A china é potência mundial

Especialistas no mundo todo apontam a China como a próxima superpotência mundial, posto até hoje ocupado apenas pelos Estados Unidos. Por superpotência, entende-se uma nação que possui grande potencial de impacto e influência no contexto internacional – nas esferas cultural, política, militar, tecnológica ou economicamente.

Os principais argumentos a favor do maior país da Ásia Oriental se apoiam no seu poder econômico. Por exemplo, ele é o maior exportador global e tem taxas de crescimento que superam as de todos os outros países.

A China é a maior economia do mundo quando se mede o PIB em paridade do poder de compra, explica Nelson Abrahão, CIO (Chief Investment Officer) Global da Turim, gestora de patrimônio Multi-Family Office. “Além disso, abriga a maior população do planeta, com mais de 1,4 bilhão de pessoas”, destaca ele.

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Influência na economia brasileira

Para os profissionais que buscam se inserir no mercado de trabalho, é importante entender mais sobre a nação e sua influência na economia brasileira. Para isso, Nelson aconselha estudar sua história e aspectos culturais. “Não dá pra pensar no país através de uma perspectiva puramente ocidental.”

A necessidade de compreender esse contexto não serve apenas para quem se interessa por setores como o mercado financeiro ou por uma carreira internacional. Na realidade, o Brasil mantém estreitas relações econômicas com o país – consequentemente, flutuações na China têm efeito significativo em terras brasileiras.

“A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Tomando como base os doze meses encerrados em maio, o país correspondia a cerca de 22% do total da pauta de exportações brasileiras, contra 17% da União Europeia e 12% dos Estados Unidos”, afirma Nelson.

Segundo o CIO, em 2017, por exemplo, o país representava aproximadamente 60% da demanda global por minério de ferro e cerca de dois terços do total das importações globais de soja, os dois itens de maior peso na pauta de exportações do Brasil.

Além disso, empreendimentos no Brasil estão no radar da China. Em 2017, cerca de 12% das companhias vendidas no país tiveram grupos chineses como compradores, totalizando cerca de 8,5 bilhões de dólares. Um exemplo recente é o aplicativo de transporte 99, adquirido no início de 2018 pelo Didi Chuxing, outro aplicativo de transporte – o maior da China

Modelo econômico híbrido

“Existe muita controvérsia sobre o modelo econômico chinês e de fato não existe uma definição clara sobre como classificar”, resume Nelson.

“Ele evoluiu a partir de uma injeção de capitalismo, na medida em que o Estado permitiu maior participação e autonomia do setor privado.” Segundo o CIO, isso gerou ganhos de eficiência e produtividade e maior geração de riqueza ao longo do tempo. Portanto, não seria classificado como um “modelo socialista no sentido clássico do termo”, diz ele.

“A melhor maneira de pensar é que hoje em dia a China pratica um modelo híbrido em que o Estado ainda mantém o controle sobre determinados setores considerados estratégicos através das empresas com participação majoritariamente estatal, mas ao mesmo tempo permite a concorrência e autonomia do setor privado nos demais setores.”

Possibilidade de desaceleração

Como a China faz a transição para um modelo econômico mais focado em consumo e com crescimento estruturalmente mais baixo, existe a possibilidade de “percalços”, como uma desaceleração.

“Nesse sentido o modelo híbrido descrito acima tem ajudado, já que quando existe uma possibilidade de desaceleração mais forte da economia, o Estado utiliza política monetária e fiscal para sustentar a demanda interna”, acrescenta.

“Mas é claro que existe um limite no que pode ser feito e acho difícil que o Estado hoje tenha capacidade de estimular a economia da mesma forma que fez após a crise financeira global de 2008.”

No entanto, o CIO considera que o governo chinês consiga evitar uma desaceleração mais abrupta. No caso de uma, os impactos seriam globais e significativos, “dada a importância da economia chinesa para o mundo”.

Para investir 

Por conta de seu poder econômico, o país está na mira de empresas que investem internacionalmente, caso da Turim. Sendo o CIO Global, Nelson se baseia em Londres, porque a cidade é ponto estratégico para as empresas que querem investir do outro lado do mundo.

Não só pelo fuso-horário favorável, como por ter conexões históricas com países asiáticos e africanos. “Em Londres existe, naturalmente, um fluxo de investidores vindos de todos os lugares do mundo e você é forçado a pensar na dinâmica de outros mercados”, afirma Nelson.

Para o Multi-Family Office, embora os critérios aplicados sejam os mesmos de investir localmente, há um cuidado adicional em ter uma visão mais completa do país, o que a distância dificulta. Um deles é o de visitar o local com certa frequência, a fim de desenvolver redes de relacionamento.

Porém, para investir na China, em específico, a companhia de wealth management toma bastante cuidado com o perfil de risco do cliente. Principalmente, por “ser um país emergente de renda-média, o que agrega maior risco às carteiras.”

“Acredito que os mercados chineses ainda sejam pouco representados nos portfólios dos investidores em geral, considerando o valor de mercado das empresas chinesas e o tamanho da economia”, destaca Nelson.

Leia também: Como é investir em tecnologia no ramo de Wealth Management

Quem busca manter relações de investimento precisa “viajar bastante e ‘gastar a sola do sapato’”, afirma ele. “No trato com as pessoas, entender as diferenças culturais é sempre bem importante, mas não é estritamente necessário entender a língua.”

Nas negociações internacionais, a maior parte das conversas é feita em inglês. Quando há necessidade de mais fluidez nas discussões, os profissionais geralmente contam com tradutores.

Oportunidades a longo prazo

Segundo o CIO, as oportunidades de investimento estão na parte do país em que o setor privado “empreendedor” – e não o Estado – tem presença majoritária. Aqui, ele aponta investimentos ligados ao consumo interno, em setores como Educação, Entretenimento e Saúde, por exemplo.

O setor de tecnologia da China também é promissor a longo prazo. Isso porque, segundo o CIO, a nação possui grandes empresas em sub-setores como e-commerce, mídias sociais e pagamentos eletrônicos.

Em e-commerce, um estudo da McKinsey Global Institute mostrou que ela é responsável por 42% do mercado de comércio eletrônico global. Em 2016, além disso, o país processou um volume de pagamentos eletrônicos onze vezes maior que os EUA.

Outra pesquisa, da consultoria eMarketer, mostrou que vendas on-line como proporção total das vendas no varejo corresponde a 23,1% na China.. Nos EUA, este mesmo número é 9%, e no Brasil apenas 2,7%.

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