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Planos para as férias? Veja como ser contratado para os melhores estágios de verão

Membros da equipe da Ambev

O conceito de estágio de verão, em que universitários trabalham durante as férias, já é muito difundido nos Estados Unidos – os famosos summer internships, que todo ano levam milhares de jovens a disputar concorridas vagas nas mais variadas empresas, de bancos a startups.

No Brasil, a opção ainda não é tão comum mas vem ganhando cada vez mais adeptos entre jovens e empresas. Seis delas – Ambev, Arpex, BTG Pactual, BRF, Fundação Estudar e Kraft Heinz – participarão em outubro do Sinapse Summer, evento de recrutamento de estagiários de férias de verão organizado pela própria Estudar.

Ao todo serão selecionados 60 jovens para participar do programa. Em 24 de outubro, eles se reunirão em São Paulo com recrutadores das empresas participantes para vender o próprio peixe em pitches de 2 minutos e passar por uma entrevista coletiva. Interessados podem se inscrever até 19/9 pelo site oficial.

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Quem conseguir uma vaga trabalhará durante as férias de verão brasileiras, entre dezembro e fevereiro, ou, se estudar no exterior, durante as férias correspondentes. A duração, geralmente entre 8 e 10 semanas, varia entre as empresas.

Como funciona um ‘summer’?

Chamada de summer internship ou summer job, a modalidade pode ser vista como uma porta de entrada para o mercado e oferece a possibilidade experiência profissional precoce– algo especialmente interessante para estudantes de cursos em regime integral, que não podem conciliar trabalho e aulas.

Renata Figueiredo conta que na Ambev, onde é gerente de atração de talentos, até mesmo os calouros são bem vindos (e, nesse caso, as atividades extracurriculares contam muitos pontos na hora da seleção).

“Buscamos idealmente alunos no segundo ou terceiro ano, mas ao mesmo tempo queremos dar oportunidades para quem ainda não consegue fazer estágios”, explica sobre o funcionamento dos estágios de verão na Ambev. “O objetivo é dar acesso mais cedo aos alunos, já que nosso programa de estágio corporativo considera somente quem está há um ano e meio de se formar.”

A estudante de engenharia mecânica Maria Regadas hoje mora na França, onde estuda para obter seu duplo diploma na INSA Lyon e na PUC-Rio. Bolsista da Fundação Estudar, ela foi estagiária de verão na Ambev duas vezes: em 2015, quando estava no quinto período, e em 2016. Para quem está em dúvida sobre passar as férias trabalhando, ela resume: “Só vai!”.

“As férias são os melhores períodos para estagiar, pois você pode focar 100% no seu projeto e deixar um legado que abrirá portas no futuro”, explica. “Além disso, não compromete seu rendimento escolar como quem estagia durante as aulas – o que é relevante para quem pensa em aplicar para bolsas ou programas de intercâmbio. Tenho certeza que se você deixar passar o seu timing, vai se arrepender depois.” No final das contas, trocar uma viagem ou o tempo de descanso por uma experiência profissional pode valer a pena. 

Estudante de engenharia de produção da UFSCar, Luca Ricciardi está atualmente na Università Comerciale Luigi Bocconi, em Milão. Começou a buscar um summer no terceiro ano. Era sua primeira busca por um estágio.

“Eu estava louco para entender o que era ter metas, responsabilidades e colocar a mão na massa de fato”, conta. “Quando vi a oportunidade de trabalhar na Fundação Estudar, pensei na quantidade de portas que o trabalho lá poderia me abrir. Também queria conhecer um pouco mais sobre o terceiro setor e uma empresa com valores novos e jeito de trabalho de startup.” 

Um bônus, destaca ele, foi poder aproveitar gratuitamente os programas que a Fundação oferece aos jovens, como cursos de formação de liderança e de imersão profissional (a lista completa está disponível online).

Leia também: Como fazer um bom currículo

Com um estágio de verão no currículo, o jovem sai na frente na busca por outros estágios e ainda consegue experimentar um número maior de diferentes ambientes de trabalho antes de decidir sua carreira. “Só a vivência na prática pode ajudar, e o summer tem se tornado uma excelente atividade extracurricular na trajetória de um estudante para ajudar no seu amadurecimento e autoconhecimento”, resume Renata.

Estrutura 

Seja na empresa em que estiver, o jovem aplica o que aprende em sala de aula e desenvolve cedo suas soft skills, além de ter acesso a figuras de liderança. “São semanas intensas de aprendizado e ao mesmo tempo com a responsabilidade de entregar um projeto com início, meio e fim”, fala Renata. “É preciso gostar de trabalhar em equipe, ser resiliente e muito proativo.”

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Luca com seu time na Fundação Estudar [Acervo pessoal]

Alocado na área de relacionamento direto com jovens na Estudar, Luca desenvolveu suas habilidades de comunicação e disciplina. O dia a dia envolvia trabalhar parcerias com organizações estudantis para divulgar os programas da casa em troca de condições exclusivas, como descontos e isenções.

Era uma responsabilidade grande, que envolvia noções de negociação e clareza nas propostas. “Sabíamos que as organizações eram peças-chave para atrair um número grande de jovens e cabia a nós fazer a acontecer”, conta.

“Aprendi a correr atrás de resultados e também como é uma empresa que tem objetivos de crescimento absurdos, em que o coletivo trabalha junto para atingir-los – e ao mesmo tempo como me portar num ambiente de trabalho e ficar próximo de muita gente incrível”, resume.

Em suas duas participações na Ambev, Maria atuou de maneira diversa. “Às vezes digo que fiz estágios de férias em duas empresas diferentes”, brinca. Na primeira vez, trabalhou nas áreas de gente e gestão e fornecedores no Rio de Janeiro, analisando e mapeando a rotina de supervisores para aprimorar a eficiência da produção.

Leia também: Passar por diferentes áreas e empresas mancha o currículo?

Na segunda, pediu para testar outra coisa e foi alocada na equipe de marketing de vendas em pleno carnaval carioca. “Ajudei a tocar o carnaval de 2016 com o time da empresa regional e fiquei pessoalmente responsável pelo Sambódromo”, conta. “Foi mais mão na massa: entregar resultado, ir pra rua e interagir com pessoas – colegas de trabalho, clientes e terceirizados.”

Ficou responsável por localizar, transportar e entregar mais de 500 equipamentos de refrigeração no local e recolher tudo três dias depois do fim, sem orçamento próprio ou caminhões previstos para a tarefa. Entre os aprendizados mais marcantes, ela destaca a importância da equipe. “O que levo comigo é o fato de entender que gente é tudo: pessoas são as coisas mais importantes em qualquer organização”, reflete. “Hoje acredito que nada de excelente se constrói sozinho e é preciso se cercar e se manter cercado de pessoas excelentes.”

Gabriella Leite, que está no último ano de engenharia de produção da UFMG, também tem dois summers no currículo. Estava no quarto ano quando decidiu fazer o segundo, na Kraft Heinz. Queria principalmente uma experiência mais intensa que um estágio regular. “Todos os dias tínhamos novos desafios e muita autonomia para implementar novas ideias, com resultados reconhecidos pela meritocracia e isentos de paradigmas de idades e hierarquias”, fala.

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Gabriella Leite, que fez summer na Kraft Heinz [Acervo pessoal]

Alocada na área de Melhoria Contínua, ela teve a orientação de um gestor e recebeu problemas que deveria resolver sozinha sobre a redução de perdas de atomatados. “O planejamento e a execução do projeto ficavam por nossa conta, mas tinha alguém disposto a ajudar sempre que necessário”, explica.

De volta à universidade, ela introduziu em seu trabalho de conclusão de curso as lições que trouxe do summer. “Aprender metodologias de resolução de problemas, desenvolver minha comunicação, lidar com pessoas e entender na prática o que é o sentimento de dono de alguma coisa foram pontos que mudaram completamente minha visão”, fala Gabriella. “E ter problemas nem sempre significa algo ruim, uma vez que se está cercado por pessoas facilmente acessíveis e que podem te ajudar nos desafios.”

Benefícios do Sinapse

Enquanto o Sinapse oferece uma estrutura pronta para um potencial estagiário de verão – palco, café e empresas, tudo no mesmo lugar –, Maria precisou improvisar. Acabou demonstrando que tinha a energia necessária: enviou mais de dez emails e chegou a abordar recrutadores no aeroporto antes de conquistar um horário de entrevista com a Ambev.

Para se preparar, organizou seu discurso – “o clássico: principais conquistas, fracassos, aprendizados, arrependimentos, visão do futuro e objetivos pessoais e profissionais”, conta – e estudou a fundo a companhia e seus valores.

É algo tremendamente importante. “Além do currículo, avaliamos o quanto os candidatos nos conhecem com informações que vão além do que está no site: é importante que corram atrás e conversem com pessoas no nosso time e se aproximem da companhia em momentos oportunos, como eventos nas faculdades”, fala Renata.

Foi precisamente o que Gabriella fez: conversou com pessoas que já trabalhavam na Kraft Heinz e em empresas com culturas semelhantes, para entender se eram compatíveis. “Na minha preparação, reflexão e autoconhecimento foram primordiais para saber o tipo de empresa em que eu gostaria de trabalhar”, fala.

Saber o que quer e quais são suas fortalezas e fraquezas é um ponto também destacado por Renata. É um processo contínuo e quem quiser ajuda para começar pode se inscrever no curso de autodesenvolvimento por email do Na Prática, que apresenta ferramentas úteis para a reflexão.

Após demonstrar seu potencial, Maria foi convidada pessoalmente pelo chefe para retornar no verão seguinte. É uma política da casa. “Quem veio e se deu bem deixa portas abertas para voltar”, fala Renata.

Para Luca, é uma situação em que não dá para sair perdendo. “Se souber mais ou menos o que quer, o jovem tem chances grandes de gostar do summer e o trabalho vai se tornar tão ou mais divertido que as férias”, fala. “E caso não goste, melhor que sejam quatro semanas que seis meses ou um ano num estágio infeliz.”

Inscreva-se no Sinapse Summer até 19/9

Minha experiência como trainee no governo do Pará

Trainee do Vetor Brasil

Meu nome é Guilherme Lacerda e fiz parte da primeira turma de trainees do Vetor Brasil, que está recrutando novo integrantes até o dia 19 de setembro. Hoje eu continuo trabalhando na Secretaria de Educação do Pará, agora com seis outros trainees.

Vou começar contando um pouco da minha formação: eu sou curitibano, iniciei minha graduação em economia da UFPR em 2009 e, dois anos e meio mais tarde, transferi meus estudos para a Universidade de Indiana, nos EUA. Lá me graduei em economia e ciência política em junho de 2014, quando voltei ao Brasil.

Eu não fazia ideia de como, mas tinha certeza de queria atuar no setor público. Se ao ingressar na faculdade eu já imaginava o potencial de impacto social do Estado, ao sair eu sabia que em nenhum outro lugar conseguiria contribuir tanto para transformações de grandíssima escala.

Minha primeira investida foi uma frustrada tentativa de ingresso no mundo partidário. Apesar dos anos de estudo em economia e ciência política e princípios e convicções bastante claros, a miríade de partidos brasileiros não oferecia uma plataforma clara ou caminho seguro. Assim, me vi agendando conversas e peregrinando por convenções e encontros. Era, afinal, ano eleitoral.

À medida que outubro chegava, contudo, o contrário do que eu imaginava (ou esperava) ocorria: discussões sobre políticas públicas e sobre planos para o estado davam lugar ao personalismo e às discussões supérfluas. Não demorei a perceber que ali não estava a porta de entrada que eu buscava.

Considerando o terreno partidário infértil e pensando no perfil técnico que eu havia desenvolvido, tomei um segundo rumo que, apesar de pouco me animar, mostrava-se como lógico já que eu pretendia ingressar no governo: estudar para concursos públicos. A ideia não me empolgava principalmente pelas características de estabilidade e segurança dos cargos públicos – que tanto criam “concurseiros”. O que eu desejava era justamente o oposto: desafios, crescimento profissional, dinamismo e alto impacto.

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Mal tinha eu completado dois meses de estudos e um amigo me enviou o link para a página do Vetor Brasil. Eu não fazia ideia de quem eram as pessoas por trás da organização, mas tinha apenas dois dias para concluir minha inscrição. Ainda um pouco desconfiado e descrente, deixei os estudos de lado no dia seguinte para preencher todos os formulários e gravar os vídeos para a inscrição. As semanas foram correndo e, à medida que eu passava as fases do processo seletivo e fazia as entrevistas, me animava com o perfil e principalmente com o propósito das pessoal envolvido na seleção. Quando fui aprovado já sabia que aquela havia sido uma das melhores decisões que já havia tomado.

Foram várias as dúvidas, entretanto, mesmo após a aprovação. A primeira ponderação dizia respeito ao fato de que mais uma vez eu arrumava as malas para morar longe de casa e dos amigos. Apesar do desencanto profissional ao voltar ao Brasil, sair de Curitiba outra vez não estava nos meus planos. Ainda assim, a oportunidade superou a dúvida. Como eu havia estudado fora, já estava bem acostumado à distância. A família inicialmente fez os seus questionamentos. Ninguém, afinal, conhecia o Vetor naquela época, e tudo o que eu tinha para apresentar era um site e o meu relato. O questionamento virou apoio e, hoje, minha família criou apreço e relação com Belém. Conseguimos nos organizar de maneira a estarmos juntos com frequência.

O segundo passo foi analisar se eu teria condições de dar conta do trabalho. Inicialmente, porque eu não tinha experiência alguma no setor público. Mas também porque na graduação eu vi muito sobre teorias, fossem econômicas ou políticas, mas não conhecia nada do dia-a-dia do trabalho dentro de uma Secretaria.

Por último, e definida minha alocação, me deparei com um projeto enorme, financiado parcialmente pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e já em execução. O projeto é fruto de um empréstimo firmado entre o Banco e o Estado do Pará para melhorar a qualidade e expandir a cobertura da rede estadual de educação. Para tal, os recursos estão orientados para três grandes tipos de investimento: infraestrutura, projetos pedagógicos e de gestão escolar, e gestão da própria rede.

Tudo para mim era novidade. Eu não só não sabia ler um processo administrativo – eu nunca havia aberto um. Aos poucos fui conhecendo como funciona administração pública: as várias gerências de uma secretaria; os trâmites burocráticos e os fluxos de atividades; a forte hierarquia. E desenvolvendo meu primeiro trabalho: um estudo sobre a distribuição das vagas pelo estado que subsidiará a tomadas de decisão para as construções de novas escolas.

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Inicialmente motivador de receios, o desafio foi se mostrando uma enorme fonte de aprendizado e crescimento. Acompanhei: todo o processo de estruturação de uma Unidade Gestora do Projeto (UGP), isto é, o núcleo dentro da Secretaria responsável pela gestão dos recursos e coordenação das atividades do Contrato de Empréstimo; o trabalho de consultorias que vieram fortalecer a secretaria como um todo e a própria unidade gestora; a saída e a chegada de profissionais, entre trainees, servidores de carreira, consultores e gestores-; e o fortalecimento da unidade se transformar em maiores e mais complexas responsabilidades para a equipe em geral e para mim individualmente.

Hoje, após apoiar a execução do contrato nas suas diversas frentes, atuo na coordenação do projeto.

Ao longo desse ano e meio de trabalho fui conhecendo o potencial de impacto do governo na prática. Entre os projetos que apoiei estão: reforma e ampliação e construção de escolas; aceleração da aprendizagem e combate à defasagem idade-série; recuperação de conteúdo; melhoria da gestão escolar; execução de avaliação de larga escala e análise dos dados produzidos.

Cada um desses projetos, quando bem executados, tem o poder de impactar diretamente a quase totalidade dos adolescentes do estado, além de indiretamente beneficiar as suas famílias e a sociedade como um todo. E para que sejam bem executados, não pode faltar dinamismo à equipe.

Um bom exemplo é também o maior obstáculo que enfrentamos em 2015: uma longa greve de professores. Foram 53 dias escolares paralisados e um imenso atraso a todos os projetos pedagógicos. Um dos compromissos firmados pela Secretaria, de oferecer reforço escolar aos alunos e uma efetiva preparação para o ENEM e a Prova Brasil, tornou-se absolutamente inviável dada a alteração no calendário letivo. O que fizemos? Um estudo de última hora sobre a viabilidade de firmarmos uma parceria com a iniciativa privada e assim garantirmos a recuperação dos conteúdos atrasados no contraturno dos alunos.

Após dias e noites de muito trabalho e desenho do projeto alternativo, tivemos a adesão de mais de 17.000 alunos. E eu obtive a primeira lembrança que levarei da minha experiência no Pará: uma cópia das apostilas utilizadas pelos alunos, fruto do esforço e das horas extras despendidas.

É por situações como essas que decidi ficar mais tempo: hoje sou infinitamente mais preparado e com uma experiência (não só profissional, pessoal) única. Meus colegas de Vetor, que se tornaram amigos e referências, seguiram vários caminhos, muitos deles na área pública, como eu. Mas mesmo aqueles que tomaram outra direção certamente levam consigo um aprendizado e bagagem para a vida toda.

Também quer trabalhar no governo como trainee Vetor Brasil?
Inscreva-se no processo seletivo até 19/9

Ambev propõe ‘desafio de marketing’ para recrutar novos estagiários

Cervejaria da Ambev

Interessados em participar do Marketing Challenge organizado pela Ambev podem se inscrever até 15 de setembro através do site oficial do evento. Sessenta jovens selecionados pela empresa participarão de um fim de semana de desafios temáticos na sede, em São Paulo, e quem se destacar poderá integrar a equipe de marketing da cervejaria, que inclui marcas como Brahma, Skol, Budweiser e Stella Artois no portfólio.

É a segunda edição do evento, que em 2015 teve mais de 1600 jovens inscritos – e contratou sete deles. Universitários de qualquer curso podem participar, mas é preciso estar no penúltimo ou último ano de faculdade a partir de janeiro de 2017 e morar em São Paulo.

O evento acontece nos dias 14, 15 e 16 de outubro na capital paulista. Inscreva-se!

‘Accountability’: o valor que não pode faltar em um líder

Coach João Cordeiro

Accountability não é um conceito fácil de traduzir. Não à toa o psicólogo e coach João Cordeiro demorou dez anos para publicar um livro sobre o tema. “Tinha receio fazer afirmações em cima de uma palavra que não tem tradução direta para o português e ao mesmo tempo possui um significado tão profundo”, diz, em entrevista ao Na Prática.

Ele explica: “Em resumo, accountability é uma virtude moral. Significa pensar e agir como dono e puxar a responsabilidade para si. Da mesma forma que o governo presta contas à sociedade e as empresas, aos acionistas, qualquer indivíduo deve assumir esse valor em sua vida pessoal e profissional.”

Assista ao vídeo completo: O que é accountability e quais são seus benefícios?

Na Fundação Estudar, é o que chamamos de “protagonismo“, conceito explorado em programas de formação de liderança como o Laboratório e o LabX.

Uma pessoa que não incorporou esse valor apresenta desculpas e justificativas para tudo, culpando os outros ou as circunstâncias por aquilo que não saiu como esperava. É o que João chama de “desculpability” – termo que dá nome a outro livro de sua autoria.

Leia também: Aprenda a pensar como um verdadeiro líder

“Todos temos dentro de nós um instinto forte de atribuir nosso fracasso ou sucesso a fatores não controlados – como a economia, a política, o clima, o trânsito. Também costumamos associar o atingimento ou não de uma meta a outras pessoas – como o amigo, o colega, o chefe… Independentemente de essa atribuição ter um fundo de razão, ela não agrega, causa desvio de tempo e de energia, e não gera nada novo.”

A partir do momento que uma pessoa incorpora o accountability, por outro lado, ela entende que é dona do seu destino, da sua vida, da sua carreira. E os benefícios disso são enormes para qualquer profissional, especialmente para aqueles que querem assumir uma posição de liderança e se destacar no mercado.

Para João, é impossível se criar um ambiente inovador quando as pessoas se justificam o tempo todo. “Para inovar, é preciso assumir outra postura, de accountability, e sempre se perguntar: o que eu posso fazer diante destas circunstâncias? De que forma posso agregar, deixar uma contribuição, um legado?”

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Como um engenheiro empreendeu em educação

Jovem Sorrindo

Cada ser humano é um indivíduo. Parece óbvio, mas no campo da pedagogia este é um tema cada vez mais em voga. Já que todos são diferentes, aprendem de maneira diferente também. Alguns estudantes são mais visuais, outros preferem ler. São mais rápidos ou mais lentos, tímidos ou extrovertidos. As combinações são inúmeras.

Identificar tais traços e acompanhar a absorção do conteúdo é um desafio para professores em sala de aula e, para um engenheiro e professor voluntário, o insight foi usar a tecnologia para ajudar.

O objetivo atual de Thiago Feijão é implementar em dezenas de milhares de escolas sua plataforma QMágico, que consegue identificar estilos de aprendizagem de cada aluno, criar programas adaptativos e personalizados e melhorar a vida de estudantes e mestres.

Cofundado por ele em 2012, o QMágico já tem 1500 instituições, entre públicas e privadas, de ensino fundamental e médio cadastradas. Os docentes podem inserir seu conteúdo online, chamado de Caderno de Aprendizagem Inteligente, e fazer ali mesmo a gestão de cada aluno, que tem acesso à plataforma de onde estiver.

A aposta é no ensino híbrido, seguindo a grande tendência educacional que mistura aulas presenciais e online. O software por trás do negócio capta e analisa todos os dados que circulam. Eles se transformam em recomendações, sugestões e estatísticas que podem ser usadas pelos professores tanto para aprimorar suas aulas quanto para auxiliar pupilos individualmente.

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Os algoritmos, que evoluem constantemente, são capazes de identificar o “nível” de cada aluno, apontando quais são suas facilidades e dificuldades nos exercícios, e oferecer conteúdo customizado para a fase em que se ele encontra por meio do professor.

Graças à análise de dados, os docentes também podem compartilhar entre si seus cadernos e descobrir quais são melhores práticas ou sequências de ensino. “Empoderar professores e criar um ambiente colaborativo de conteúdos e práticas pedagógicas entre escolas e professores do Brasil é o nosso foco”, resume o empreendedor ao Na Prática. “Acreditamos que a educação vai mudar se todos estivermos juntos. Nós estamos criando essa rede.”

Oportunidades O QMágico, que começou com como uma plataforma de vídeos e exercícios, é uma missão de cunho pessoal para Thiago. “Minha família sempre me motivou pela educação e desde cedo eu já acreditava que ela poderia me ajudar a realizar meus sonhos”, lembra.

Aos 12 anos, o cearense ganhou seu primeiro mentor quando estudava no Colégio Militar de Fortaleza. Era o professor de matemática Geraldo Macedo que, entre outras atividades, convidou o aluno para ajudar em sua tese de mestrado e moldou sua noção da profissão. “Ele me trouxe clareza sobre como a educação é capaz de melhorar nossa qualidade de vida e resolver desafios sociais”, diz.

Sempre atento à realidade social de um dos países mais desiguais do mundo, Thiago, hoje com 27 anos, se sentia sortudo por ser tão incentivado e queria que outros tivessem as mesmas chances.

“Queria retribuir as oportunidades que tive, como de ter uma família que acredita que a educação é o elemento transformador e ter um professor que me ensinou muito mais que só o conteúdo de matemática”, lembra.

Trajetória O caminho que encontrou foi se tornar empreendedor social. Começou aos poucos, dando aulas como professor voluntário e tirando dúvidas de quem pedisse. Em 2008, quando fez as malas para São José dos Campos, onde fica o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ampliou o leque de atuação.

Lá, o futuro engenheiro mecânico-aeronáutico se pôs a pensar no que seria seu grande projeto profissional: como um bom professor, como seu amigo Geraldo, poderia ajudar todos os alunos brasileiros? Ou seja, como escalar a educação de qualidade?

“Escolhi o ITA pois sabia que, quanto maior fosse o desafio, maiores seriam as oportunidades”, diz ele, que também é bolsista da Fundação Estudar. “Além de toda a formação acadêmica, durante cinco anos fiquei ao lado de pessoas que admirava e que eram muito melhores que eu em muitas coisas. Crescer junto delas é uma grande oportunidade.”

Ainda calouro, começou a investigar as possibilidades. Foi professor em escolas da região e no antigo Curso Alberto Santos Dumont (CASD Vestibulares), iniciativa pré-vestibular do ITA com mais de 700 alunos. Empolgado, Thiago foi professor, diretor e presidente antes de cofundar o CASDinho, com foco no ensino básico. 

Ao todo, foram quase quatro anos de trabalho nas ONGs, que recentemente se uniram para formar o Centro Educacional Santos Dumont. “Aprendi e refleti sobre como uma escola de excelência funciona”, resume. “E com essa experiência de educação e a formação do ITA, surgiu o QMágico. Os pontos se conectam com o tempo e quando você olha pra trás.”

Thiago Feijão e Gabriel Melo, do Q Mágico
[Com Gabriel Melo, cofundador do QMágico e colega de ITA/Foto de Guto Oliveira]

Ainda antes de se formar, Thiago teve outra ideia. Após ouvir diversas histórias de vestibulandos que não conseguiam aproveitar vagas que haviam conquistado nas melhores faculdades do país – por falta de dinheiro para se sustentar ou de apoio emocional e psicológico, por exemplo –, cofundou com três amigos o Instituto Semear, em 2010, em que atua até hoje.

O instituto apoia jovens que buscam resolver desafios sociais e oferece bolsas de estudo, mentorias e uma rede de contatos. A organização seleciona cerca de 40 jovens por ano e hoje apoia mais de 300 universitários pelo Brasil.

Mentores são um ponto de destaque para Thiago, que teve os seus tanto no ITA quanto na Fundação Estudar. “Eles sempre me fizeram boas perguntas para que eu pudesse refletir bem sobre minhas decisões, investiram tempo em fazer com que eu me conhecesse mais e me inspiraram a ser melhor.”

Passado e futuro Foi num evento promovido pela própria Estudar, há seis anos, que Thiago descobriu o conceito de empreendedorismo social e negócios sociais com que trabalha hoje. De passagem pelo Brasil, o professor da Harvard Business School Michael Chu apresentou as noções básicas de um modelo de impacto na base da pirâmide social, sua especialidade.

Algo sustentável, escalável e capaz de melhoria contínua? As peças começavam, aos poucos, a se encaixar.

Thiago também atua como consultor ocasional e já trabalhou para a Confederação Nacional da Indústria, onde desenvolveu uma tecnologia para o ensino técnico brasileiro, e para o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Questionado sobre a possibilidade de seguir na área, ele é prático. “Penso que todos devem seguir seu ‘sonho grande que traz brilho no olho’, o velho clichê”, brinca. “A carreira é só o ‘meio’ para esse ‘fim’. Eu seria consultor se me ajudasse a chegar lá.”

Lá, no caso, é ajudar professores e alunos do Brasil inteiro e, eventualmente, do mundo. “O futuro de nossos jovens está nas mãos deles e das famílias. Se o QMágico fizer esses professores crescerem, eles vão mudar nossa educação.”

Geração Y: no final das contas, o que significa ser um milennial?

Homem olhando para o deserto

O Portal DRAFT contin ua a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é… Geração Y

O que acham que é: A geração surgida a partir do filme “Curtindo a Vida Adoidado”.

O que realmente é: A geração dos nascidos entre 1979 e 1993. Esta definição segue a mesma linha do tempo utilizada no Verbete sobre a Geração X, publicado anteriormente, e adotada pela maioria dos especialistas.

Luiz Arruda, consultor sênior da WGSN Mindset, diz que os Y são popularmente conhecidos como Millennials, ou ainda, Geração do Milênio ou da Internet. “Essa geração teve um convivência já muito cedo (bem antes que os X) com a tecnologia avançada. Por isso, são tidos como sempre conectados, multitarefas, vidrados em mídias sociais, empreendedores e donos das ferramentas para produzir e espalhar suas criações.”

Gustavo Pessoa, psicólogo, mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela USP e cofundador da Talent Matching, conta que uma das características mais marcantes (e controversas) da Geração Y é ser refratária a regras hierárquicas. “Os Y veem menos valor na rigidez de normas e procedimentos, pouco sentido na hierarquia inflexível e pensam mais em como alcançar seus sonhos de uma forma individual em vez de conquistá-los via empresa, como ocorreu na Geração X.”

A Geração Y, segundo Arruda, é primeira verdadeiramente global e seus jovens possuem um desejo constante pela busca de novas experiências e são ávidos por mudança, movimento, liberdade, inovação, informalidade. “Desejam isso na sua vida pessoal e profissional e buscam um propósito em tudo o que fazem, principalmente no trabalho e no relacionamento com marcas e produtos. Além disso, são otimistas em relação ao futuro, têm grande capacidade de lidar com a diversidade e possuem consciência social e ambiental.”

Outra característica marcante dos Millennials é a proximidade com seus pais que, para alguns autores, são excessivamente permissivos, criando Y mimados, sem noção de limites. Hoje, os Y têm entre 23 e 37 anos o que permite que possam ser filhos de pessoas X. “Os pais X criaram os filhos Y de forma mais livre, com mais foco no autoconhecimento e incentivo aos talentos individuais, criando a cultura que observamos hoje no mercado”, diz Pessoa.

Leia também: Empresas ainda não compreenderam a Geração Y, diz estudo

Quem inventou: Nile Howe e William Strauss, autores emblemáticos do movimento nomeador das gerações, no livro Millennials Rising: The Next Great Generation. Em entrevista para o NPR, Howe conta sobre escolha do nome: “Foi o primeiro que nos veio à mente já que aqueles jovens seriam os primeiros se graduar no colégio no ano 2000.” Já o termo Geração Y foi usado, pela primeira vez, em um editorial do Ad Age para falar sobre a geração que vinha depois da X.

Quando foi inventado: O editorial do Ad Age foi publicado em 1993 e o livro de Howe e Strauss é de 1999.

Para que serve: Classificar gerações tem diversos fins. “Para entender os funcionários e administrá-los, para entender os consumidores e assegurar mais vendas”, diz Pessoa. Para Arruda, classificar e definir gerações é uma parte importante do cotidiano da rede que envolve marketing, agências de propaganda e consultorias de negócio e tendências. “Elas balizam uma série de escolhas estratégicas e criativas e são relevantes para a definição mais acurada dos públicos-alvo, além da adequação das estratégias de mercado, produto e comunicação”, diz. Uma vez conhecidas as principais características, desejos e demandas de cada target, fica mais fácil traçar um “caminho” assertivo e relevante até eles.

Quem usa: Profissionais de marketing, agências de propaganda, consultorias de negócio e tendências. Governos também, nas áreas educacionais e de saúde, por aplicarem estratégias de acordo com a faixa etária do público atendido.

De acordo com Pessoa, a Geração Y, hoje, é a que mais interessa ao mercado: “Trata-se da próxima geração a ocupar cargos de diretoria e presidência a curto e médio prazos. Todo planejamento estratégico de uma empresa, seja externo, olhando para o comportamento de seus consumidores, ou interno, olhando para seus próprios funcionários, requer um profundo entendimento de quem são essas pessoas”.

Efeitos colaterais: São considerados mais ansiosos, tanto na vida pessoal quanto na carreira; buscam gratificação e resultados instantâneos; possuem raciocínio não linear, em rede, “com hyperlinks”; possuem uma certa fobia de comprometimento, que pode afetar sua relação com política, economia, educação, carreira, religião e até mesmo amor e família. “Por isso, temos visto muitos Millennials casarem e terem filhos mais tarde que as gerações anteriores”, diz Arruda. Ele ressalta que as características listadas acima não são, necessariamente, ruins ou negativas mas, sim, generalizações que devem ser analisadas dentro de um contexto.

Para Pessoa, a Geração Y destrói as barreiras inflexíveis (local, horário, forma etc.) das empresas sem ter clareza do que quer colocar no lugar: “Ela fica um pouco perdida e confunde seus interlocutores, que também não têm as respostas. A construção de instituições e empresas mais fluidas começa a ocorrer, mas de forma muito incipiente. Por enquanto, convivemos com essa contradição”.

Quem é contra: Grupos conversadores, sejam da sociedade ou do mercado de trabalho. Os Y são mais inclusivos em relação a minorias sociais. “A Geração Y promove discussões cruciais sobre liderança feminina, benefícios para cônjuges LGBTQ, igualdade de gênero, feminismo e outras lutas”, conta Pessoa. Em relação ao mercado, os Y almejam ter experiências, dando ênfase ao uso em detrimento da posse. Os Y são tanto criadores como consumidores da Nova Economia e seus serviços — como Uber, Airbnb, Netflix, Whatsapp — e não querem mais comprar para, sim, alugar, assinar, compartilhar. Empresas tradicionais automotivas, hoteleiras e de telefonia perderam nos Y os consumidores certos das gerações anteriores e trabalham para mudar ou adaptar estratégias.

Para saber mais: Leia, no New York Times, The Why-Worry Generation, de 2010. O texto cita pesquisas e diz que os Millennials eram tidos, no começo da década, como “a próxima grande geração” mas, na verdade, são narcisistas e covardes. Leia, no Salon, We are the lamest generation!, texto de 2013 em que uma millennial defende, ponto por ponto, as críticas e acusações pelas quais passa sua geração. Assista ao TEDx Millennials: Who They Are & Why We Hate Them, de Scott Hess, vice-presidente da empresa de pesquisa TRU e uma das autoridades em juventude americana. Leia (ou ouça), no NPR, Why You Should Start Taking Millennials Seriously. O texto, de 2014, começa com duas informações: há mais de 80 milhões de Millennials nos Estados Unidos e eles não apenas utilizam mídias sociais como foram eles que as criaram. Segue por outras áreas na mesma linha.

USP dará aulas gratuitas de idiomas; veja como se inscrever

Post its com a palavra obrigado em diversas línguas

Boa notícia para quem quer se aperfeiçoar em línguas estrangeiras: a Universidade de São Paulo (USP) abriu inscrições para cursos de diversos idiomas. Se for selecionado, você poderá aprender línguas como inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, chinês, grego e árabe — tudo sem pagar um centavo.

As aulas serão ministradas por alunos-estagiários da Faculdade de Educação (FE). O benefício é aberto tanto à comunidade USP, que inclui alunos, funcionários e docentes, quanto a pessoas sem qualquer vínculo formal com a universidade.

Não serão cobradas taxas de inscrição nem mensalidade. Ao final das aulas, o aluno terá direito a um certificado, com informações sobre aproveitamento e frequência.

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As inscrições devem ser feitas até o dia 9 de setembro na página da FE-USP. Para quem não tem acesso à internet, o processo pode ser feito presencialmente no dia 8 de setembro, na Faculdade de Educação, bloco B, ala B, LET, das 9h às 11 e das 13h às 16h.

Para garantir a sua vaga, você também precisará ter um pouco de sorte. No dia 12 de setembro, a faculdade fará um sorteio entre os inscritos. No dia 13, será divulgada a lista dos ganhadores.

As aulas começam no dia 19 de setembro e  serão oferecidas no prédio da Faculdade de Educação, na Avenida da Universidade, 308, Bloco B, no campus da cidade de São Paulo. Veja mais detalhes no regulamento e na página oficial da FE-USP.

Leia também: Os idiomas mais exigidos pelo mercado de trabalho no Brasil

 

Este artigo foi originalmente publicado em Exame.com

Design de serviços: no mundo do trabalho, a atenção aos detalhes faz toda diferença

CEO do Starbucks assina copo

Sabe quando você chega ao quarto do hotel e encontra a ponta do papel higiênico dobrada em formato de triângulo? E quando você está na fila de espera de um restaurante e pode degustar algum aperitivo enquanto ouve um pianista que acalma o ambiente? Esses são exemplos de alguns simples cuidados (que agradam bastante) tomados por empresas que já compreenderam a importância do chamado Service Design – ou design de serviço, em português.

Como o próprio nome sugere, o Service Design é muito usado para o desenvolvimento de serviços, e tem por objetivo dar ao consumidor a melhor experiência possível. Sua característica elementar é colocar – sempre – as pessoas em primeiro lugar. Assim, para colocar em prática essa ferramenta, entender as necessidades e desejos das pessoas é fundamental. No final, a ideia é garantir que todos os serviços e produtos oferecidos estejam em consonância com o que as pessoas que o consumirão precisam e gostariam de receber. 

Essa lógica pode parecer óbvia, mas muitas empresas/pessoas acabam se fechando demais em seus processos internos e se esquecem que existem outras pessoas na ponta final dessa relação. Quem se atenta ao que os outros precisam (sem somente tentar empurrar um produto ou uma ideia) larga na frente na lista de preferência dos consumidores. Em cenários de concorrência acirrada, são esses pequenos detalhes que podem trazer credibilidade e aceitação para o seu projeto.

Leia também: Como aplicar o método de Design Thinking no seu dia a dia? Aprenda em nosso vídeo!

Como surgiu? Um dos primeiros trabalhos relacionados ao Service Design foi de autoria de G. Lynn Shostack, uma alta executiva americana do setor bancário e filantropa. Em 1984 ela escreveu o texto “Designing Services That Deliver”, publicado na Harvard Business Review, em que explicava sobre service blueprint (ferramenta gráfica de visualização que mapeia os processos e especifica toda a funcionalidade de um serviço). Nessa época, Design de Serviço era considerado parte das disciplinas de gestão e marketing.

Em 1991, o Service Design se tornou oficialmente uma disciplina, por meio de um projeto de Michael Erlhoff, professor da KISD (Köln International School of Design), na Alemanha. Em 2001, foi criada, em Londres, a Livework, primeira consultoria de inovação e design de serviço que, desde 2010, opera também no Brasil.

Para que serve? Para atender as reais necessidades das pessoas é preciso ter um olhar atento e minucioso para todo o processo de entrega do seu produto. E isso envolve perceber e melhorar cada detalhe que possa trazer prazer, atento à satisfação ao consumidor – ou a quem quer que vá receber o seu projeto. Ao compreender isso, você passará a observar cuidadosamente todo o caminho que deve percorrer até o seu objetivo, quais os atores envolvidos e poderá identificar empiricamente as falhas que estão deixando as pessoas insatisfeitas com o seu produto final. 

No mundo do desenvolvimento de produtos e serviços, a ferramenta para mapear a experiência do usuário chama-se Customer Journey, ou Jornada do Consumidor. A seguir, veja o exemplo dessa jornada para os consumidores do Starbucks:

starbucks service design
Service Design no Starbucks [Pinterest] 

Agora, veja algumas práticas do dia a dia de empresas que se importam com  o service design: investir no aperfeiçoamento do pós-venda (SACs, ferramentas para receber feedback, etc.); interagir com público-alvo (realização de eventos festivos, distribuição de amostras gratuitas do produto, brindes de final de ano, etc.); deixar claro para o seu público que você (ou seu produto) se aperfeiçoou diante de um feedback (Ex: “Essa nova opção de pagamento foi uma sugestão da Fulana, que não conseguia arcar com os custos no início do mês”); melhorar os serviços oferecidos no call center contratado por sua empresa; etc.

Dessas práticas, surgem insights e ações que, quando adotados, fazem toda a diferença. Pense, por exemplo, no acesso wifi gratuito, nas poltronas e nos sofás macios que você encontra em uma loja Starbucks. Diante de uma outra cafeteria, ao lado, que vendesse o mesmo café pelo mesmo preço, esses detalhes é que determinariam sua decisão, certo?

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Na carreira! Por mais que, a princípio, a ferramenta pareça fazer sentido apenas no contexto empresarial de criação ou aperfeiçoamento de um serviço, ela também pode ser muito útil na carreira e em diversas outras situações do dia a dia profissional. Lembre-se: a ideia central é oferecer – sempre – a melhor experiência, não deixando os detalhes passarem despercebidos. Por exemplo: se vai apresentar um projeto importante em uma reunião, preocupe-se em chegar no horário, garanta que o projetor está funcionando corretamente, que os slides estão bem editados, e que o ar-condicionado não parou de funcionar. Se vai receber um cliente importante, certifique-se de que terá café para oferecer a eles, busque-os e leve-os até a porta… E assim por diante.

A seguir, veja algumas perguntas que vão te ajudar a refletir se você tem aplicado o Service Design no seu dia a dia: 

1. Você está preocupado com o que as pessoas realmente precisam?

2. Você conhece cada detalhe e pessoa envolvida no projeto que está liderando?

3. Você procura conversar com as pessoas para receber um feedbacks ou já fica satisfeito por elas terem comprado sua ideia/produto?

4. Quando recebe críticas, você procura trabalhar para aperfeiçoá-las com sua equipe ou julga que as outras pessoas reclamam demais?

5. Você se mostra disponível aos membros de sua equipe para esclarecer dúvidas sobre o que estão fazendo?

6. O bem-estar dos demais está presente em cada uma das etapas dos seus processos internos?

De estagiária a gerente de projeto estadual no governo do Mato Grosso do Sul

Gisele Fiori e Hosilene - Vetor Brasil

Aprender ou aprender – não há outro caminho para quem quer fazer a diferença na gestão pública. A frase é da engenheira ambiental Gisele Fiori, trainee do Vetor Brasil na Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização do Mato Grosso do Sul. “Minhas capacidades de networking e de comunicação melhoraram muito”, fala. “Sou introvertida e sempre me escondi, mas agora estou muito tranquila para falar sobre meu trabalho.”

Há seis meses em Campo Grande, ela é formada pela Unesp e trabalhava como estagiária de políticas públicas de educação ambiental em Sorocaba quando foi selecionada pelo programa, que está com inscrições abertas até 19/9.

“Sair da esfera municipal para a estadual foi o ponto que mais me atraiu”, explica. No Vetor, jovens de alto potencial são treinados e inseridos na gestão pública por dois anos, onde criam boas práticas e se desenvolvem pessoal e profissionalmente.

Em sua jornada, Gisele tem tido a ajuda da gestora, Hosilene Lubacheski. Chefe de assessoria de gestão estratégica e desburocratização do órgão, ela atua no setor público há doze anos e conhece bem os meandros. Quando a trainee chegou, ofereceu-lhe a chance de gerenciar a implementação de um novo escritório central de processos para o governo sul mato-grossense.

“Precisávamos de alguém que tivesse dedicação e interesse em aprender, porque atendemos todo o governo estadual e gerenciamos todos os projetos da secretaria”, diz. “Como trabalhar com gestão de processos no setor público era o objetivo de Gisele, caiu como uma luva.”

Gisele Fiori - Vetor Brasil
[Em Campo Grande / acervo pessoal]

Hosilene considera o programa uma proposta inovadora, capaz de oxigenar a gestão pública e ao mesmo tempo colocar novos profissionais no mercado. “Precisamos de jovens com gás e atualizados, donos de pensamentos mais modernos”, fala. “A estabilidade nos prejudica demais porque as pessoas se acomodam.”

Num ambiente mais aberto às mudanças – afinal, a missão de “desburocratizar” está no nome –, Gisele já conseguiu introduzir novidades, como reuniões semanais de feedback, e se tornou colaboradora próxima da gestora.

“Sempre recebo e-mails sobre dinâmicas para melhorar relações interpessoais e formas de administrar nossa equipe, e até algumas leituras”, explica Hosilene. “Eu precisava de alguém com esse olhar atento porque, quando só há uma pessoa para monitorar, acompanhar e gerenciar, você acaba deixando algumas coisas escaparem.”

Cotidiano Já no primeiro dia, Hosilene levou Gisele e outros três trainees para uma tour da sede e seus funcionários. “Tomamos o cuidado de ter essa recepção porque é uma pessoa sozinha, numa cidade nova, com um trabalho novo e uma expectativa bem alta. Queríamos recebe-los bem.”

Deu certo. “Sabia que seria – e é – um grande desafio, mas aqui estou numa posição de liderança”, diz Gisele. “De que outra forma eu conseguiria algo assim? Na assessoria, eu respondo diretamente para o secretário.”

No dia a dia, a engenheira usa a capacidade analítica que afinou na universidade para criar inovações em seu projeto, que tem como objetivo modernizar processos como compras governamentais e gestão de pessoas para torná-los mais econômicos, perenes e padronizados.

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No meio tempo, descobriu que um grande desafio é convencer líderes que a mudança de cultura vale a pena. “As pessoas compram assim porque é como tem sido feito há muitos anos, mas dá para simplificar!”, fala. “Quero que comprem minha ideia de algo mais prático, eficiente e descomplicado.”

A ideia é que o escritório atinja seu nível de maturidade até 2018, ano em que acaba o programa de trainee. Depois de implementado, ele seguirá aumentando sua capacidade e eventualmente fará a gestão de processos de todo o governo. “Acho que vou ter que segurá-la aqui”, brinca a gestora.

Desenvolvimento Para se preparar, Gisele pesquisou estruturas públicas, o governo do Mato Grosso do Sul e a prática de gestão de processos. Contou também com o treinamento oferecido pelo Vetor. “A preparação inicial é importante para que todos tenham uma base mais nivelada de conhecimentos. O Vetor não delimita formações na hora de escolher os trainees, então são todos muito diferentes”, explica.

Nos treinamentos presenciais, que acontecem duas vezes ao ano, a troca de ideias entre trainees e referências no setor é um ponto alto para Gisele. No resto do ano, assim que surge um questionamento, ela pode recorrer à rede de contatos da organização. “Seja de orçamento público, direito administrativo ou Excel, podemos mandar qualquer dúvida vinte e quatro horas por dia no grupo e resolver o problema.”

“Ela é uma menina exageradamente disciplinada”, ri Hosilene. Foco, atenção ao detalhe e perfeccionismo são algumas das características destacadas. “Demos a ela uma responsabilidade muito grande como gerente do projeto e isso pode assustar um pouquinho, mas faz parte. Como gestora, cabe a mim direcionar seu trabalho para o resultado e dar o apoio que ela precisa.”

Gisele concorda com a avaliação. “Ainda tenho dificuldades em gerir meu tempo e falar ‘pronto, acabei’”, conta. “Mas admiro muito a forma como a Hosilene lidera e tenho com ela uma relação muito aberta, tanto para dar ou para pedir feedback. Qualquer coisa que eu queira entender, mesmo que seja boba, posso perguntar para ela.”

A experiência tem sido muito positiva, mas quase não começou. Gisele se lembra de um dia, duas semanas antes da viagem a Campo Grande, em que se sentiu desnorteada. “Pensava que desburocratização não tinha nada a ver comigo”, lembra.

Desabafou ao telefone com Tâmara Andrade, head de seleção e desenvolvimento do Vetor Brasil, e se acalmou. “Ela disse: ‘Participa do treinamento e, se continuar achando que não dá, desiste’. Óbvio que não desisti! Depois que você começa, não tem como largar mais.”

“Acho que ela vai ser uma excelente profissional”, orgulha-se a gestora. “Ninguém segura a Gisele.”

Inscreva-se no processo seletivo do Vetor Brasil até 19/9

Empresa alemã investirá até R$ 80 mil em projetos socioambientais

Pessoas atravessam ponte sobre rio em parque brasileiro

O programa Conectar para Transformar, organizado pela gigante alemã de produtos químicos BASF, oferece até R$ 80 mil em investimentos para cada proposta selecionada. A seleção será feita através do edital publicado no site da empresa e o prazo para inscrições termina em 10/9.

Para concorrer, os projetos devem focar primordialmente em educação ambiental e científica, empregabilidade ou proteção de recursos naturais. Projetos culturais ou esportivos que se enquadrem nas leis de incentivos fiscais nacionais e tenham impacto social também podem se inscrever.

O edital é aberto a todas as organizações não-governamentais e civis, desde que tenham pelo menos dois anos de existência. Para avaliar as propostas, a BASF usará uma série de critérios, como criatividade & inovação, impacto gerado na comunidade, continuidade do projeto após o financiamento e capacidade de replicação.

Os projetos devem ser realizados durante 2017 e majoritariamente em Guaratinguetá e São Bernardo do Campo. Se pertencerem ao grupo que rende incentivos fiscais, empreendedores podem ter suas ideias realizadas em outras cidades brasileiras onde a empresa atua.

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Contratempos na faculdade ensinam lições importantes para todo o resto da carreira

Professor dá aula em faculdade

Metas, prazos e pressão existem desde a época dos estudos. Estar na faculdade é uma chance de aprendizado para toda a vida. Alguns aspectos e exigências são semelhantes aos que serão encarados no mercado de trabalho. A Business Insider selecionou depoimentos de cinco estudantes ao site Levo. Eles provam que contratempos universitários ensinam a lidar com problemas reais na carreira.

1. Colegas de trabalho 

É um desafio que tem início ainda na faculdade. Você esbarra com pessoas que não aparecem em reuniões ou que não lidam bem com prazos. E o grande problema disso tudo é que acaba sobrando mais trabalho para você. Por outro lado, acaba se acostumando a realizar as tarefas necessárias sozinho, sem depender de ninguém.

Shannon, de 22 anos, teve de assumir a responsabilidade por todo um projeto na faculdade ao perceber que não teria ajuda dos demais membros de seu grupo. “Isso me preparou para trabalhar com pessoas com as quais você não pode contar.”

2. Doenças de última hora

Quando você acha que não tem como piorar, as provas finais vêm acompanhados de uma intoxicação alimentar — ou mesmo outro imprevisto que o impeça de estudar.

Conseguir uma boa nota, então, passa a depender do que acumulou durante o semestre.

A lição que se pode tirar de tal problema é que nem sempre você terá controle das situações à sua frente e deve estar preparado para obstáculos que surgem de forma inesperada. “Você tem de continuar trabalhando e lidar com os problemas conforme eles aparecem”, diz Lindsey, de 22 anos.

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3. Falhas

Nem sempre vem o resultado que se espera. Pode ser que uma disciplina que você mal via a hora de cursa renda notas bem ruins no começo. O negócio é não desistir. Ao dar de cara com uma dificuldade, o que você tem de fazer pe se preparar melhor e encontrar diferentes meios de adquirir conhecimento na área em questão. Uma nota 5 pode virar um 10.

Erica, de 24 anos, queria ser editora de uma revista, mas tirou uma nota ruim logo em sua primeira prova na faculdade. “Eu passei a trabalhar mais, não por crédito extra, mas de forma que eu pudesse praticar e me tornar melhor”, diz ela, que pouco tempo depois conseguiu atingir nota máxima em uma tarefa.

4. Chefe extremamente exigente

Os professores pode parecer exagerados ao exigirem de você um trabalho minuciosamente cuidadoso. No entanto, ao se acostumar com a pressão para a boa execução de uma tarefa, você aprenderá a encarar sua profissão de forma mais séria.

“Tive uma instrutora de enfermagem durante a faculdade que era muito dura durante minhas análises clínicas no hospital”, afirma Christina McCourt, de 24 anos. “Eu só percebi após a faculdade, quando tive meu primeiro emprego como enfermeira, que ela estava apenas tentando ser uma boa educadora.”

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5. Rejeição

Você se prepara para algumas atividades ao longo de sua vida que são consideradas realizações pessoais e, muitas vezes, imagina que poderá atuar por um longo período na área em questão. O grande desafio, no entanto, é saber lidar com as rejeições que podem existir em seu percurso e ser capaz de encontrar alternativas dentre as opções disponíveis. Isso vai ensiná-lo a lidar com a decepção quando as coisas não vão como planejou.

Tara, de 22 anos, tentou praticar esportes durante a faculdade, mas se machucou. Ela viu em um grêmio estudantil sua oportunidade de participar de algo durante o período em que ali esteve. “Hoje, eu lembro a mim mesma de sempre estar aberta a novas possibilidades, mesmo que isso signifique desviar de meu plano original.”

 

Este artigo foi originalmente publicado em Época Negócios

Está se preparando para OAB? Veja questões para testar seus conhecimentos de Ética!

livros antigos em estante

Em breve, bacharéis em direito começam (ou recomeçam) a trilha até a tão sonhada carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O exame tem duas fases e a aprovação nele é obrigatória para o exercício da profissão de advogado.

A prova da 1ª fase do Exame de Ordem, organizada pela FGV, traz 80 questões objetivas das disciplinas obrigatórias no currículo dos cursos de direito no Brasil. Também são cobrados temas de Direitos Humanos, Código do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, Direito Internacional, Filosofia do Direito, Estatuto da Advocacia e da OAB, seu Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB.

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A matéria que traz o maior número de questões é Ética. “As perguntas de Ética equivalem a 25% da prova da 1ª fase, já que são 10 entre as 80 do total do exame”, diz o professor Arthur Trigueiros, da Rede LFG.

Ou seja, quem gabaritar as 10 questões de Ética só precisará acertar mais 30 questões para marcar presença na 2ª fase da prova da OAB. Outra vantagem de reforçar a leitura dos temas desta disciplina é que sua complexidade jurídica é pequena, segundo o professor.

“São três textos que o aluno tem que estudar efetivamente: Estatuto da OAB, seu Regulamento Geral e o Código de Ética e Disciplina da OAB”, diz Trigueiros. Muito por isso, começar pelas perguntas de Ética é sua sugestão. “É interessante iniciar a prova por uma matéria menos complexa”, diz.

O estilo das questões, segundo o professor, é voltado à aplicação funcional. “A FGV gosta de apresentar histórias de casos práticos e os alunos precisam responder de acordo com as regras”, diz.

Direitos dos advogados são tema frequentes das perguntas. “Cai em 99% das provas.” Infrações e sanções disciplinares têm, igualmente, destaque na prova. “Um advogado precisa conhecer o que não pode ser feito na prática jurídica”, diz Trigueiros. Por fim, questões ligadas a honorários advocatícios também são rotineiras nas provas da 1ª fase.

Preparado? Confira como está o seu domínio da matéria e baixe o simulado exclusivo elaborado pela equipe da Rede LFG.

Veja questões
de Ética para 1ª fase da OAB

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

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