Painel no Encontro Anual 2018, da Fundação Estudar

“Para você ter sucesso, precisa ter visão de futuro, estratégia, valores muito sólidos”, disse Claudio Lottenberg, CEO da UnitedHealth Brasil, durante painel sobre Gestão Empresarial em Saúde e Educação no Encontro Anual 2018 da Fundação Estudar, que acontece nesta segunda-feira (6). Para ele, o papel do líder dentro das organizações é exatamente reafirmar os valores e insistir na missão da companhia. É preciso se deixar dominar pelo “inconformismo”. “Sempre acho que dá para a gente fazer melhor”, explica.

“A Fundação Estudar tem um papel fundamental no Brasil, um papel muito importante para formar lideranças de alta performance”, disse Rodrigo Galindo, CEO da Kroton. “Todas as iniciativas que tem um perfil estruturante na sociedade merecem ser valorizadas”, completa Claudio, que é formado em Medicina e começou a carreira na parte prática do setor.

Ele considera que há um escopo de gestão, na Saúde, que não pode ser negado. “Vejo a Saúde como um direito social e como algo que tem que ser administrado com oportunidades”, afirmou. “Mas é um direito social que a gente conhece melhor se estivermos com as mãos próximas de quem estamos atendendo”, complementa.

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No setor, um dos principais desafios na parte privada, é homogeneizar o discurso, para que ele seja menos baseado em lucro e mais focado na qualidade do serviço ao paciente. Quando se busca o lucro de qualquer maneira, desvirtua o negócio, disse Claudio, que completou com um dado alarmante: a terceira causa de morte nos Estados Unidos é a inconformidade médica.

Falando sobre o ramo da Educação, Rodrigo Galindo, da Kroton, também destacou a importância de disseminar uma cultura única, pautada nos mesmos valores, mesmo que a companhia abarque outras. Quando a Kroton, maior empresa privada do mundo no setor, fez a fusão com a Anhanguera, a construção da cultura em colaboração com os líderes do grupo educacional que antes era o maior rival fez com que fosse necessária uma reestruturação do planejamento estratégico, o que levou cinco meses.

Assista a transmissão ao vivo do Encontro Anual 2018:

Transformação digital é transformação de cultura

“O segredo do sucesso da Kroton vai nos levar a uma empresa de sucesso daqui 20 anos?”, questionou Rodrigo, que se autointitula um “apaixonado pela Educação” – “acho que a Educação muda o mundo”. A resposta era “não”, a menos que a empresa se inserisse completamente na transformação digital – e isso vale para todas as organizações. No entanto, ao contrário do que a maioria considera, a transformação “é uma mudança cultural, de mindset”. “Digitalização da experiência não é o mesmo que transformação digital.”

Começa pela tolerância à incerteza. “Uma empresa que não permite o erro, as pessoas vão fazer tudo sempre da mesma forma. Você nunca vai ser uma companhia inovadora”, explicou Rodrigo.

Para a Kroton, a inserção significou implantar modelos de desenvolvimento ágeis de gestão. E entender que não há mais separação entre a área de tecnologia e de negócios, já que tudo está ligado atualmente. Por isso implementou um time que se responsabiliza inteiramente pela jornada de ingresso dos alunos nas instituições que comanda. “Não vencemos a mudança, mas estamos avançados no caminho para essa transformação cultural. Mudar a cultura precisa de engajamento, as pessoas precisam acreditar que aquilo vai gerar valor.”

O legado de empreender

Os dois participantes do painel do Encontro Anual têm experiência empreendedora em suas trajetórias – e ambos consideram que trouxe vantagens para trabalhar na gestão. Primeiro, Claudio considera que fomentou em si a habilidade de não se deslumbrar e se acomodar quando obtém sucesso. “O mesmo sucesso que nos leva a determinada condição é o mesmo que leva ao fracasso imediato”, disse ele. O líder, então, tem posição vulnerável no mercado. Particularmente, considera que a “intuição é ferramenta de gestão” e a utiliza para se guiar.

Rodrigo, por sua vez, afirmou que a maior herança do seu passado empreendedor – ele ajudou a família a fundar a primeira faculdade privada do Mato Grosso e abriu sozinho uma faculdade no Macapá – é o senso de dono. “Esse senso de pertencimento é muito aguçado em uma empresa onde você é o empreendedor”, resumiu. Hoje continua se apoiando nisso.

A prepotência e o sentimento de “saber tudo”, não têm espaço no mundo da gestão empresarial, segundo os dois. “Temos que ser uma esponja para aprender em todas as situações”, afirmou o CEO da Kroton, que, inclusive, tem em Jorge Paulo Lemann seu maior ídolo. “Não só pela capacidade de empreendedorismo, o que mais admiro é que isso não o tornou uma pessoa arrogante”, explicou.

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