outro tom de dourado para mim.”

DeeDee voltou para os EUA também com uma medalha de ouro, na corrida de revezamento, que ela retirou do outro bolso com um enorme sorriso.

Deedee Trotter[DeeDee Trotter com suas três medalhas olímpicas / Foto: Divulgação]

Lição 6: Desafie-se, porque ninguém vai fazer isso por você

Hoje aposentada do esporte, ela dá palestras sobre liderança e trabalho em equipe pelo mundo. (Em casa, inesperadamente, toca uma padaria especializada em cupcakes, a Taste of Gold.)

DeeDee garante que, em qualquer campo ou função, mesmo quando não há uma medalha ou milhares de espectadores em jogo, a mentalidade de um campeão pode ajudar.

A razão é simples: automotivação, foco e trabalho duro rendem resultados.

“Nem sempre as pessoas vão ficar olhando por cima do seu ombro para garantir que você está fazendo absolutamente tudo que é necessário para dar seu melhor – e você nunca saberá do que é feito se não se desafiar.”

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