Satya Nadella

A segunda parte da série “The Secret Life of C.E.O.s”, do podcast Freakonomics, traz CEOs (atuais e antigos) do Facebook, da General Electric, do Grupo Virgin, da Microsoft e do Yahoo para contar como chegaram ao topo no mundo corporativo.

Richard Branson, Jack Welch, Mark Zuckerberg, Satya Nadella e Carol Bartz tiveram backgrounds e carreiras, em geral, muito diferentes. No entanto, em sua trajetória, todos passaram por momentos decisivos que os ajudaram a se tornarem os líderes que são hoje. Em entrevista ao jornalista Stephen Dubner, que comanda o Freakonomics, os CEOs narraram 5 histórias importantes em suas vidas profissionais e o que aprenderam com os episódios.

Richard Branson, primeiro CEO do Grupo Virgin

Stephen Dubner: “Seu título oficial é ‘fundador do Grupo Virgin’. Além disso, você é o CEO de alguma coisa?”

Richard Branson: “Eu costumava ser. Mas deleguei muito bem todos os papéis.”

A primeira tentativa de empreender de Branson consistiu em uma revista de cultura chamada “The Student”, lançada quando ele tinha 16 anos. Hoje, o bilionário, fundador do Virgin, grupo que comanda mais de 400 empresas, constata que aprendeu muito com “The Student”.

“Inicialmente, só pensava em mim como um editor e queria ter uma revista para fazer campanha contra a Guerra do Vietnã. Mas, para a revista sobreviver, tive que me preocupar com impressão, manufatura de papel, distribuição e assim por diante. E meio que me tornei um empresário. Meu aprendizado foi no mundo real, aprendendo a arte da sobrevivência.”

Jack Welch, ex-CEO da General Electric

Dubner: “Diga-me como se sentiu no momento em que aconteceu a pior coisa e como você resolveu.”

Jack Welch: “Eu explodi o teto da fábrica. Felizmente, ninguém morreu. Fui chamado para Nova York para explicar o que aconteceu para o chefe do chefe do meu chefe. Então, conheci Charlie Reed pela primeira vez. Eu não o conhecia, então não sabia o que esperar. Mas eu esperava ser demitido. Ele me guiou pelo método socrático. ‘Você sabe por que isso aconteceu?’, ‘O que você faria de diferente?’, ‘Porque você fez isso?’, ‘Por que você não fez isso?’ Ele estava me ensinando – e não poderia ter sido mais legal comigo.”

O episódio da explosão, muito anterior à sua subida na carreira corporativa, “mudou para sempre” a vida de Welch: “eu aprendi com isso. Nunca chute alguém que está mal”.

Quando foi apontado como CEO pelo antecessor, Reg Jones, Welch já estava há bastante tempo na empresa, mas tinha uma personalidade controversa, de “alguém que fala o que pensa e não se importa em como os outros recebem a mensagem”, conta o apresentador de Freakonomics.

Dubner:É incrível que ele tenha visto em você o que os outros não viram. Estou curioso: você esteve lá por muito tempo antes. Eu me pergunto o quanto você estava motivado a ficar e subir de cargo, pelo seu desejo de mudar a forma como a empresa era administrada. Porque você e Reg sabiam que, no momento em que você assumiu, a GE precisava de muitas mudanças.”

Welch: “Francamente, é muito mais fácil chegar em uma empresa e ver suas fraquezas de baixo para o meio, do que ser trazido como um herói diretamente ao topo e não saber nada sobre a infraestrutura ou sobre as ‘vibrações’ do local.”

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook

No caso do Facebook, não era claro, de início, que o fundador Mark Zuckerberg, seria CEO. Apesar de totalmente inexperiente no ramo, quando começou a comandar a gigante de tecnologia, sua experiência tem lhe tornado visivelmente mais maduro. “Ele tem sido bem diferente como líder agora, em relação a quando se tornou CEO”, diz Jeff Sonnenfeld, especialistas em negócios da Universidade de Yale.

Zuckerberg: “Eu realmente acho que o mais importante é que decisões e processos, no dia a dia, você deixa as pessoas terem liberdade para fazer e simplesmente não se envolve.”

Dubner: “Foi difícil para você chegar nisso?”

Zuckerberg: “Eu acho difícil todos os dias. Porque quando você está administrando, é claro, tem a capacidade de tomar todas as decisões que desejar. A verdadeira arte não é quando você sabe que tem um superstar, que vai tomar ótimas decisões, mas deixar as pessoas tomarem decisões com as quais você discorda, porque, a princípio, isso só vai liberar mais criatividade e elas sentirão que há potencial para tentar coisas diferentes no futuro (que podem ser melhores).”

Satya Nadella, CEO da Microsoft

Em 2014, a Microsoft, uma das maiores empresas do mundo, estava à procura de um CEO. Muitos nomes foram mencionados, a maioria deles de pessoas conhecidas pela mídia. Um que poucos citavam era Satya Nadella. Ele era um funcionário interno, discreto – um cientista da computação que trabalhava na empresa desde 1992. Apesar do perfil incomum para um alto executivo, Satya foi escolhido.

O CEO explica que, tendo crescido como profissional na Microsoft, sempre buscou ter um objetivo “fora do campo de visão”. Seu sucesso administrativo, ele atribui à “empatia”, qualidade que teve de desenvolver.  

Nadella: “Aos vinte e cinco anos, quando estava sendo entrevistado, disseram: ‘O que você faria se visse um bebê na rua chorando depois de ter caído?’ Respondi, pensando que se tratava de algum truque. ‘Talvez haja algum algoritmo faltando’, pensei. Disse: ‘Ligaria para o 911’ [número dos bombeiros] O gerente levantou e me levou para fora da sala dizendo: ‘Essa resposta é uma absoluta besteira. Se um bebê caiu, você o pega e o abraça.’ Fiquei arrasado porque me lembro de pensar sobre isso e dizer ‘Como não consegui entender?’”

Carol Bartz, ex-CEO do Autodesk e do Yahoo!

Carol Bartz: ‘No começo era fácil, porque poucas pessoas tinham graduação em Ciências da Computação. Infelizmente, na época, entrei em uma bagunça. Os homens que trabalhavam comigo me chamavam de Carl, porque não queriam que as esposas soubessem que estavam viajando com uma mulher.’

Quando Bartz assumiu como CEO do Yahoo!, em 2009, a empresa estava em apuros. E ela só durou dois anos na companhia.

Bartz: “Eu estava em uma limusine em Nova York, quando recebi uma ligação de Roy Bostock, presidente do conselho, que me disse que fui demitida. Eu estava, literalmente, a 20 minutos de onde ele estava. Ele não teve coragem de me ver cara a cara. Eu não acho que isso teria acontecido com um homem. Hoje gosto de pensar que ele não teve coragem porque sabia que eu, provavelmente, iria bater nele.”

Por que, mesmo com excelente histórico como CEO do Autodesk, Bartz falhou no Yahoo!? Para Dubner, não teve nada a ver com seu trabalho. “Yahoo! era apenas uma empresa sendo arremessada em um furacão tecnológico em que anúncios ‘de exibição’ estavam sendo lançados e o Google estava matando todo mundo nas buscas.”

O problema persistiu depois de sua demissão. “Em um momento, o Yahoo! era o destino mais popular da internet no mundo, com um valor de mercado de mais de US $ 110 bilhões. No ano passado [2017], foi vendido à Verizon por US $ 4,5 bilhões”.

 

“The Secret Life of CEOs”, do Freakonomics 

Baseada no best-seller de mesmo nome, a rádio “Freakonomics” é distribuída em podcast e está entre as mais acessadas do ITunes (reprodutor de áudio da Apple). De forma leve e fácil de acompanhar, Freakonomics traz assuntos ligados à Economia adaptados para o público geral com apresentação do jornalista Stephen Dubner e participações do economista Steven Levitt – dupla que, há mais de dez anos, escreveu a obra que fundamenta a rádio.

Todos os mais de 300 episódios do podcast podem ser conferidos (em inglês), pelo site, ou por aplicativos de podcast como Castbox e Stitcher.

“The Secret Life of C.E.O.s”, sua série mais recente, traz líderes de algumas das maiores empresas do mundo. Em seis episódios, os executivos se juntam a especialistas para discutir vários aspectos desconhecidos da carreira de um CEO – desde como se tornar um, até como eles resolvem crises e largam o emprego.

Confira o que os convidados disseram sobre as funções, a importância e o salário dos CEOs na primeira parte, aqui.

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