Homem caminha em depósito

“Jovens que sabem se relacionar bem com pessoas podem transformar organizações se arriscarem passar um período em operações, especialmente em uma grande empresa”, afirma Dorival Bordignon Jr., que começou sua carreira como gerente de operações no departamento de baby care, da marca Pampers (P&G).

Para ele, um ponto positivo de trabalhar em operações é conseguir ver o resultado do seu trabalho de forma quase imediata, o que lhe motiva a querer melhorar constantemente. “Você tem que pensar e agir muito rapidamente. Em compensação, em poucos anos, já consegue ver sua cara na organização e se sentir realizado com as transformações.”

Segundo Dorival, há também uma amplitude muito grande de habilidades que você pode desenvolver dentro da função. “Na cadeia de suprimentos, aprendi a lidar com uma hierarquia bastante horizontal e conversar com um monte de gente. Na linha de produção, a lidar com uma liderança vertical, como chefe e subordinado”, diz.

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A seguir, ele destaca as principais diferenças que identificou ao trabalhar nessas duas áreas da P&G:

Operações: a linha de produção

Em manufatura, Dorival era gerente de uma linha de produção, e seu principal foco era manter minha linha rodando com segurança, qualidade e custo baixo. “A primeira coisa que eu fazia quando chegava de manhã era baixar um relatório com tudo o que aconteceu no dia anterior – para entender os principais pontos de perda no processo, o que foi feito para resolver os problemas e o que poderia ser feito para evitar que os erros acontecessem novamente”, diz.

Depois disso, chamava uma reunião com um líder técnico e um líder de turno para traçar um plano de ação para a linha de produção naquele dia. “Se houvesse alguma mudança a ser feita no produto, a gente fazia o planejamento. Se tivesse algum ponto de atenção ou de melhoria, pedíamos para ser efetivado. Se houvesse alguma mudança técnica, planejávamos a parada da linha, especificando o tipo de intervenção que iria acontecer e quando ela voltaria a rodar.”

Se até aí havia uma rotina, a partir daí o processo passa a ser desafiador. “É o momento de fazer tudo acontecer, facilitando uma participação externa ou sentando com os funcionários para estabelecer um plano de desenvolvimento sistemático. Também é hora de fazer reuniões mais estratégicas, com os gerentes de linha ou produção para determinar que mudanças vão acontecer dentro da operação na próxima semana, mês ou num horizonte um pouco maior.”

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Operações: a cadeia de suprimentos

Em supply chain, a realidade é bastante diferente: em vez de estar num ambiente focado na produção, o profissional centraliza informações de diferentes áreas e partes interessadas. “Você se torna uma espécie de elo de ligação entre a equipe de negócios da empresa que está relacionada à área de operações – que inclui vendas, marketing e customer demand planning –, os fornecedores e os clientes”, explica Dorival.

“Por exemplo: se o Walmart te pede uma carreta de fraldas, você tem entregar o pedido no dia seguinte, porque o faturamento é de 24 horas. Ao mesmo tempo, precisa se preocupar se um furacão nos EUA vai deixar sua matéria prima chegar para produção daqui a dois meses. E ainda tem que planejar a mudança de uma plataforma operacional de fraldas que vai ocorrer em seis meses”, detalha ele.

Por tudo isso, o horizonte de tempo do trabalho é muito amplo. “Muitas informações chegam ao mesmo tempo, e sua caixa de e-mail está cheia o dia todo. Sua capacidade de priorizar o fluxo de informações, tratá-las e transformá-las em execução é o que te faz um bom gerente de supply chain. Para isso, você tem que ter uma visão completa da cadeia de suprimentos, estar conectado a tudo o que está acontecendo não só dentro da sua operação, mas no mercado e no mundo”, pontua.

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