O portal DRAFT continua a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje estratégia do oceano azul.
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Um livro sobre biologia marinha.
É um conceito de negócios, apresentado em um livro de mesmo nome, que diz que a melhor forma de superar a concorrência é parar de tentar superá-la. Ou seja, buscar mercados ainda não explorados, chamados pelos autores do conceito de “oceano azul”.
Na metáfora marítima, o oceano azul é um local em que se pode nadar livremente enquanto os mercados já saturados são o “oceano vermelho” em decorrência do sangue derramado nas batalhas entre os concorrentes.
Já a palavra “estratégia” tem relação com os modelos analíticos e as ferramentas apresentados no livro, assim como os 6 princípios do oceano azul:
“É um conceito que foca na inovação do modelo de negócio e sua principal ferramenta é a curva de valor. É um tanto idealizado e segui-lo à risca pode ser frustrante, porque a maioria das empresas não consegue encontrar um oceano azul – isso é uma exceção –, mas a essência do conceito ajuda as empresas a se repensarem, a tentarem inovar na sua curva de valor e isso é muito positivo”, diz Marcelo Pereira Binder, consultor e professor de estratégia da FGV-EAESP.
Ele conta que o livro esteve na moda por pelo menos cinco anos (seu lançamento já tem mais de 10) e que, apesar de já não ser mais tão falado, é um conceito que tem seu valor. “Faz refletir e pode levar para uma disrupção”, diz.
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A norteamericana Renée Mauborgne e o coreano W. Chan Kim, ambos acadêmicos da INSEAD, The Business School for the World, a segunda maior escola de business do mundo.
Mauborgne é uma distinguished fellow e professora de estratégia da INSEAD, além de co-diretora do Blue Ocean Strategy Institute. É ainda membro do Fórum Econômico Mundial e do Board of Advisors on Historically Black Colleges and Universities (HBCUs), do presidente Barack Obama.
Chan Kim é co-diretor do Blue Ocean Strategy Institute e professor de estratégia e gestão internacional da cadeira Boston Consulting Group Bruce D. Henderson na INSEAD. Foi membro e conselheiro de inúmeras corporações multinacionais na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia e atualmente é membro conselheiro da União Europeia e do Fórum Econômico Mundial.
O livro, cujo título e subtítulo originais são Blue Ocean Strategy – How to Create Uncontested Market Space and Make the Competition Irrelevant (é comum ver a sigla BOS), foi lançado em 2005.
É o resultado de 10 anos de pesquisas dos autores em 150 empresas de 30 setores diferentes. Já vendeu 3,5 milhões de cópias e foi publicado em 43 idiomas no mundo todo.
No Brasil, o livro foi publicado em 2007 e tanto o título como o subtítulo ganharam traduções praticamente literais do original: A Estratégia do Oceano Azul: Como Criar Novos Mercados e Tornar a Concorrência Irrelevante.
Segundo o consultor da FGV, ajuda a repensar os negócios e entender novas opções e ações estratégicas antes não levantadas.
“A grande questão do raciocínio estratégico tradicional é ‘como eu bato no meu concorrente’. E o livro traz algo diferente disso, amplia a questão da superação da concorrência. Todo modelo de negócio, quando entra no mercado, é um oceano azul. A partir do momento em que é copiado deixa de ser assim”, diz Binder.
“Foi o que aconteceu com a Casas Bahia, que atendeu um público que ninguém atendia, de uma forma que ninguém fazia. Depois foi copiada, passou a ter concorrência. O mesmo processo ocorreu com Gol Linhas Áreas. Hoje, elas estão em oceanos vermelhos, têm muitos concorrentes. Já a Apple criou um modelo que sustenta. A grande questão é por quanto tempo uma empresa nada sozinha num oceano azul.”
[Gráfico sobre a estratégia do oceano azul / Foto: Reprodução]
O professor da FGV acredita que todas as organizações podem usar o conceito já que ele pode provocar insights em qualquer negócio ou pessoa.
Além da já citada Apple, o Cirque du Soleil, ao fugir do modelo convencional de circo, eliminando elementos que acreditava estar desgastados, como o uso de animais, redesenhou o modelo de negócios, acrescentando elementos do teatro e da música.
Outros exemplos são o Uber, a NetJet (empresa privada de táxi aéreo), o YouTube, a Rent the Runway (aluguel de vestidos de alta costura), a Alibaba e a Wikipedia.
Leia também: “Criatividade é a alma de qualquer negócio”, diz CEO do Cirque du Soleil
Abaixo, Renée Mauborgne explica como funciona sua estratégia (em inglês):
“Se o conceito for tomado ao pé da letra pode gerar uma ansiedade enorme na empresa ou no empresário porque o oceano azul é uma coisa para poucos, é um negócio difícil de alcançar”, diz Binder.
“Não diria que tem gente contra. Há quem ache o livro muito utópico, desfocado da realidade. Mas se você usá-lo para repensar o negócio não tem porque ser contra, é um modelo legal”, fala o professor.
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Para quem quer entender melhor a estratégia do oceano azul:
Este artigo foi originalmente publicado no portal DRAFT
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