carreiras menos tradicionais em saúde

O Dia Nacional da Saúde é celebrado no Brasil em 8 de agosto. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário de Oswaldo Cruz, conhecido cientista e médico brasileiro, pioneiro nos estudos de bactérias e epidemias tropicais. No começo no século XX, ele foi responsável por combater e erradicar a febre amarela e a varíola no Brasil.

Mas ao contrário do exemplo de Oswaldo, não é preciso ser médico para trabalhar com saúde. É possível se encaixar no ramo com diferentes backgrounds, como é o caso do cientista de dados Hommenig Scrivani. Ele trocou uma carreira no setor financeiro pela chance de poder trabalhar com saúde e hoje é superintendente de dados, analytics e CRM do Laboratório Exame. O trabalho dele consiste em estruturar dados, extrair insights do banco de dados para melhorar a eficiência dos processos e fazer a gestão de relacionamento com o cliente, a partir de suas necessidades.

O cientista conta que com os dados de exames é possível prevenir o desenvolvimento e aparecimento de diversas doenças. “A prevenção é nosso foco. Na saúde se fala muito em tratar a doença, mas queremos falar de saúde. Em que momento eu cuido do paciente para não virar uma enfermidade? Existem condições que são silenciosas e passam anos sem ser percebidas. Quando o paciente chega no hospital, às vezes já está em um estado irreversível. Mas quando você consegue detectar antes, você pode tratar até incentivando hábitos de vida mais saudáveis”, ressalta.

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Business partner do laboratório, Priscylla Borges é responsável pela gestão de talentos da empresa. “Minha formação é como engenheira de produção, mas sempre quis trabalhar com gestão. Vim para a área da saúde pela oportunidade e pela curiosidade. É um setor muito desafiador, que muda constantemente e dá para aprender muita coisa. Gosto bastante, principalmente, de ver as pessoas crescendo e saber que ajudamos as pessoas a cuidar do bem-estar”, celebra.

Já José Eduardo Levi é biólogo por formação e trabalha com diagnóstico molecular e pesquisa com vírus. “Além disso, eu atuo como gerente de inovação. Então todas as novidades, investimento em startups e testes na área de análise clínica passam por mim. Dentro do laboratório, na área de análises clínicas, as pessoas que trabalham geralmente são biólogos, biomédicos ou farmacêuticos”, revela o consultor de genética do laboratório DASA-GeneOne.

A vontade de trabalhar com saúde surgiu no fim do ensino fundamental, quando José começou a estudar genética. “Aquilo me fascinou. Tive a sorte de ser apaixonado pelo o que eu faço. Todo dia de manhã eu acordo e tenho um grande prazer em ir trabalhar. Foi uma escolha que levou em consideração minhas características individuais. Gosto muito da parte da investigação e de poder responder questões que ninguém ainda conhece, ou seja, trabalhar na fronteira do conhecimento e contribuir para que a sociedade evolua”, relata.

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Na contramão, o médico Ricardo Ramos se especializou como cirurgião, mas encontrou um propósito maior na parte de gestão. “Depois de me formar, optei por fazer uma pós-graduação em administração de empresas. Geralmente quando os profissionais da área fazem uma especialização é em gestão na área da saúde, mas escolhi algo mais amplo. Cada vez mais os profissionais se dedicam a ter uma visão coletiva de saúde, não individualista como a gente aprende na faculdade. Minha decisão foi muito pautada pela visão de atuar com um impacto maior do que com o atendimento direto”, relembra.

Atualmente, Ricardo é presidente da Aliança para Saúde Populacional (ASAP) e observa que a procura por cursos de gestão focados na área da saúde cresceu muito nos últimos anos. “Mas é preciso ter o conhecimento técnico antes de poder desenvolver uma política efetiva. Também não adianta ser um excelente médico se você não tem as ferramentas necessárias para ser gestor. Infelizmente, não aprendemos essas coisas na faculdade. É preciso se capacitar e se formar para ser um bom gestor”, defende.

Qual é o perfil ideal para trabalhar com saúde

Como líder e professor, José Eduardo percebe que as características que mais dão certo para quem quer trabalhar com saúde é gostar de estudar, ter uma grande capacidade de concentração e ter domínio da língua inglesa, uma vez que muitos artigos da área e máquinas apenas possuem instruções em inglês. Já Hommenig percebe que ter capacidade analítica aguçada é essencial, além de bom relacionamento interpessoal e habilidades de comunicação.

Ricardo percebe que a vontade de aprender é muito importante e sugere que os profissionais da saúde se abram para uma segunda formação complementar. Priscylla concorda com a importância do gosto pelo estudo e pelas habilidades  de comunicação e acrescenta que o desejo de se desenvolver é um diferencial.

Entre as principais dificuldades de atuar no setor, segundo os profissionais, estão mudar o modelo de atenção da saúde, voltando para a atenção primária, focada na prevenção, a falta de reconhecimento em alguns casos, a solidão, o alto índice de rotatividade de pessoal, a grande automação do setor e a integração da gestão de dados de todas as instituições do setor.

 

 

 

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