Cada vez mais a figura do coach tem sido requisitada, tanto por profissionais quanto por empresas que desejam obter o melhor desempenho de seus colaboradores. Mas a maior difusão do tema, aliada à subjetividade que caracteriza os pontos desenvolvidos nestes processos, tem gerado muitas dúvidas.
Primeiramente, esclareço que coaching não é terapia tampouco psicoterapia – estas tendem a fazer uso das experiências e dos sentimentos relacionados a eventos passados para melhorar o futuro. Coaching também não é treinamento ou consultoria – estes tendem a fornecer conselhos direcionando o que deve ou não ser feito.
O conceito de coaching
O conceito coaching está atrelado a um contexto empresarial/profissional e requer um nível de conhecimento de técnicas e metodologias muito além do aconselhamento puro e simples. O objetivo do coach (quem dá o coaching) é ajudar o coachee (quem recebe o coaching) a crescer e, com este crescimento, trazer melhores resultados para a empresa na qual atua.
Quando o coach trabalha com jovens em início de carreira, seu papel é fazer com que eles incorporem elementos culturais e posturas comportamentais do mundo corporativo com as quais não estão familiarizados, visto que não faziam parte da realidade universitária. O diferencial desta ferramenta está na possibilidade de aprofundar o autoconhecimento do jovem, para o qual crescimento profissional, metas e feedbacks são fundamentais.
Para profissionais seniores, ter um coach pode significar ter a oportunidade de trocar experiências sobre questões e dificuldades profissionais com alguém não envolvido emocionalmente com aquele ambiente, estando, portanto, mais preparado para ajudar a iluminar pontos que ficam obscuros sob a ótica de quem está dentro da situação.
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A prática de coaching
Independentemente de qual for o contexto, o ideal é que área de recursos humanos, o gestor, coach e coachee estabeleçam o que será desenvolvido e o porquê. Esta ferramenta só fará a diferença se houver esse alinhamento. Caso contrário, pode não atender às necessidades e expectativas tanto da organização quanto do coachee, gerando a impressão de que o investimento foi desperdiçado.
Em minha opinião, um bom coach precisa ter: interesse genuíno pelas pessoas, intuição e percepção aguçadas, disposição para ouvir e bom senso, além de ter formação profissional na técnica Coaching – o que lhe permite proporcionar um bom desempenho com resultados concretos. É alguém capaz de enxergar o que não está aparente e, principalmente, fazer o coachee ver quem ele é, onde está, aonde quer chegar e, se possível, dispor de elementos para iluminar seu caminho.
Em linhas gerais, um coaching deveria ser realizado por etapas: estabelecer a real necessidade deste processo de desenvolvimento, determinar como será feito, alinhar expectativas, definir o objetivo, identificar opções e barreiras, criar comprometimento para a ação, acompanhar e encorajar, coletar dados para analisar os resultados, dar feedback e, se necessário, revisitar as metas.
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Em suma, o coaching é o ponto de partida para desenvolver pessoas com capacidade de lidar com situações cada vez mais complexas ou ambíguas, buscando sempre caminhar para uma importante tomada de decisão. É um processo de desenvolvimento que permite a um profissional ter autonomia para aprimorar suas competências com responsabilidade.
Sofia Esteves é fundadora do grupo DMRH e Cia de Talentos
Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com