Em um artigo da revista Harvard Business Review, os pesquisadores de comportamento organizacional André Spicer e Carl Cederström afirmam que não se sabe ao certo o que é a felicidade ou como medi-la. Contudo, é comum que os gestores acreditem que a produtividade no trabalho tem uma relação direta com a satisfação do trabalhador, ou seja, sua felicidade. 

“A felicidade é algo maravilhoso, mas não pode ser criada pelo nosso simples desejo. E, talvez, quanto menos buscarmos ativamente a felicidade no trabalho, mais alegria possamos encontrar nele – uma alegria espontânea e prazerosa, e não artificial e opressora”, escreve a dupla na publicação. 

Os setores mais felizes

Contudo, alguns fatores podem dar indicações de como proporcionar mais felicidade aos trabalhadores. Para descobrir em qual setor estão os funcionários mais felizes do mercado de trabalho brasileiro, o site de empregos e recrutamento Glassdoor realizou uma análise a partir de 600 mil avaliações realizadas na plataforma. Foram avaliados quesitos como satisfação geral, oportunidade de carreira, cultura organizacional, qualidade de vida, remuneração e benefícios. 

O levantamento descobriu que quem trabalha no setor financeiro costuma ter uma satisfação maior, que também está ligada ao salário e vantagens da carreira. A área de Energia, mineração e saneamento aparece em segundo lugar, enquanto construção e mercado imobiliário ocupam a terceira posição. Varejo e atacado e o agronegócio completam o top 5. De forma geral, os respondentes valorizam mais a remuneração da função que exercem, seguida da qualidade de vida e da cultura corporativa proporcionada pela empresa. 

A felicidade depende da gestão

Neuropsicóloga e psicóloga do trabalho, Jurema Braga afirma que o formato de gestão adotado pelas corporações influencia muito na felicidade do trabalhador. “Nós analisamos a qualidade de vida total do ambiente, que inclui o modelo de gestão, como o funcionário é tratado e qual é a carga horária dele. As empresas que mais vão trazer felicidade são aquelas que estão atentas a todos os fatores biopsicossociais da equipe, porque as pessoas não se separam em uma vida vida pessoal e outra para o trabalho”, aponta. 

A partir dos 14 princípios de gestão de Fayol, Jurema aponta os seis que mais impactam no bem-estar do trabalhador:

#1 Divisão do Trabalho: Quanto mais especializado e dividido for o trabalho, mais produtivo e feliz é o trabalhador. 

#2 Autoridade: A capacidade dos superiores de dar ordens que regem a organização de forma holística

#3 Disciplina: Cada colaborador deve saber o que deverá ser feito, a partir de um regimento interno que determina as funções. 

#4 Unidade de comando: Empresas grandes não conseguem ter gestão única, então é preciso dividir os setores em menores e instituir alguém responsável por coordenar cada área.

#5 Remuneração: Deve ser justa e satisfazer os funcionários da empresa.

#6 Centralidade da hierarquia: Os líderes ficam responsáveis pelo trabalho, mas dão autoridade aos funcionários para realizar suas funções, com base em um controle adequado e comunicação.

Jurema defende que trabalhadores felizes produzem mais, mas acredita que as empresas devem investir em iniciativas para incentivar a felicidade, como programas de qualidade de vida, pausas para exercícios físicos e ginástica laboral e atendimento psicológico. Ela ainda explica, de acordo com a pirâmide de Maslow, que existem cinco fatores ligados às necessidades básicas humanas: fisiológicos, segurança, afeto, estima e de autorrealização.

“Quando conseguimos atender todos esses fatores, chegamos à realização pessoal e isso impacta diretamente no ambiente de trabalho. Se a gestão se preocupa com esses elementos, ela é muito mais efetiva do que os modelos de quem vende mais, ganha mais, por exemplo. Também precisamos de empresas que estejam de olho em oportunidades de crescimento contínuo para o funcionário e igualdade de oportunidade”, defende. 

Fórmula da felicidade do trabalho

O estudo “Os Segredos das Empresas e Colaboradores mais Felizes”, realizado pela empresa de recrutamento Robert Half, elencou seis fatores que influenciam diretamente na felicidade do colaborador.

#1 Contratação adequada para o trabalho e a empresa, de acordo com a cultura de trabalho

#2 Empoderamento a partir da habilidade de tomar decisões de forma independente

#3 Sentimento de apreciação a partir do trabalho realizado

#4 Sentimento de ter um trabalho interessante e significado, a partir de uma visão compartilhada

#5 Sendo de justiça a partir de políticas claras e acessíveis

#6 Relações positivas no local de trabalho por meio de companheirismo e cooperação

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