Natural do Maranhão, Renner Leite Lucena trabalha como analista de dados na unicórnio de serviços financeiros Brex, criada por jovens brasileiros. Assim como os fundadores da startup no Vale do Silício, ele é membro dos Líderes Estudar, rede de alto impacto da Fundação Estudar. Inclusive, o programa Líderes Estudar está com as inscrições abertas para sua edição de 2020! Além de acesso à rede, oferece bolsas de estudo, mentoria e outras oportunidades de desenvolvimento.

Ao longo de fevereiro, o Na Prática trará uma série de trajetórias-inspiração de talentos de tecnologia para ficar de olho, começando com Renner. Com apenas 22 anos, ele cursa Ciências da Tecnologia na Universidade de Stanford, considerada uma das melhores do mundo, e se destaca pela sua dedicação à área. Conheça sua trajetória!

Do Nordeste para o mundo

Renner cursou o ensino médio em Fortaleza, em uma escola preparatória para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e lembra que nessa época participava de muitas olimpíadas escolares. “Principalmente  das de exatas, mas de outras também. Por conta da experiência que tive, acabei sendo aprovado no ITA ainda no segundo ano. Fiquei muito feliz. Queria ir, mas ao mesmo tempo eu tinha planos de estudar fora. Então, acabei desistindo dessa vaga e de outras que conquistei, como uma no Instituto Militar de Engenharia (IME) e outra aprovação em medicina em uma universidade de Fortaleza”, relembra.

Mesmo sem saber ainda seu potencial como talento de tecnologia, ele demonstrava afinidade ao ver filmes de super-heróis e espiões. “Eu achava interessante como a tecnologia poderia criar coisas que parecem impossíveis. Foi o que me mais motivou a seguir essa área. Olhando para outras profissões, achava que não teria esse poder de criação”, avalia. No terceiro ano do ensino médio, ele conheceu a Fundação Estudar por meio do programa Prep Scholars (renomeado para Prep Estudar Fora), preparatório gratuito que auxilia estudantes que querem fazer uma graduação no exterior.

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Alguns meses depois, ele recebeu a notícia que tinha sido aprovado no Instituto de Tecnologia da Geórgia e em Stanford, além de ter se classificado para a lista de espera de Yale. “Fiquei muito feliz e me inscrevi para um programa de bolsas. Meu irmão já tinha feito o mesmo. Consegui entrar e lembro que, nas entrevistas finais, comecei a falar sobre meu interesse na área tecnológica e meu interesse em me desenvolver como um dos talentos de tecnologia, trazendo impacto de grande escala”, pontua.

Desenvolvendo-se como talento de tecnologia

O estudante acabou sendo convidado pela Ambev para trabalhar um tempo lá, antes de ir para Stanford. “Foi minha experiência profissional de verdade, quando eu comecei de fato a lidar com análise de dados, que é o que eu faço hoje”, afirma. E assim, ele começou a entender e trabalhar seu potencial como um dos futuros talentos de tecnologia.

Já nos Estados Unidos, Renner tinha claro a visão de que queria aprender sobre tecnologia e negócios e se tornar melhor em análise de dados. “No final do dia, os dados são tudo. Se você tiver dados, você tem a verdade na sua mão, consegue tomar boas decisões e melhorar a empresa. No meu primeiro ano na faculdade, busquei pegar aulas que estivessem relacionadas a isso e à gestão de negócios”, aponta.

Durante as férias, ele voltou ao Brasil para um estágio de verão na Stone Pagamentos, desenvolvendo um aplicativo móvel com QR Code. No segundo ano, o estudante continuou focado em se aprimorar na área de tecnologia, negócios e dados. Foi quando ele aproximou dos fundadores da Bret, empresa onde Renner trabalha atualmente.

“Eu perguntei se não haviam oportunidades em aberto e me disseram que havia uma vaga na área de crescimento e desenvolvimento, que envolvia muito trabalho com dados, além de marketing e vendas. Comecei a trabalhar lá no verão seguinte e me apaixonei pela cultura e pelo sonho da empresa. Me dá muito orgulho ver a empresa crescendo e fazer parte disso desde o começo”, garante.

Reconhecido como um dos talentos do time, Renner continuou trabalhando meio período para a Brex quando suas aulas retornaram. “Eu tive a chance de trabalhar com vários times diferentes e mexer com áreas de atuações diferentes, mas sempre focado em dados. Uma das principais entregas que eu tive foi criar uma estrutura de entrega de e-mails, que a gente chama de drip, o que aumentou muito nossas conversões. Outra que me marcou foi que eu consegui aumentar nossa base de dados de clientes cerca de 20%. Isso também aumentou a prospecção de potenciais clientes e ajudou a melhorar a infraestrutura”, relata.

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O que é preciso para ser bem-sucedido na área de tecnologia? 

É comum que gestores relatem dificuldades em atrair profissionais qualificados do setor e o estudante acredita que isso deve a déficits no setor educacional brasileiro. “Existem já alguns cursos bons no Brasil, nos quais você pode aprender sobre tecnologia e análise de dados. Mas as escolas e universidades de computação ainda estão muito atrasadas. Tem muita coisa para melhorar. Eu sinto que as pessoas saem sem conhecimento prático e real de como atender o que uma empresa precisa. Consequentemente, é difícil achar profissionais com experiência, o que as corporações costumam exigir”, pondera.

Isso gera um ciclo vicioso, segundo Renner, pois sem trabalho não há experiência e sem experiência não há trabalho. “Esse é o problema. As redes de educação precisam se modernizar para ensinar as pessoas. E a minha dica para quem quer se desenvolver em tecnologia é tentar mexer no seu computador sozinho, fazer algum curso online e realmente se dedicar e aprender de casa mesmo, por contra própria. As empresas também valorizam muito quem desenvolve projetos, então busque se aventurar em alguma iniciativa, que também vai render experiência”, recomenda.

Sobre a questão de profissionais generalistas versus especialistas, o analista de dados avalia que a preferência depende do estágio em que a empresa de encontra. “Em uma empresa pequena ou startup, ser generalista talvez contribua mais porque o profissional vai conseguir atuar em mais frentes. Mais quanto mais a empresa cresce, mais a necessidade de especialistas quem sejam muitos bons em suas respectivas áreas. Ser generalista é mais fácil, mas se você puder ficar muito bom em uma única coisa você tem a certeza de ter empregos legais e ser reconhecido”, finaliza.

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