A globalização intensificou a prática de expatriação – ou, de transferência de profissionais para cargos em outros países. Uma oportunidade de desenvolvimento que pode ser valiosa tanto profissional quanto pessoalmente, mas que pode envolver grandes obstáculos. A palavra-chave para quem será expatriado é adaptabilidade.
Claudia Vergueiro Massei teve a sua capacidade de se ajustar colocada à prova em diversas ocasiões. Expatriada três vezes, hoje atua como CEO da Siemens de Omã. Tudo começou quando ela entrou em um programa de rotação pós-MBA na Siemens, em que poderia escolher qualquer lugar do mundo para trabalhar. Começando na Alemanha, ela decidiu ir para China, onde ficou um ano. De volta para o país natal da empresa em que trabalhava, escolheu ir para a Dinamarca em seguida e ficou lá por nove meses.
Ela, que passou pela experiência diversas vezes, lembra que essa é não é a única forma de trabalhar no exterior. Pelo menos em algumas empresas, existe também a possibilidade de viajar com um contrato local. “A diferença, basicamente, é que na maioria dos casos a expatriação custa mais para a empresa do que o contrato local”, diz ela. Mas com a expatriação, o empregado tem mais segurança de voltar quando precisar, e também, geralmente, sabe quanto tempo passará no local. Enquanto contrato local normalmente não tem um tempo delimitado. “É uma questão de ponderar isso. Às vezes você não quer o tic tac do relógio com countdown constante”, completa.
Em primeiro lugar, Claudia pontua a duração curta das duas primeiras expatriações como um fator que dificultou a expatriação. “Quando você vai pra um lugar só por um ano existe uma certa dificuldade em constituir a sua vida de novo”, explica. “Fazer sua vida de novo”, ou se estabelecer, inclui fazer amigos, aprender a língua e entender o contexto do trabalho – os clientes, o negócio, etc.
“O segundo desafio é voltar porque você tem que cavar – o lugar em que você estava já não vai mais estar vago. Sendo que nem todas as empresas necessariamente valorizam uma experiência internacional. Tem muita empresa em que a politicagem fala mais forte e, basicamente, se você tivesse ficado no seu canto e continuado fazendo networking durante o tempo em que esteve afastado, talvez estivesse ‘melhor na fita’.”
Então, para ajudar em sua recolocação na volta, ela investe em manter contato com as pessoas que estão na Alemanha (país para o qual volta) e, principalmente, atuando na divisão de negócios em que ela deseja trabalhar.
Por mais que seja um grande obstáculo, a CEO da Siemens é a favor de aprender a língua local – o que fez, ou tentou fazer em todas as oportunidades. “Quanto mais você conseguir aprender da língua, você vai desfrutar mais daquela cultura, cultivar laços com as pessoas e conseguir se enriquecer muito mais enquanto indivíduo”, diz. A prática faz com que a profissional aproveite ao máximo a experiência de morar fora.
A primeira recomendação de Claudia é de algo que teve um papel importante em sua expatriação para o Omã. “Estar no radar das pessoas que sabem das oportunidades que estão vindo e, de preferência, que sejam os tomadores de decisão” possibilitou que ela fosse convidada a passar pelo processo seletivo para ser CEO da Siemens no país, cargo que ocupa hoje.
“O presidente do Oriente Médio da Siemens me conhecia, sabia que eu tinha um certo interesse em vir para cá. Ele me manteve no radar dele, assim que surgiu uma oportunidade, me mandou uma mensagem”, conta.
As empresas têm receio de que os profissionais não se adaptem ao país para qual serão expatriados. “É um coisa que nunca vão te falar, mas sempre vão pensar. Então, você precisa garantir que esse pensamento não paire na mente deles por muito tempo”, diz a CEO.
Por isso, se você tem o sonho de ir para um país em específico, ela indica se esforçar para aprender coisas sobre ele, aprender a língua, viajar para lá quando puder e tentar fazer contatos nesse país (além do tomador de decisão). O objetivo é mostrar que se integraria bem na cultura em questão.
De acordo com Claudia, as empresas grandes com presença marcante de Compliance, realizam um processo seletivo que inclui uma ou mais entrevistas. A questão de “acumular vitórias” colabora para que você tenha o que contar (e repertório para impressionar).
“Sempre quando você estiver em outras posições, você tem que pensar qual é a marca que quer deixar, qual o legado que quer levar, para você poder contar suas conquistas mais para frente”, afirma ela.
Na última expatriação, a CEO considera que suas experiências diversificadas pesaram na decisão de colocá-la no cargo. Tendo trabalhado em mais de dez indústrias em consultoria, em ONGs, aberto uma startup e rotacionado por vários departamentos foi um ponto positivo para o trabalhar em um lugar com característica “generalista”, diz ela.
Porém, o cenário não é o mesmo para todos que buscam a expatriação. Para os profissionais focados em um dado campo, vale mais a pena se especializar nesse domínio do que ilustrar o currículo com várias funções.
Ainda a expatriação seja apoiada por uma figura tomadora de decisão, muitas vezes, a opinião de outras pessoas conta e pode ser decisiva. “Se a sua marca pessoal for forte e as pessoas te reconhecerem como alguém capacitado, habilidoso, etc., na hora que você for apontado para aquela vaga, a maioria vai achar que foi uma boa escolha. Claro que isso às vezes também pesa na hora de escolher um dado candidato para ser expatriado”, explica Claudia.
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