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Aproximadamente 70% das pessoas se sentem “uma fraude” no ambiente de trabalho alguma vez na vida, de acordo com uma pesquisa da Universidade Dominicana da Califórnia. Esse sentimento compõe a Síndrome do Impostor, termo usado pela primeira vez em 1978 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes.

A condição é definida pelas pesquisadoras como uma experiência individual baseada em uma autopercepção de falsidade intelectual, ou seja, de ser uma fraude.

Reconhecidos profissionais de sucesso como Michelle Obama, Neil Armstrong, Maya Angelou e Tom Hanks são algumas das personalidades que já falaram abertamente sobre suas experiências relacionadas à síndrome do impostor, que acomete homens e mulheres igualmente.

 

O que significa a síndrome do impostor?

Neuropsicóloga do Grupo MED MAIS, Keli Rodrigues explica que a condição não possui uma Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) própria, mas reforça que é de uma desordem de autopercepção.

“A síndrome do impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autossabotagem. Então, o indivíduo constrói, dentro da cabeça dele, uma percepção de si mesmo de incompetência ou insuficiência. Naturalmente, todo o cérebro humano possui essa pré-disposição a colocar essa sensação de incapacidade e demérito. E, dependendo do modelo mental e da forma como cada um pensa, isso pode aumentar ou diminuir essa crença, o que também pode ser reforçado pelo meio em que a pessoa se encontra”, aponta.

Especialista em inteligência emocional, Fabrício Nogueira complementa que a síndrome do impostor envolve uma gama de sentimentos vindos de baixa autoestima e insegurança.

“É uma crença dentro da pessoa de que ela não é boa o suficiente. Por mais que ela consiga vários resultados positivos, ela não consegue se perceber dentro disso. Acha que suas conquistas são fruto de sorte ou qualquer outro fator. O mérito não vai para a ela. É uma síndrome ligada à capacidades, habilidades e o não-merecimento. Um nível alto de cobrança na infância é uma das grandes causas dessa sensação, mas também vem do convívio social, principalmente entre os tímidos”, pondera.

Keli afirma que a falta de autoconsciência e uma boa percepção da realidade pode fazer com que a síndrome do impostor prejudique profissionais dentro do ambiente de trabalho.

“O indivíduo pode ter todas as competências técnicas para assumir um cargo mas, por acreditar que não merece ou não vai dar conta, ele começa de forma inconsciente criar ações para sabotar uma possível promoção, por exemplo. Ele vai agir de acordo com o que ele acredita. O profissional não crescerá na carreira, se esse comportamento de autossabotagem não for controlado”, analisa.

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Fabrício releva que quem sofre da síndrome do impostor sente que não pertence ao lugar que ocupa. “É uma sensação de inadequação e de se perguntar se você realmente merece estar naquele lugar. Isso pode acontecer também quando alguém é muito jovem e está se iniciando uma carreira, um novo trabalho ou em uma nova empresa. Discriminações sociais e ambientes de trabalho altamente competitivos também podem causar a síndrome do impostor. A pessoa sempre vai buscar justificativas para falhar”, esclarece.

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Principais sinais da síndrome do impostor

Sentimento de não pertencimento

Muitas vezes, as pessoas que sofrem com a síndrome do impostor podem pensar que não merecem estar onde estão. Quando isso ocorre, é comum que haja um sentimento de não pertencimento aos locais que, como consequência, leva as pessoas a se afastar dos grupos.

Procrastinação

Outro sintoma presente na vida de quem sofre com esse problema é a procrastinação. Nesse caso, no entanto, ela vem a partir de uma insegurança dos indivíduos sobre as tarefas a executar. É preciso ter certeza sobre a origem da procrastinação para saber se ela está associada à síndrome do impostor.

Autossabotagem

Pessoas que convivem com a síndrome também podem apresentar quadros de autossabotagem. Ou seja: elas criam mecanismos para fugir de certas experiências em que não se sentem seguras para desempenhar um bom papel. Por isso, costumam perder boas oportunidades e acabam se arrependendo muito regularmente.

Autodepreciação

Se você costuma falar mal de si mesmo com muita frequência, fique atento ou atenta: isso também é um sinal importante. Aliás, pessoas com a síndrome tendem a gostar menos de suas qualidades e características, tornando-se amarguradas e tóxicas consigo mesmas.

Ingratidão

Por não aceitarem que são boas em algo, as pessoas nessa condição acabam tendo muita dificuldade para aceitar que os outros encontrem boas características nelas. Assim, acabam rechaçando elogios e contrapondo as pessoas o tempo todo. Torna-se mais difícil, então, apreciar qualquer tipo de reconhecimento recebido.

Autocrítica excessiva

É válido que as pessoas façam análises críticas sobre suas ações. No caso de quem convive com a síndrome do impostor, porém, isso se torna completamente excessivo e as avaliações perdem contato com a realidades. É como se as pessoas perdem a capacidade de encontrar boas lições de erros e se punissem o tempo todo.

Comparação

Finalmente, chegamos ao principal sinal da síndrome do impostor: a comparação. Aqui, é quase regra que os indivíduos só consigam encontrar boas características nos outros e nunca em si próprios. Isso, sem dúvidas, os coloca numa corrida sem fim em direção a um ideal de perfeição que não condiz com a realidade de ninguém. Basta que uma análise seja feita para que essas pessoas comecem a relacionar pontos de sua vida com os de outras.

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5 maneiras de reduzir o problema

Como você percebeu, a maioria dos sintomas e sinais da síndrome do impostor podem ser agravados se o indivíduo os cultivar. Segundo a neuropsicóloga Keli Rodrigues, no entanto, “é muito difícil perceber” que uma pessoa está com a síndrome do impostor.

O que pode ser feito, então, é realizar uma checagem da realidade pessoal, que tende a deixar a pessoa mias atenta e que pode ser facilitada com um nível mais profundo de autoconhecimento.

Para ajudar nessa missão, Keli dá estas dicas:

  1. verificar se os maus pensamentos sobre si podem ser comprovados;
  2. avaliar o próprio trabalho com um olhar técnico e externo;
  3. fazer uma pesquisa de satisfação com seus clientes ou chefes; e
  4. pedir feedback para pessoas que tenham contato com seu trabalho.
  5. procurar ajuda profissional de psicólogos ou psiquiatras

Se você chegou até aqui, preste atenção:

Apesar de as dicas deste artigo serem úteis para que você entenda melhor o que é a síndrome do impostar, vale ressaltar que somente um profissional qualificado é quem podem diagnosticar um problema dessa natureza.

Portanto, se você quer realmente saber se sofre com a síndrome do impostor ou se está sofrendo por conta de um dos sinais listados pelo Na Prática, procure um/a psicólogo/a.

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