As qualidades de um bom mentor são aquelas que dão suporte e encorajamento para que a outra pessoa gerencie seu próprio aprendizado, maximize seu potencial, desenvolva suas habilidades, aprimore sua performance e se torne melhor como pessoa e profissional. Um mentor pode ser um professor, um chefe, um colega, um avô, um poeta, um filósofo ou até um autor de um livro que inspirou você.

Mas o que diferencia bons mentores daqueles que efetivamente são capazes de transformar carreiras e vidas? Esta é uma questão que sempre ficou sem resposta para Adam Bryant, jornalista veterano que entrevistou mais de 500 CEOs e outros líders para o New York Times. Sem resposta, até agora.

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Atualmente atuando como diretor da Merryck & Co., uma empresa de desenvolvimento de liderança e mentoria executiva, ele aproveitou o contato com grandes referências da área para tentar entender – e sintetizar as principais qualidades de um bom mentor.

Confira a resposta nesta tradução do Na Prática.

Grandes mentores compartilham estas 3 qualidades

Há um requisito óbvio para ter as qualidades de um bom mentor: você precisa de uma certa quantidade de experiência de vida para desenvolver insights e sabedoria. Mas quais são os principais fatores que fazem de alguém o melhor mentor possível – o tipo de pessoa que pode oferecer uma orientação transformacional e ajudar os outros a atingirem o sucesso?

Esta é uma questão que sempre me intrigou, e é difícil pensar em uma pessoa melhor para perguntar que David Reimer, CEO do Merryck & Co. Americas. Sim, acontece que ele é um colega meu, agora que eu me juntei ao Merryck depois de uma longa carreira no New York Times.

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A mentoria executiva 1:1 é uma parte essencial do nosso negócio, e David entrevistou mais de 200 ex-executivos C-level como potenciais mentores do Merryck – trazendo apenas cerca de 10% deles para o barco.

Quais são os seus critérios? Quais são as qualidades que ele procura? Eu torci seu braço em um voo recente com 11 horas de duração para escrever sua resposta, e agora eu entrego o restante do post para que David compartilhe seus pensamentos. Foi isso que ele escreveu:

Eu estou procurando por três qualidades: curiosidade, coragem e espírito de generosidade.

1. Curiosidade

Vamos começar com curiosidade. Quando estou entrevistando alguém com potencial de ter as qualidades de um bom mentor, eu posso perguntar sobre algo do noticiário, algo complicado e confuso. Eu nunca estou buscando uma resposta específica – eu só quero ouvir e entender como sua mente lida com um problema que não tem uma resposta certa. Afinal, a habilidade de ver o mundo através de mais perspectivas do que apenas a sua própria é uma medida fundamental de “comprovada curiosidade”.

E eu quero entender se isso se estende para além de problemas de negócios também. Quando você está mentorando algum executivo, não é incomum que, no meio de um bimestre difícil ou uma preparação intensiva para uma reunião de comitê, eles olhem para você e perguntem: “Como você conseguiu ficar casado por 30 anos fazendo isso?”

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Pivotar entre estas duas conversas exige mais que habilidades de negócios e cicatrizes de batalha. Exige: autorreflexão, interesse na pessoa do outro lado da mesa e curiosidade para se perguntar como relações complexas funcionam juntas. Você deve estar genuinamente animado pela procura por respostas interessantes.

2. Coragem

Então há coragem – uma palavra que é comumente usada em excesso, mas vital para mentorias. Para que uma relação de mentoria seja produtiva, o mentor às vezes precisa forçar conversas muito difíceis – aquelas que literalmente ninguém mais terá. Eu me preocupo muito quando converso com um potencial mentor que realmente precisa que os outros gostem dele. Isso geralmente não funciona, pois o mentor não vai confrontar um problema difícil quando chegar a hora.

Veja a coragem: uma vez mentoramos um executivo que teve uma infância difícil – país alcoólatras e abusivos, histórias horríveis. Este cliente usava explicitamente este background como uma desculpa para descontar em pessoas do seu próprio time. Logo cedo na relação, o mentor o interrompeu tentando justificar uma explosão do escritório e disse:

“Olha, eu sinto muito que isso tenha acontecido com você. É devastador que sua infância tenha sido assim. Mas ninguém no trabalho deve jamais ter que pagar o preço por isso. É totalmente injustificável. Eu me importo com você, mas estou dizendo que isso é não negociável.”

Para mim, isto é coragem. E aquele executivo diria hoje que aquela conversa mudou não apenas sua carreira, mas sua própria vida. Em uma boa mentoria, isso acontece com mais frequência do que você imagina.

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Por sinal, curiosidade e coragem devem se juntar para um mentor através da sua própria história. A primeira parte disso é realmente examinar os fracassos da própria carreira e vida – que todos temos em algum momento – e se perguntar: “O que eu tirei desta experiência?”. E, em segundo lugar, uma questão muito relacionada que é: “Como me recuperei?”

Ambas as perguntas exigem curiosidade genuína para serem perguntadas, e exige culhões para serem respondidas com honestidade. Quem não passou por isso, ao mentorar outra pessoa através de um momento difícil, pode ativar o gatilho dos seus próprios pontos-cegos e destruir sua objetividade.

3. Generosidade 

A terceira qualidade é generosidade. Para que um mentor seja efetivo, o foco deve estar inteiramente na pessoa do outro lado da mesa. Quando você está mentorando alguém e fica sabendo que a pessoa está fazendo um grande salto na carreira, ou lê sobre o líder exemplar que ela se tornou, e sua própria existência não é sequer mencionada… isso tem que ser OK. Na verdade, mais que OK – você deve amar este sentimento.

Para ser claro, todos nós temos egos e todos nós, em um nível humano mais básico, precisamos de reconhecimento. Mas uma das coisas que diferencia os bons mentores é que seu ego é alimentado por saber que eles estão fazendo algo importante para os outros e que seu trabalho – embora privado e confidencial – está fazendo uma grande diferença na vida de alguém. Um dos nossos mentores me ligou recentemente em um sábado para contar que sua cliente tinha recebido uma grande promoção. Ele estava explodindo de orgulho.

Então ele disse, em uma voz baixa: “Posso compartilhar algo com você, em segredo?”. Ele começou a ler uma pequena nota de agradecimento que a mentorada tinha lhe enviado. Muito simples, apenas três ou quatro frases contando o quanto o trabalho que eles fizeram juntos ajudou a estimular sua confiança e a estimulou a se tornar a líder que ela deseja ser. E, no meio da leitura, ele parou porque estava emocionado demais para falar.

Para ter as qualidades de um bom mentor, há uma pureza nestes momentos que você não encontrará em muitos outros lugares. Mas, tudo bem, eu sou suspeito para falar.

Este artigo é uma tradução do LinkedIn. Para conferir o original (em inglês), clique aqui.

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