Facebook e Microsoft são algumas das empresas pelas quais a estudante de computação Carla Cosenza já passou. Ela é membro dos Líderes Estudar, rede de alto impacto da Fundação Estudar. Inclusive, o programa Líderes Estudar está com as inscrições abertas para sua edição de 2020! Além de acesso à rede, oferece bolsas de estudo, mentoria e outras oportunidades de desenvolvimento.

Ao longo de fevereiro, o Na Prática trará uma série de trajetórias-inspiração de talentos de tecnologia para ficar de olho. Já contamos as histórias de Renner Lucena e Paulo Fisch. Conheça agora a história da curitibana de 23 anos Carla Cosenza.

Desenvolvendo-se como talento de tecnologia

Carla revela que não sabia muito bem o que queria fazer na hora de escolher uma carreira e que sua trajetória na área da tecnologia começou quando ela foi aprovada no Instituto Militar de Engenharia (IME). “Eu escolhi ir para lá pelo desafio. Meus pais também queriam que fizesse faculdade no Brasil, apesar de eu ter feito o ensino médio em uma escola internacional. Foi muito difícil passar, fiquei dois anos estudando em um cursinho e eu acabei escolhendo a computação pelas aulas que eram oferecidas no curso. Mas, desde o meu primeiro ano, eu fiquei muito encantada com a área de robótica”, compartilha.

Ela relembra que na primeira semana de aula, foram apresentados projetos da instituição e havia um que tinha como objetivo fazer robôs que jogassem futebol de forma autônoma. “Achei aquilo incrível. Na época que não tinha nenhum contato com programação então para mim era tudo mágico”, aponta. A estudante entrou no projeto e por meio dele participou de várias competições internacionais.

Cada vez mais interessada pela área de robótica, Carla entrou na Apple Developer Academy, centro de treinamento da PUC Rio em parceria com a multinacional norte-americana Apple. “Foi um programa muito legal porque eles te dão toda uma base técnica, mas não focam só em tecnologia. Tem uma parte de empreendedorismo, de marketing, de como você vender sua ideia”, aponta.

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Na mesma época, a estudante de computação entrou para a rede de alto impacto da Fundação Estudar. “Eu me interessei por tudo que a Fundação representa. Me identifico muito com os valores e a ideia de ter uma rede de pessoas com quem você pode conversar, pessoas que vão mudar o Brasil. Também gostei dessa ideia de poder fazer algo pelo Brasil. Pude conhecer gente que eu não conheceria se não fosse a Fundação, escutar as histórias deles e assim ter uma noção melhor do caminho que eu quero seguir e quais são os caminhos que eu posso seguir”, explica.

Trabalhando nas maiores empresas de tecnologia do mundo

Após um ano e meio aprendendo no projeto da Apple, Carla Cosenza conseguiu um estágio no Facebook, em Londres. “O processo foi bem tradicional de uma empresa de tecnologia. Tem as entrevistas técnicas e tem a parte de soft skills, de como você se comporta. Eu queria ter essa experiência então desde muito cedo eu estudo um pouco para as entrevistas técnicas. Quando tinha uma entrevista eu me juntava com amigos na semana anterior para praticar, treinar questões porque não é só saber as coisas, você precisa explicar bem as suas ideias, além de ser em outra língua, o que aumenta a dificuldade”, relata.

No Facebook, ela trabalhou com o desenvolvimento de ferramentas internas e ajudou a integrar uma nova ferramenta desenvolvida pela empresa para rodar aplicativos de forma mais eficiente no IOS do Iphone. Depois de um período na rede social, Carla conseguiu um outro estágio na Microsoft, nos Estados Unidos. Lá, ela trabalhou desenvolvendo um protótipo de uma nova funcionalidade para o Windows.

“Nas duas experiências, aprendi que não é só a formação que importa. O conhecimento que a gente aprende na faculdade tem muita coisa que é aplicável, mas é muito mais a prática, é ter a experiência e conseguir conhecer mesmo para além da teoria. É um diferencial muito grande. Outra coisa bem legal são as pessoas que você conhece, que são de várias culturas diferentes, e entender as diferenças de cada um e as motivações deles. Isso foi interessante também no nível profissional quanto pessoal”, pondera.

Mesmo no exterior, a estudante se viu cercada de um mercado de trabalho predominantemente masculino. “Eu já estou muito acostumada a estar nessa posição, então eu não consigo notar se algumas coisas que acontecem são machismo ou algo que eu não entendi. Eu conversei com mulheres que trabalham na área e elas falam que sentem muita essa questão de diferença de gênero. Que as ideias delas não são aceitas porque elas não são escutadas. Mas as empresas tem uma preocupação maior com isso agora, então eu acredito que seja uma questão que está melhorando”, pondera.

O que é preciso para ser bem-sucedido na área de tecnologia? 

Para Carla Cosenza, a habilidade mais importante é ter uma base de conhecimentos forte. “É o que todas as empresas, principalmente as grandes, procuram. Eles não perguntam coisas muito profundas de uma área específica, querem saber se você tem o básico da computação. Então, precisa ter essa base sólida. Outra coisa é ter uma preocupação com as habilidades comportamentais, que são muito importantes. Os profissionais da computação tem fama de não terem soft skills. Isso é uma forma de se destacar na área, para além da parte técnica”, aconselha.

Saber falar inglês é outra competência importante, segundo a estudante. “Principalmente na área de computação. Nas empresas grandes, você vai trabalhar em inglês. Então, é muito importante falar bem. E se você não conseguir se garantir na língua, as companhias não tem saber que você vai consegui trabalhar bem. Como você vai conseguir trabalhar se você não consegue entender o básico do que querem que você faça? Claro que não precisa ser perfeito, mas tem que conseguir conversar e transmitir suas ideias”, avalia.

Carla percebe que o Brasil é um grande fomentador de talentos da tecnologia, mas que falta um incentivo brasileiro para desenvolver ainda mais esses profissionais. “Atualmente, as oportunidades lá fora são muito mais atraentes do que as que existem aqui. Tem muita gente boa, mas eles preferem ir para fora pelas oportunidades. Todas as coisas novas e o desenvolvimento estão acontecendo lá, não aqui. É uma pena que a gente não consiga manter as pessoas aqui”, finaliza.

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