Sheryl Sandberg é uma das líderes mulheres entrevistadas pelo Quartz

“Se os homens desejassem assumir responsabilidade real em casa, o ambiente de trabalho seria estruturado de forma diferente. Homens e mulheres seriam tratados e pagos mais igualitariamente no mercado. É simples assim”. 

Quem diz isso é a economista Claudia Goldin, em entrevista ao site de notícias Quartz. Ela foi a primeira mulher a comandar o departamento de Economia da Universidade Harvard e também é autora de Understanding the Gender Gap, livro que desafiou o senso comum sobre as raízes da desigualdade de salário entre os sexos.

A entrevista dela faz parte da coletânea The Visionaires, da série de conteúdo How We’ll Win, que trata de questões ligadas à igualdade de gênero. Além de Claudia, foram entrevistadas outras 49 líderes mulheres que lutam pela igualdade entre os gêneros no ambiente de trabalho. Entre elas, estão a CEO da GM, Mary Barra, Sheryl Sandberg, COO do Facebook, e outras representantes de diversos setores – da física quântica ao esporte. 

Confira o que cinco dessas mulheres líderes disseram ao Quartz.

#1 Sheryl Sandberg, COO do Facebook

Antes de ser diretora de operações do Facebook, Sheryl passou pelo cargo de chefe de gabinete do secretário do Tesouro dos Estados Unidos e também foi vice-presidente do Google por seis anos.

Sua dedicação em destacar as mulheres e democratizar os cargos executivos de alto escalão fazem dela uma das figuras mais importantes a na discussão sobre como moldar o mercado de trabalho atual.

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Se há uma coisa que os homens podem fazer para melhorar a vida das mulheres no trabalho, seria…

“Reconhecer o preconceito contra a liderança feminina, que está profundamente enraizado em nossa cultura – tão profundamente que quase todos nós o temos em algum grau – e tomar medidas para erradicá-lo em seus locais de trabalho, como a contratação, promoção, orientação e apoio a mulheres.”

#2 Erica Joy Baker, engenheira do Patreon

Uma das poucas líderes mulheres negras da sua indústria, Erica é gerente de engenharia sênior na plataforma de crowdfunding Patreon, no Vale do Silício.

Antes, enquanto trabalhava no Google, percebeu a diferença salarial, criticou a empresa e distribuiu uma planilha de salários para ajudar a corrigir a desigualdade.

Esse foi apenas um dos exemplos, já que a carreira de Erica é marcada por seu empenho contínuo em promover mulheres e negros na área da tecnologia.

Qual é sua grande ideia sobre o que os outros não estão pensando ou não concordam? Por que é tão importante?

“Não estamos pensando o bastante sobre como lidar com racismo, sexismo, homofobia, transfobia, capacitismo, idade, etc. está afetando aqueles que os vivenciam no ambiente de trabalho, além do trauma emocional. Não estamos pensando sobre o tempo perdido tendo que lidar com esses problemas. Não estamos pensando sobre a energia mental gasta em lidar com eles: energia que deveria ser usada para trabalhar. Não estamos falando sobre o quanto de produtividade se perde por causa disso. Enquanto aqueles que não são afetados pelo preconceito e intolerância são capazes de focar completamente em seu trabalho e, como resultado, avançar, aqueles de nós que precisam gastar tempo, energia e esforço em lidar com isso, em vez de fazer seu trabalho, acabam ainda mais atrás.”

#3 Belinda Johnson, COO da Airbnb

Belinda é diretora de operações da Airbnb, mercado online de serviço de hospedagem. Antes, foi conselheira geral da startup de rádio online AudioNet (hoje, Broadcast.com), que foi vendida por 5,7 bilhões de dólares ao Yahoo! – aquisição mais cara que o portal já fez.

Quando Belinda se juntou à Airbnb, em 2011, a empresa estava avaliada em 1 bilhão de dólares e enfrentava diversas batalhas legais que pareciam ser intermináveis. Agora, a Airbnb vale mais de 31 bilhões de dólares e tem mais de 5 bilhões de dólares em seu balanço patrimonial.

No começo da sua carreira, o que você gostaria de ter aprendido? Existe algo que você desejaria não ter acreditado?

“Quando penso nos primeiros anos da minha carreira, queria ter sido menos tolerante às normas da época. Comparada à geração de hoje, a minha geração não chamou atenção para práticas injustas como pagamento e possibilidade de promoção desiguais, tão frequentemente.

Olho para a geração atual de mulheres no mercado de trabalho e fico admirada com a coragem delas de implementar mudanças e de tomar posição nas questões que importam a elas.

Quando vejo que há tanto apoio entre as mulheres hoje para desafiar normas sociais inaceitáveis, reflito sobre a minha carreira inicial e penso sobre como eu poderia ter feito mais. Eu sou grata de estar em uma posição em que consigo defender políticas melhores e me associar com as novas gerações, como minhas filhas, para ser uma voz para a mudança.”

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#4 Priyamvada Natarajan, astrofísica de Yale

Priyamvada é professora de astronomia e física na Universidade Yale, já foi conselheira do Museu Guggenheim, em Nova York, e é uma oradora internacionalmente procurada.

Ela assumiu a responsabilidade de educar os estudantes mais brilhantes do mundo e o público em geral sobre cosmologia e buracos negros, que são suas áreas de especialização.

Seu objetivo é tornar as descobertas do cosmos mais compreensíveis, porque considera os efeitos da ignorância científica “catastróficos” para o mundo. Priyamvada acredita que parte da culpa é dos cientistas, que acabam não sendo eficazes na tradução de práticas científicas, estudos e suas consequências para o público.

Se você pudesse fazer uma mudança que ajudasse mulheres no trabalho, qual seria?

“Eu consigo pensar em uma intervenção em escalas maiores e uma que é mais específica para o meu domínio profissional. Na maior escala, penso que implementar o pagamento equivalente para trabalhos equivalentes é urgentemente necessário. É o século 21, e eu não consigo acreditar que isso ainda não foi feito. É muito revoltante, e é hora de nós, como sociedade, adotarmos isso em massa. Valorizar o trabalho igualmente é uma demonstração fundamental de respeito às mulheres.

Na minha profissão, o que acho que seria impactante é anonimizar atividades, como se faz ao reter informações que possam influenciar o comportamento em pesquisas científicas e concessões. Para mim, pessoalmente, seria uma honra e privilégio pertencer à geração que nivelou o campo e trabalhou duro para mitigar os preconceitos implícitos que nós todos, incidentalmente, carregamos.

Esse é o legado que desejo deixar para futuras gerações de mulheres: um ambiente de trabalho e um mundo mais igualitários.”

#5 Sally Krawcheck, fundadora da Ellevest

Antes, um das mulheres mais poderosas em Wall Street, Sally Krawcheck já foi executiva do Citigroup e Bank of America. Atualmente, está liderando uma nova maneira de fazer negócios no mundo das finanças.

Sally se autodenomina defensora do “capitalismo inclusivo”. No futuro, ela prevê, nos Estados Unidos, uma economia em que as mulheres e outros grupos marginalizados tenham muito mais poder e influência.

Como co-fundadora e CEO da Ellevest, um serviço de investimento voltado especialmente para mulheres, ela agora está tentando ajudar a trazer esse futuro.

Uma coisa que melhoraria a vida das mulheres no trabalho, seria…

“O dinheiro é a principal fonte de estresse das mulheres, e as pesquisas indicam que as mulheres perdem até duas semanas de produtividade, por ano, se preocupando com isso. Então, obter mais dinheiro para as mulheres pode ajudar. Isso envolve as empresas analisarem as diferenças salariais de gênero e acabarem com elas. Também é necessário fornecer educação financeira e ofertas financeiras no local de trabalho.”

 

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