Quando se fala em inovações tecnológicas, é comum vir à tona ideias disruptivas, que abram novos mercados e mudem radicalmente as relações. Na educação, no entanto, para conseguir o maior impacto, muitas vezes, é necessário agir de forma mais “próxima” à realidade atual. “[A educação] é um processo muito complexo, em que o caráter e elemento humano é essencial e indispensável”, explica David Peixoto, Chief Financial Officer (CFO) e vice-presidente de Business Development na Arco Educação.
Segundo ele, embora pensar na escola do futuro seja benéfico, a forma mais eficiente de trazer melhorias é atuar concretamente – e no curto prazo. Por exemplo, com uma tecnologia que ajude o professor a entregar uma aula melhor, ou soluções que permitam que um bom conteúdo chegue ainda mais longe. “Temos que ouvir nosso cliente, ouvir quais são as reais demandas do dono de escola, do professor, do aluno.” A ideia é que, ao longo dos anos, a mudança se torne gradativamente mais substancial.
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“Estamos no primeiro momento ainda, no dia um”, afirma David. “Não é uma disrupção, é uma evolução das ferramentas que hoje estão disponíveis.” Evolução tal que permite, inclusive, escalar, impactar mais pessoas no processo. Para esse fim, a tecnologia também é uma importante aliada, já que permite uma maior gama de possíveis soluções e oferece recursos para que o conteúdo chegue a mais pessoas.
Na Arco, isso se traduz, em partes, na parceria com (e apoio a) startups ligadas ao setor. “Acabamos fazendo uma curadoria de encontrar um mix [de iniciativas] que, ao mesmo tempo que desafia e traz inovação, não perde de contexto os problemas reais”, detalha o CFO da companhia.
Manuelle Rodrigues, analista de Novos Negócios que tem entre suas responsabilidades também identificar empreendimentos de educação com potencial, concorda com o caráter da tecnologia nesse ramo – muito mais como uma “facilitadora” do que substituta das relações. Porém, isso não faz com que seu papel seja pequeno.
“Não adianta tentarmos ensinar os alunos de hoje da mesma forma que ensinávamos há 20, 30 anos, senão não conseguimos entregar todo o valor que a educação pode gerar”, destaca ela. Por exemplo, a partir de soluções à distância, jogos e realidade virtual. O objetivo é “trazer novas realidades, para que o estudante consiga ter experiências diferentes do que só na sala de aula com o livro didático.”