Decisão de carreira

O curso de Administração é para você? Conheça essa formação e as possibilidades da área!

No dia 9 de setembro comemora-se o Dia do Administrador, ou dos formados na área. Considerado generalista, o curso de Administração, por vezes, atrai aqueles que não se decidiram totalmente por um caminho profissional. Nesse sentido, o grande leque de possibilidades que a formação proporciona costuma ser uma das razões. No entanto, esse não foi o caso de Samuel Carvalho, administrador de empresas e membro da Rede de Líderes Estudar.

Acompanhando o pai, dono de uma mercearia, desenvolveu a inclinação para a área desde muito cedo. “Eu optei por fazer Administração convicto”, conta ele. “Realmente, foi a melhor escolha”, acrescenta. A isso atribui sua boa performance na graduação. “Mais do que ter facilidade, eu gostava daquilo. Isso faz toda a diferença.”

Embora tivesse disposição, antes de seguir para um curso de Administração, Samuel testou a carreira em Mecatrônica, influenciado pela família e background favorável – cursos técnicos e proximidade com o Grande ABC, região tradicionalmente industrial em São Paulo. “Abandonei os empregos que tinha na área técnica e fui trabalhar com administração, em uma consultoria. Hoje atuo como gerente de produto e com empresas de tecnologia”, relata.

Leia também: Quais são os cursos mais versáteis?

O curso de Administração é para você?

Segundo Samuel, o curso é generalista e os conceitos aprendidos – como matemática financeira, economia, marketing, negociação – podem ser úteis em qualquer carreira. “Seria até uma formação básica que, talvez, todo profissional deveria ter”, afirma.

Para decidir, no entanto, ele recomenda refletir sobre suas preferências. Normalmente, explica, os administradores gostam de entender como funciona uma empresa, como funcionam as áreas organizacionais. Estar envolvido em alguma organização, atuar em projetos de arrecadação de fundos, organizar grupos de estudo, etc., podem ser bons indícios de que você se encaixaria nessa graduação.

A fim de ajudar nessa decisão, o Na Prática conversou com Samuel sobre algumas das características do curso de Administração – e até sobre a trajetória possível para quem o escolhe. Confira o que o administrador conta sobre as competências, possibilidades de carreira e perfil dos administradores.

1. As disciplinas ensinadas

Noções de gestão, matemática financeira, economia (tanto macro quanto micro) são algumas das competências desenvolvidas nos alunos de Administração. Além disso, “um pouco de administração de produção, de marketing, de comércio exterior”.

Atualmente, muitas faculdades também têm matérias voltadas para o empreendedorismo, conta Samuel. Ainda assim, na sua opinião, a abordagem não é a ideal. “Empreendedorismo é algo muito prático, menos teórico”, explica ele, que destaca que a composição do curso é, de fato, mais generalista do que “detalhista”.

Há necessidade de especialização?

Como essa formação dá “conhecimentos superficiais de muitos assuntos”, o gerente de produto destaca que especializações podem ser a chave para trabalhar em um determinado campo.

“O que acaba acontecendo é que, depois de um curso de Administração, muitas pessoas buscam fazer um MBA, que, na verdade, é um outro curso de Administração. E, às vezes, vale a pena olhar outras alternativas mais específicas.”

2. Possibilidades de carreira

Quem tem essa formação pode trabalhar em áreas de recursos humanos, comercial, financeira, no administrativo, relata Samuel. “Como a formação do administrador é bem generalista, muitas vezes ele pode ter até dificuldades para se encontrar”, acrescenta. É natural que, em um dado momento, o profissional acabe se encaminhando para uma direção.

“Eu acho recomendável que se conheça todas as áreas, mas que busque o que mais lhe agrada e foque. Isso vai ajudar o jovem a se desenvolver na carreira e a obter um conhecimento mais especializado por meio da experiência.”

Para o mercado, a visão do todo desenvolvida no curso de Administração aliada à uma especialização faz com que os profissionais sejam bem valorizados. “No começo da carreira, você pode até ficar um pouquinho em desvantagem, em relação a outros que tem conhecimento mais especializado. Mas, com experiência em uma determinada área, você compensa isso e tem o benefício adicional de ter essa capacidade mais ‘holística’, de enxergar situação de uma maneira mais abrangente”, explica Samuel.

Leia também: Estudar ou não Administração? Veja como grandes líderes decidiram pelo curso!

Perfil dos profissionais

Em linha com as diversas opções de atuação, o perfil dos administradores também é bastante variado. Há espaço para quem quer se relacionar mais com outras pessoas, ou não, por exemplo, ou para quem é mais “agressivo comercialmente”.

3. Empreender não é consequência

Uma tendência recente, que Samuel viveu na sua própria faculdade, é a do curso de Administração abarcar disciplinas ligadas ao empreendedorismo. Para ele, ainda que conhecimentos em Administração sejam bem-vindos para quem deseja empreender (“ajudam a gerir melhor o negócio”), ensinar empreendedorismo nesses moldes pode não ser tão eficiente.

“Eu acho que é mais uma atitude do que um conhecimento técnico. O principal é a prática”, afirma. Por conta disso, profissionais tomadores de riscos e menos conservadores podem ter mais facilidade em empreender.

As histórias de sucesso de jovens que se deram bem com a prática, em sua primeira tentativa, ajuda a disseminar o mito de que empreender é algo fácil para todos, destaca o administrador. Comparar-se e não ter atingido os mesmos resultados pode causar desânimo e desmotivação, algo que Samuel passou, quando mais novo.

A chave, segundo ele, é entender que “não existe uma única fórmula para se ter sucesso”. Há quem sempre tomou riscos de empreender e, aí, o curso de Administração ajuda com bases sólidas para conduzir o negócio. Ou quem opta por fazer a faculdade, começar a ter experiência e depois empreender. E ainda os que passam anos trabalhando no mercado corporativo e resolvem empreender em um certo momento.

“Não tem problema nenhum”, diz o gerente de produto. “Isso é uma reflexão que o jovem precisa fazer para ele mesmo”, completa.

 

 

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