O trabalho de operações na Somos Educação: ‘Não ter rotina é uma das coisas de que mais gosto’

Para Tais Valeriano, cair em operações foi um golpe de sorte. Formada em engenharia de produção, buscou suas primeiras experiências profissionais um pouco às cegas. “Eu sabia que não queria ser consultora e que queria estar dentro de uma empresa, então restringi as opções mas não foquei”, lembra.

Hoje gerente de projetos na Somos Educação, gigante nacional que une editoras, sistemas de ensino e colégios, ela começou na Itambé, uma empresa de laticínios, atuando como ponte entre os setores de suprimentos e operações. “Foi sempre algo voltado para melhoria de processos, criação de indicadores e gestão, coisas amplas que também cabem dentro de operações”, explica.

Em seguida, conseguiu um emprego na área na Fiat. Além de envolver-se com projetos de melhoria contínua, Tais cuidou de abastecimento de linhas, almoxarifado e supply chain antes de tornar-se coordenadora de gestão de embalagens, que envolvia trabalho de logística reversa (a maior parte das embalagens, por exemplo, volta vazia e pode ser reutilizada).

Desde julho de 2015, lida com os milhões de livros educacionais distribuídos pela Somos Educação Brasil afora. A rotina muda de acordo com os projetos em curso, que costumam durar um semestre e têm picos em época de volta às aulas, por exemplo.

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Milhões e milhões Entre suas responsabilidades atuais estão a unificação dos seis centros de distribuição – cada um com pelo menos seis milhões de volumes em período de baixa – e a revisão da malha logística, que envolve cerca de cinquenta pontos espalhados pelo país. “Não ter rotina é uma das coisas de que mais gosto, porque assim tenho desafios novos e posso crescer e desenvolver competências diferentes.”

Para poder manter a organização, ela cria um cotidiano para cada projeto, que envolve reuniões semanais com todas as partes envolvidas – “é preciso que todos estejam na mesma página” – e, a partir delas, resolver os imprevistos.

Os mais comuns costumam envolver burocracia e prazos não cumpridos por órgãos públicos. Quando isso acontece, Taís volta ao cronograma com novas datas e cria um plano B que também se adeque às outras áreas da empresa incluídas no processo, como tecnologia de informação, recursos humanos e logística.

“Há interação entre as áreas o tempo todo”, diz. “E esse relacionamento é muito importante em uma função de operações, porque não consigo fazer nada sem elas.” Para ela, é uma chance de aprimorar a capacidade de comunicação, e os dividendos são diários.

Outros pontos importantes para quem se interessa pelo setor, segundo ela, são as capacidades de analisar cenários (são muitos e é preciso optar por um), custos (facilidade com finanças ajuda, assim como uma veia crítica) e flexibilidade (o plano A sempre vai mudar).

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Meio termo Mão boa para negociação também é fundamental, já que é preciso encontrar termos bons tanto interna quanto externamente. É um desafio constante. “A negociação envolve fazer com que outras áreas percebam que, se elas perderem um pouco, o projeto todo vai ganhar”, explica. “Às vezes vamos prejudicar um pouco o lado comercial ou aumentar um custo em facilities, mas é preciso olhar para o bem comum e para o objetivo único da empresa.”

Como a produção editorial é terceirizada e a Somos Educação se encarrega de distribuí-la, Tais precisou aprender a lidar com parceiros. Em suas experiências anteriores, os produtos eram feitos dentro da casa, fossem eles iogurtes ou carros.

“É mais complicado a partir do momento que não temos tanta autonomia sobre o processo produtivo e não podemos otimizá-lo, então fazemos visitas e sugestões”, explica. “Aí entra novamente a negociação e o relacionamento com fornecedores, que precisam acatar as sugestões.”

No fim, a ideia de operações como uma área engessada que Tais tinha antes de começar a trabalhar acabou se revelando o oposto. Além de prezar pela melhoria contínua, que pressupõe mudanças, deixa seus funcionários visíveis dentro da empresa e lhes dá chance de crescer profissional e pessoalmente.

“Poder errar e testar nos propicia um desenvolvimento maior”, conclui.

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