carreira para formados em Direito

“A área em que você teve sua formação acadêmica não te limita”, afirma Augusto Tannure, sócio da Legion Holdings. Formado em Direito, escolheu não advogar em benefício de uma carreira alinhada com sua afinidade com negócios.

Hoje, ele, que também é membro da Rede de Líderes Estudar, atua no conselho de administração de uma empresa do setor de óleo e gás, além de ser sócio de uma empresa de ativos distressed (“em recuperação”).

Já na graduação, fazendo estágio, Augusto, que estudou Economia concomitantemente, se direcionou para o caminho que segue atualmente. “Olhando para trás, hoje me vejo fazendo algo muito próximo do que eu, como universitário, gostaria de estar fazendo”, conta.

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Embora tenha escolhido trajetória distinta, mais próxima de um background em Administração, por exemplo, ele não só faria novamente o curso como o recomenda. “Salvo algumas carreiras mais técnicas, como a Medicina, em muitas outras você vai adquirindo conhecimento prático ao longo da carreira conforme trabalha. E o Direito, ao me proporcionar uma formação mais ampla, me ajudou a me preparar para os desafios que mudam nas diversas fases.”

Para quem está inseguro sobre a graduação, ele indica permanecer, focar em se formar, e complementar o ensino com cursos de especialização voltados para o campo em que se quer atuar (ou mais próximos dele). Posteriormente, tentar encontrar emprego na área desejada. “A vida profissional é bastante distinta da faculdade”, diz ele. “Você só vai saber se é aquilo que quer ou não, fazendo”, completa.

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O mesmo aconteceu com Paulo Nakamura, consultor do Boston Consulting Group (conhecido como BCG). Durante um estágio no primeiro ano da faculdade de Direito – ele explica que começou a trabalhar no início porque percebeu a falta de ensino prático na graduação – teve contato com o mundo dos negócios, pelo qual se interessou.

“Ao concluir a faculdade, já tinha certeza de que gostaria de trabalhar mais com negócios do que com Direito”, relata ele. De início, foi o fato de a consultoria estratégica não exigir formação específica em sua seleção que chamou sua atenção. No entanto, atuando e conhecendo mais sobre o trabalho, entendeu que realmente gostava da opção.

A indecisão sobre o curso não é algo incomum, inclusive na área do Direito. Para Paulo, muitos alunos que escolhem esse campo buscam outras atividades, mas falta conhecimento e informação. “Outro dia voltei à minha faculdade para apresentar o que é o trabalho em consultoria estratégica e mais de 50 alunos apareceram.”

Habilidades que são valiosas

Enquanto a teoria disseminada na graduação jurídica pode não ter uso no dia a dia do consultor, a prática traz algumas vantagens, segundo Paulo. Principalmente, a parte de “solucionar problemas”, que foi desenvolvida desde a época em que atuou como advogado.

“Do lado negativo, também notei que advogados tendem a ser mais verborrágicos, o que é diametralmente oposto ao estilo de consultoria, algo que eu tive de adaptar com o tempo”, completa.

Augusto, por sua vez, destaca que a formação fortalece a habilidade de leitura e compreensão de documentos jurídicos, o que é relevante para vários setores. Além disso, ter o background jurídico o ajudou a transitar e dialogar bem com advogados, ainda que não tenha exercido, na prática, a profissão.

“De uma maneira mais ampla, uma boa faculdade de Direito prepara não só o ferramental técnico, mas também e principalmente habilidades negociais, extremamente importante na carreira, especialmente quando você evolui”, acrescenta. “Na vida, quase tudo é uma negociação.” 

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Possibilidades de carreira para formados em Direito

De acordo com o sócio da Legion Holdings, um advogado pode se dar bem desde uma posição de administração mais geral (com suporte de Exatas), até uma mais técnica e jurídica. “Existe uma série de carreiras públicas para a qual a formação jurídica é exigida ou altamente recomendada”, resume.

“No setor privado, o Direito é uma das que te permite atuar praticamente em qualquer indústria – desde o mercado financeiro, até de infraestrutura, de base, varejo. Todas essas têm inúmeros aspectos jurídicos”

Ainda que muitos se voltem – ou só pensem – no setor privado, para ele, o Brasil “precisa de gente qualificada nas carreiras públicas”. Para esse fim, afirma, talvez a formação em Direito seja uma das mais versáteis.  

Paulo destaca que o background jurídico poderia ser um empecilho no setor de negócios no passado, mas ele vê mudança no cenário, com cada vez mais advogados atuando em áreas onde há necessidade de conhecimento jurídico, como investment banking e private equity. “No entanto, é fundamental complementar a formação com conhecimentos específicos, como finanças, seja por meio de estágios ou cursos.”

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