Mercado

Conselheiro do Airbnb explica como antecipar inovações disruptivas

Por Gabriel Vinholi

De acordo com Chip Conley, conselheiro do Airbnb que participou da HSM Expo 2017, uma das principais startups do mundo, o que diferencia os inovadores disruptivos é a capacidade de ver uma onda de mudança se aproximando, do mesmo jeito que o bom surfista é capaz de identificar uma boa onda ao longe.

Foi o que aconteceu com as grandes redes de hotéis que começaram a expandir seus negócios ao perceberem que o governo americano estava construindo mais estradas e famílias começavam a viajar mais.

Um exemplo mais recente de quem percebeu uma “onda” se aproximando é o caso dos fundadores do Airbnb, que criaram a plataforma de aluguel de casas ao perceberem a economia compartilhada emergindo e o desejo dos millennials de vivenciarem experiências locais quando viajavam.

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Como identificar inovações

Para Conley, nenhuma inovação chega sem prenúncio: elas oferecem alguns sinais que você pode aprender a notar.

O primeiro é que inovação tende a acontecer em setores onde as empresas atuantes hoje não costumam coletar feedback dos clientes de modo constante para saber o que os consumidores estão achando do serviço, como taxistas que foram substituídos por aplicativos como o Uber e bancos abalados pelas fintechs.

Isso leva ao segundo sinal: necessidades e desejos subjacentes de consumidores que ainda não estão sendo atendidos por nenhum player do mercado. Por exemplo: a geração millennial buscava experiências locais quando viajava, mas não pensava em se hospedar na casa de um local pois só havia a opção de hotéis padronizados no mundo todo.

Por fim, uma ultima característica identificada por Conley em mercados sujeitos à inovação é o fato das empresas que dominam o mercado costumarem ignorar novos entrantes.

Leia também: Quais os desafios enfrentados por empreendedores que criaram Uber, Waze, Airbnb?

Peça feedback

Chip Conley ainda passou outras dicas para quem quer criar negócios disruptivos: fidelidade não acontece quando você atende expectativa, mas quando atende desejos.

Por isso é importante estar constantemente pedindo feedback aos clientes para descobrir como atendê-los. No caso específico do Airbnb, os jovens fundadores passaram meses dormindo exclusivamente em casas listadas na plataforma para entender exatamente o que estava acontecendo.

O empreendedor deve não só buscar entender a demografia de clientes, mas também seu lado psicológico e as necessidades que nem eles sabem que têm ainda.

No entanto, perceber isso pode ser difícil para quem está há muito tempo dentro da indústria e acaba tendo uma visão viciada, o que torna buscar opiniões de pessoas de fora do setor essencial.

A última dica de Conley para empreendedores valerá por muitos outros anos: em tempos de

automação crescente e teorias sobre o futuro do trabalho, busquem criar segurança psicológica em sua equipe para que as pessoas não tenham medo da tecnologia e busquem de modo ativo a inovação.

Leia também: Um raio-x das startups brasileiras: como estão distribuídas e em que áreas atuam

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