Pessoas seguram muda de planta em alusão aos resultados de trabalhar com impacto social

Em 1998, quando estava em vias de começar os estudos em Administração de Empresas, Fábio Santiago buscou uma bolsa de estudos da Fundação Estudar. Saiu de lá também com uma oferta de emprego de assistente administrativo.

Foi o começo de sua trajetória profissional no universo de educação e impacto social.

Ainda na Fundação Estudar, onde ficou por seis anos, foi coordenador do programa de bolsas – que cresceu para se tornar a rede Líderes Estudar, que tem mais de 600 jovens – e gerente.

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Quando o empresário Marcel Telles – cofundador da Fundação Estudar, ao lado de Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann – criou o ISMART para ajudar jovens promissores de baixa renda com acesso à educação de qualidade, Fábio ajudou a colocar o projeto de pé e firmar parcerias entre o instituto e colégios particulares em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Além dessas funções, Fábio, já um coringa das organizações, trabalhou em atividades administrativas da Fundação Lemann, Fundação BRAVA e Endeavor.

“Trabalhei quase seis anos para a Estudar e para o ISMART ao mesmo tempo”, lembra ele, que em 2004 decidiu se dedicar integralmente ao segundo como gerente de relações institucionais. “Como tudo aconteceu simultaneamente, fica até difícil de explicar.”

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Encantando pelo impacto que poderia ter e já versado em administração e gestão no terceiro setor, Fábio rejeitou diversas oportunidades do setor privado, embora tenha testado as águas por dois anos como gerente de desenvolvimento sustentável do Banco Real.

Antes de chegar ao Instituto Unibanco, onde está desde 2010, também foi diretor executivo da Artemisia no Brasil e trabalhou na estruturação do Instituto GWI.

No Instituto Unibanco, uma organização que investe na melhoria da educação pública, ele gerencia a área de administração e tecnologia, uma função ampla que inclui gestão financeira, formalização de parcerias com o poder público e o desenvolvimento de sistemas de informação utilizados por mais de 50 mil usuários.

“Não tenho o menor arrependimento da escolha que fiz e ainda sonho com o dia em que a minha atuação profissional nesse mundo não seja mais necessária. É a isso que me dedico”, afirma.

Abaixo, Fábio fala sobre sua motivação para seguir carreira em impacto social, quais são os prós e contras do terceiro setor, segundo sua experiência, e dá conselhos para jovens que também querem trabalhar na área.

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Porque trabalhar com impacto social

Por que optou por uma carreira em impacto social?

Fábio Santiago: Tendo vindo de uma família de extrema baixa renda, fui o primeiro jovem a ter ensino superior naquele grupo familiar. Isso foi motivo de muito orgulho. Sempre soube que eu era privilegiado por participar de um grupo de tão alto nível intelectual e com tanto envolvimento com o futuro do nosso país [como a Fundação Estudar].

Isso me fez olhar para o mercado com outros olhos e decidir permanecer na área social, apoiando outros a terem oportunidades e novos horizontes, assim como aconteceu comigo.

Não foi uma decisão fácil, especialmente porque, naquela época [no fim dos anos 1990], a remuneração do setor sem fins lucrativos ainda era muito aquém do restante do mercado.

O setor era bastante desorganizado, é verdade, mas muito se falava em trazer gente boa para iniciar uma transformação nesse sentido. Bom saber que hoje o cenário está bem diferente, embora essa questão ainda não tenha sido totalmente superada.

Quais são os pontos positivos de uma carreira nesse mercado?

FS: A possibilidade de participar ativamente da transformação real da sociedade brasileira no que se refere às oportunidades de desenvolvimento e crescimento pessoal, com efeito multiplicador.

Unir forças com pessoas engajadas em diferentes causar que, juntas, ganham uma potência enorme, difícil de ser mensurada.

E a satisfação pessoal ao ver uma pessoa mudar sua vida e seu entorno a partir de uma oportunidade – esse é o ponto mais gratificante, sem dúvida.

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E os pontos negativos?

FS: Ainda tem muita briga de egos. Muita! E uma situação desagradável de competitividade que, ao meu ver, não deveria existir num grupo que se diz disposto a transformar o Brasil.

Ainda há um grande número de profissionais que se dedicam ao setor com a mentalidade de que “qualquer coisa que eu fizer já está bom…” e isso também atrasa o desenvolvimento.

No campo salarial, poucas são as organizações dispostas a remunerar adequadamente seus colaboradores para o nível de qualificação que exigem. Para mim, esses são os principais pontos.

Quais são os seus conselhos para quem quer seguir carreira em impacto social?

É preciso ser obstinado para manter o nível de energia e dedicação frente às dificuldades que vão surgir no caminho.

Trabalhar com impacto social não é uma ciência exata. Muitas vezes, temos que fazer apostas de longo prazo e definir pontos de checagem que nos informem que estamos no caminho planejado. Não é tarefa fácil, mas é possível.

Há que se entender que nem sempre o trabalho será remunerado adequadamente e que a inteligência emocional para lidar com a fogueira da vaidade precisa ser grande também.

No mais: foco, foco e foco no principal objetivo, que é transformar a vida das pessoas.

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