Homem mais velho conversando com jovem

A relação que você mantém com o seu chefe é a mais importante da sua carreira. Não é difícil entender o porquê: é ele quem tem o poder de promover, demitir, aprovar aumentos salariais, autorizar treinamentos e expor o seu talento perante o resto da empresa.

Mesmo que você mude de emprego, ele pode apresentar você a outros profissionais e até se tornar um mentor para a sua carreira.

Essas são as razões pelas quais é importante construir uma relação afetiva com o seu líder, afirma o coach norte-americano Steve Arneson, autor do livro “O que seu chefe realmente quer de você” (Editora BestSeller, 2016).

“Apenas cumprir as tarefas pedidas pelo seu gestor pode trazer experiência profissional, mas não ajudará muito a sua carreira”, diz o especialista. “Você precisa aprender com os erros dele, fazer perguntas e pedir conselhos, o que só é possível se vocês têm um relacionamento próximo”.

Embora muitos chefes de fato não tenham preparo suficiente para interagir de forma madura e produtiva com seus subordinados, também é verdade que o preconceito contra eles estraga muitas relações. Afinal, não faltam estereótipos em torno dessa figura.

De acordo com João Marcelo Furlan, sócio-fundador da Enora Leaders e autor do livro “Flaps!” (Editora DVS, 2015), para além da fantasia de que gestores são pessoas inflexíveis ou difíceis de agradar, também sobrevive no Brasil a noção de que eles são completamente intolerantes a qualquer erro da equipe.

“Muitos profissionais acham melhor esconder suas fraquezas e dúvidas do chefe, por medo de parecerem incompetentes aos olhos dele”, diz Furlan. “Na verdade, é justamente ao mostrar a sua vulnerabilidade que você constrói uma relação aberta ao aprendizado, que pode evoluir para uma mentoria”.

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Qual é a diferença entre um chefe, um coach e um mentor?

Segundo Arneson, um chefe não passa de um administrador do trabalho de uma ou mais pessoas. Já o coach tem o papel de provocar o desenvolvimento de um profissional por meio de perguntas, desafios e exercícios — sem jamais dar respostas prontas ou arriscar palpites sobre a sua conduta, completa Furlan.

O mentor, finalmente, é uma espécie de professor de carreira: ele se apoia em suas próprias vivências para orientar, dar conselhos e indicar caminhos para seu protegido. “Se você é uma pessoa de sorte, trabalha para um chefe que pode ser tanto um bom coach quanto um ótimo mentor”, diz Arneson.

Como transformar o seu chefe num mentor?
Não há receitas para relacionamentos. Ainda assim, certas estratégias podem enriquecer a parceria que você mantém com o seu chefe e, eventualmente, colocá-la na direção de uma mentoria.

O primeiro passo é demonstrar o seu desejo sincero de aprender com ele. “Faça perguntas, peça conselhos de carreira, crie o hábito de solicitar o conhecimento dele para grandes e pequenas decisões”, diz Furlan.

Isso não quer dizer que a interação entre vocês deva ser sempre pautada por assuntos profissionais ou técnicos. Muito pelo contrário: é importante que as conversas entre vocês também incluam temas que nada têm a ver com o trabalho.

Falar sobre os seus hobbies, vivências e opiniões pessoais — e demonstrar interesse também pelas histórias do seu chefe — ajuda a criar um vínculo emocional com ele. Segundo Furlan, o grande segredo para conquistar um mentor é conquistar um amigo, uma pessoa com quem você almoça e bate papos informais fora da empresa.

A relação, contudo, seguirá sendo predominantemente profissional. “É indispensável ganhar a confiança do seu líder, o que significa que você precisa fazer um ótimo trabalho, ser consistente, respeitar prazos e mostrar que você é competente”, explica Arneson. “Só assim você irá demonstrar que é digno da mentoria dele”.

Executar um bom trabalho também significa facilitar a vida do seu gestor, isto é, oferecer ajuda para pequenas e grandes tarefas que ele precise cumprir. Afinal, diz o coach norte-americano, todo chefe gosta de passar tempo com pessoas solícitas, bem dispostas e prontas para tomar a iniciativa.

O que você pode dar em troca?
Todas as estratégias descritas por Arneson e Furlan têm a capacidade de enriquecer muito a sua relação com o seu líder, mas há um detalhe que fará toda a diferença: se você quer que ele se transforme no seu mentor, você também precisa ser uma espécie de mentor para ele.

É o que se chama de “mentoria reversa” —  quando o aluno também age como professor. Apesar de menos experiente que o seu líder, você detém muitos conhecimentos que faltam a ele.

O jovem pode ajudar seu mentor a se tornar mais proficiente em tecnologia ou a entender melhor a mentalidade da geração Y, por exemplo.

Quando se revezam nas posições de mentor e mentorado, diz Arneson, você e seu líder constroem uma relação que gera benefícios mútuos. Embora difícil de atingir, a reciprocidade é o segredo para a longevidade desse tipo de parceria.

Leia também: O que você precisa saber sobre mentoria e mentores?

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

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